sábado, 31 de agosto de 2024

Segunda-feira da 22ª semana do Tempo Comum

São Brocardo, 2º Prior Geral de nossa Ordem
 
1ª Leitura (1Cor 2,1-5):
Quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com sublimidade de linguagem ou de sabedoria a anunciar-vos o mistério de Deus. Pensei que, entre vós, não devia saber nada senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Apresentei-me diante de vós cheio de fraqueza e de temor e a tremer deveras. A minha palavra e a minha pregação não se basearam na linguagem convincente da sabedoria, mas na poderosa manifestação do Espírito Santo, para que a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.
 
Salmo Responsorial: 118
R. Quanto amo, Senhor, a vossa lei.
 
Quanto amo, Senhor, a vossa lei! Nela medito todo o dia. Vós me fizestes mais sábio que meus inimigos, porque tenho sempre comigo os vossos mandamentos.
 
Tornei-me mais sábio que todos os meus mestres, porque medito sempre as vossas ordens. Sou mais sensato que os anciãos, porque observo os vossos preceitos.
 
Desviei os meus pés de todo o mau caminho, a fim de guardar a vossa palavra. Não me tenho afastado dos vossos juízos, porque sois Vós quem me ensina.
 
Aleluia. O Espírito do Senhor está sobre Mim: Ele me enviou a anunciar a boa nova aos pobres. Aleluia.
 
Evangelho (Lc 4,16-30): Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, no dia de sábado, foi à sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, encontrou o lugar onde está escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Nova aos pobres: enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano de graça da parte do Senhor». Depois, fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Os olhos de todos, na sinagoga, estavam fixos nele. Então, começou a dizer-lhes: «Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir». Todos testemunhavam a favor dele, maravilhados com as palavras cheias de graça que saíam de sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Ele, porém, dizia: «Sem dúvida, me citareis o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum, faze também aqui, na tua terra!». E acrescentou: «Em verdade, vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra. Ora, a verdade é esta que vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e uma grande fome atingiu toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado o profeta Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel, mas nenhum deles foi curado, senão Naamã, o sírio». Ao ouvirem estas palavras, na sinagoga, todos ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no para o alto do morro sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de empurrá-lo para o precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
 
«Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir»
 
Rev. D. David AMADO i Fernández (Barcelona, Espanha)
 
Hoje, «se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir» (Lc 4,21). Com essas palavras, Jesus comenta, na sinagoga de Nazaré, um texto do profeta Isaías: «O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção» (Lc 4,18). Estas palavras têm um sentido que ultrapassa o momento histórico concreto em que foram pronunciadas. O Espírito Santo habita em plenitude em Jesus Cristo, e é Ele quem o envia aos crentes.
 
Mas, além disso, todas as palavras do Evangelho possuem uma atualidade eterna. São eternas porque foram pronunciadas pelo Eterno e, são atuais porque Deus faz com que se cumpram em todos os tempos. Quando escutamos a Palavra de Deus, temos que recebê-la não como um discurso humano, mas sim como uma Palavra que tem, sobre nós, poder de transformação. Deus não fala aos nossos ouvidos, mas ao nosso coração. Tudo o que diz está profundamente cheio de sentido e de amor. A Palavra de Deus é uma fonte inextinguível de vida: «É mais o que perdemos do que o que captamos, tal como ocorre com os sedentos que bebem de uma fonte» (Santo Efrém). Suas palavras saem do coração de Deus. E, desse coração, do seio da Trindade, veio Jesus —a Palavra do Pai — aos homens.
 
Por isso, cada dia, quando escutamos o Evangelho, temos que poder dizer como Maria: «Faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38); e Deus nos responderá: «Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir». Mas para que a Palavra seja eficaz em nós devemos nos desprender de todo o preconceito. Os contemporâneos de Jesus não o compreenderam, porque o viam somente com olhos humanos: «Não é este o filho de José?» (Lc 4,22). Enxergavam a humanidade de Cristo, mas não se deram conta de sua divindade. Sempre que escutamos a Palavra de Deus, mais a frente do estilo literário, da beleza das expressões ou da singularidade da situação, temos que saber que é Deus quem nos fala.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«O ano da graça foi aquele em que, para nós, Cristo foi crucificado. Foi então que nos tornamos pessoas gratas a Deus Pai e quando, por meio de Cristo, demos frutos» (São Cirilo de Alexandria)
 
«A Boa Nova é a pérola preciosa do Evangelho. Não é um objeto, é uma missão. Quem experimenta “a doce e reconfortante alegria de anunciar” sabe-o» (Francisco)
 
« (…) A Economia da salvação realiza-se no quadro do tempo, mas a partir do seu cumprimento na Páscoa de Jesus e da efusão do Espírito Santo, o fim da história é antecipado, pregustado, e o Reino de Deus entra no nosso tempo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1168)
 
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
 
* Hoje, segunda-feira da 22ª semana comum, começamos a meditação do Evangelho de Lucas que se prolongará por três meses até o fim do ano eclesiástico.
O evangelho de hoje traz a visita de Jesus a Nazaré e a apresentação do seu programa ao povo na sinagoga. Num primeiro momento, o povo ficou admirado. Mas, em seguida, quando perceberam que Jesus queria acolher a todos, sem excluir ninguém, ficaram revoltados e quiseram matá-lo.
 
