ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade
e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias
deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós
nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois
que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos
motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos
prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso
amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José
como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela
vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas
fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do
Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes
devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
Evangelho (Mt 20,17-28): Subindo para Jerusalém, Jesus chamou os doze discípulos de lado e, pelo
caminho, disse-lhes: «Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do
Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à
morte e o entregarão aos pagãos para zombarem dele, açoitá-lo e crucificá-lo.
Mas no terceiro dia, ressuscitará». A mãe dos filhos de Zebedeu, com seus
filhos, aproximou-se de Jesus e prostrou-se para lhe fazer um pedido. Ele
perguntou: «Que queres» Ela respondeu: «Manda que estes meus dois filhos se
sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda». Jesus disse:
«Não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber o cálice que eu vou beber?» Eles
responderam: «Podemos». «Sim», declarou Jesus, «do meu cálice bebereis, mas o
sentar-se à minha direita e à minha esquerda não depende de mim. É para aqueles
a quem meu Pai o preparou». Quando os outros dez ouviram isso, ficaram zangados
com os dois irmãos. Jesus, porém, chamou-os e disse: «Sabeis que os chefes das
nações as dominam e os grandes fazem sentir seu poder. Entre vós não deverá ser
assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem
quiser ser o primeiro entre vós, seja vosso escravo. Pois o Filho do Homem não
veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos».
«Quem quiser ser
o maior entre vós seja aquele que vos serve»
Rev. D. Francesc JORDANA i Soler (Mirasol,
Barcelona, Espanha)
Hoje, a Igreja — inspirada pelo Espírito Santo
— nos propõe neste tempo de Quaresma um texto onde Jesus sugere aos seus discípulos
- e, portanto, também a nós — uma mudança de mentalidade. Jesus hoje inverte as
visões humanas e terrenas de seus discípulos e lhes abre um novo horizonte de
compreensão sobre qual deve ser o estilo de vida de seus seguidores.
Nossas inclinações naturais nos movem ao
desejo de dominar as coisas e as pessoas, mandar e dar ordens, que seja feito o
que nós gostamos, que as pessoas nos reconheçam um status, uma posição. Pois
bem, o caminho que Jesus nos propõe é o oposto: «Entre vós não deverá ser
assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem
quiser ser o primeiro entre vós, seja vosso escravo» (Mt 20,26-27). “Servidor”,
“escravo”: não podemos ficar no enunciado das palavras! As escutamos centena de
vezes, e devemos ser capazes de entrar em contato com a realidade, saber o que
significa, e confrontar tal realidade com nossas atitudes e comportamentos.
O Concilio Vaticano II afirma que «o homem
adquire sua plenitude através do serviço e a entrega aos demais». Neste caso,
nos parece que damos a vida, quando realmente a estamos encontrando. O homem
que não vive para servir não serve para viver. E nesta atitude, nosso modelo é
o próprio Cristo — o homem plenamente homem— pois «Pois o Filho do Homem não
veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos» (Mt
20,28).
Ser servidor, ser escravo, tal e como Jesus
nos pede é impossível para nós. Está fora do alcance de nossa pobre vontade:
devemos implorar; esperar e desejar intensamente que nos concedam esses dons. A
Quaresma e suas práticas quaresmais — jejum, esmola e oração — nos lembram que
para receber esses dons nós devemos dispor adequadamente.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
* O evangelho de
hoje traz três assuntos: o terceiro anúncio da paixão (Mt 20,17-19), o pedido
da mãe dos filhos de Zebedeu (Mt 20,20-23) e a discussão dos discípulos pelo
primeiro lugar (Mt 20,24-28).
* Mateus
20,17-19: O terceiro anúncio da paixão. Eles estão a caminho de Jerusalém. Jesus vai
à frente. Sabe que vão matá-lo. O profeta Isaías já o tinha anunciado (Is
50,4-6; 53,1-10). Porém, a sua morte não é fruto de um plano já
preestabelecido, mas é consequência do compromisso assumido com a missão
recebida do Pai junto aos excluídos do seu tempo. Por isso, Jesus alerta os
discípulos sobre a tortura e a morte que ele vai enfrentar em Jerusalém. Pois o
discípulo deve seguir o mestre, mesmo que for para sofrer com ele. Os
discípulos estão assustados e o acompanham com medo. Não entendem o que está
acontecendo (cf. Lc 18,34). O sofrimento não combinava com a ideia que eles
tinham do messias (cf. Mt 16,21-23).
