Sto. Antônio de Lisboa,
presbítero e doutor da Igreja
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo,
unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo
rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o
mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu
vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do
Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as
minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas
obras e palavras. Amém.
LECTIO
DIVINA
1ª
Leitura (2Cor 4,7-15):
Irmãos: Nós trazemos em vasos de barro o tesouro do nosso ministério, para que
se reconheça que um poder tão sublime vem de Deus e não de nós. Em tudo somos
oprimidos, mas não esmagados; andamos perplexos, mas não desesperados;
perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados. Levamos sempre
e em toda a parte no nosso corpo os sofrimentos da morte de Jesus, a fim de que
se manifeste também no nosso corpo a vida de Jesus. Porque, estando ainda
vivos, somos constantemente entregues à morte por causa de Jesus, para que se
manifeste também na nossa carne mortal a vida de Jesus. E assim, a morte atua
em nós e a vida em vós. Diz a Escritura: «Acreditei; por isso falei». Com este
mesmo espírito de fé, também nós acreditamos, e por isso falamos, sabendo que
Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos há-de ressuscitar com Jesus e
nos levará convosco para junto d’Ele. Tudo isto é por vossa causa, para que uma
graça mais abundante multiplique as ações de graças de um maior número de
cristãos para glória de Deus.
Salmo
Responsorial: 115
R. Oferecer-Vos-ei,
Senhor, um sacrifício de louvor.
Confiei no Senhor, mesmo
quando disse: «Sou um homem de todo infeliz». Na minha perturbação exclamei: «É
falsa toda a segurança dos homens».
É preciosa aos olhos do
Senhor a morte dos seus fiéis. Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um
sacrifício de louvor, invocando, Senhor, o vosso nome. Cumprirei as minhas
promessas ao Senhor na presença de todo o povo.
Aleluia. Vós brilhais
como estrelas no mundo, anunciando a palavra da vida. Aleluia.
Evangelho
(Mt 5,27-32):
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito: ‘Não
cometerás adultério’. Ora, eu vos digo: todo aquele que olhar para uma mulher
com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela em seu coração. Se teu
olho direito te leva à queda, arranca-o e joga para longe de ti! De fato, é
melhor perderes um de teus membros do que todo o corpo ser lançado ao inferno.
Se a tua mão direita te leva à queda, corta-a e joga-a para longe de ti! De
fato, é melhor perderes um de teus membros do que todo o corpo ir para o
inferno. Foi dito também: ‘Quem despedir sua mulher dê-lhe um atestado de
divórcio’. Ora, eu vos digo: todo aquele que despedir sua mulher — fora o caso
de união ilícita — faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a
mulher que foi despedida comete adultério».
«Todo aquele que
olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério»
P. Josep LIÑÁN i Pla
SchP (Sabadell, Barcelona, Espanha)
Hoje Jesus continua
aprofundando na exigência do Sermão da Montanha. Não muda a Lei, senão que lhe
dá plenitude; por isso a sua observância é mais que um simples cumprimento de
umas condições mínimas para ter em regra os papeis. Deus dá-nos a Lei do amor
para chegar ao cume, mas nós procuramos sempre o modo de convertê-la na lei do
mínimo esforço. Deus pede-nos muito…! Sim, mas também nos deu o máximo que pode
dar, já que se deu a si mesmo.
Hoje, Jesus Cristo
aponta alto ao manifestar a sua autoridade sobre o sexto e o nono mandamento,
os preceitos que fazem referência à sexualidade e à pureza de pensamento. A
sexualidade é uma linguagem humana para significar o amor e a aliança, pelo
tanto, não pode ser banalizada, como tampouco podemos converter os outros em
objetos de prazer. E nem tão só com o pensamento! Daqui esta afirmação tão
severa de Jesus: « Todo aquele que olhar para uma mulher com o desejo de
possuí-la, já cometeu adultério com ela em seu coração» (Mt 5,28). É preciso,
pois, cortar o mal de raiz e evitar pensamentos e ocasiões que nos levariam a
obrar o que Deus aborrece; isto é o que querem indicar tais palavras, que podem
parecer-nos radicais e exageradas, mas que os ouvintes de Jesus entendiam na
sua expressividade: tira, corta, expulsa...
Finamente, a dignidade
do matrimonio deve ser sempre protegida, pois faz parte do projeto de Deus para
o homem e a mulher, para que no amor e na mútua doação se convertam numa só
carne e ao mesmo tempo é signo e participação na Aliança de Cristo com a
Igreja. O cristão não pode viver a relação homem-mulher nem a vida conjugal
segundo o espírito mundano: «Não deveis crer que por haver escolhido o estado
matrimonial vos é permitido continuar com uma vida mundana e abandonar-vos à
ociosidade e à preguiça; ao contrário, por isso mesmo obriga-vos a trabalhar
com maior esforço e a velar com mais cuidado pela vossa salvação» (São
Basílio).