* Lucas 4,16-19: A proposta de Jesus. Animado pelo Espírito Santo, Jesus tinha voltado para a Galileia (Lc 4,14) e começou a anunciar a Boa Nova do Reino de Deus. Andando pelas comunidades e ensinando nas sinagogas, ele chegou em Nazaré, onde tinha sido criado. Estava de volta na comunidade, onde, desde pequeno, tinha participado durante quase trinta anos. No sábado seguinte, conforme o seu costume, Jesus foi à sinagoga para participar da celebração e levantou-se para fazer a leitura. Escolheu o texto de Isaías que falava dos pobres, presos, cegos e oprimidos (Is 61,1-2). Este texto refletia a situação do povo da Galileia do tempo de Jesus. A experiência que Jesus tinha de Deus como Pai amoroso dava a ele um novo olhar para avaliar a realidade. Em nome de Deus, Jesus toma posição em defesa da vida do seu povo e, com as palavras de Isaías, define a sua missão: (1) anunciar a Boa Nova aos pobres, (2) proclamar a libertação aos presos, (3) a recuperação da vista aos cegos, (4) restituir a liberdade aos oprimidos e, retomando a antiga tradição dos profetas, (5) proclama “um ano de graça da parte do Senhor”. Proclama o ano do jubileu!
 
* Na Bíblia, o “Ano Jubileu” era uma lei importante. Inicialmente, a cada sete anos (Dt 15,1; Lev 25,3), as terras deviam voltar ao clã de origem. Cada um devia poder voltar à sua propriedade. Assim impediam a formação de latifúndio e garantiam às famílias a sobrevivência. Também deviam perdoar as dívidas e resgatar as pessoas escravizadas (Dt 15,1-18). Não foi fácil realizar o ano jubileu cada sete anos (cf Jr 34,8-16). Depois do exílio, decidiram realizá-lo cada sete vezes sete anos (Lev 25,8-12), isto é, cada cinqüenta anos. O objetivo do Ano Jubileu era e continua sendo: restabelecer os direitos dos pobres, acolher os excluídos e reintegrá-los na convivência. O jubileu era um instrumento legal para voltar ao sentido original da Lei de Deus. Era uma oportunidade oferecida por Deus para fazer uma revisão da caminhada, descobrir e corrigir os erros e recomeçar tudo de novo. Jesus inicia a sua pregação proclamando um jubileu, um “Ano de Graça da parte do Senhor”.
 
* Lucas 4,20-22: Ligar Bíblia com Vida. Terminada a leitura, Jesus atualiza o texto de Isaías dizendo: “Hoje se cumpriu esta passagem da escritura que acabastes de ouvir!" Assumindo as palavras de Isaías como suas próprias palavras, Jesus lhes dá o seu pleno e definitivo sentido e se declara messias que veio realizar a profecia. Esta maneira de atualizar o texto provocou uma reação de descrédito por parte dos que estavam na sinagoga. Ficaram escandalizados e já não queriam saber dele. Não aceitaram Jesus como o messias anunciado por Isaías. Diziam: “Não é este o filho de José?” Ficaram escandalizados porque Jesus falou em acolher os pobres, os cegos e os oprimidos. O povo de Nazaré não aceitou a proposta de Jesus. E assim, no momento em que apresentou o seu projeto de acolher os excluídos, ele mesmo foi excluído.
 
*  Lucas 4,23-30: Ultrapassar os limites da raça. Para ajudar a comunidade a superar o escândalo e levá-la a compreender que sua proposta estava bem dentro da tradição, Jesus contou duas histórias conhecidas da Bíblia, uma de Elias e outra de Eliseu. As duas histórias criticavam o fechamento do povo de Nazaré. Elias foi enviado para a viúva estrangeira de Sarepta (1 Rs 17,7-16). Eliseu foi enviado para atender ao estrangeiro da Síria (2 Rs 5,14). Transparece aqui a preocupação de Lucas em mostrar que a abertura para os pagãos já vinha desde Jesus. Jesus teve as mesmas dificuldades que as comunidades estavam tendo no tempo de Lucas. Mas o apelo de Jesus não adiantou. Ao contrário! As histórias de Elias e Eliseu provocaram mais raiva ainda. A comunidade de Nazaré chegou ao ponto de querer matar Jesus. Mas ele manteve a calma. A raiva dos outros não conseguiu desviá-lo do seu caminho. Lucas mostra assim como é difícil superar a mentalidade do privilégio e do fechamento.
 
