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terça-feira, 31 de agosto de 2021

1º de setembro

 Sta. Teresa Margarida do Sagrado Coração de Jesus (Redi)
Virgem de nossa Ordem


 Nasceu em Arezzo (Toscana) da nobre família Redi, no ano 1747. Entrou para as Carmelitas Descalças de Florença no dia 1º de setembro de 1764. Enriquecida com a singular experiência contemplativa da expressão do Apóstolo S. João «Deus é amor», sentiu o chamamento à vida oculta pelo caminho do amor e da imolação de si mesma. Consumou a sua vocação e confirmou-a com o heroico exercício da caridade fraterna. Entrou na posse plena do amor de Deus no ano 1770 no Carmelo de Florença.
 
INVITATÓRIO
Ant. Vinde, adoremos o Senhor, Rei das virgens.
 
LAUDES
Hino
De perfume, ó flor da graça,
do Carmelo encheste as celas;
no Céu, hoje, coroada,
brilhas, joia das mais belas.
 
Ó Margarida, que fulguras
entre os coros virginais
que vão seguindo o Cordeiro,
entre cantos nupciais.
 
Concede-nos que andemos
no amor íntimo do Esposo,
para ser, Cristo somente,
nossa vida, paz e gozo.
 
Faze-nos sempre sentir,
do Pai, a excelsa ternura,
que é primeiro amor e único,
fonte de pura doçura.
 
Por ti nos infunda o Espírito,
da vida eterna, o caudal;
retribuir desejamos,
o seu amor paternal.
 
Tu, que sentiste a Trindade,
dá-nos tal graça também,
e, contigo, a sua glória
cantemos para sempre. Amém.
 
Salmodia do dia corrente.
 
Leitura breve - Cl 3,1-4
Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo sentado à direita de Deus', aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres, pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós também aparecereis com ele, revestidos de glória.
 
Responsório breve
R. Falou-me o coração, * procurei a vossa face. R. Falou-me.
V. A vossa face eu procuro, Senhor. * Procurei. Glória ao Pai.
R. Falou-me.
 
Cântico evangélico
Ant. Sou o Caminho, a Verdade e a Vida: ninguém chega ao Pai senão por mim.
 
Preces
Adoremos a Cristo, chave de todos os segredos do Pai; e digamos com fé:
 
R. Senhor, mostrai-nos o Pai!
 
Cristo, que sois o Caminho, a Verdade e a Vida,
- sede o nosso caminho para chegarmos ao Pai. R.
 
Vós, que sois a Luz do mundo e o Esplendor da glória do Pai,
- iluminai a noite escura da nossa fé, enquanto caminhamos para o Pai. R.
 
Cristo, Palavra do Pai, que vos fizestes carne, e chamastes Santa Teresa Margarida para imitar pela fé vossa intimidade com o Pai,
- concedei-nos perseverar sempre na vida escondida convosco em Deus. R.
 
Jesus, espelho e prêmio da humildade, que viestes não para ser servido, mas para servir,
- ensinai-nos hoje a realizar os serviços mais humildes, agradáveis ao Pai, que vê no segredo. R.
 
Cristo, Palavra de Deus, que vos fizestes passível e paciente no meio de nós,
- fazei que, a exemplo de Santa Teresa Margarida, sigamos a vós crucificado por amor da vossa Igreja, que é o vosso Corpo. R.
 
Jesus, que tanto amastes a vossa Mãe, companheira fiel na obra da Salvação,
- fazei que, por intercessão de Maria, estejamos prontos a realizar com amor a vontade do Pai. R.
(intenções livres)
 
Pai Nosso
 
Oração
Senhor, Nosso Deus, que concedestes a Santa Teresa Margarida encontrar no Coração do Salvador tesouros inestimáveis de humildade e caridade, concedei-nos, por sua intercessão, jamais nos separarmos do amor de Jesus, vosso Filho, que é um só Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
 
VÉSPERAS
Hino
Ó santa virgindade,
Imagem do Deus incorruptível,
Arvore da vida!
 
Ó santa virgindade,
Coroa de glória e cetro do Reino,
Espelho do Deus imortal!
 
Ó santa virgindade,
Harmonia de um mistério admirável,
Como são belas as coroas
E as vitórias dos teus combates!
 
Ó santa virgindade,
Luz da liberdade e vida celeste,
Templo de Deus e morada do grande Rei!
 
