Salmo Responsorial:
115
R. O cálice de bênção é comunhão do
Sangue de Cristo.
Como
agradecerei ao Senhor tudo quanto Ele me deu? Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor.
É preciosa
aos olhos do Senhor a morte dos seus fiéis. Senhor, sou vosso servo, filho da
vossa serva: quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei
um sacrifício de louvor, invocando, Senhor, o vosso nome. Cumprirei as minhas
promessas ao Senhor, na presença de todo o povo.
2ª Leitura (1Cor
11,23-26): Irmãos: Eu recebi do Senhor o que
também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o
pão e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós.
Fazei isto em memória de Mim». Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e
disse: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o
beberdes, fazei-o em memória de Mim». Na verdade, todas as vezes que comerdes
deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele
venha.
Dou-vos um mandamento
novo, diz o Senhor: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.
Evangelho (Jo
13,1-15): Antes da festa da Páscoa, sabendo
Jesus que tinha chegado a sua hora, hora de passar deste mundo para o Pai,
tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Foi durante a
ceia. O diabo já tinha seduzido Judas Iscariotes para entregar Jesus. Sabendo
que o Pai tinha posto tudo em suas mãos e que de junto de Deus saíra e para
Deus voltava, Jesus levantou-se da ceia, tirou o manto, pegou uma toalha e
amarrou-a à cintura. Derramou água numa bacia, pôs-se a lavar os pés dos discípulos
e enxugava-os com a toalha que trazia à cintura. Chegou assim a Simão Pedro.
Este disse: «Senhor, tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «Agora não
entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás». Pedro disse: «Tu não
me lavarás os pés nunca!». Mas Jesus respondeu: «Se eu não te lavar, não terás
parte comigo». Simão Pedro disse: «Senhor, então lava-me não só os pés, mas
também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu: «Quem tomou banho não precisa
lavar senão os pés, pois está inteiramente limpo. Vós também estais limpos, mas
não todos». Ele já sabia quem o iria entregar. Por isso disse: «Não estais
todos limpos». Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e
voltou ao seu lugar. Disse aos discípulos: «Entendeis o que eu vos fiz? Vós me
chamais de Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque sou. Se eu, o Senhor e Mestre,
vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o
exemplo, para que façais assim como eu fiz para vós».
«Se eu, o Senhor e
Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros»
Mons. Josep Àngel SAIZ i Meneses Bispo de Terrassa. (Barcelona,
Espanha)
Na Santa
Ceia, ao mesmo tempo que a Eucaristia, Cristo institui o sacerdócio
ministerial. Mediante este, poderá se perpetuar o sacramento da Eucaristia. O
prefácio da Missa Crismal revela-nos o sentido: «Ele escolhe alguns para
fazê-los participes de seu ministério santo; para que renovem o sacrifício da
redenção, alimentem a teu povo com a tua Palavra e o reconfortem com os teus
sacramentos».
E aquela
mesma Quinta-feira, Jesus nos dá o mandamento do amor: «Amai-vos uns aos
outros. Como eu vos amei» (Jo 13,34). Antes, o amor fundamentava-se na
recompensa esperada em troca, ou no cumprimento de uma norma imposta. Agora, o
amor cristão fundamenta-se em Cristo. Ele nos ama até dar a vida: essa tem que
ser a medida do amor do discípulo, e esse tem que ser o sinal, a característica
do reconhecimento cristão.
Mas, o
homem não tem a capacidade para amar assim. Não é simplesmente o fruto de um esforço,
senão dom de Deus. Afortunadamente, Ele é amor e — ao mesmo tempo — fonte de amor
que se nos dá no Pão Eucarístico.
Finalmente,
hoje contemplamos o lavatório dos pés. Na atitude de servo, Jesus lava os pés
dos Apóstolos, e lhes recomenda que o façam uns aos outros (cf. Jo 13,14).
Há algo
mais que uma lição de humildade neste gesto do Mestre. É como uma antecipação,
como um símbolo da Paixão, da humilhação total que sofrerá para salvar todos os
homens.
O teólogo
Romano Guardini diz que «a atitude do pequeno que se inclina ante o grande,
ainda não é humildade. É, simplesmente, verdade. O grande que se humilha ante o
pequeno, é o verdadeiro humilde». Por isto Jesus Cristo é autenticamente
humilde. Ante este Cristo humilde, nossos moldes se quebram. Jesus Cristo
inverte os valores humanos e convida-nos a segui-lo para construir um mundo
novo e diferente desde o serviço.