*  É importante notar os detalhes no uso do Antigo Testamento. Jesus cita o texto de Isaías até onde diz: "proclamar um ano de graça da parte do Senhor". Cortou o resto da frase que dizia: "e um dia de vingança do nosso Deus". O povo de Nazaré ficou bravo com Jesus por ele pretender ser o messias, por querer acolher os excluídos e por ter omitido a frase sobre a vingança. Eles queriam que o Dia de Javé fosse um dia de vingança contra os opressores do povo. Neste caso, a vinda do Reino seria apenas uma virada da mesa e não uma mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita este modo de pensar, não aceita a vingança (cf.Mt 5,44-48). A sua nova experiência de Deus como Pai/Mãe ajudava-o a entender melhor o sentido das profecias.
 
Para um confronto pessoal
1) O programa de Jesus consiste em acolher os excluídos. Será que nós acolhemos a todos, ou excluímos alguém? Quais os motivos que nos levam a excluir certas pessoas?
2) Será que o programa de Jesus está sendo realmente o nosso programa, o meu programa? Quais os excluídos que deveríamos acolher melhor na nossa comunidade? O que ou quem nos dá força para realizar a missão que Jesus nos deu?

2 de setembro

 São Brocardo
Segundo Prior Geral de Nossa Ordem
 
São Brocardo nasceu em Jerusalém, de pais franceses que se aplicaram em dar-lhe uma educação cristã. Muito cedo sentiu ele o vazio e o nada deste mundo, pelo que decidiu retirar-se para o Monte Carmelo, onde o seu fervor cresceu mais ainda, sob a influência das lições de São Bertholo e dos exemplos de tantos e tão admiráveis religiosos. Lá se devotou de tal sorte no serviço de Deus e da SS. Virgem Maria, que atingiu alto grau de santidade. E assim, após a morte de São Bertoldo, foi, por unanimidade, eleito seu sucessor no governo da Ordem, em 1195. Foi ele quem, se dirigiu ao Patriarca de Jerusalém, a fim de obter aquelas regras cheias de sabedoria que, em 1207, Santo Alberto escreveu para o caro filho Brocardo “e outros eremitas que, sob sua obediência, viviam no Monte Carmelo, junto à Fonte de Elias.” Morreu aos 2 de setembro de 1230, segundo uns e 1231, segundo outros. Foi enterrado no Monte Carmelo, onde ainda se mostra o seu túmulo. Antes de expirar, recomendou aos seus discípulos, que jamais abandonassem as pegadas da augustíssima Virgem Maria e do Patriarca Santo Elias.
 
INVITATÓRIO
Ant. Aclamemos o Senhor, na festa de São Brocardo
 
LAUDES
Hino
Condutor esclarecido
das ovelhas do Senhor,
vivias só para elas,
à imagem do bom Pastor.
 
Nos momentos de perigo,
tu nunca as deixaste sós;
quando chamavas por elas,
conheciam tua voz.
 
A pastagens verdejantes
levavas os teus cordeiros,
por caminhos de doutrina
seguros e verdadeiros.
 
Na condução das ovelhas
tu ias sempre adiante,
contra todos os perigos
sentinela vigilante.
 
Seus celeiros o Senhor
entregou-te como amigo,
e a todos soubeste dar
sua medida de trigo.
 
Que para sempre teu nome
bendito e exaltado seja,
luzeiro do firmamento
e glória da Santa Igreja.
 
Salmodia do dia corrente.
 
Leitura Breve - Hebr. 13, 7-9a
Lembrai-vos dos vossos chefes, que vos anunciaram a palavra de Deus. Considerai o êxito da sua carreira e imitai a sua fé. Jesus Cristo é sempre o mesmo, ontem, hoje e por toda a eternidade. Não vos deixeis transviar por doutrinas incertas e estranhas.
 
Responsório Breve
v. A lei de Deus está no seu coração.
R. A lei de Deus está no seu coração.
v. Os seus passos não vacilam.
R. A lei de Deus está no seu coração.
v. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. A lei de Deus está no seu coração
 
Cântico Evangélico
Ant. Este será abençoado pelo Senhor e recompensado por Deus, seu Salvador, porque esta é a geração dos que procuram o Senhor
 
Preces
Glorifiquemos, irmãos, a Cristo, nosso Deus e Senhor, e, pedindo-lhe que nos ensine a servi-lo em santidade e justiça na sua presença todos os dias da nossa vida, aclamemo-lo dizendo:
 
R. Senhor, só vós sois santo.
 
Senhor Jesus, que quisestes ser igual a nós, em tudo menos no pecado,
— tende piedade de nós. R.
 
Senhor Jesus, que nos chamastes à perfeição da caridade,
— santificai­nos sempre mais. R.
 
Senhor Jesus, que nos mandastes ser sal da terra e luz do mundo,
— iluminai a nossa vida. R.
 
Senhor Jesus, que viestes ao mundo para servir e não para ser servido,
— ensinai-nos a servir-vos humildemente nos nossos irmãos. R.
 
Senhor Jesus, esplendor da glória do Pai e perfeita imagem do ser divino,
— fazei que cheguemos a contemplar o vosso rosto na glória celeste. R.
 
Pai nosso
 
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, santificai vossos servos, pois, ao venerar São Brocardo, vos rogamos humildemente que, por seus méritos, nos livreis de toda adversidade.  Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo.
 
