As Orações do Mês de São José estão na pasta de Orações e
Informações
A Santa Sé está vacante. Rezemos pela Igreja e pelo
Conclave, para que o Espírito Santo conduza os cardeais na eleição do novo
Papa.
Suplicamos, ó Deus, com humildade: que vossa imensa piedade
conceda à Santa Igreja um Pontífice que, por seu zelo por nós, possa ser
agradável a Vós e que seja assíduo no Governo da Igreja para a glória e
reverência do Vosso Nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco
vive e reina na unidade do Espírito Santo, Deus, por todos os séculos dos
séculos. Amém.
S. José, Padroeiro da Igreja Católica |
Evangelho
(Jo 5,31-47): «Se eu dou testemunho de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro.
Um outro é quem dá testemunho de mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de
mim é verdadeiro. Vós mandastes perguntar a João, e ele deu testemunho da
verdade. Ora, eu não recebo testemunho da parte de um ser humano, mas digo isso
para a vossa salvação. João era a lâmpada que iluminava com sua chama ardente,
e vós gostastes, por um tempo, de alegrar-vos com a sua luz. Mas eu tenho um
testemunho maior que o de João: as obras que o Pai me concedeu realizar. As
obras que eu faço dão testemunho de mim, pois mostram que o Pai me enviou. Sim,
o Pai que me enviou dá testemunho a meu favor. Mas vós nunca ouvistes a sua
voz, nem vistes a sua face, e não tendes a sua palavra morando em vós, pois não
acreditais naquele que ele enviou. Examinais as Escrituras, pensando ter nelas
a vida eterna, e são elas que dão testemunho de mim. Vós, porém, não quereis
vir a mim para terdes a vida! Eu não recebo glória que venha dos homens. Pelo
contrário, eu vos conheço: não tendes em vós o amor de Deus. Eu vim em nome do
meu Pai, e vós não me recebeis. Mas, se um outro viesse em seu próprio nome, a
esse receberíeis. Como podereis acreditar, vós que recebeis glória uns dos
outros e não buscais a glória que vem do Deus único? Não penseis que eu vos
acusarei diante do Pai. Há alguém que vos acusa: Moisés, no qual colocais a
vossa esperança. Se acreditásseis em Moisés, também acreditaríeis em mim, pois
foi a meu respeito que ele escreveu. Mas, se não acreditais nos seus escritos,
como podereis crer nas minhas palavras?».
Comentário: Rev. D. Miquel MASATS i Roca (Girona,
Espanha)
Se eu dou testemunho
de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro
Hoje, o
Evangelho ensina-nos como Jesus enfrenta a seguinte objeção: segundo a lei em
Dt 19,15, para que um testemunho tivesse valor, era necessário que fosse
corroborado por duas ou três testemunhas. Jesus alega a seu favor o testemunho
de São João Batista, o testemunho do Pai —que se manifesta nos milagres
operados por Ele— e, finalmente, o testemunho das Escrituras.
Jesus
Cristo repreende os que O escutam, denunciando três impedimentos ao Seu
reconhecimento como o Messias Filho de Deus: a falta de amor a Deus; a ausência
de reta intenção —buscam só a gloria humana— e a interpretação interesseira das
Escrituras.
O Santo
Padre João Paulo II escreveu-nos: «À contemplação do rosto de Cristo, só se
pode chegar escutando no Espírito a voz do Pai, ninguém conhece o Filho, senão
o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser
revelar. (cf. Mt 11,27). Assim, portanto, é necessária a revelação do
Altíssimo. Mas, para acolhê-la, é indispensável colocar-se em atitude de
escuta».
Portanto há
que ter em conta que, para confessar Jesus Cristo como verdadeiro Filho de
Deus, não bastam as provas externas que nos sejam propostas; é muito importante
a retidão da vontade, ou seja, as boas disposições.
Neste tempo
de Quaresma, intensificando as obras de penitência que facilitam a renovação
interior, melhoremos as nossas disposições para contemplar o verdadeiro rosto
de Cristo. Por isso, São Josemaria diz-nos: «Esse Cristo, que tu vês, não é
Jesus. —Será, contudo, a triste imagem que os teus olhos turvos podem
formar...— Purifica-te. Torna claro o teu olhar, com a humildade e com a
penitência. Então... não te faltarão as luzes limpas do Amor. E terás uma visão
perfeita. A tua imagem será então, realmente, a Sua: Ele!»