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«Os apetites são
inflamados pela sensualidade do olhar, e os olhos, acostumados a olhar
descaradamente o próximo por se estar ocioso, inflamam desejos impuros»
(Clemente de Alexandria)
«O adultério, como o
roubo, a corrupção e todos os outros pecados, são concebidos primeiro na nossa
intimidade e, uma vez feita a escolha errada no coração, são postos em prática
através de comportamentos concretos. Vamos pensar um pouco sobre isso: sobre os
maus pensamentos que vêm nesta linha» (Francisco)
«Jesus veio restaurar a
criação na pureza das suas origens. No sermão da montanha, interpreta de modo
rigoroso o desígnio de Deus: ‘Ouvistes que foi dito: "Não cometerás
adultério". Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que olhar para uma mulher, desejando-a,
já cometeu adultério com ela no seu coração’ (Mt 5, 27-28). Não separe o homem
o que Deus uniu (Cf. Mt 19, 6). A Tradição da Igreja entendeu o sexto
mandamento como englobando o conjunto da sexualidade humana» (Catecismo da
Igreja Católica, nº 2.336)
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* No evangelho de
ontem, Jesus fez uma releitura do mandamento “Não Matarás” (Mt 5,20-26). No evangelho de hoje, ele faz uma
releitura do mandamento “Não cometer adultério”. Jesus relê a lei a partir da
intenção que Deus tinha ao proclamá-la, séculos atrás, no Monte Sinai. Ele
procura o Espírito da Lei e não se fecha dentro da letra. Ele retoma e defende
os grandes valores da vida humana que estão por de trás de cada um dos Dez
Mandamentos. Ele insiste no amor, na fidelidade, na misericórdia, na justiça,
na veracidade, na humanidade (Mt 9,13; 12,7; 23,23; Mt 5,10; 5,20; Lc 11,42;
18,9). O resultado da observância plena da Lei de Deus é a humanização perfeita
da vida. A observância da Lei humaniza a pessoa. Em Jesus aparece aquilo que
acontece quando um ser humano deixa Deus tomar conta da sua vida. O objetivo
último é unir os dois amores, a construção da fraternidade em defesa da vida.
Quanto maior a fraternidade, tanto maior será a plenitude da vida e maior a
adoração das criaturas todas ao Deus Criador e Salvador.
* No evangelho de hoje, Jesus olha de
perto o relacionamento mulher e homem no casamento, a base fundamental da
convivência em família. Havia um mandamento que dizia: “Não cometer adultério”,
e um outro que dizia: “Quem se divorciar da sua mulher lhe dê uma certidão de
divórcio”. Jesus retoma os dois e lhes dá um novo sentido.
* Mateus 5,27-28: Não
cometer adultério. O
que pede de nós este mandamento? A resposta antiga era esta: o homem não pode
dormir com a mulher do outro. É o que exigia a letra do mandamento. Mas Jesus
vai além da letra e diz: “Eu, porém, lhes digo: todo aquele que olha para uma
mulher e deseja possuí-la, já cometeu adultério com ela no coração”. O objetivo
do mandamento é a fidelidade mútua entre o homem e a mulher que assumiram viver
juntos como casados. E esta fidelidade só será completa, se os dois souberam
manter a fidelidade mútua até no pensamento e no desejo e se souberem chegar a
uma total transparência entre si.
* Mateus 5,29-30:
Arrancar o olho e cortar a mão. Para
ilustrar o que acaba de dizer Jesus traz uma palavra forte que ele usou também
em outra ocasião quando tratava do escândalo aos pequenos (Mt 18,9 e Mc 9,47).
Ele diz: “Se o olho direito leva você a pecar, arranque-o e jogue-o fora! É
melhor perder um membro, do que o seu corpo todo ser jogado no inferno”. E ele
afirma o mesmo a respeito da mão. Estas afirmações não podem ser interpretadas
literalmente. Elas indicam a radicalidade e a seriedade com que Jesus insiste
na observância deste mandamento.
* Mateus 5,31-32: A
questão do divórcio. Ao
homem era permitido dar uma certidão de divórcio para a mulher. Jesus dirá no
Sermão da Comunidade que Moisés o permitiu por causa da dureza do coração do
povo (Mt 19,8). “Eu, porém, lhes digo: todo aquele que se divorcia de sua
mulher, a não ser por causa de fornicação, faz com que ela se torne adúltera; e
quem se casa com a mulher divorciada, comete adultério". Muita discussão
já foi feita em torno deste assunto. Baseando-se nesta afirmação de Jesus, a
igreja oriental permite o divórcio no caso de “fornicação”, isto é, de
infidelidade. Outros dizem que, aqui, a palavra fornicação traduz um termo
aramaico ou hebraico zenuth que indicava um casamento dentro de um grau
parentesco proibido. Não seria um casamento válido.