VÉSPERAS
Hino
Jesus, prêmio e coroa
de teus servos fiéis,
glorifica o teu nome,
neste dia de festa.
 
Concede a nós carmelitas
peregrinos de Deus,
a paz e a liberdade
e a vitória final.
 
O santo prior Brocardo
seguindo tuas pegadas
no caminho da cruz
agradou a Deus Pai.
 
Da cidade dos Santos,
onde reina glorioso,
ele nos guie e proteja
nos caminhos do Reino.
 
Glória a Ti, Jesus Cristo,
glória ao Pai e ao Espírito,
na terra e nos Céus,
agora e para sempre.
 
Salmodia do dia corrente.
 
Leitura Breve - Filip 3, 7-8a
Tudo o que para mim era lucro, considerei-o como perda por causa de Cristo. Mais ainda: considero todas as coisas como prejuízo, comparando-as com o bem supremo, que é conhecer Jesus Cristo, meu Senhor. Por Ele renunciei a todas as coisas e considerei tudo como lixo, para ganhar a Cristo.
 
Responsório breve
v. O Senhor é justo e ama a justiça.
R. O Senhor é justo e ama a justiça.
v. Os homens retos contemplarão a sua face. R.
v. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. R.
 
Cântico Evangélico
Ant. O Senhor é a minha herança. O Senhor é bom para a alma que o procura.
 
Preces
Peçamos a Deus Pai, fonte de toda a santidade, que, pela intercessão e exemplo dos Santos, nos conduza a uma vida mais perfeita; e digamos:
 
R. Fazei-nos santos, porque vós sois santo.
 
Pai santo, que nos destes a graça de nos chamarmos e sermos realmente vossos filhos,
— fazei que a santa Igreja cante as vossas maravilhas por toda a terra. R.
 
Pai santo, inspirai os vossos servos a viver dignamente, segundo a vossa vontade,
— e ajudai-nos a dar fruto abundante de boas obras. R.
 
Pai santo, que nos reconciliastes convosco por meio de Cristo,
— conservai-nos na unidade por amor do vosso nome. R.
 
Pai santo, que nos chamastes ao convívio do vosso reino,
— fazei que, comungando o Pão descido do Céu, alcancemos a perfeição da caridade. R.
 
(intenções livres)
 
Pai santo, perdoai aos pecadores as suas culpas
— e levai os defuntos a contemplar no Céu a luz do vosso rosto. R.
 
Pai nosso...
 
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, santificai vossos servos, pois, ao venerar São Brocardo, vos rogamos humildemente que, por seus méritos, nos livreis de toda adversidade.  Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo.

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

XXII Domingo do Tempo Comum

Sta. Teresa Margarida do Sagrado Coração de Jesus (Redi), Virgem de nossa Ordem
 
1ª Leitura (Deut 4,1-2.6-8):
Moisés falou ao povo, dizendo: «Agora escuta, Israel, as leis e os preceitos que vos dou a conhecer e ponde-os em prática, para que vivais e entreis na posse da terra que vos dá o Senhor, Deus de vossos pais. Não acrescentareis nada ao que vos ordeno, nem suprimireis coisa alguma, mas guardareis os mandamentos do Senhor vosso Deus, tal como eu vo-los prescrevo. Observai-os e ponde-os em prática: eles serão a vossa sabedoria e a vossa prudência aos olhos dos povos, que, ao ouvirem falar de todas estas leis, dirão: ‘Que povo tão sábio e tão prudente é esta grande nação!’. Qual é, na verdade, a grande nação que tem a divindade tão perto de si como está perto de nós o Senhor, nosso Deus, sempre que O invocamos? E qual é a grande nação que tem mandamentos e decretos tão justos como esta lei que hoje vos apresento?».
 
Salmo Responsorial: 14
R. Quem habitará, Senhor, no vosso santuário?
 
O que vive sem mancha e pratica a justiça e diz a verdade que tem no seu coração e guarda a sua língua da calúnia.
 
O que não faz mal ao seu próximo, nem ultraja o seu semelhante; o que tem por desprezível o ímpio, mas estima os que temem o Senhor.
 
O que não falta ao juramento, mesmo em seu prejuízo, e não empresta dinheiro com usura, nem aceita presentes para condenar o inocente. Quem assim proceder jamais será abalado.
 
2ª Leitura (Tg 1,17-18.21b-22.27): Caríssimos irmãos: Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descem do Pai das luzes, no qual não há variação nem sombra de mudança. Foi Ele que nos gerou pela palavra da verdade, para sermos como primícias das suas criaturas. Acolhei docilmente a palavra em vós plantada, que pode salvar as vossas almas. Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes, pois seria enganar-vos a vós mesmos. A religião pura e sem mancha, aos olhos de Deus, nosso Pai, consiste em visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e conservar-se limpo do contágio do mundo.
 
Aleluia. Deus Pai nos gerou pela palavra da verdade, para sermos como primícias das suas criaturas. Aleluia.
 
