sexta-feira, 6 de maio de 2016

Ascensão do Senhor

ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Senhor, todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo o ser e para quem todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.

Textos: Atos 1, 1-11; Heb 9, 24-28; 10, 19-23; Lc 24, 46-53

Evangelho (Lc 24,46-53): Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: «Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas. Eu enviarei sobre vós o que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até que sejais revestidos da força do alto».  Então Jesus levou-os para fora da cidade, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os. E enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi elevado ao céu. Eles o adoraram. Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria, e estavam sempre no templo, bendizendo a Deus.

«E enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi elevado ao céu»

Dom Josep ALEGRE Abade de Santa Mª Poblet (Tarragona, Espanha)

Hoje, Ascensão do Senhor, recordamos mais uma vez a "missão que" temos confiada: «Vós sois as testemunhas destas coisas» (Lc 24,48). A palavra de Deus continua sendo hoje atualidade viva: «Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força (...) e sereis minhas testemunhas» (At 1,8) até os confins do mundo. A palavra de Deus é exigência de urgente atualidade: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura» (Mc 16,15).

Nesta Solenidade ressoa com força o convite de nosso Mestre, que — revestido da nossa humanidade— acabada a sua missão neste mundo, deixa nos para sentar-se à destra do Pai e enviar-nos a força do alto, o Espírito Santo.

Mas eu devo perguntar-me: o Senhor atua por meio de mim? Quais são os sinais que acompanham a minha testemunha? Algo me recorda os versos de um poeta: «Não podes esperar até que Deus chegue e te diga 'Eu sou'. Um Deus que declara o seu poder carece de sentido. “Deves saber que Deus sopra por meio de ti desde o começo, e se teu peito arde e nada denota então Deus está obrando nele».

E este deve ser o nosso sinal: o fogo que arde em nosso interior, o fogo que — como no profeta Jeremias — não se pode conter: a Palavra viva de Deus. E precisamos dizer: Povos todos, batei palmas, aclamai a Deus com vozes alegres. Deus subiu por entre aclamações, o SENHOR ao som da trombeta. Cantai hinos a Deus, cantai hinos; cantai hinos ao nosso rei, cantai hinos!» (Sal 47,2.6-7).

O seu reinado está se formando no coração dos povos, em seu coração, como uma semente pronta para brotar. —Canta, dança para o Senhor. E se não sabe como fazê-lo, ponha a Palavra nos seus lábios até que desça ao seu coração: — Deus, Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, me dá espírito de sabedoria e revelação para conhecer-te. Ilumina os olhos do meu coração para compreender o teu chamado à esperança, a riqueza da glória que tendes preparada e a grandeza do teu poder que despregastes com a ressurreição de Cristo.

A Ascensão do Senhor nos convida a “voar” ao céu com a mente e com o coração.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

Este mistério glorioso da vida do Senhor se resume assim: Jesus, depois da sua vida na terra, de ter deixado instituída a sua Igreja e ter-nos presenteado a sua presença ressuscitada e perpétua nos sacramentos, voltou para o céu, de onde tinha descido para realizar a salvação da humanidade, para se sentar à direita do Pai e ser o nosso intercessor. E desde lá nos enviaria o Espírito Santo que guiaria a Igreja e nos guiaria a cada um esse céu prometido e almejado por todo coração humano.

Em primeiro lugar, neste dia o homem deveria almejar “voar” ao céu. Conta a mitologia que o primeiro homem que realizou o sonho imortal de todos os mortais, voar, foi Ícaro, filho de Dédalo, o engenheiro construtor do labirinto de Creta. Graças a umas asas de plumagem e vime, que o seu pai construiu para ele e colou com cera nas suas costas, Ícaro decolou um dia da ilha de Creta rumo ao Olimpo, que era o céu dos deuses pagãos. Mas, ao sobrevoar o mar Egeu, atravessou as nuvens, o sol pegou forte, derreteu a cera, descolou as asas e, todo seu gozo num poço, e o pobre Icaro caiu no mar entre as ilhas de Samos, pátria pequena do teorema de Pitágoras, e a de Patmos, desterro do evangelista São João. Mas com o fracasso de Ícaro a vontade dos homens não terminou de decolar desde a terra ao céu. No dia 12 de abril de 1961, o cosmonauta russo Iuri A. Gagarin decolou da base siberiana de Baikonur às 9:07 da manhã e, à bordo da sua cápsula espacial Wostok, em 89 minutos traçou um eclipse de 175 e 327 Km de altura ao redor da terra. E embora este russo se burlou de Deus dizendo: “Estive no céu e não encontrei Deus”, contudo, o homem continua almejando o céu. E é uma verdade de fé que o céu existe. E que ali está Deus. E que Jesus, um dia como hoje subiu ao céu pela vertical do Monte das Oliveiras.