Reflexões de Frei Carlos Mesters,
O.Carm.
Reflexão
* João,
intérprete de Jesus. João é um bom intérprete das palavras de Jesus. Um bom
intérprete deve ter uma dupla fidelidade. Fidelidade às palavras de quem fala,
e fidelidade à linguagem de quem escuta. No Evangelho de João, as palavras de
Jesus não são transmitidas materialmente ao pé da letra, mas são traduzidas e
transpostas na linguagem do povo das comunidades cristãs do fim do primeiro
século lá na Ásia Menor. Por este motivo, as reflexões do Evangelho de João nem
sempre são fáceis de serem entendidas. Pois nelas se misturam as palavras de
Jesus e as palavras do próprio evangelista que reflete a linguagem da fé das
comunidades da Ásia Menor. Por isso mesmo, não basta o estudo erudito ou
científico das palavras para podermos captar o sentido pleno e profundo das
palavras de Jesus. É necessário ter em nós também a vivência comunitária da fé.
O evangelho deste dia de hoje é um exemplo típico da profundidade espiritual e
mística do evangelho do discípulo amado.
* Iluminação mútua entre vida e fé. Aqui vale
repetir o que João Cassiano disse a respeito da descoberta do sentido pleno e
profundo dos salmos: “Instruídos por aquilo que nós mesmos sentimos, já não
percebemos o texto como algo que só ouvimos, mas sim como algo que
experimentamos e tocamos com nossas mãos; não como uma história estranha e
inaudita, mas como algo que damos à luz desde o mais profundo do nosso coração,
como se fossem sentimentos que formam parte do nosso ser. repitamo-lo: não é a
leitura (estudo) que nos faz penetrar no
sentido das palavras, mas sim a própria experiência nossa adquirida
anteriormente na vida de cada dia” (Collationes X,11). A vida ilumina o texto,
o texto ilumina a vida. Se, por vezes, o texto não nos diz nada, não é por
falta de estudo nem por falta de oração, mas simplesmente por falta de
aprofundar a própria vida.
* João 5,31-32: O valor do testemunho de
Jesus. O testemunho de Jesus é
verdadeiro, porque ele não faz auto-promoção, nem exaltação de si mesmo. “Um
outro dá testemunho de mim”, isto é o Pai. E o testemunho dele é verdadeiro e
merece fé.
* João 5,33-36: O valor do testemunho de João
Batista e das obras de Jesus. João
Batista também deu testemunho a respeito de Jesus e o apresento ao povo como o
enviado de Deus que devia vir a este mundo (cf. Jo 1,29.33-34; 3,28-34). Porém,
por mais importante que seja o testemunho de João, Jesus não depende dele. Ele
tem um testemunho a seu favor que é maior do que o testemunho de João, a saber,
as obras que o Pai realiza por meio dele (cf. Jo 14,10-11).
* João 5,37-38: O Pai dá testemunho em favor de
Jesus. Anteriormente, Jesus tinha dito: “Quem é de Deus ouve as palavras de
Deus” (Jo 8,47). Os judeus que acusam Jesus não têm a mente aberta para Deus.
Por isso, eles não conseguem perceber o testemunho do Pai que chega até eles
através de Jesus.
* João 5,39-41: A própria escritura dá
testemunho em favor de Jesus. Os judeus
dizem ter fé nas escrituras, mas, mas realidade, eles não entendem a Escritura,
pois a própria Escritura fala de Jesus (cf. Jo 5,46; 12,16.41; 20,9).
* João 5,42-47: O Pai não julga, mas confiou o
julgamento ao filho. Os judeus se dizem fiéis à Escritura e a Moisés e, por
isso, condenam Jesus. Na realidade, Moisés e a escritura falam a respeito de
Jesus e pedem para crer nele.
Para um
confronto pessoal
1) A vida
ilumina o texto, o texto ilumina a vida. Já experimentou isto alguma vez?
2) Procure
aprofundar o valor do testemunho de Jesus
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