Evangelho (Mc 7,1-8.14-15.21-23): Os fariseus e alguns escribas vindos de Jerusalém ajuntaram-se em torno de Jesus. Eles perceberam que alguns dos seus discípulos comiam com as mãos impuras, isto é, sem lavá-las. Ora, os fariseus e os judeus em geral, apegados à tradição dos antigos, não comem sem terem lavado as mãos até o cotovelo. Bem assim, chegando da praça, eles não comem nada sem a lavação ritual. E seguem ainda outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras, vasilhas de metal, camas. Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: «Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas tomam a refeição com as mãos impuras?». Ele disse: «O profeta Isaías bem profetizou a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: 'Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. É inútil o culto que me prestam, as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos'. Vós abandonais o mandamento de Deus e vos apegais à tradição humana». Chamando outra vez a multidão, dizia: «Escutai-me, vós todos, e compreendei!. Nada que, de fora, entra na pessoa pode torná-la impura. O que sai da pessoa é que a torna impura. Pois é de dentro, do coração humano, que saem as más intenções: imoralidade sexual, roubos, homicídios, adultérios, ambições desmedidas, perversidades, fraude, devassidão, inveja, calúnia, orgulho e insensatez. Todas essas coisas saem de dentro, e são elas que tornam alguém impuro».
 
«Vós abandonais o mandamento de Deus e vos apegais à tradição humana»
 
Rev. D. Josep Lluís SOCÍAS i Bruguera (Badalona, Barcelona, Espanha)
 
Hoje, a palavra do Senhor ajuda-nos a perceber que acima dos costumes humanos estão os Mandamentos de Deus. De facto, com o passar do tempo, é fácil nós distorcermos os conselhos evangélicos e, dando-nos ou não conta, substituir os Mandamentos ou então afogá-los com uma exagerada meticulosidade: «chegando da praça, eles não comem nada sem a lavação ritual. E seguem ainda outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras, vasilhas de metal?» (Mc 7,4). É por isso que a gente simples, com um sentimento popular comum, não fez caso dos doutores da lei nem dos fariseus, que sobrepunham especulações humanas à Palavra de Deus. Jesus aplica a denúncia profética de Isaías contra os religiosamente hipócritas («O profeta Isaías bem profetizou a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: «Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim»: (Mc 7,6)).
 
São João Paulo II, ao pedir perdão em nome da Igreja por todas as coisas negativas que os seus filhos tinham feito ao longo da história, manifestou-o no sentido de que «nos tínhamos separado do Evangelho».
 
«Nada que, de fora, entra na pessoa pode torná-la impura. O que sai da pessoa é que a torna impura» (Mc 7,15), diz-nos Jesus. Só o que sai do coração do homem, desde a interioridade consciente da pessoa humana, nos pode fazer mal. Esta malícia é que causa dano a toda a Humanidade e a cada um. A religiosidade não consiste precisamente em lavar as mãos (recordemos Pilatos que entrega Jesus Cristo à morte!), mas em manter puro o coração.
 
Dito de uma maneira positiva, é o que nos diz santa Teresa do Menino Jesus nos seus Manuscritos biográficos: «Quando contemplava o corpo místico de Cristo (?) compreendi que a Igreja tem um coração (?) entusiasmado de amor». De um coração que ama surgem as obras bem-feitas que ajudam em concreto a quem precisa («Porque tive fome, e me destes de comer?»: Mt 25,35).
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Inutilmente lavam as mãos e se purificam exteriormente enquanto o não fizermos na fonte do Salvador» (São Beda, o Venerável)
 
« O amor dá impulso e fecundidade à vida e ao caminho da fé: sem amor, tanto a vida como a fé permanecem estéreis» (Francisco)
 
« As paixões são componentes naturais do psiquismo humano, constituem o lugar de passagem e garantem a ligação entre a vida sensível e a vida do espírito. Nosso Senhor designa o coração do homem como fonte de onde brota o movimento das paixões (cf. Mc 7,21)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.764)
 
“Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro.”
 
Do site da Ordem do Carmo em Portugal.
 
* O Evangelho do 22º Domingo do Tempo Comum fala dos costumes religiosos da época de Jesus, dos fariseus que ensinavam ao povo estes costumes e das instruções de Jesus referentes ao tema.
Muitos destes usos e costumes tinham já perdido o seu significado e tornavam muito difícil a vida do povo. Os fariseus viam pecado em tudo e ameaçavam com o castigo do inferno. Por exemplo, comer sem lavar as mãos era considerado pecado. Estes usos e costumes continuavam a ser transmitidos e ensinados ou por medo ou por superstição. Conheces algum uso religioso de hoje que tenha perdido o seu significado mas que continua a ser ensinado? No decorrer da leitura do texto procuraremos colocar a atenção na conduta de Jesus, no que ele diz a respeito dos fariseus e no que  ensina relativamente aos usos e costumes ensinados pelos fariseus.
 
