Textos: Is 40, 1-5.9-11; 2 Pe 3, 8-14; Mc 1,
1-8
«Endireitai os caminhos
do Senhor!»
O
testemunho de João Batista convida-nos nesta semana a vivermos o significado de
cada Natal: o encontro autêntico com Jesus, centro e fim da nossa fé. Preparar
os caminhos do Senhor e endireitar as suas veredas, é uma tarefa constante de
cada cristão, um caminho de conversão permanente que não nos deve apanhar
descuidados e desatentos, mas centrados no que é fundamental para nós: a
certeza de que Jesus, vem de novo para nos salvar. Na voz do profeta estão
reunidas as vozes dos profetas de todos os tempos. Essencial, é descobrirmos o
que essa profecia significa para nós hoje e que mensageiros e que mensagem nos
anunciam os verdadeiros profetas do nosso tempo que insistentemente nos dizem:
preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

João Batista é exemplo
do que ele prega a todos nós e a toda a Igreja: “arrependei-vos, fazei
penitencia e preparai os caminhos para o Senhor”.
Comentário sobre a liturgia do Pe. Antonio Rivero, L.C.
No
domingo passado Deus nos pedia para estar alertas e vigiar. Hoje através do
profeta Isaias (1 leitura) e João Batista nos urge a preparar o caminho do
nosso coração para receber Cristo (evangelho). Isto supõe uma luta contra o
pecado e um imenso trabalho pela santidade para levar uma vida sem mancha nem
censura (2 leitura). São João Batista, ao falar assim tão forte e convicto,
sacudiu as colunas da religião e os corações dos homens, e os nossos corações.
Então, os homens e mulheres abriram para ele as contas correntes das suas
vidas- e nós? -, os sacerdotes de Jerusalém lhe abriram um expediente- também
nós?-, o rei Herodes lhe abriu as portas da masmorra de Maqueronte e, a pedido
de uma corista, cortou a cabeça de João para não escutar esses gritos
ensurdecedores, tomara que nós nunca!-. Caiu eliminado como um profeta.
Em
primeiro lugar, não podemos negar que este São João Batista, que em cada ano
vem ao nosso encontro no Advento, é um “sujeito esquisito” aos olhos deste mundo
cheio de prazeres, consumista, que se interessa só com esta vida e é
ambiciosamente competitivo. Vestia áspero como um camelo, comia gafanhotos na
grelha do sol e mel silvestre, bebia agua do rio, vivia solteiro conventual e
amanhecia do mesmo jeito que quando chegava o anoitecer: rosto por terra e em
oração. Ele era radical. E durante o dia, era gritar para preparar os caminhos
do Senhor. Sim, os caminhos da consciência, para livrá-la de tanta fuligem
acumulada pelo pecado. Sim, os caminhos da mente, para que se abra aos
critérios de Deus, e não ande por ai destilando ideias liberais e opostas à sua
Palavra salvadora no campo da moral familiar, sexual e doutrinal que raspa à
ambiguidade, quando não à heresia. Sim, os caminhos da afetividade, para que essa
força poderosa que temos ame Deus sobre todas as coisas e o próximo, por cima
do egoísmo, dos apegos e das túrbidas ovações pessoais. Sim, os caminhos da
vontade, para que sempre escolha na liberdade e no amor o que Deus pede para a
nossa felicidade temporal e para a nossa salvação eterna, embora exija
sacrifício, renúncia e meter freio no capricho e na inconstância. Obrigado,
João Batista, por nos lembrar disto neste tempo do Advento, embora a sua voz
nos incomode e atordoe!
![]() |
Sto Ambrósio, Bispo e Doutor |
Em
segundo lugar, embora este João Batista seja, num certo sentido, um “sujeito
esquisito”, aos olhos de Cristo, porém, é amigo do Esposo e um grande profeta
porque durante a sua curta vida só falou das três coisas que preocupam os
homens e as mulheres de todos os séculos, raças, culturas, religiões,
continentes: primeiro, que somos maus; segundo, que temos que ser bons; e
terceiro, que devemos nos reconciliar com Deus. Pouca coisa! Os leigos, os
padres, os bispos e o Papa, pregamos estas verdades? Três verdades: pecado,
arrependimento e reconciliação. João Batista atirava a flecha nessas três
dianas. O tiro certeiro da sua flecha chegou a todos?
Finalmente,
se hoje voltasse este João Batista com esses cabelos, essa palavra afiada e
essa vida, não seria anacrônico? Seria bem recebido, quando não lhe interessa o
dinheiro, nem o bem-estar nem a comodidade nem o prazer nem...? Não tenho a
menor dúvida de que, se hoje voltasse e fundasse cátedra de espartano nas
margens de qualquer rio de um lugar perdido por ai ou num arranha-céus americano...
Seria um eletroímã: todos iriam onde ele estivesse. Porque vendo bem as coisas,
se os homens de hoje buscam algo, é a autenticidade e ele foi bem autentico;
bravura, ele foi bravo; toque divino, ele era um tocado de Deus; visionário de
transcendências divinas, ele era um visionário. Ou talvez eu esteja errado.
Para refletir:
1. Reconheço que sou pecador?
2. Estou arrependido dos meus pecados de
pensamento, de palavra, de obra, de omissão...da minha infância, adolescência,
juventude, idade madura e velhice...dos meus pecados ocultos e desconhecidos?
3. Irei neste Advento ao sacramento da
reconciliação para encontrar-me com esse Padre cheio de misericórdia e ternura
para que me perdoe, me purifique e assim poder chegar menos indignamente
preparado para o santo Natal?
Para rezar: Senhor, reconheço a vossa infinita
misericórdia. Senhor, reconheço os meus imensos pecados e vos peço que me
perdoeis através do vosso ministro sagrado, empapando-me com o sangue do vosso
Filho Jesus Cristo. Só assim, terei os meus caminhos preparados para quando
vierdes neste Natal e possa eu abrir-vos a minha porta e possais Vós cear
comigo e eu convosco.
Qualquer
sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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