As orações
do Mês de São José estão na pasta de Orações e Informações.
A Santa Sé
está vacante. Rezemos pela Igreja e pelo Conclave, para que o Espírito Santo
conduza os cardeais na eleição do novo Papa.
Suplicamos,
ó Deus, com humildade: que vossa imensa piedade conceda à Santa Igreja um
Pontífice que, por seu zelo por nós, possa ser agradável a Vós e que seja
assíduo no Governo da Igreja para a glória e reverência do Vosso Nome. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do
Espírito Santo, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.
Evangelho
(Jo 5,17-30): Jesus, porém, deu-lhes esta resposta: «Meu Pai trabalha sempre, e eu
também trabalho». Por isso, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, pois, além
de violar o sábado, chamava a Deus de Pai, fazendo-se assim igual a Deus. Jesus então deu-lhes esta resposta: «Em
verdade, em verdade, vos digo: o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele
faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o Pai faz, o Filho o faz igualmente. O
Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que ele mesmo faz. E lhe mostrará obras
maiores ainda, de modo que ficareis admirados. Assim como o Pai ressuscita os
mortos e lhes dá a vida, o Filho também dá a vida a quem ele quer. Na verdade,
o Pai não julga ninguém, mas deu ao Filho o poder de julgar, para que todos
honrem o Filho assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho, também não
honra o Pai que o enviou. Em verdade, em verdade, vos digo: quem escuta a minha
palavra e crê naquele que me enviou possui a vida eterna e não vai a
julgamento, mas passou da morte para a vida.
Em verdade, em verdade, vos digo: vem a hora, e é agora, em que os
mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão. Pois assim
como o Pai possui a vida em si mesmo, do mesmo modo concedeu ao Filho possuir a
vida em si mesmo. Além disso, deu-lhe o poder de julgar, pois ele é o Filho do
Homem. Não fiqueis admirados com isso, pois vem a hora em que todos os que
estão nos túmulos ouvirão sua voz, e sairão. Aqueles que fizeram o bem
ressuscitarão para a vida; e aqueles que praticaram o mal, para a condenação.
Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Julgo segundo o que eu escuto, e o meu
julgamento é justo, porque procuro fazer não a minha vontade, mas a vontade
daquele que me enviou».
Comentário: Rev. D. Francesc PERARNAU i Cañellas
(Girona, Espanha)
Em verdade, em
verdade, vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou
possui a vida eterna
Hoje, o
Evangelho fala-nos da resposta de Jesus aos que viam mal que Ele tivesse curado
um paralítico num Sábado. Jesus Cristo aproveita essas críticas para manifestar
a Sua condição de Filho de Deus e, como tal, Senhor do Sábado. Essas palavras
serão motivo de condenação, no dia do julgamento em casa de Caifás. Com efeito,
quando Jesus se reconheceu como Filho de Deus, o grande sacerdote exclamou:
«Blasfemou! Que necessidade temos, ainda, de testemunhas? Acabais de ouvir a
blasfémia. Que vos parece?» (Mt 26,65).
Por muitas
vezes, Jesus tinha feito referências ao Pai, mas sempre marcando uma distinção:
a Paternidade de Deus é diferente, caso falemos de Cristo ou dos homens. E os
judeus que o escutavam entendiam-no muito bem: não é Filho de Deus como os
outros, mas a filiação que reclama para Si mesmo é uma filiação natural. Jesus
afirma que a sua natureza e a natureza do Pai são iguais, apesar de serem
pessoas distintas. Manifesta assim, dessa maneira, a sua divindade. Esse
fragmento do Evangelho é muito interessante para a revelação do mistério da
Santíssima Trindade.
Entre as
coisas que hoje diz o Senhor, há algumas que fazem especial referência a todos
aqueles que, ao longo da história, acreditaram Nele: escutar e crer em Jesus é
ter já a vida eterna (cf. Jo 5,24). Certamente, não é ainda a vida definitiva,
mas é já participar da sua promessa. Convém que o tenhamos bem presente, e que
façamos o esforço de escutar a palavra de Jesus, como o que ela realmente é: a
Palavra de Deus que salva. A leitura e a meditação do Evangelho devem fazer
parte das nossas práticas religiosas habituais. Nas páginas reveladas,
ouviremos as palavras de Jesus, palavras imortais que nos abrem as portas da
vida eterna. Com efeito, como ensinava Santo Efrém, a Palavra de Deus é uma
fonte inesgotável de vida.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
Reflexão:
* O
Evangelho de João è diferente dos outros três. Ele revela uma dimensão mais
profunda que só a fé consegue perceber nas palavras e gestos de Jesus. Os
Padres da Igreja diziam que o Evangelho de João é “espiritual”, revela aquilo
que o Espírito faz descobrir nas palavras de Jesus (cf. Jo 16,12-13). Um
exemplo bonito desta dimensão espiritual do evangelho de João é o trecho que
meditamos hoje.