* Marcos 7, 1-2: Controle dos fariseus e liberdade dos discípulos. Os fariseus e alguns escribas, vindos de Jerusalém, observavam que os discípulos de Jesus comiam o pão com as mãos impuras. Há aqui três pontos que merecem ser realçados: 1) – Os escribas são de Jerusalém, da capital! Isto quer dizer que vieram para observar e controlar os passos de Jesus. 2) – Os discípulos não lavam as mãos antes de comer, o que quer dizer que a convivência com Jesus dá-lhes coragem para transgredir as normas impostas pela tradição mas que não têm sentido para a vida. 3) – O costume de lavar as mãos, que continua hoje a ser uma importante norma de higiene, tomou para eles um significado religioso que servia para controlar e discriminar as pessoas.
 
* Marcos 7, 3-4: Explicação de Marcos sobre a tradição dos antigos. “As tradições dos antigos” transmitia as normas que deveriam ser observadas pelo povo para poder obter a pureza legal requerida pela lei. A observância da pureza era um tema muito sério. Pensava-se que uma pessoa impura não podia receber a bênção prometida por Deus a Abraão. As normas da pureza eram ensinadas de modo que as pessoas as cumprindo pudessem ter um caminho para Deus, fonte de paz. Na realidade, em vez de serem uma fonte de paz, eram uma prisão, uma escravatura. Para os pobres era praticamente impossível observá-las. Trava-se de centenas e centenas de normas e leis. Por isso os pobres eram desprezados e considerados ignorantes e malditos pelos que conheciam a lei (Jo 7, 49).
 
* Marcos 7, 5: Escribas e fariseus criticam o comportamento dos discípulos de Jesus. Os escribas e fariseus perguntam a Jesus: “Porque é que os teus discípulos não obedecem à tradição dos antigos e tomam alimento com as mãos impuras?”. Eles fingem estar interessados em conhecer o porquê da conduta dos discípulos! Na realidade, criticam Jesus por permitir que os discípulos transgridam as normas da pureza. Os escribas e doutores da lei eram os encarregados da doutrina. Dedicavam a sua vida ao estudo da Lei de Deus, sobretudo às normas referentes à pureza. Os fariseus formavam uma espécie de irmandade, cuja preocupação principal era a de observar todas as leis relativas à pureza. A palavra fariseu significa separado. Eles lutavam para que através da observância perfeita das leis da pureza, o povo conseguisse ser puro, separado e santo como exigia a Lei e a Tradição. Graças ao testemunho exemplar das suas vidas que observavam as normas da época, eles tinham muita autoridade nas aldeias da Galileia.
 
* Marcos 7, 6-8: Resposta dura de Jesus perante a falta de coerência dos fariseus. Jesus responde citando Isaías: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Vazio é o culto que me prestam e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos” (Is 29, 13). Porque os fariseus, insistindo nas normas da pureza, esvaziavam a consistência dos mandamentos da lei de Deus. Jesus apresenta em seguida um exemplo concreto de como tornam insignificante o preceito de Deus.
 
* Marcos 7, 9-13: Exemplo concreto de como os fariseus tornavam inconsistente o mandamento de Deus. A “tradição dos antigos” ensinava: o filho que consagra os seus bens ao Templo não poderá já usar estes bens para ajudar os pais necessitados. E assim, em nome da tradição, eles esvaziavam o quarto mandamento que manda amar o pai e a mãe. Hoje em dia encontramos pessoas que actuam do mesmo modo. Parecem muito observantes mas só o são exteriormente. Interiormente, o coração está longe de Deus. No tempo de Jesus, o povo, na sua sabedoria, não estava de acordo com tudo o que era ensinado. Esperava que um dia o Messias viesse indicar outro caminho para ser puro. Esta esperança realiza-se em Jesus.
 
* Marcos 7, 14-16: Esclarecimento feito por Jesus às pessoas: um novo caminho para chegar a Deus. Jesus diz: “Não há nada fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro” (Mc 7, 15). Jesus inverte as coisas: o que é impuro não vem de fora para dentro, como ensinam os doutores da lei, mas de dentro para fora. Deste modo, ninguém tem necessidade de perguntar a si mesmo se determinado alimento ou bebida são puros ou não. Jesus coloca o que é puro ou impuro noutro nível, no nível do comportamento ético. Abre um caminho para chegar a Deus e, assim, realiza o desejo mais profundo das pessoas. E Jesus termina o seu esclarecimento com uma expressão que gosta muito de usar: “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça!”. Ou seja: é isto! Vós ouvistes! Agora procurai entender! Dito com outras palavras: usai a cabeça e o bom senso e analisai as coisas partindo da experiência que tendes da vida.
 
