sábado, 19 de abril de 2014

A RESSURREIÇÃO DE JESUS

Acreditar na ressurreição de Jesus, para o cristão, é uma condição de existência: SOMOS CRISTÃOS PORQUE ACREDITAMOS QUE JESUS ESTÁ VIVO, TRIUNFOU DA MORTE, RESSUSCITOU, E É, PARA TODOS OS HUMANOS, O ÚNICO MEDIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS. Dessa mediação participam a seu modo tudo aquilo (o universo e tudo aquilo que contém) e todos aqueles (dos mais sábios aos mais humildes) que, pela vida e pela palavra, proclamam o poder e a misericórdia de Deus que sustenta todo o universo e nos chama a todos a participar de sua vida.

A FÉ NA RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO É O FUNDAMENTO DA MENSAGEM CRISTÃ.

A fé cristã estaria morta se lhe fosse retirada a verdade da ressurreição de Cristo. A ressurreição de Jesus são as primícias de um mundo novo, de uma nova situação do homem. Ela cria para os homens uma nova dimensão de ser, um novo âmbito da vida: o estar com Deus. Também significa que Deus manifestou-se verdadeiramente e que Cristo é o critério no qual o homem pode confiar.

A fé na ressurreição de Jesus é algo tão essencial para o cristão que São Paulo chegou a escrever: “Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia, e vazia também a vossa fé” (1Cor 15, 14).

A ressurreição de Cristo não é apenas o milagre de um cadáver reanimado. Não se trata do mesmo evento que ocorreu com outros personagens bíblicos como a filha de Jairo (cf. Mc 5, 22-24) ou Lázaro (cf. Jo 11, 1-44), que foram trazidos de volta à vida por Jesus, mas que, mais tarde, num certo momento, morreriam fisicamente.

Jesus ressuscitado não voltou à vida normal que tinha neste mundo. Isso foi o que aconteceu com Lázaro e outros mortos ressuscitados por Ele. Jesus “partiu para uma vida diversa, nova: partiu para a vastidão de Deus, e é a partir dela que Ele se manifesta aos seus”, prossegue o Papa.

A ressurreição de Cristo é um acontecimento dentro da história que, ao mesmo tempo, rompe o âmbito da história e a ultrapassa.

O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento que teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento. Ao mesmo tempo, é um evento misteriosamente transcendente, enquanto entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus (cf. CIC, 639 e 656).

COMO É APRESENTADA NO NT A RESSURREIÇÃO DE JESUS?

A fé na ressurreição é apresentada no NT de três maneiras fundamentais:

CONFISSÕES OU FÓRMULAS DE FÉ
• 1Co 15,3-5 é um exemplo. Trata-se de uma confissão de fé pré-paulina, recebida por Paulo da comunidade primitiva da palestina. Outros exemplos são Rm 1,3-4; 10,9; At 2,23-24. São um resumo da pregação primitiva, do anúncio da morte-ressurreição de Jesus Cristo, dimensão central da salvação.

TESTEMUNHAS QUE AFIRMAM A REALIDADE DA RESSURREIÇÃO
• O primeiro é o testemunho das pessoas que encontraram Cristo ressuscitado - At 10,40-42.  Essas testemunhas da ressurreição de Cristo são, antes de tudo, Pedro e os Doze apóstolos, mas não somente eles. São Paulo fala claramente de mais de quinhentas pessoas às quais Jesus apareceu de uma só vez, além de Tiago e de todos os apóstolos (cf. CIC, 642; 1 Cor 15, 4-8).

• Temos razões sólidas para crer na veracidade das testemunhas:
1. Os discípulos não contavam com as aparições;
2. A fé inicial pré-pascal sucumbiu diante da cruz de Jesus;
3. Paulo foi perseguidor dos cristãos;
4. Todas as testemunhas, em lugares e tempos diversos, viveram a mesma experiência, todos viram o Senhor ressuscitado;
5. A experiência pascal mudou radicalmente a vida dos discípulos

A fé na ressurreição não surgiu tardiamente na história das primeiras comunidades cristãs, mas é o eco direto da missão de Cristo acompanhada dia a dia pelos Apóstolos. Esta perspectiva horrorizava os gregos, pois lhes parecia equivaler à volta ao cárcere ou ao sepulcro do corpo. São Paulo, na 1ª carta aos Coríntios parte do fato da ressurreição de Cristo, verdade tranquilamente aceita por todos; o que eles punham em dúvida, era sua própria ressurreição. “Se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é nossa pregação, vazia também é a vossa fé” (1 Cor 15, 12-14).

Vê se, pois, que a Igreja antiga estava convicta da ressurreição de Cristo: Nem todos, porém, queriam aceitar semelhante sorte para si, por motivos filosóficos.

Vem ao caso ainda o texto de Lc 24, 36-43: “Jesus se apresentou no meio dos Apóstolos e disse: ‘A paz esteja convosco’. Tomados de espanto e temor, imaginavam ver um espírito. Mas ele disse: Por que estais perturbados e por que surgem tais dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu’. Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho’. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, como, por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam surpresos, disse-lhes: ‘Tendes o que comer?’ Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o então e comeu-o diante deles”.