Ó santa virgindade,
Paraíso do Omnipotente,
Herança da família do Deus imortal!
 
Ó santa virgindade,
Glória de Deus, fraternidade dos Anjos,
Árvore florescente de perpétua santidade!
 
Ó santa virgindade,
Em ti se completa a vitória de Cristo,
Em ti resplandece o poder do Omnipotente,
Em ti repousa o Espírito de Deus.
 
Leitura breve - 1Jo 4,16b
Deus é Amor: quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele.
 
Responsório breve
R. Águas torrenciais'* jamais apagarão o amor! R. Águas.
V. Nem os rios poderão afogá-lo! * Jamais. Glória ao Pai.
R. Águas.
 
Cântico evangélico
Ant. Assim como o Pai me amou também eu vos amei: permanecei no meu amor.
 
Preces
Louvemos a Cristo, que no amor de Deus e do próximo nos legou o seu mandamento supremo; confiantes supliquemos:
 
R. Concedei-nos, Senhor, o vosso amor.
 
Cristo, que no vosso Coração nos revelastes o amor eterno do Pai,
- fazei-nos testemunhas vivas do Divino Amor. R.
 
Cristo, que viestes trazer o fogo à terra,
-inflamai-nos na fogueira deste amor, que abrasava o coração de Santa Teresa Margarida. R
 
Vós, que sempre fizestes o que agrada ao Pai,
- fazei que a nossa vida seja em tudo uma homenagem de amor filial ao Amor do Pai. R.
 
Vós, que fizestes do nosso próximo o sacramento da vossa presença,
- concedei que vos sirvamos com amor em todos os irmãos e irmãs, e vos descubramos em cada um deles. R.
 
(intenções livres)
 
Vós, que vos apressastes em chamar na flor da idade Santa Teresa Margarida abrasada no vosso amor,
_ apressai-vos em receber quanto antes no Reino eterno do Amor os nossos irmãos e irmãs falecidos. R.
 
Pai Nosso
 
Oração
Senhor, Nosso Deus, que concedestes a Santa Teresa Margarida encontrar no Coração do Salvador tesouros inestimáveis de humildade e caridade, concedei-nos, por sua intercessão, jamais nos separarmos do amor de Jesus, vosso Filho, que é um só Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Quarta-feira da 22ª semana do Tempo Comum

 S. Teresa Margarida do Sagrado Coração de Jesus (Redi), Virgem de nossa Ordem

1ª Leitura (Cl 1,1-8): Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus, e o irmão Timóteo, aos cristãos de Colossos, irmãos fiéis em Cristo: A graça e a paz de Deus nosso Pai estejam convosco. Damos graças a Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, e oramos continuamente por vós. De facto, temos ouvido falar da vossa fé em Cristo Jesus e da caridade que tendes para com todos os cristãos, por causa da esperança que vos está reservada nos Céus. Esta esperança foi-vos anunciada pela palavra da verdade, o Evangelho, que chegou até vós. Assim como frutifica e se desenvolve no mundo inteiro, o mesmo sucede entre vós, desde o dia em que ouvistes falar da graça de Deus e tivestes dela conhecimento verdadeiro. Nela fostes instruídos por Epafras, nosso querido companheiro de serviço, que está, em vez de nós, como fiel ministro de Cristo e nos deu a conhecer a vossa caridade segundo o Espírito.

Salmo Responsorial: 51

R. Confio na misericórdia de Deus para sempre.

Eu sou como oliveira viçosa na casa do meu Deus; confio para sempre na sua misericórdia.

Hei de louvar-Vos eternamente pelo bem que me fizestes.

Na presença dos vossos fiéis proclamarei como é bom o vosso nome.

Aleluia. O Senhor enviou-Me para anunciar a boa nova aos pobres e proclamar aos cativos a redenção. Aleluia.

Evangelho (Lc 4,38-44): Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava sofrendo, com muita febre. Intercederam a Jesus por ela. Então, Jesus se inclinou sobre ela e, com autoridade, mandou que a febre a deixasse. A febre a deixou, e ela, imediatamente, se levantou e pôs-se a servi-los. Ao pôr-do-sol, todos os que tinham doentes, com diversas enfermidades, os levavam a Jesus. E ele impunha as mãos sobre cada um deles e os curava. De muitas pessoas saíam demônios, gritando: «Tu és o Filho de Deus!». Ele os repreendia, proibindo que falassem, pois sabiam que ele era o Cristo. De manhã, bem cedo, Jesus saiu e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam e, tendo-o encontrado, tentavam impedir que ele as deixasse. Mas ele disse-lhes: «Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus também a outras cidades, pois é para isso que fui enviado». E ele ia proclamando pelas sinagogas da Judéia.