* Marcos 7, 17-23: Esclarecimento de Jesus aos discípulos. Os discípulos não entenderam o que Jesus queria dizer com aquela afirmação. Quando chegaram a casa pediram-lhe uma explicação. Este pedido deixou Jesus admirado. Pensava que ao menos eles tivessem compreendido. A explicação vai ao fundo da questão da pureza. Declara puros todos os alimentos. Ou seja, nenhum alimento que desde fora entre no ser humano pode torná-lo impuro, porque não vai para o coração, mas para o estômago e é expelido em lugar próprio. O que torna impuro, diz Jesus, é o que desde dentro, desde o coração, sai para envenenar as relações humanas: os maus pensamentos, as prostituições, roubos, assassínios, adultérios, ambições, perversidade, má fé, devassidão, inveja, maledicência, orgulho, desvarios. Assim, de muitos modos, por meio da palavra, do gesto ou da convivência, Jesus ajudava as pessoas a serem puras. Por meio da palavra purificava os leprosos (Mc 1, 40-44), afastava os espíritos imundos (Mc 1, 26-39; 3, 15.22, etc.) e vencia a morte, fonte de todas as impurezas. Por meio do gesto, a mulher considerada impura volta a ficar limpa (Mc 5, 25-34). Por meio da convivência com Jesus, os discípulos animam-se a imitá-lo ele que, sem medo de ficar contaminado, come com as pessoas consideradas impuras (Mc 2, 15-17).
 
* As leis da pureza e da impureza no tempo de Jesus. As pessoas daquela época tinham uma grande preocupação com a questão da pureza. As normas acerca dela indicavam as condições necessárias para poder colocar-se na presença de Deus e sentir-se bem diante dele. Não se podia estar diante de Deus de qualquer modo, porque Deus é santo. A Lei dizia: “Sede santos, porque Deus é Santo!” (Lv 19, 2). Quem não estivesse puro não podia colocar-se diante de Deus para receber a bênção prometida a Abraão. Para entender a seriedade e a gravidade destas leis acerca da pureza convém recordar o que acontecia nas nossas igrejas faz agora uns cinquenta anos. Antes do Concílio Vaticano II, para poder comungar pela manhã era necessário estar em jejum desde a meia-noite anterior. Quem comungasse sem ter jejuado cometia pecado mortal chamado sacrilégio. Pensava-se que algum alimento ou bebida tornava-nos impuros para receber a hóstia consagrada. Também no tempo de Jesus havia muitas coisas e atividades que tornavam as pessoas impuras, impossibilitando-as de colocarem-se diante de Deus: tocar um leproso, comer com publicanos, comer sem lavar as mãos, tocar o sangue ou um cadáver etc. Por tudo isto as pessoas “impuras” deviam ser evitadas. O povo vivia apartado, sempre ameaçado com tantas coisas impuras que ameaçavam a sua vida. Todos viviam debaixo do medo, temerosos de tudo e de todos. Agora, com a vinda de Jesus, tudo muda. Pela fé em Jesus, era possível alcançar a pureza e sentir-se comodamente diante de Deus, sem que fosse necessário observar todas aquelas leis e normas da “tradição dos antigos”. Foi uma autêntica revolução! A Boa Nova anunciada por Jesus faz sair o povo da posição defensiva e restitui-lhe o gosto de viver, a alegria de ser filhos de Deus, sem medo de ser feliz.
 
Algumas perguntas para ajudar na meditação e na oração
1) O que é que mais gostaste e mais te chamou a atenção no texto? Por quê?
2) Segundo o texto, quais os costumes que os fariseus ensinavam ao povo? Que crítica faz Jesus aos fariseus?
3) No texto qual é o novo caminho ensinado por Jesus às pessoas para chegarem a Deus?
4) Em nome da “tradição dos antigos” não observavam os mandamentos. Acontece ainda hoje o mesmo? Onde?
5) Os fariseus eram judeus praticantes mas a sua fé estava separada da vida do povo e por isso Jesus critica-os. Hoje, Jesus criticar-nos-ia? Em quê?

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

1º de setembro

 
Sta. Teresa Margarida do Sagrado Coração de Jesus (Redi)
Virgem de nossa Ordem
 
Nasceu em Arezzo (Toscana) da nobre família Redi, no ano 1747. Entrou para as Carmelitas Descalças de Florença no dia 1º de setembro de 1764. Enriquecida com a singular experiência contemplativa da expressão do Apóstolo S. João «Deus é amor», sentiu o chamamento à vida oculta pelo caminho do amor e da imolação de si mesma. Consumou a sua vocação e confirmou-a com o heroico exercício da caridade fraterna. Entrou na posse plena do amor de Deus no ano 1770 no Carmelo de Florença.
 
INVITATÓRIO
Ant. Vinde, adoremos o Senhor, Rei das virgens.
 
LAUDES
Hino
De perfume, ó flor da graça,
do Carmelo encheste as celas;
no Céu, hoje, coroada,
brilhas, joia das mais belas.
 
Ó Margarida, que fulguras
entre os coros virginais
que vão seguindo o Cordeiro,
entre cantos nupciais.
 
Concede-nos que andemos
no amor íntimo do Esposo,
para ser, Cristo somente,
nossa vida, paz e gozo.
 
Faze-nos sempre sentir,
do Pai, a excelsa ternura,
que é primeiro amor e único,
fonte de pura doçura.
 
Por ti nos infunda o Espírito,
da vida eterna, o caudal;
retribuir desejamos,
o seu amor paternal.
 
Tu, que sentiste a Trindade,
dá-nos tal graça também,
e, contigo, a sua glória
cantemos para sempre. Amém.
 