* Qualquer que seja a
interpretação correta desta palavra, o que importa é ver o objetivo e o sentido
geral das afirmações de Jesus na nova leitura que ele faz dos Dez Mandamentos. Jesus aponta um ideal que deve estar
sempre diante dos meus olhos. O ideal último é este: “ser perfeito como o pai
de céu é perfeito” (Mt 5,48). Este ideal vale para todos os mandamentos
revistos por Jesus. Na releitura do mandamento “Não cometer adultério“, este
ideal se traduz na total e radical transparência e honestidade entre marido e
mulher. Ninguém nunca vai poder dizer: “Sou perfeito como o Pai do céu é
perfeito”. Estaremos sempre abaixo da medida. Nunca vamos poder merecer o
prêmio pela nossa observância que sempre será abaixo da medida. O que importa é
manter-se na caminhada, manter o ideal diante dos olhos, sempre! Mas ao mesmo
tempo, como Jesus, devemos saber aceitar as pessoas com a mesma misericórdia
com que ele aceitava as pessoas e as orientava para o ideal. Por isso, certas
exigências jurídicas da igreja hoje, como por exemplo, não permitir a comunhão
a pessoas que vivem em segundas núpcias, parecem mais com os fariseus do que
com a atitude de Jesus. Ninguém aplica ao pé da letra a explicação do
mandamento “Não Matar”, onde Jesus diz que todo aquele que chama seu irmão de
idiota merece o inferno (Mt 5,22). Pois neste caso, todos já teríamos viagem
garantida até lá e ninguém se salvaria. Por que a doutrina nossa usa medidas
diferentes no caso do quinto e do nono mandamento?
Para um confronto
pessoal
1) Você consegue viver a total
honestidade e transparência com as pessoas do outro sexo?
2) Como entender a exigência “ser
perfeito como o Pai celeste é perfeito”?
LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO
Senhor, tende piedade de
nós.
Jesus Cristo, tende
piedade de nós.
Senhor, tende piedade de
nós.
Jesus Cristo,
ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos Céu, tende
piedade de nós.
Deus Filho, Redentor
do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo,
tende piedade de nós.
Santíssima Trindade,
que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, Filho
do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus,
formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, ...
Coração de Jesus, unido
substancialmente ao Verbo de Deus, ...
Coração de Jesus,
de majestade infinita, ...
Coração de Jesus, templo
santo de Deus, ...
Coração de Jesus,
tabernáculo do Altíssimo,...
Coração de Jesus, casa
de Deus e porta do céu, ...
Coração de Jesus,
fornalha ardente de caridade, ...
Coração de Jesus,
receptáculo de justiça e amor, ...
Coração de Jesus,
abismo de todas as virtudes, ...
Coração de Jesus,
digníssimo de todo o louvor, ...
Coração de Jesus,
rei e centro de todos os corações, ...
Coração de Jesus, no
qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, ...
Coração de Jesus,
no qual habita toda a plenitude da divindade, ...
Coração de Jesus, no
qual o Pai celeste põe as suas complacências, ...
Coração de Jesus,
de cuja plenitude nós todos participamos, ...
Coração de Jesus, desejo
das colinas eternas,...
Coração de Jesus,
paciente e misericordioso, ...
Coração de Jesus, rico
para todos os que vos invocam,...
Coração de Jesus,
fonte de vida e santidade, ...
Coração de Jesus,
propiciação para os nossos pecados, ...
Coração de Jesus,
saturado de opróbios, ...
Coração de Jesus,
atribulado por causa de nossos crimes,...
Coração de Jesus,
feito obediente até a morte, ...
Coração de Jesus,
atravessado pela lança,...
Coração de Jesus,
fonte de toda a consolação,...
Coração de Jesus, nossa
vida e ressurreição, ...
Coração de Jesus,
nossa paz e reconciliação, ...
Coração de Jesus, vítima
dos pecadores, ...
Coração de Jesus,
salvação dos que em vós esperam, ...
Coração de Jesus,
esperança dos que em vós expiram, ...
Coração de Jesus,
delícia de todos os Santos,...
Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
V. — Jesus, manso e
humilde de coração,
R. — Fazei o nosso
coração semelhante ao vosso.
ORAÇÃO
Onipotente e eterno
Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e
satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam
vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo,
vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por
todos os séculos dos séculos. Amém.
CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)
Eu...(Nome), dou e
consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha
vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de
meu ser, senão para o honrar, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável
- pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não
for do seu agrado.
Eu vos tomo, pois, ó
Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida,
segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância,
reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte.
Sede, ó Coração de
bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os
castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança,
pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade.
Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro
amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me
esquecer nem me separar de Vós.
Suplico-vos, também, por
vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer
consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na
qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.