Em segundo lugar, Jesus não é nem um Ícaro nem outro Gagarin. Mas esta grande notícia da Ascensão do Senhor é de um evento teológico de primeira magnitude, que desviou o curso da história humana, transtornou os planos dos homens e hoje nós somos testemunhas disso. Ensina o seguinte: terminaram as páginas da história em que alguns homens e mulheres privilegiados viveram a proximidade imediata e sensível de Jesus ressuscitado, e agora tem que passar página. Já nunca mais nenhum mortal voltará a vê-lo, ouvi-lo, tocá-lo, senti-lo … de carne e osso. Passemos página. E agora começa a história da presença ressuscitada, mística, mas real de Cristo que disse: “Eu estarei com vocês todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28, 19-20). Começou a era da igreja de Jesus, que disse: “Serão as minhas testemunhas… até os últimos confins da terra” (Atos 1, 8), e somos. Esta é a era do Espírito de Jesus, que disse: “Serão batizados com o Espírito Santo” (Atos 1,5), e fomos. Quando Jesus falou aos apóstolos por vez última, não voltaram a vê-lo com os olhos do corpo, mas começaram a sentir a presença com os olhos da fé e pensaram: realmente subiu ao céu e está sentado à direita do Pai. Isto é a Ascensão.

Beato Luís Rabbatá,
Religioso de nossa Ordem
Finalmente, e os homens de hoje, será que sentem esta presença de Cristo e almejam o céu? Alguns têm olhos que mimam e cevam e não se cansam. E por isso, não olham para o céu. Outros entre tantas diversões fazem pesado o coração e não se elevam às alturas celestiais. Vivem o conselho do poeta Horácio: “Carpe diem”, aproveita o dia, e o espremem como um limão, até a última gota; e depois experimentam ressaca, solidão, chatice e até nojo. E o céu? Nada. Não obstante, tem coisas ainda que levantam o ânimo e nos convidam a olhar para cima; o sorriso limpo da criança, um pouco de beleza num anoitecer, um “gosto de você” mas bem dito, um adeus com sincera saudade, um telefonema de um amigo, o espetáculo do mar sereno, um minuto de liberdade, um momento de oração íntima numa capela onde acesa a vela do Santíssimo. Tudo isto nos convida olhar e a “voar” ao céu, ao menos por momentos. E alegar e dar sentido a nossa existência, às nossas dores e fatigas, aos nossos atos de generosidade e de bondade. Não, a vida não acaba aqui. Depois da nossa paixão e morte, virá a ressurreição e a ascensão. Como com Jesus. Ascendemos para adentrar em Deus, encontrarmo-nos com Ele e desfrutar da sua amorosa presença. E Ele está nos esperando. E Cristo, já nos preparou uma morada. Neste dia se acabam as saudades e as penas, pois chegamos ao nosso céu natal. Ali tudo é alegria e júbilo e amor. Mas com Deus e os amigos de Deus.

Para refletir: Quantas vezes penso diariamente no céu? Do que é que eu gosto mais do céu? O que faço para poder chegar um dia a esse céu que Cristo nos abriu com a sua Ascensão? A certeza do céu faz para mim mais suportável o sofrimento e a cruz na minha vida? O que faço para levar todos os meus seres querido ao céu?

Para rezar: rezemos com Frei Luis de Leon no sua "Ode na Ascensão":

E deixais, Pastor Santo,
A vossa grei neste vale fundo, escuro,
Com solidão e pranto;
E Vós, rompendo o puro
Ar, vos dirigis ao imortal seguro? …

Que olharão os olhos
Que viram do vosso rosto a formosura,
Que não se converta em raiva?
Quem ouviu vosso doçura,
O que não terá por surdo e desventura? …

Doce Senhor e Amigo,
Doce Pai e Irmão, doce Esposo,
Detrás de Vós eu sigo:
Ou posto em tenebroso
Ou posto em lugar claro e glorioso.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

ORAÇÃO COMPOSTA POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO
Ó Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período de minha vida!
Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.

LADAINHA DE NOSSA SENHORA
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Deus Pai dos céus tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
Deus Espírito Santo,
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,

Santa Maria rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das virgens,
Mãe de Jesus Cristo,
Mãe da divina graça,
Mãe puríssima,
Mãe castíssima,
Mãe imaculada,
Mãe intacta,
Mãe amável,
Mãe admirável,
Mãe do bom conselho,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Mãe da Igreja,
Virgem prudentíssima,
Virgem venerável,
Virgem louvável,
Virgem poderosa,
Virgem benigna,
Virgem fiel,
Espelho de justiça,
Sede da sabedoria,
Causa da nossa alegria,
Vaso espiritual,
Vaso honorífico,
Vaso insigne de devoção,
Rosa mística,
Torre de Davi,
Torre de marfim,
Casa de ouro,
Arca da aliança,
Porta do Céu,
Estrela da manhã,
Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores,
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Esperança dos carmelitas,
Rainha dos anjos,
Rainha dos patriarcas,
Rainha dos profetas,
Rainha dos apóstolos,
Rainha dos mártires,
Rainha dos confessores,
Rainha das virgens,
Rainha de todos os santos,
Rainha concebida sem pecado original,
Rainha assunta ao céu,
Rainha do sacratíssimo Rosário,
Rainha das famílias,
Rainha e esplendor do Carmelo,
Rainha da paz,

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende misericórdia de nós.

V. – Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. – Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

OREMOS - Infundi, Senhor, como vos pedimos, vossa graça em nossas almas, para que nós que pela anunciação do Anjo viemos ao conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

O “LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado. Animado de tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.

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