Salmodia do dia corrente.
 
Leitura breve - Cl 3,1-4
Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo sentado à direita de Deus', aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres, pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós também aparecereis com ele, revestidos de glória.
 
Responsório breve
R. Falou-me o coração, * procurei a vossa face. R. Falou-me.
V. A vossa face eu procuro, Senhor. * Procurei. Glória ao Pai.
R. Falou-me.
 
Cântico evangélico
Ant. Sou o Caminho, a Verdade e a Vida: ninguém chega ao Pai senão por mim.
 
Preces
Adoremos a Cristo, chave de todos os segredos do Pai; e digamos com fé:
 
R. Senhor, mostrai-nos o Pai!
 
Cristo, que sois o Caminho, a Verdade e a Vida,
- sede o nosso caminho para chegarmos ao Pai. R.
 
Vós, que sois a Luz do mundo e o Esplendor da glória do Pai,
- iluminai a noite escura da nossa fé, enquanto caminhamos para o Pai. R.
 
Cristo, Palavra do Pai, que vos fizestes carne, e chamastes Santa Teresa Margarida para imitar pela fé vossa intimidade com o Pai,
- concedei-nos perseverar sempre na vida escondida convosco em Deus. R.
 
Jesus, espelho e prêmio da humildade, que viestes não para ser servido, mas para servir,
- ensinai-nos hoje a realizar os serviços mais humildes, agradáveis ao Pai, que vê no segredo. R.
 
Cristo, Palavra de Deus, que vos fizestes passível e paciente no meio de nós,
- fazei que, a exemplo de Santa Teresa Margarida, sigamos a vós crucificado por amor da vossa Igreja, que é o vosso Corpo. R.
 
Jesus, que tanto amastes a vossa Mãe, companheira fiel na obra da Salvação,
- fazei que, por intercessão de Maria, estejamos prontos a realizar com amor a vontade do Pai. R.
(intenções livres)
 
Pai Nosso
 
Oração
Senhor, Nosso Deus, que concedestes a Santa Teresa Margarida encontrar no Coração do Salvador tesouros inestimáveis de humildade e caridade, concedei-nos, por sua intercessão, jamais nos separarmos do amor de Jesus, vosso Filho, que é um só Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
 
VÉSPERAS
Hino
Ó santa virgindade,
Imagem do Deus incorruptível,
Arvore da vida!
 
Ó santa virgindade,
Coroa de glória e cetro do Reino,
Espelho do Deus imortal!
 
Ó santa virgindade,
Harmonia de um mistério admirável,
Como são belas as coroas
E as vitórias dos teus combates!
 
Ó santa virgindade,
Luz da liberdade e vida celeste,
Templo de Deus e morada do grande Rei!
 
Ó santa virgindade,
Paraíso do Omnipotente,
Herança da família do Deus imortal!
 
Ó santa virgindade,
Glória de Deus, fraternidade dos Anjos,
Árvore florescente de perpétua santidade!
 
Ó santa virgindade,
Em ti se completa a vitória de Cristo,
Em ti resplandece o poder do Omnipotente,
Em ti repousa o Espírito de Deus.
 
Leitura breve - 1Jo 4,16b
Deus é Amor: quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele.
 
Responsório breve
R. Águas torrenciais'* jamais apagarão o amor! R. Águas.
V. Nem os rios poderão afogá-lo! * Jamais. Glória ao Pai.
R. Águas.
 
Cântico evangélico
Ant. Assim como o Pai me amou também eu vos amei: permanecei no meu amor.
 
Preces
Louvemos a Cristo, que no amor de Deus e do próximo nos legou o seu mandamento supremo; confiantes supliquemos:
 
R. Concedei-nos, Senhor, o vosso amor.
 
Cristo, que no vosso Coração nos revelastes o amor eterno do Pai,
- fazei-nos testemunhas vivas do Divino Amor. R.
 
Cristo, que viestes trazer o fogo à terra,
-inflamai-nos na fogueira deste amor, que abrasava o coração de Santa Teresa Margarida. R
 
Vós, que sempre fizestes o que agrada ao Pai,
- fazei que a nossa vida seja em tudo uma homenagem de amor filial ao Amor do Pai. R.
 
Vós, que fizestes do nosso próximo o sacramento da vossa presença,
- concedei que vos sirvamos com amor em todos os irmãos e irmãs, e vos descubramos em cada um deles. R.
 
(intenções livres)
 
Vós, que vos apressastes em chamar na flor da idade Santa Teresa Margarida abrasada no vosso amor,
_ apressai-vos em receber quanto antes no Reino eterno do Amor os nossos irmãos e irmãs falecidos. R.
 
Pai Nosso
 
Oração
Senhor, Nosso Deus, que concedestes a Santa Teresa Margarida encontrar no Coração do Salvador tesouros inestimáveis de humildade e caridade, concedei-nos, por sua intercessão, jamais nos separarmos do amor de Jesus, vosso Filho, que é um só Deus convosco na unidade do Espírito Santo.