As Orações do Mês de São José estão na pasta de Orações e Informações
A Santa Sé está vacante. Rezemos pela Igreja e pelo Conclave, para que o
Espírito Santo conduza os cardeais na eleição do novo Papa.
Suplicamos, ó Deus, com
humildade: que vossa imensa piedade conceda à Santa Igreja um Pontífice que,
por seu zelo por nós, possa ser agradável a Vós e que seja assíduo no Governo
da Igreja para a glória e reverência do Vosso Nome. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo,
Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.
Evangelho (Jo 5,1-3.5-16): Depois disso, houve uma festa dos judeus, e
Jesus subiu a Jerusalém. Ora, existe em Jerusalém, perto da Porta das Ovelhas,
uma piscina com cinco pórticos, chamada Bezata em hebraico. Muitos doentes,
cegos, coxos e paralíticos ficavam ali deitados Encontrava-se ali um homem
enfermo havia trinta e oito anos. Jesus o viu ali deitado e, sabendo que estava
assim desde muito tempo, perguntou-lhe: «Queres ficar curado?» O enfermo
respondeu: «Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água se
movimenta. Quando estou chegando, outro entra na minha frente». Jesus lhe
disse: «Levanta-te, pega a tua maca e anda». No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou
sua maca e começou a andar. Aquele dia, porém, era um sábado. Por isso, os
judeus disseram ao homem que tinha sido curado: «É sábado. Não te é permitido
carregar a tua maca”. Ele respondeu: “Aquele que me curou disse: ‘Pega tua maca
e anda!’» Então lhe perguntaram: «Quem é que te disse: ‘Pega a tua maca e anda’?»
O homem que tinha sido curado não sabia quem era, pois Jesus se afastara da
multidão que se tinha ajuntado ali. Mais tarde, Jesus encontrou o homem no
templo e lhe disse: «Olha, estás curado. Não peques mais, para que não te
aconteça coisa pior». O homem saiu e contou aos judeus que tinha sido Jesus
quem o havia curado. Por isso, os judeus começaram a perseguir Jesus, porque
fazia tais coisas em dia de sábado.
Comentário: Rev. D. Àngel CALDAS i Bosch (Salt,
Girona, Espanha)
Jesus o viu e , perguntou-lhe:
Queres ficar curado?
Hoje, São João nos fala da cena da piscina de Betsaida. Parecia, mais uma
sala de espera de um hospital: «Muitos doentes ficavam aí deitados: eram cegos,
coxos e paralíticos, esperando que a água se movesse» (Jo 5,3). Jesus se deixou
cair por ali.
É curioso! Jesus sempre está no meio dos problemas. Ali onde há algo para
“libertar”, para fazer feliz às pessoas, ali está Ele. Os fariseus, ao
contrário, só pensavam em se era sábado. Sua má fé matava o espírito. A má baba
do pecado gotejava de seus olhos. No há pior surdo que o que aquele não quer
entender.
O protagonista do milagre levava trinta e oito anos de invalidez. «Jesus
viu o homem deitado e ficou sabendo que estava doente havia muito tempo. Então
lhe perguntou: «Você quer ficar curado?» (Jo 5,6), disse-lhe Jesus. Fazia tempo
que lutava em vão porque não havia encontrado a Jesus. Finalmente, havia
encontrado ao Homem. Os cinco pórticos da piscina de Betsaida retumbaram quando
se ouviu a voz do Mestre: «Jesus disse: ‘Levante-se, pegue sua cama e ande’»
(Jo 5,8). Foi questão de um instante.
A voz de Cristo é a voz de Deus. Tudo era novo naquele velho paralítico,
gastado pelo desânimo. Mais tarde, São João Crisóstomo dirá que na piscina de
Betsaida se curavam os enfermos do corpo, e no Batismo se restabeleciam os da
alma; lá, era de quando em quando e para um só enfermo. No Batismo é sempre e
para todos. Em ambos os casos se manifesta o poder de Deus através da água.
O paralítico impotente na beira da água, não te faz pensar na experiência
da própria impotência para fazer o bem? Como pretendemos resolver, sozinhos,
aquilo que tem um alcance sobrenatural? Não vês cada dia, ao teu redor, uma
constelação de paralíticos que se “movem” muito, mas que são incapazes de
separar-se de sua falta de liberdade? O pecado paralisa, envelhece, mata.