Aos Apóstolos amedrontados, que julgavam ver um fantasma, Jesus pede que o apalpem e verifiquem que tem carne e ossos: “Vede minhas mãos e meus pés, vede que sou eu mesmo” (Lc 24, 39). Além disto, comeu na presença deles para lhes incutir o realismo de sua corporeidade ressuscitada (vv. 42s). Também é importante o texto de Jo 20, 19s: na noite de Páscoa, Jesus aparece aos discípulos e dá-lhes a tocar suas mãos e seu lado, certamente porque aí estavam as chagas que o identificavam como o Senhor morto e ressuscitado. A São Tomé, incrédulo, disse Jesus com mais ênfase ainda: “Põe teu dedo aqui, e vê minhas mãos. Estende tua mão e põe-na no meu lado, e não sejas incrédulo, mas crê”. Respondeu-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 27s). A pouca fé do Apóstolo foi assim vencida pela evidência dos fatos.

O TÚMULO VAZIO.

• O primeiro acontecimento da manhã do domingo de Páscoa foi a descoberta do sepulcro vazio; cf. Mc 16, 1-8. Os chefes dos judeus tomaram consciência do significado deste fato, e resolveram dissipá-la: “Deram aos soldados uma vultosa quantia de dinheiro, recomendando: ‘Dizei que os seus discípulos vieram de noite, enquanto dormíeis, e roubaram o cadáver de Jesus. Se isto chegar aos ouvidos do Governador, nós o convenceremos, e vos deixaremos sem complicação’. Eles tomaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções recebidas. E espalhou-se esta história entre os judeus até o dia de hoje” (Mt 28, 12-15).

• Ao comentar este episódio, S. Agostinho salienta a sua índole ridícula; os guardas não podiam ser testemunhas de algo ocorrido durante o sono dos mesmos. Quem dormiu, não foram os guardas, mas foram os chefes dos teus, que deram tais ordens aos guardas.

• O sepulcro vazio, na verdade, era condição indispensável para que os tolos pudessem anunciar a ressurreição de Jesus pouco tempo depois sua morte (cf. At 2, 24-32). A pregação da ressurreição de Jesus, por dos Apóstolos, teria sido totalmente desacreditada se em Jerusalém desse mostrar um sepulcro a conter o cadáver de Jesus em decomposição arautos da ressurreição teriam sido escarnecidos se o sepulcro ode Jesus não falasse em favor deles. ” O sepulcro vazio significa que o cadáver de Jesus foi assumido pela humana de Jesus, de modo a reconstituir a sua natureza íntegra, à estava unida a Divindade da segunda Pessoa da SS. Trindade.

A RESSURREIÇÃO DE JESUS FOI UM FATO HISTÓRICO QUE POSSUI SIGNIFICADOS ESPIRITUAIS.

As implicações teológicas da ressurreição de Jesus são principalmente as três seguintes:

1) Corroborar e autenticar a pregação de Jesus, pois se Deus pode ressuscitar um morto; se ressuscitou Jesus, quis assim pôr sua chancela sobre a missão de Cristo;

A ressurreição de Jesus atesta que Ele é exatamente quem disse ser – Rm 1.4
• Durante seu ministério terreno por suas ações e palavras Jesus reivindicou divindade. Alguns o querem apenas como um líder moralista. Ou Ele é quem disse ser ou estava enganando as pessoas.
• Se Ele não tivesse ressuscitado, tudo o que Ele disse a respeito de si mesmo perderia a autoridade, mas ao ressuscitar Ele confirma ser quem disse ser!

2) É penhor da nossa própria ressurreição, pois há continuidade entre a sorte de Cristo e a nossa própria sorte;

A ressurreição de Jesus é a garantia de que nós também ressuscitaremos – 1 Co 15.20-23; 1 Ts 4.14-16
• Cristo, como homem, tendo sido ressuscitado e glorificado, mereceu para todo o gênero humano o direito a semelhante sorte. Uma porção da natureza humana acha-se glorificada em penhor de que a natureza humana inteira venha a ser também glorificada. Uma parte de nós ou a Cabeça do gênero humano está nos céus, na expectativa de que o resto do corpo chegue ao mesmo termo.
• Para o materialista (aquele que só vê matéria, o ateu), a morte é o fim da existência. Isso significa, obviamente, uma existência sem nenhum sentido ou propósito.
•  Para nós cristãos, a morte não é o fim, é o início de uma nova vida, de uma vida eterna na presença de Jesus.
• Ele ressuscitou, está vivo; nós também ressuscitaremos!

3) Foi condição para que o Espírito Santo fosse enviado aos homens como rematador da obra de Cristo; é o Espírito Santo quem congrega todos os povos no Corpo de Cristo que é a Igreja, a fim de que recebam de Cristo Sacerdote as graças necessárias para chegarem à vida eterna.

A ressurreição de Jesus deve nos levar a andar em novidade de vida – Rm 6.4; Cl 3.1-4
• Nosso velho homem deve ser crucificado e devemos ressuscitar como novas criaturas em Cristo – 2 Co 5.17
• Falar sobre que Paulo ensina em Colossenses, 3: devemos fazer morrer nossa velha natureza e nos revestir da nova natureza em Cristo.

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