«Ele impunha as mãos sobre cada um deles e os curava. De muitas pessoas saíam demônios, gritando»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, nos encontramos ante um claro contraste: as pessoas que procuram Jesus e Ele que cura toda “doença” (começando pela sogra de Simão Pedro); à vez, «de muitas pessoas saíam demônios, gritando» (Lc 4,41). Quer dizer: bem e paz, por um lado; mal e desespero, pelo outro.

Não é a primeira ocasião que aparece o demônio “saindo”, isto é, fugindo da presença de Deus entre gritos e exclamações. Lembremos também o endemoninhado de Gerasa (cf. Lc 8,26-39). Surpreende que o próprio demônio “reconheça” a Jesus e que, como no caso daquele de Gerasa, é ele mesmo quem sai ao encontro de Jesus (isso sim, muito raivoso e incomodado porque a presença de Deus incomodava a sua vergonhosa tranquilidade).

Tantas vezes nós também pensamos que encontrar-nos com Jesus nos atrapalha! Atrapalha-nos ter que ir à Missa no domingo; perturba-nos pensar que faz muito que não dedicamos um tempo à oração; sentimos vergonha dos nossos erros, em lugar de ir ao Médico da nossa alma para pedir-lhe simplesmente perdão... Pensemos se não é o Senhor quem tem que vir a nos encontrar, pois nós mesmos nos fazemos rogar para deixar a nossa pequena “caverna” e sair ao encontro de quem é o Pastor das nossas vidas! Isto se chama, simplesmente, tibieza.

Tem um diagnóstico para isto: atonia, falta de tensão na alma, angustia, curiosidade desordenada, hiperatividade, preguiça intelectual com as coisas da fé, pusilanimidade, vontade de estar só consigo mesmo... E existe também um antídoto: deixar de se olhar a sim mesmo e se pôr mãos à obra. Fazer o pequeno compromisso de dedicar um momento cada dia a olhar e escutar a Jesus (o que se entende por oração): Jesus o fazia, pois «de manhã, bem cedo, Jesus saiu e foi para um lugar deserto» (Lc 4,42). Fazer o pequeno compromisso de vencer o egoísmo numa pequena coisa cada dia pelo bem dos outros (isto se chama amar). Fazer o pequeno-grande compromisso de viver cada dia em coerência com nossa vida Cristã.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* O evangelho de hoje traz quatro assuntos diferentes: a cura da sogra de Pedro (Lc 4,38-39), a cura de muitos doentes à noite, depois do sábado (Lc 4, 40-41), a oração de Jesus num lugar deserto (Lc 4,42) e a sua insistência na missão (Lc 4,43-44). Com pequenas diferenças Lucas segue e adapta as informações que tirou do evangelho de Marcos.

* Lucas 4,38-39:  Jesus restaura a vida para o serviço. Depois de participar da celebração do sábado, na sinagoga, Jesus entra na casa de Pedro e cura a sogra dele. A cura faz com que ela se coloque imediatamente de pé. Com a saúde e a dignidade recuperadas, ela se põe a serviço das pessoas. Jesus não só cura, mas cura para que a pessoa possa colocar-se a serviço da vida.

* Lucas 4,40-41: Jesus acolhe e cura os marginalizados. Ao cair da tarde, na hora do aparecimento da primeira estrela no céu, terminado o sábado, Jesus acolhe e cura os doentes e os possessos que o povo tinha trazido. Doentes e possessos eram as pessoas mais marginalizadas naquela época. Elas não tinham a quem recorrer. Ficavam entregues à caridade pública. Além disso, a religião as considerava impuras. Elas não podiam participar na comunidade. Era como se Deus as rejeitasse e as excluísse. Jesus as acolhe e as cura impondo a mão em cada um. Assim, aparece em que consiste a Boa Nova de Deus e o que ela quer atingir na vida da gente: acolher os marginalizados e os excluídos e reintegrá-los na convivência.