* João 5,17-18: Jesus explicita o significado
profundo da cura do paralítico. Criticado pelos judeus por ter feito uma cura
em dia de sábado, Jesus responde: “Meu Pai trabalha até agora e por isso eu
também trabalha!”. Os judeus ensinavam que em dia de sábado não se podia
trabalhar, pois até o próprio Deus descansou e não trabalhou no sétimo dia da
criação (Ex 20,8-11). Jesus afirma o contrário. Ele diz que o Pai não parou de
trabalhar até agora. Por isso, ele, Jesus, também trabalha, mesmo em dia de
sábado. Ele imita o Pai! Para Jesus, a obra criadora não terminou. Deus
continua trabalhando, sem cessar, dia e noite, sustentando o universo e a todos
nós. Jesus colabora com o Pai dando continuidade à obra da criação, para que um
dia todos possam entrar no repouso prometido. A reação dos judeus foi violenta.
Querem matá-lo por dois motivos: por negar o sentido do sábado e por se dizer
igual a Deus.
* João 5,19-21: É o amor que deixa transparecer a
ação criadora de Deus. Estes versículos revelam algo do mistério do
relacionamento entre Jesus e o Pai. Jesus, o filho, vive em atenção permanente
diante do Pai. Aquilo que vê o Pai fazer, ele também faz. Jesus é o reflexo do
Pai. É a cara do Pai! Esta atenção total do Filho ao Pai, faz com que o amor do
Pai possa entrar totalmente no Filho e, através do Filho, realizar a sua ação
no mundo. A grande preocupação do Pai é vencer a morte e fazer viver. A cura do
paralítico foi uma forma de tirar as pessoas da morte e faze-las viver. É uma
forma de dar continuidade à obra criadora do Pai.
* João 5,22-23: O Pai não julga, mas confiou o
julgamento ao filho. O decisivo na vida é a maneira como nós nos situamos
frente ao Criador, pois dele dependemos radicalmente. Ora, o Criador se faz
presente para nós em Jesus. Em Jesus habita a plenitude da divindade (cf. Col
1,19). Por isso, é na maneira como nos definimos diante de Jesus, que expressamos
nossa posição frente ao Deus Criador. O que o Pai quer é que o conheçamos e
honremos na revelação que Ele fez de si mesmo em Jesus.
* João 5,24: A vida de Deus em nós através de
Jesus. Deus é vida, é força criadora. Onde ele se faz presente, a vida renasce.
Ele se faz presente através da Palavra de Jesus. Quem escuta a palavra de Jesus
como sendo de Deus já está ressuscitado. Já recebeu o toque vivificante que o
leva para além da morte. Já passou da morte para a vida. A cura do paralítico é
a prova disso.
* João 5,25-29: A ressurreição já está acontecendo.
Os mortos somos todos nós que ainda não nos abrimos para a voz de Jesus que vem
do Pai. Mas “vem a hora, e é agora, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de
Deus e os que o ouvirem viverão”. Com a palavra de Jesus, vinda do. Pai,
iniciou-se a nova criação. Ela já está em andamento. A palavra criadora de
Jesus vai atingir a todos, mesmo os que já morreram. Eles ouvirão e viverão.
* João 5,30: Jesus é o reflexo do Pai. “Por mim
mesmo nada posso fazer, eu julgo segundo o que ouço, e meu julgamento é justo,
porque não procuro fazer a minha vontade, mas sim a vontade daquele que me
enviou”. Esta frase final é o resumo de tudo que foi refletido anteriormente.
Esta era a compreensão que as comunidades da época de João tinham e irradiavam
a respeito de Jesus.
Para um confronto pessoal
1) Como você imagina o relacionamento entre Jesus e o
Pai?
2) Como você vive a fé na ressurreição?
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