Textos: Is 52, 13- 53,12; Hb 4, 14-16; 5, 7-9; João 18, 1-19, 42: Paixão de Cristo segundo São João.
A hora de Jesus no
Horto de Getsêmani
Elaborado com base nos textos de Bento XVI) (Città del
Vaticano, Vaticano)
São João
recolhe todas estas experiências e dá uma interpretação teológica do lugar: com
a palavra "horto" faz alusão à narração do Paraíso e do pecado
original. Quer nos dizer que ao se retomar aquela historia. Naquele horto, no
"jardim" do Éden, se produz uma traição, mas "horto" é
também o lugar da ressurreição.
No horto
Jesus aceitou até o fundo a vontade do Pai, a fez sua, e assim deu uma
transformação a historia. Aqui Ele lutou também por mim!
A Paixão de Cristo
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench(Sant Cugat del Vallès,
Barcelona, Espanha)
Deus podia
nós redimir de mil modos diferentes. Escolheu o caminho do sofrimento até dar a
vida. “Perder a vida” é a manifestação mais radical de amor. Não há
improvisação: Profetizado já no Antigo Testamento, Jesus o predisse várias
vezes; na Última Ceia nos deu de presente como alimento seu "Corpo que
será entregue"; em Getsemani reza e diz "sim" a Deus-Pai. Na
Cruz — plenamente consciente — mais uma vez diz “SIM”, entregando com liberdade
e serenidade seu espírito.
Jesus, meu
Redentor, cuidarei de ti com minhas mãos, te defenderei com meus braços, te
exaltarei com inteligência, te adorarei com todo meu coração. O farei com tua e
nossa Bendita Mãe, Santa Maria.
A postura do orador:
Jesus reza de joelhos
Elaborado com base nos textos de Bento XVI) (Città del
Vaticano, Vaticano)
No entanto, Lucas diz que Jesus orou de joelhos. Introduz assim, baseando-se na postura de oração, esta luta noturna de Jesus no contexto da historia da oração cristã: enquanto a lapidavam, Estevão dobra os joelhos e ora (cf. At 7,60); Pedro se ajoelha antes de ressuscitar a Tabita da morte (cf. At 9,40); se ajoelha Paulo quando se despede dos presbíteros de Efésio (cf. At 20,36)…
Contemplemos Jesus, o
Servo sofredor. O que não sofreu para nos salvar!
Em primeiro
lugar, quem resiste contemplar este Servo sofredor? Desprezado, sem estima,
leproso, ferido de Deus, humilhado, trespassado pelas nossas rebeliões (1ª
leitura), com medo, pavor, tristeza, tédio, gritos, lágrimas. Ai, jogado no
horto das oliveiras. Ai, aniquilado e sangrando na flagelação. Ai, blasfemado,
injuriado, insultado na cruz. Ai, pregado mãos e pés no madeiro ignominioso da
cruz. Ai, com o flanco sangrando pela culpa dessa lança cruel. Ai, deitado na
cruz, o céu fechado sem a voz do seu Pai e uma noite escura interior terrível.
Em segundo
lugar, não obstante, esse Servo sofredor é modelo e exemplo para nós (2ª
leitura). Modelo de obediência ao Pai acima de tudo. Modelo de amor pelos
homens até dar a vida por eles. Modelo de perdão sem medida. Modelo de
mansidão, que diante de tanta injustiça não esperneou nem sequer se rebelou.
Modelo de generosidade, que enquanto ao seu redor cada um tirava um proveito
para si, Ele nada reservou para si mesmo. Modelo na hora de sofrer com
paciência tanto atropelamento, golpes, empurrões, cusparadas, bofetadas,
açoites, coroa de espinhos. Modelo de fidelidade até o final ao plano de Deus.
Modelo de confiança nas mãos do seu Pai.
Finalmente,
cada um de nós tem algo de culpa na dor deste Servo sofredor. Os Judas que
traem Jesus e o vendem por umas moedas de prazer. Os Pedros que negam Jesus
para salvar a sua pele. Os outros discípulos que o abandonam de medo da cruz.
Os que o martirizam e crucificam fazendo sofrer os seus irmãos, com os quais
Cristo se identifica. Os Anás que estão bem apoltronados no seu sofá amidonado,
que escondem no seu palácio uma máfia, sendo ele o padrinho onipotente, cético
e agnóstico, disposto a dar uma bofetada em Jesus diante da força da verdade
que ele não aceitava; sim, esse Anás que passará para a história como o
protótipo de homem que faz valer os seus direitos de “autoridade aposentada”,
para humilhar os outros, dar-se importância… E como não pôde, recorreu à
violência baixa e própria de vilões. Homem orgulhoso, expeditivo, frontal,
prático, seguro de sim mesmo. Também estão os Caifás. Caifás era homem mais
político que ético: estava interessado na religião do “interesse”, disposto a
praticá-la, embora tivesse que passar por cima da morte, enquanto lhe
proporcionasse algo. Este era Caifás: um juiz que pronunciou a sentença, muito
antes que o juízo começasse. Homem orgulhoso, expeditivo, frontal, cortante,
prático, seguro de sim mesmo. Culpa também têm os covardes Pilatos de turno que
preferem lavar as mãos para não perder o posto de prestígio, embora tenham que
sacrificar a verdade e dar morte ao inocente. Claro está que têm o seu peso de
culpa os Herodes supersticiosos, sensuais, frívolos que pretendem servir-se de
Jesus como diversão da festa. E também os Barrabás, baderneiros, criminais,
assassinos. Menos mal que também estavam os que consolaram Jesus: a sua santa
Mãe, João evangelista, o Cireneu, as santas mulheres, a Verônica.
Para refletir: Quero acompanhar Cristo na sua
Paixão e Morte, ou serei mais um na lista de quem fizer Cristo sofrer neste
ano? Qual personagem da Paixão eu quero protagonizar neste ano?
Para rezar: Senhor, piedade e misericórdia.
Senhor, obrigado por ter me salvado. Senhor, dai-me a graça de lutar contra o
pecado e de levar a minha própria cruz, pequeno pedaço da vossa enorme cruz.
Qualquer sugestão ou
dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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