* “De muitas pessoas saíam demônios, gritando: “Tu és o Filho de Deus”. Jesus os ameaçava e não os deixava falar, porque os demônios sabiam que ele era o Messias”. Naquele tempo, o título Filho de Deus ainda não tinha a densidade e a profundidade que o título tem hoje para nós. Significava que o povo reconhecia em Jesus uma presença todo especial de Deus. Jesus não deixava os demônios falar. Ele não queria propaganda fácil por meio do impacto de expulsões espetaculares.

* Lucas 4,42a: Permanecer unido ao Pai pela oração. “Ao raiar do dia, Jesus saiu, e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam, e, indo até ele, não queriam deixá-lo que fosse embora”. Aqui Jesus aparece rezando. Ele faz um esforço muito grande para ter o tempo e o ambiente apropriado para rezar. Levantou mais cedo que os outros e foi para um lugar deserto, para poder estar a sós com Deus. Muitas vezes, os evangelhos nos falam da oração de Jesus no silêncio (Lc 3,21-22; 4,1-2.3-12; 5,15-16; 6,12; 9,18; 10,21; 5,16; 9,18; 11,1; 9,28;23,34; Mt 14,22-23; 26,38; Jo 11,41-42; 17,1-26; Mc 1,35; Lc 3,21-22). É através da oração que ele mantém viva em si a consciência da sua missão.

* Lucas 4,42b-44: Manter viva a consciência da missão e não se fechar no resultado. Jesus tornou-se conhecido. O povo ia atrás dele e não queria que ele fosse embora. Jesus não atendeu ao pedido e disse: "Devo anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus também para as outras cidades, porque para isso é que fui enviado." Jesus tem muito clara a sua missão. Não se fecha no resultado já obtido, mas quer manter bem viva a consciência da sua missão. É a missão recebida do Pai que o orienta na tomada das decisões. Foi para isto que fui enviado! E aqui no texto esta consciência tão viva aparece como fruto da oração.

Para um confronto pessoal

1) Jesus tirava tempo para poder rezar e estar a sós com o Pai? Eu tiro tempo para rezar e estar a sós com Deus?

2) Jesus mantinha viva a consciência da sua missão. E eu, será que, como cristã ou cristão, tenho consciência de alguma missão ou vivo sem missão?

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Terça-feira da 22ª semana do Tempo Comum

 São Raimundo Nonato, religioso

1ª Leitura (1Tes 5,1-6.9-11): Irmãos: Sobre o tempo e a ocasião da vinda do Senhor, não precisais que vos escreva, pois vós próprios sabeis perfeitamente que o dia do Senhor vem como um ladrão noturno. E quando disserem: «Paz e segurança», é então que subitamente cairá sobre eles a ruína, como as dores da mulher que está para ser mãe, e não poderão escapar. Mas vós, irmãos, não andais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão, porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia: nós não somos da noite nem das trevas. Por isso, não durmamos como os outros, mas permaneçamos vigilantes e sóbrios. Deus não nos destinou para sofrermos a sua ira, mas para alcançarmos a salvação por Nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, a fim de que, velando ou dormindo, vivamos em união com Ele. Por isso, animai-vos mutuamente e edificai-vos uns aos outros, como já fazeis.

Salmo Responsorial: 26

R. Espero contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos.

O Senhor é minha luz e salvação: a quem hei de temer? O Senhor é a defesa da minha vida: de quem hei de ter medo?

Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio: habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para gozar da suavidade do Senhor e visitar o seu santuário.

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos. Confia no Senhor, sê forte. Tem confiança e confia no Senhor.

Aleluia. Apareceu no meio de nós um grande profeta: Deus visitou o seu povo. Aleluia.

Evangelho (Lc 4,31-37): Naquele tempo, Jesus desceu para Cafarnaum, cidade da Galileia, e lá os ensinava, aos sábados. Eles ficavam maravilhados com os seus ensinamentos, pois sua palavra tinha autoridade. Na sinagoga estava um homem que tinha um espírito impuro, e ele gritou em alta voz: «Que queres de nós, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: o Santo de Deus!». Jesus o repreendeu: «Cala-te, sai dele!». O demônio então lançou o homem no chão e saiu dele, sem lhe fazer mal algum. Todos ficaram espantados e comentavam: «Que palavra é essa? Ele dá ordens aos espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem». E sua fama se espalhava por todos os lugares da redondeza.