* Mateus
20,20-21: O pedido da mãe pelo primeiro lugar para os filhos. Os discípulos não só não entendem o alcance
da mensagem de Jesus, mas continuam com suas ambições pessoais. Enquanto Jesus
insistia no serviço e na doação, eles teimavam em pedir os primeiros lugares no
Reino. A mãe de Tiago e João, levando consigo os dois filhos, chega perto de
Jesus e pede um lugar na glória do Reino para os dois filhos, um à direita e
outro à esquerda de Jesus. Os dois não entenderam a proposta de Jesus. Estavam
preocupados só com os próprios interesses. Sinal de que a ideologia dominante
da época tinha penetrado profundamente na mentalidade dos discípulos. Apesar da
convivência de vários anos com Jesus, eles não tinham renovado sua maneira de
ver as coisas. Olhavam para Jesus com o olhar antigo. Queriam uma recompensa
pelo fato de seguir a Jesus. As mesmas tensões existiam nas comunidades no
tempo de Mateus e existem até hoje nas nossas comunidades.
* Mateus
20,22-23: A resposta de Jesus. Jesus
reage com firmeza: “Vocês não sabem o que estão pedindo!” E pergunta se eles
são capazes de beber o cálice que ele, Jesus, vai beber, e se estão dispostos a
receber o batismo que ele vai receber. É o cálice do sofrimento, o batismo de
sangue! Jesus quer saber se eles, em vez do lugar de honra, aceitam entregar a
vida até à morte. Os dois respondem: “Podemos!” Parece uma resposta da boca
para fora, pois, poucos dias depois, abandonaram Jesus e o deixaram sozinho na
hora do sofrimento (Mc 14,50). Eles não têm muita consciência crítica, nem
percebem sua realidade pessoal. Quanto ao lugar de honra no Reino ao lado de
Jesus, quem o dá é o Pai. O que ele, Jesus, tem para oferecer é o cálice e o
batismo, o sofrimento e a cruz.
* Mateus
20,24-27: Entre vocês não seja assim.
Jesus fala, novamente, sobre o exercício do poder (cf. Mc 9,33-35).
Naquele tempo, os que detinham o poder não prestavam conta ao povo. Agiam
conforme bem entendiam (cf. Mc 6,27-28). O império romano controlava o mundo e
o mantinha submisso pela força das armas e, assim, através de tributos, taxas e
impostos, conseguia concentrar a riqueza dos povos na mão de poucos lá em Roma.
A sociedade era caracterizada pelo exercício repressivo e abusivo do poder.
Jesus tem outra proposta. Ele diz: “Entre vocês não deve ser assim! Quem quiser
ser o maior, seja o servidor de todos!” Ele traz ensinamentos contra os
privilégios e contra a rivalidade. Quer mudar o sistema e insiste no serviço
como remédio contra a ambição pessoal.
* Mateus 20,28: O
resumo da vida de Jesus. Jesus define a sua missão e a sua vida: “Não
vim para ser servido, mas para servir!” Veio dar sua vida em resgate para
muitos. Ele é o messias Servidor, anunciado pelo profeta Isaías (cf. Is 42,1-9;
49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12). Aprendeu da mãe que disse: “Eis aqui a serva do
Senhor!” (Lc 1,38). Proposta totalmente nova para a sociedade daquele tempo.
Para um confronto
pessoal
1. Tiago e João
pedem favores, Jesus promete sofrimento. E eu, o que peço a Jesus na oração?
Como acolho o sofrimento e as dores que acontecem na minha vida?
2. Jesus diz:
“Entre vocês não deve ser assim!” Meu jeito de viver em comunidade está de
acordo com este conselho de Jesus?
ORAÇÃO - Ó glorioso S.
José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a
piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas
mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos
da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu
primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos
invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante
vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem
santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de
Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO
JOSÉ
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade
de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,
tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre Filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da mãe de Deus,
Guarda da puríssima Virgem,
Sustentador do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Jesus Cristo,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos operários,
Honra da vida de família,
Guarda das virgens,
Amparo das famílias,
Alívio dos sofredores,
Esperança dos doentes,
Consolador dos aflitos,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do
mundo, tende piedade nós.
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas
possessões.
ORAÇÃO: Deus, que por
vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para
Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter
como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor.
Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.
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