Quinta-feira santa
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Com a missa
de hoje damos por concluída a Quaresma e iniciamos o Tríduo Pascal, que
abarcará os três dias seguintes: Sexta-feira, Sábado e Domingo.
Tradicionalmente
na manhã desta Quinta-feira se celebrava a missa de reconciliação dos que
durante a Quaresma tinham feito o caminho dos “penitentes”. A missa de hoje
recorda a instituição da Eucaristia, a mandamento do amor fraterno e a
instituição do ministério sacerdotal.
Em primeiro
lugar, os gestos. Primeiro gesto: Jesus se levanta da mesa, tira o manto, pega
a toalha, se cinge, põe ague num jarro e lava os pés dos discípulos. Todas as
ações são sinal visível de um significado invisível, portador da graça divina
aqui e agora para nós. Com esse primeiro gesto, Jesus estava entregando à sua
Igreja o mandamento da caridade fraterna e do serviço eclesial; todos somos
irmãos e com a mesma dignidade. Segundo gesto da Quinta-feira Santa: o pão e o
vinho que Ele consagra, convertendo-os no seu Corpo glorioso e no seu Sangue
abençoado para a nossa transformação Nele e alimento para o caminho. Terceiro
gesto: impõe as mãos sobre os doze discípulos, fazendo-os seus sacerdotes,
continuadores dos seus mistérios de salvação. E eles, a seu tempo, deverão
continuar com essa corrente, prolongando o sacerdócio de Cristo por todos os
cantos da terra, quem Deus chamou a tão sublime vocação.
Em segundo
lugar, as palavras que realizam o que significam, pois são eficazes. Primeira
palavra: “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado”, imperativo que
podemos viver com graça de Cristo. Segunda palavra: “Tomai e comei… Tomai e
bebei”, imperativo que transformou em realidade o que tinha sido uma figura na
Páscoa judaica; Cristo será o Cordeiro de Deus e em cada Eucaristia fazemos
presentes a nova ceia pascal inaugurada por Cristo nessa Quinta-feira Santa,
pois cada vez que se celebre este rito se recordará a morte do Senhor até o dia
da sua vinda. Terceira palavra: “Fazei isto em memória de mim”; palavra esta
que a Igreja sempre meditou e na que fundamentou o sacramento da Ordem
Sacerdotal, pelo que um homem de carne e osso é configurado com Cristo Cabeça e
Pastor, quem com o seu ministério sacerdotal faz visível Cristo na comunidade.
Finalmente,
os silêncios. Quantos silêncios nesta noite santa da Quinta-feira! Silêncio da
alma e da sua vontade para não gritar ao Pai diante da Paixão que se avizinhava
e que seu Pai quis para nos redimir. Silêncio dos sentimentos que nesses momentos
estavam convulsionados diante da traição de Judas, a resistência de Pedro, o
abandono do resto dos apóstolos, a prisão e a agonia… Sentimentos para serem
controlados, sublimados. Silêncio das suas paixões irascíveis, submetidas todas
à força e ao bálsamo do amor. Silêncio dos olhos para ver todos com os olhos
misericordiosos do Pai, sem ódio, sem reprimendas; só derramariam lágrimas e
manifestavam um véu de tristeza. Silêncio da boca, para só pronunciar essas
palavras sacramentais, e guardar as suas palavras de queixas, para
crucificá-las na cruz na Sexta-Feira Santa. Silêncio dos pés para não ir
procurar consolos humanos, mas se prostrar no chão em oração ao Pai.
Para refletir: Agradeço todos os dias o dom da
Eucaristia, do Sacerdócio e do Mandamento da caridade? Vivo a Eucaristia cada
com mais fervor e me compromete a ser eu Eucaristia para os meus irmãos
mediante o sacrifício da minha vida? Trato todos os homens e mulheres como
irmãos em Cristo e os trato como trataria Cristo? Rezo todos os dias pelos
sacerdotes e lhes agradeço pelo serviço insubstituível que realizam para o bem
da minha alma?
Para rezar: Senhor, obrigado pelo dom da
Eucaristia, que vos comamos e vos assimilemos com a alma limpa. Obrigado, pelo
mandamento da caridade fraterna que cura os nossos egoísmos e ambições.
Obrigado, por dar-nos sacerdotes segundo o vosso coração; guardai-os na
fidelidade a Vós e a vossa Igreja.
Qualquer sugestão ou
dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO