sábado, 13 de junho de 2015

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – Domingo XI (B) do Tempo Comum


Textos: Ez 17, 22-24; 2 Cor 5, 6-10; Mc 4, 26-34
Evangelho (Mc 4,26-34): Naquele tempo, Jesus dizia-lhes: «O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra. Quer ele esteja dormindo ou acordado, de dia ou de noite, a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. A terra produz o fruto por si mesma: primeiro aparecem as folhas, depois a espiga e, finalmente, os grãos que enchem a espiga. Ora, logo que o fruto está maduro, mete-se a foice, pois o tempo da colheita chegou». Jesus dizia-lhes: «Com que ainda podemos comparar o Reino de Deus? Com que parábola podemos apresentá-lo? É como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce e se torna maior que todas as outras hortaliças, com ramos grandes a tal ponto que os pássaros do céu podem fazer seus ninhos em sua sombra». Jesus lhes anunciava a palavra usando muitas parábolas como estas, de acordo com o que podiam compreender. Nada lhes falava sem usar parábolas. Mas, quando estava a sós com os discípulos, lhes explicava tudo.

Comentário: Fr. Faust BAILO (Toronto, Canadá)

«O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra e a terra produz o fruto por si mesma»

Hoje, Jesus nos oferece duas imagens de grande intensidade espiritual: a parábola do crescimento da semente e a parábola do grão de mostarda. São imagens da vida ordinária que resultavam familiares aos homens e mulheres que o escutavam, acostumados como estavam a semear, regar e colher. Jesus utiliza algo que lhes era conhecido —a agricultura—para lhes ilustrar sobre algo que não lhes era conhecido: O Reino de Deus.

Efetivamente, o Senhor lhes revela algo de seu reino espiritual. Na primeira parábola lhes disse: «O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra» (Mc 4,26) e introduz a segunda dizendo: «Com que ainda podemos comparar o Reino de Deus (…)? É como um grão de mostarda » (Mc 4,30).

A maior parte de nós temos já pouco em comum com os homens e mulheres do tempo de Jesus e, porém, estas parábolas continuam ressoando nas nossas mentes modernas, porque detrás do semear, do regar e da colheita, intuímos o que Jesus nos está dizendo: Deus enxertou algo divino nos nossos corações humanos.

O que é o Reino de Deus? «É Jesus mesmo», nos lembra Bento XVI. E nossa alma «é o lugar essencial onde se encontra o Reino de Deus»- Deus quer viver e crescer no nosso interior! Procuremos a sabedoria de Deus e obedeçamos a suas insinuações interiores; se o fazemos, então nossa vida adquirirá uma força e intensidade difíceis de imaginar.

Se correspondermos pacientemente a sua graça, sua vida divina crescerá na nossa alma como a semente cresce no campo, tal como o místico medieval Mestre Eckhart expressou belamente: «A semente de Deus está em nós». Se o agricultor é inteligente e trabalhador, crescerá para ser Deus, cuja semente é, seus frutos serão da natureza de Deus. «A semente da pêra se transforma em árvore da pêra; a semente da noz; em árvore de nogueira, a semente de Deus, se transforma em Deus».

O Reino de Deus é como uma planta.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

Santo Pai Eliseu
O Reino de Deus com planta começa primeiramente como simples semente no dia do nosso batismo. Vem o talo débil. Com a água e o sol da graça e dos sacramentos, essa planta cresce e se converte em arvore com folhas, flor e fruto. E nos dá sombra e nos alimenta.

Em primeiro lugar, esse Reino de Deus começou humilde com doze homens débeis. Jesus plantou essa semente no interior desses homens pescadores. Foi aguando essa semente com a água da sua Palavra e com o adubo e nutriente do seu sangue. E esse Reino ia crescendo na mente, no coração e na vontade dos apóstolos. Em três anos de vida pública quanto mudou nesses pobres e simples homens! A sua mente feita só de categorias humanas-pesca, impostos, ambições, fanatismos- foi se abrindo à dimensão transcendente: pesca de homens, impostos compartilhados, ambições convertidas em espírito de serviço, e fanatismos, em abertura e respeito por todos. O seu coração que estava circunscrito ao grupo dos seus familiares e amigos foi se dilatando e abrindo a outras culturas às que também estava destinada essa semente do Reino de Cristo. E cada um dos apóstolos foi evangelizar estes povos de Deus, com uma vontade de ferro. No ano 150 Tertuliano pôde dizer: “Somos de ontem e enchemos o mundo”. E o furacão chamado Saulo de Tarso que viajou por Ásia, Grécia, Roma.  Fundando comunidades eclesiais e levando o pólen dessa planta do Reino, embora isto supusesse para ele fomes, cadeia, torturas, naufrágios e perigos sem fim. 

Em segundo lugar, esse Reino de Deus foi crescendo e estendendo os seus galhos lá onde fosse possível, chegando a lugares insuspeitáveis onde tinha impérios imponentes com árvores bem crescidas e culturas bimilenárias, mas onde faltava a seiva divina e evangélica. E assim esse primeiro grupo de pescadores foi se espalhando por todo o mundo, formando a Igreja. Igreja que é o fruto da morte de Cristo, regada com a sua água, vivificada com o seu sangue; água e sangue que brotaram do seu lado aberto. Os apóstolos, depois de Pentecostes saíram e estenderam os seus galhos, tornando-se árvore frondosa, onde muitos dos seus frutos foram comidos pelas feras, outros pisoteados, burlados; e alguns foram saboreados por almas famintas de paz, amor, justiça e felicidade. E depois dos apóstolos muitos missionários, deixando as suas pátrias e famílias, embarcavam-se a mundos desconhecidos, com o único imperativo interior de levar a semente desse Reino de Cristo: o Novo Mundo de América, Ásia, África e Oceania. Não foi fácil a expansão dessa semente, de século em século. Em algumas épocas foi sufocada pela moral decadente, pelo poder arbitrário dos Estados absolutistas, pelas heresias que queriam misturar a boa semente com o joio, por apostasias que clamavam ao céu, por filosofias ateias, por ideologias de cunho marxista, liberal, hedonista e materialista; por grandes tempestades e furacões que queriam destruir essa semente, e, logicamente, apenas tinha espaço para germinar.      

Finalmente, esse Reino de Deus quer também crescer em cada um de nós, interiormente. Para isso temos que deixar aberta a nossa mente para que entre e possam tomar força os critérios evangélicos. Para isso temos que abrir o coração para que essa semente se fecunde e purifique os nossos afetos limpando-os e elevando-os com a caridade de Cristo. Para isso temos que permitir que a semente do evangelho encontre um buraco na nossa vontade e provoque a revolução da conversão do pecado à graça.  

Para refletir: como estão as raízes da minha árvore cristã, fortes porque estão alimentadas pela Palavra e pela Eucaristia? Como está o tronco: firme ou a ponto de cair diante do primeiro vendaval? E as folhas: verdes ou secas? Estou dando frutos saborosos de virtudes? Compartilho esses frutos na minha família, no meu trabalho, na minha paróquia, entre os meus amigos? Quantos “pássaros vêm e aproveitam da sombra debaixo da minha árvore? ”

Para rezar: Senhor, continuai regando e adubando com a vossa graça a árvore do Reino que cresceu no meu interior para que chegue à maturidade e dê frutos de vida eterna. E dai-me força e coragem e ousadia para levar o pólen do meu bom exemplo e da minha palavra convencida e sincera a fim de que chegue a todas as extremidades da terra e fiquem assim fecundadas com a semente do vosso Evangelho.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

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