«Eles ficavam maravilhados com os seus ensinamentos, pois sua palavra tinha autoridade»

Rev. D. Joan BLADÉ i Piñol (Barcelona, Espanha)

Hoje vemos como a atividade de ensinar foi, para Jesus, a missão central de sua vida pública. Porém a pregação de Jesus era muito diferente da dos outros mestres e isso fazia com que as pessoas se espantassem e se admirassem. Certamente, ainda que o Senhor não tivesse estudado (cf. Jo 7,15), desconcertava a todos com sua doutrina, porque «falava com autoridade» (Lc 4,32). Seu estilo possuía a autoridade de quem se sabia o “Santo de Deus”.

Precisamente aquela autoridade no seu falar era o que dava força a sua linguagem. Utilizava imagens vivas e concretas, sem silogismos nem definições; palavras e imagens que extraía da própria natureza quando não das Sagradas Escrituras. Não há dúvida de que Jesus era um bom observador, homem próximo das situações humanas: ao mesmo tempo em que o vemos ensinando, também o contemplamos perto das pessoas fazendo-lhes o bem (curando as doenças e expulsando demônios, etc.). Lia no livro da vida diária as experiências que depois lhe serviriam para ensinar. Ainda que fosse um material tão simples e “rudimentar”, a palavra do Senhor era sempre profunda, inquietante, radicalmente nova, definitiva.

O mais admirável da fala de Jesus Cristo, era esse saber harmonizar a autoridade divina com a mais incrível simplicidade humana. Autoridade e simplicidade eram possíveis em Jesus graças ao conhecimento que possuía do Pai e de sua relação de amorosa obediência a Ele (cf. Mt 11,25-27). Esta relação com o Pai é o que explica a harmonia única entre a grandeza e a humildade. A autoridade de seu falar não se ajustava aos parâmetros humanos; não havia disputa, nem interesses pessoais ou desejo de sobressair. Era uma autoridade que se manifestava tanto na sublimidade da palavra ou da ação como na humildade e simplicidade. Não houve nos seus lábios nem louvor pessoal, nem soberba nem gritos. Mansidão, doçura, compreensão, paz, serenidade, misericórdia, verdade, luz, justiça... Foi o aroma que rodeava a autoridade de seus ensinos.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* No evangelho de hoje, vamos ver de perto dois assuntos: a admiração do povo pela maneira de Jesus ensinar e a cura de um homem possuído por um demônio impuro. Nem todos os evangelistas contam os fatos do mesmo jeito. Para Lucas, o primeiro milagre é a calma com que Jesus se livrou da ameaça de morte da parte do povo de Nazaré (Lc 4,29-30) e a cura do homem possesso (Lc 4,33-35). Para Mateus, o primeiro milagre é a cura de uma porção de doentes e endemoninhados (Mt 4,23) ou, mais especificamente, a cura de um leproso (Mt 8,1-4). Para Marcos, foi a expulsão de um demônio (Mc 1,23-26). Para João, o primeiro milagre foi em Caná, onde Jesus transformou água em vinho (Jo 2,1-11). Assim, na maneira de contar as coisas, cada evangelista mostra qual foi, segundo ele, a maior preocupação de Jesus.

* Lucas 4,31:  A mudança de Jesus para Cafarnaum. “Jesus foi a Cafarnaum, cidade da Galileia, e aí ensinava aos sábados”. Mateus diz que Jesus foi morar em Cafarnaum (Mt 4,13). Mudou de residência. Cafarnaum era uma pequena cidade junto ao entroncamento de duas estradas importantes: uma que vinha da Ásia Menor e ia para Petra no sul da Transjordânia, e a outra que vinha da região dos rios Eufrates e Tigre e descia para o Egito. A mudança para Cafarnaum facilitava o contato com o povo e a divulgação da Boa Nova.

* Lucas 4,32:  Admiração do povo pelo ensino de Jesus. A primeira coisa que o povo percebe é o jeito diferente de Jesus ensinar. Não é tanto o conteúdo, mas sim o jeito de ensinar, que impressiona. “Jesus falava com autoridade”. Marcos acrescenta que, por este seu jeito diferente de ensinar, Jesus criava consciência crítica no povo com relação às autoridades religiosas da época. O povo percebia e comparava: Ele ensina com autoridade, diferente dos escribas” (Mc 1,22.27). Os escribas da época ensinavam citando autoridades. Jesus não cita autoridade nenhuma, mas fala a partir da sua experiência de Deus e da vida.

