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segunda-feira, 18 de junho de 2012


MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Décimo oitavo dia
Agonia do S. Coração de Jesus no Jardim das Oliveiras

      Ainda que a vida inteira de Nosso Senhor tenha sido uma Cruz e martírio contínuos, pela previsão dos males que havia de sofrer por amor do gênero humano, pode-se, todavia, dizer que o mais doloroso instante desta vida de amarguras foi aquele em que reuniu ao mesmo tempo todos esses males em seu Coração pela viva e profunda consideração da intensidade das penas que o aguardavam durante aquela agonia de três horas no Jardim das Oliveiras.
É aí que as almas dedicadas ao divino Coração devem ir considerá-lo todos os dias, e medir a profundidade de seu amor!
Os padecimentos físicos de sua Paixão foram de alguma forma lenitivo para a sua dor, satisfação para o seu amor; aqui, porém, Jesus sofre intensamente, e não permite a nenhum pensamento adoçar-lhe as angústias (Sl 16,4). Consideremos, pois, quais foram seus sofrimentos nesta cruel agonia.
Primeiro sofrimento do Coração de Jesus: A compaixão do seu Pai; Deus é amor, nos diz o Apóstolo a quem Jesus amava. Ó definição digna de São João, e digna do Coração de Jesus, onde foi aquele buscá-la durante o repouso cheio de luz que gozou, recostado no peito do divino Mestre.
Este Deus de amor nos amou com eterno amor; ab eterno nós ocupamos seu pensamento e entramos nos desígnios de sua misericórdia (Jer 31,3). Quando o homem, pecando, perdeu todos os dons que lhe reservava sua bondade, Deus ainda mais liberal, amou-o até dar-lhe seu Filho único, objeto de suas complacências e afetos, até o ponto de entregar seu divino Filho à morte mais dolorosa e ignominiosa para salvar o homem pecador.
Dar Seu Filho é mais que dar-se a si próprio; assim é que o divino Pai se teria voluntariamente sacrificado Ele próprio, se assim o houvesse julgado conveniente. O mundo, porém, desconhecendo este amor incompreensível, não quis crer nele, e o esqueceu. Quem, na realidade, medita este admirável prodígio de amor, espanto dos Anjos e Santos do Céu? Quem o aprofunda? Quem o reconhece, ao menos quanto à criatura é possível? Se a Deus ninguém se pode comparar na extensão do amor paterno, assim também nunca filho algum amou tão ternamente o pai como Nosso Senhor a seu Eterno Pai, em sua agonia, pois o Coração de Jesus se condoía sobretudo deste incomparável amor, ultrajado pela ingratidão e inúmeros crimes com que os homens pagaram a imensa caridade de Deus Pai para com eles.
Segundo sofrimento do Coração de Jesus: a compaixão pelas dores de sua Mãe. Para dizer o que sofreu Maria Santíssima durante a dolorosa Paixão de seu divino Filho, mister seria haver penetrado em seu coração.
Só ela sentia toda a amargura dos escárnios, insultos e blasfêmias proferidas contra Jesus.
Ouvia os suspiros, os gemidos, as derradeiras palavras de seu Filho; via-o desamparado de seu Pai, estendido, cravado na Cruz, expirar na mais cruel agonia.

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