Devemos pôr os olhos em Jesus. É necessário que Ele —sua graça— nos submerja
nas águas da oração, da confissão, da abertura de espírito. Eu e você podemos
ser paralíticos eternos, ou portadores e instrumentos de luz.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
Reflexão Jo 5,1-16
* O Evangelho de hoje descreve como Jesus curou um paralítico que
ficou esperando 38 anos por alguém que o ajudasse chegar à água da piscina para
poder ser curado! Trinta e oito anos! Diante desta ausência total de
solidariedade, Jesus, o que faz? Ele transgride a lei do sábado curando o
paralítico. Hoje, com a falência do atendimento às pessoas doentes nos países
pobres, muita gente experimenta a mesma falta de solidariedade. Vivem num total
abandono, sem ajuda nem solidariedade da parte de ninguém.
* João 5,1-2: Jesus vai a Jerusalém . Por ocasião de uma festa dos
judeus, Jesus vai a Jerusalém. Havia ali, perto do Templo, uma piscina com
cinco pórticos ou corredores. Naquele tempo, o culto no Templo exigia muita
água por causa dos inúmeros animais que eram sacrificados, sobretudo nas
grandes festas. Por isso, perto do templo havia várias cisternas, que recolhiam
a água da chuva. Algumas delas tinham a capacidade de mais de um milhão de
litros de água. Lá por perto, por causa da abundância de água, havia um
balneário público, onde os doentes se aglomeravam à espera de ajuda ou de cura.
A arqueologia informa que, naquela mesma redondeza do Templo, havia o lugar
onde os escribas ensinavam a lei aos estudantes. De um lado, o ensino da Lei de
Deus. Do outro lado, o abandono dos pobres. A água purificava o Templo, mas não
purificava o povo.
* João 5,3-4: A situação dos
doentes. Esses doentes eram atraídos pelas águas do balneário. Diziam que um
anjo mexia nas águas e o primeiro que nelas descesse depois do mexido do anjo
ficava curado. Com outras palavras, os doentes eram atraídos por falsas
esperanças. Pois a cura era só para uma única pessoa. Como as loterias de hoje.
Só uma única pessoa ganha um prêmio! A maioria só paga e não ganha nada. É
nessa situação de total abandono, lá no balneário popular, que Jesus vai
encontrar os doentes.
* João 5,5-9: Jesus cura em dia de sábado. Bem perto do lugar, onde
se ensinava a observância da Lei de Deus, um paralítico ficou 38 anos à espera
de alguém que o ajudasse a descer na água para obter a cura. Este fato revela a
falta absoluta de solidariedade e de acolhida aos excluídos! O número 38
indicava a duração de uma geração (Dt 2,14). É toda uma geração que não chegou
a experimentar solidariedade nem misericórdia. A religião da época já não era
capaz de revelar a face acolhedora e misericordiosa de Deus. Diante desta
situação dramática, Jesus transgride a lei do sábado e atende o paralítico
dizendo: "Toma teu leito e anda!" O homem pegou a sua cama nas costas
e foi andando, e Jesus desapareceu no meio da multidão.
* João 5,10-13: Discussão do homem curado com os judeus. Logo em
seguida, alguns judeus chegam ao local e criticam o homem por ele estar
carregando a cama em dia de sábado. O homem nem soube responder quem foi a
pessoa que o tinha curado. Não conhecia Jesus. Isto significa que Jesus,
passando por aquele lugar dos pobres e doentes, viu aquele fulano, percebeu a
situação dramática em que se encontrava e, sem mais, o curou. Não fez a cura
para que o homem se convertesse, nem para que acreditasse em Deus. Fez, porque
queria ajudá-lo. Queria que ele pudesse experimentar um pouco do amor e de
solidariedade através da sua ajuda e bem-querer.
* João 5,14-16: O reencontro com Jesus. Andando no Templo no meio da
multidão, Jesus encontra o mesmo fulano e lhe diz: "Você está curado! Não
deve pecar mais, para que não te aconteça algo pior!" Naquele tempo, o
povo dizia: "Doença é castigo de Deus! Se você é paralítico, é sinal de
que Deus está de mal com você!" Jesus não concordava com este modo de
pensar. Curando o homem, ele estava dizendo o contrário: "Tua doença não é
castigo de Deus. Deus está de bem com você!" Uma vez curado, o homem deve
manter-se de bem com Deus e não pecar mais, para que não lhe aconteça algo
pior! Meio ingênuo, o homem foi dizer aos judeus que tinha sido Jesus quem o
curou. Os judeus começam a perseguir Jesus por ele fazer tais coisas em dia de
sábado. No Evangelho de amanhã vem a seqüência.
Para um confronto pessoal
1. Você já passou alguma vez por
uma experiência como a do paralítico: ficar tanto tempo sem ajuda? Como é a
situação de atendimento aos doentes no lugar onde você mora? Você percebe
sinais de solidariedade?
2. O que tudo isto ensina para
nós hoje?
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