* Lucas 4,33-35:  Jesus combate o poder do mal. O primeiro milagre é a expulsão de um demônio. O poder do mal tomava conta das pessoas e as alienava. Jesus devolve as pessoas a si mesmas. Devolve a consciência e a liberdade. E ele o faz pelo poder da sua palavra: "Cale-se, e saia dele!"  Ele dizia em outra ocasião: “Se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou para vocês” (Lc 11,20). Hoje também, muita gente vive alienada de si mesma pelo poder dos meios de comunicação, da propaganda do governo e do comércio. Vive escrava do consumismo, oprimida pelas prestações e ameaçada pelos cobradores. Acha que não vive direito enquanto não comprar aquilo que a propaganda anuncia. Não é fácil expulsar este poder que hoje aliena tanta gente, e devolver as pessoas a si mesmas!

* Lucas 1,36-37: A reação do povo: ele manda nos espíritos impuros primeiro impacto. Além do jeito diferente de Jesus ensinar as coisas de Deus, o outro aspecto que causava admiração no povo era o seu poder sobre os espíritos impuros: "Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos impuros com autoridade e poder, e eles saem". Jesus abre um novo caminho para o povo poder conseguir a pureza através do contato com ele. Naquele tempo, uma pessoa impura não podia comparecer diante de Deus para rezar e receber a bênção prometida a Abraão. Teria que purificar-se, primeiro. Havia muitas leis e normas que dificultavam a vida do povo e marginalizavam muita gente como impura. Mas agora, purificadas pela fé em Jesus, as pessoas podiam comparecer novamente na presença de Deus e rezar a Ele, sem necessidade de recorrer àquelas complicadas e, muitas vezes, dispendiosas normas de pureza.

Para um confronto pessoal

1) Jesus provocava a admiração do povo. A atuação da nossa comunidade aqui no bairro provoca alguma admiração no povo? Qual?

2) Jesus expulsava o poder do mal e devolvia as pessoas a si mesmas. Hoje, muita gente vive alienada de si mesma e de tudo. Como devolve-las a si mesmas?

domingo, 29 de agosto de 2021

30 de agosto

 Santa Eufrásia do S. Coração de Jesus
Virgem de nossa Ordem

Religiosa professa da Congregação das Religiosas da Mãe do Carmelo, a nova beata nasceu em 1877, na diocese indiana de Trichur, em Edathurhty; seu nome era Rosa Eluvethingal. Pertencente à Igreja oriental de rito siro-malabar, foi superiora geral das religiosas carmelitas de Koonammavu e recebeu dons carismáticos. Na Índia ela é recordada também por sua entrega durante uma grande epidemia de cólera. No convento carmelita de Ollur, onde havia permanecido 48 dos 52 anos de sua vida religiosa, faleceu em 1952. Lá foi sepultada. Beatificada no dia 3 de dezembro de 2006. Canonizada em 2014.

Salmodia, leitura, responsório breve e preces do dia corrente.

Oração
Senhor, que hoje nos alegrais com a festa anual de Santa Eufrásia do S. Coração de Jesus, concedei-nos a ajuda dos seus méritos, Vós que nos iluminastes com o exemplo da sua virgindade e amor ao próximo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Segunda-feira da 22ª semana do Tempo Comum

 Santa Eufrásia do S. Coração de Jesus, Virgem de nossa Ordem

1ª Leitura (1Tes 4,13-18): Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos defuntos, para não vos contristardes como os outros, que não têm esperança. Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido. Eis o que temos para vos dizer, segundo a palavra do Senhor: Nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os que tiverem morrido. Ao sinal dado, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do Céu e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Em seguida, nós, os vivos, os que tivermos ficado, seremos arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens, para irmos ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Consolai-vos uns aos outros com estas palavras.

Salmo Responsorial: 95

R. O Senhor vem julgar a terra.

Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, terra inteira. Publicai entre as nações a sua glória, em todos os povos as suas maravilhas.

O Senhor é grande e digno de louvor, mais temível que todos os deuses. Os deuses dos gentios não passam de ídolos, foi o Senhor quem fez os céus.

Alegrem-se os céus, exulte a terra, ressoe o mar e tudo o que ele contém, exultem os campos e quanto neles existe, alegrem-se as árvores dos bosques.

Diante do Senhor que vem, que vem para julgar a terra. Julgará o mundo com justiça e os povos com fidelidade.

Aleluia. O Espírito do Senhor está sobre Mim: Ele me enviou a anunciar a boa nova aos pobres. Aleluia.

Evangelho (Lc 4,16-30): Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, no dia de sábado, foi à sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, encontrou o lugar onde está escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Nova aos pobres: enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano de graça da parte do Senhor». Depois, fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Os olhos de todos, na sinagoga, estavam fixos nele. Então, começou a dizer-lhes: «Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir». Todos testemunhavam a favor dele, maravilhados com as palavras cheias de graça que saíam de sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José? ». Ele, porém, dizia: «Sem dúvida, me citareis o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum, faze também aqui, na tua terra!». E acrescentou: «Em verdade, vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra. Ora, a verdade é esta que vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e uma grande fome atingiu toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado o profeta Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel, mas nenhum deles foi curado, senão Naamã, o sírio». Ao ouvirem estas palavras, na sinagoga, todos ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no para o alto do morro sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de empurrá-lo para o precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

«Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir»

Rev. D. David AMADO i Fernández (Barcelona, Espanha)

Hoje, «se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir» (Lc 4,21). Com essas palavras, Jesus comenta, na sinagoga de Nazaré, um texto do profeta Isaías: «O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção» (Lc 4,18). Estas palavras têm um sentido que ultrapassa o momento histórico concreto em que foram pronunciadas. O Espírito Santo habita em plenitude em Jesus Cristo, e é Ele quem o envia aos crentes.

Mas, além disso, todas as palavras do Evangelho possuem uma atualidade eterna. São eternas porque foram pronunciadas pelo Eterno e, são atuais porque Deus faz com que se cumpram em todos os tempos. Quando escutamos a Palavra de Deus, temos que recebê-la não como um discurso humano, mas sim como uma Palavra que tem, sobre nós, poder de transformação. Deus não fala aos nossos ouvidos, mas ao nosso coração. Tudo o que diz está profundamente cheio de sentido e de amor. A Palavra de Deus é uma fonte inextinguível de vida: «É mais o que perdemos do que o que captamos, tal como ocorre com os sedentos que bebem de uma fonte» (Santo Efrém). Suas palavras saem do coração de Deus. E, desse coração, do seio da Trindade, veio Jesus —a Palavra do Pai — aos homens.

Por isso, cada dia, quando escutamos o Evangelho, temos que poder dizer como Maria: «Faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38); e Deus nos responderá: «Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir». Mas para que a Palavra seja eficaz em nós devemos nos desprender de todo o preconceito. Os contemporâneos de Jesus não o compreenderam, porque o viam somente com olhos humanos: «Não é este o filho de José?» (Lc 4,22). Enxergavam a humanidade de Cristo, mas não se deram conta de sua divindade. Sempre que escutamos a Palavra de Deus, mais à frente do estilo literário, da beleza das expressões ou da singularidade da situação, temos que saber que é Deus quem nos fala.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* Hoje, segunda-feira da 22ª semana comum, começamos a meditação do Evangelho de Lucas que se prolongará por três meses até o fim do ano eclesiástico. O evangelho de hoje traz a visita de Jesus a Nazaré e a apresentação do seu programa ao povo na sinagoga. Num primeiro momento, o povo ficou admirado. Mas, em seguida, quando perceberam que Jesus queria acolher a todos, sem excluir ninguém, ficaram revoltados e quiseram matá-lo.

* Lucas 4,16-19: A proposta de Jesus. Animado pelo Espírito Santo, Jesus tinha voltado para a Galiléia (Lc 4,14) e começou a anunciar a Boa Nova do Reino de Deus. Andando pelas comunidades e ensinando nas sinagogas, ele chegou em Nazaré, onde tinha sido criado. Estava de volta na comunidade, onde, desde pequeno, tinha participado durante quase trinta anos. No sábado seguinte, conforme o seu costume, Jesus foi à sinagoga para participar da celebração e levantou-se para fazer a leitura. Escolheu o texto de Isaías que falava dos pobres, presos, cegos e oprimidos (Is 61,1-2). Este texto refletia a situação do povo da Galiléia do tempo de Jesus. A experiência que Jesus tinha de Deus como Pai amoroso dava a ele um novo olhar para avaliar a realidade. Em nome de Deus, Jesus toma posição em defesa da vida do seu povo e, com as palavras de Isaías, define a sua missão: (1) anunciar a Boa Nova aos pobres, (2) proclamar a libertação aos presos, (3) a recuperação da vista aos cegos, (4) restituir a liberdade aos oprimidos e, retomando a antiga tradição dos profetas, (5) proclama “um ano de graça da parte do Senhor”. Proclama o ano do jubileu!

* Na Bíblia, o “Ano Jubileu” era uma lei importante. Inicialmente, a cada sete anos (Dt 15,1; Lev 25,3), as terras deviam voltar ao clã de origem. Cada um devia poder voltar à sua propriedade. Assim impediam a formação de latifúndio e garantiam às famílias a sobrevivência. Também deviam perdoar as dívidas e resgatar as pessoas escravizadas (Dt 15,1-18). Não foi fácil realizar o ano jubileu cada sete anos (cf Jr 34,8-16). Depois do exílio, decidiram realizá-lo cada sete vezes sete anos (Lev 25,8-12), isto é, cada cinquenta anos. O objetivo do Ano Jubileu era e continua sendo: restabelecer os direitos dos pobres, acolher os excluídos e reintegrá-los na convivência. O jubileu era um instrumento legal para voltar ao sentido original da Lei de Deus. Era uma oportunidade oferecida por Deus para fazer uma revisão da caminhada, descobrir e corrigir os erros e recomeçar tudo de novo. Jesus inicia a sua pregação proclamando um jubileu, um “Ano de Graça da parte do Senhor”.

* Lucas 4,20-22: Ligar Bíblia com Vida. Terminada a leitura, Jesus atualiza o texto de Isaías dizendo: “Hoje se cumpriu esta passagem da escritura que acabastes de ouvir!" Assumindo as palavras de Isaías como suas próprias palavras, Jesus lhes dá o seu pleno e definitivo sentido e se declara messias que veio realizar a profecia. Esta maneira de atualizar o texto provocou uma reação de descrédito por parte dos que estavam na sinagoga. Ficaram escandalizados e já não queriam saber dele. Não aceitaram Jesus como o messias anunciado por Isaías. Diziam: “Não é este o filho de José?” Ficaram escandalizados porque Jesus falou em acolher os pobres, os cegos e os oprimidos. O povo de Nazaré não aceitou a proposta de Jesus. E assim, no momento em que apresentou o seu projeto de acolher os excluídos, ele mesmo foi excluído.

* Lucas 4,23-30: Ultrapassar os limites da raça. Para ajudar a comunidade a superar o escândalo e levá-la a compreender que sua proposta estava bem dentro da tradição, Jesus contou duas histórias conhecidas da Bíblia, uma de Elias e outra de Eliseu. As duas histórias criticavam o fechamento do povo de Nazaré. Elias foi enviado para a viúva estrangeira de Sarepta (1 Rs 17,7-16). Eliseu foi enviado para atender ao estrangeiro da Síria (2 Rs 5,14). Transparece aqui a preocupação de Lucas em mostrar que a abertura para os pagãos já vinha desde Jesus. Jesus teve as mesmas dificuldades que as comunidades estavam tendo no tempo de Lucas. Mas o apelo de Jesus não adiantou. Ao contrário! As histórias de Elias e Eliseu provocaram mais raiva ainda. A comunidade de Nazaré chegou ao ponto de querer matar Jesus. Mas ele manteve a calma. A raiva dos outros não conseguiu desviá-lo do seu caminho. Lucas mostra assim como é difícil superar a mentalidade do privilégio e do fechamento.

* É importante notar os detalhes no uso do Antigo Testamento. Jesus cita o texto de Isaías até onde diz: "proclamar um ano de graça da parte do Senhor". Cortou o resto da frase que dizia: "e um dia de vingança do nosso Deus". O povo de Nazaré ficou bravo com Jesus por ele pretender ser o messias, por querer acolher os excluídos e por ter omitido a frase sobre a vingança. Eles queriam que o Dia de Javé fosse um dia de vingança contra os opressores do povo. Neste caso, a vinda do Reino seria apenas uma virada da mesa e não uma mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita este modo de pensar, não aceita a vingança (cf.Mt 5,44-48). A sua nova experiência de Deus como Pai/Mãe ajudava-o a entender melhor o sentido das profecias.

Para um confronto pessoal

1) O programa de Jesus consiste em acolher os excluídos. Será que nós acolhemos a todos, ou excluímos alguém? Quais os motivos que nos levam a excluir certas pessoas?

2) Será que o programa de Jesus está sendo realmente o nosso programa, o meu programa? Quais os excluídos que deveríamos acolher melhor na nossa comunidade? O que ou quem nos dá força para realizar a missão que Jesus nos deu?