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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

MÊS DE SÃO JOSÉ – VIII Domingo do Tempo Comum

Santa Inês de Praga, virgem
 
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
- Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
 
LECTIO DIVINA
1ª Leitura (Si 27,4-7): Quando agitamos o crivo, só ficam impurezas: assim os defeitos do homem aparecem nas suas palavras. O forno prova os vasos do oleiro e o homem é posto à prova pelos seus pensamentos. O fruto da árvore manifesta a qualidade do campo: assim as palavras do homem revelam os seus sentimentos. Não elogies ninguém antes de ele falar, porque é assim que se experimentam os homens.
 
Salmo Responsorial: 91
R. É bom louvar o Senhor.
 
É bom louvar o Senhor e cantar salmos ao vosso nome, ó Altíssimo, proclamar pela manhã a vossa bondade e durante a noite a vossa fidelidade.
 
O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro do Líbano: plantado na casa do Senhor, florescerá nos átrios do nosso Deus.
 
Mesmo na velhice dará o seu fruto, cheio de seiva e de vigor, para proclamar que o Senhor é justo: n’Ele, que é o meu refúgio, não há iniquidade.
 
2ª Leitura (1Cor 15,54-58): Irmãos: Quando este nosso corpo corruptível se tornar incorruptível e este nosso corpo mortal se tornar imortal, então se realizará a palavra da Escritura: «A morte foi absorvida na vitória. Ó morte, onde está a tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão?». O aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado é a Lei. Mas dêmos graças a Deus, que nos dá a vitória por Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, caríssimos irmãos, permanecei firmes e inabaláveis, cada vez mais diligentes na obra do Senhor, sabendo que o vosso esforço não é inútil no Senhor.
 
Aleluia. Vós brilhais como estrelas no mundo, ostentando a palavra da vida. Aleluia.
 
Evangelho (Lc 6,39-45): Naquele tempo, Jesus contou a seus discípulos uma parábola: «Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco? O discípulo não está acima do mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. Por que observas o cisco que está no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando não percebes a trave que está no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave que está no teu olho e, então, enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão. Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. Cada árvore se reconhece pelo seu fruto. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de urtigas. Quem é bom tira coisas boas do tesouro do seu coração, que é bom; mas quem é mau tira coisas más do seu tesouro, que é mau. Pois a boca fala daquilo de que o coração está cheio».
 
«Quem é bom tira coisas boas do tesouro do seu coração, que é bom»
 
Dr. Johannes VILAR (Köln, Alemanha)
 
Hoje há uma sede de Deus, há um frenesi para encontrar sentido na própria existência e ações. O boom do interesse esotérico prova isso, mas as teorias de autorredenção não servem. Através do profeta Jeremias, Deus lamenta que o seu povo tenha cometido dois males: abandonou-O, fonte de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rachadas, que não retêm água (cf. Jr 2,13).
 
Há quem vagueia no meio de pseudofilosofias e pseudo religiões — cegos guiando cegos (cf. Lc 6,39) — até que, desanimados, como Santo Agostinho, com o próprio esforço e a graça de Deus, convertem, porque descobrem a coerência e a transcendência da fé revelada. Nas palavras de São Jose maria Escriva, «As pessoas têm uma visão plana, colada ao chão, de duas dimensões. —Quando você vive uma vida sobrenatural, obterá de Deus a terceira dimensão: altura e, com ela, relevo, peso e volume».
 
Bento XVI iluminou muitos aspectos da fé com textos científicos e textos pastorais cheios de sugestões, como a trilogia "Jesus de Nazaré". Tenho observado quantos não católicos se orientam pelos seus ensinamentos (e os de São João Paulo II). Isso não é acidental, pois não há árvore boa que dê maus frutos, não há árvore má que dê bons frutos (cf. Lc 6,43).
 
Grandes passos poderiam ser dados no ecumenismo, se houvesse mais boa vontade e mais amor à Verdade (muitos não se convertem por preconceito e vínculos sociais, que não deveriam ser nenhum freio, mas são). Em todo o caso, agradeçamos a Deus por estes dons (São João Paulo II não hesitou em afirmar que o Concílio Vaticano II é o grande dom de Deus à Igreja do século XX); e rezemos pela Unidade, a grande intenção de Jesus Cristo, pela qual Ele mesmo rezou na sua Última Ceia.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Parece, de facto, que o conhecimento de si próprio é o mais difícil de todos. Nem o olho que vê as coisas do exterior, se vê a si próprio, e até o nosso entendimento, sempre pronto a julgar o pecado nos outros, é lento a aperceber-se dos seus próprios defeitos» (São Basílio, o Grande)
 
«A vida de Cristo converte-se na nossa; recebemos uma nova forma de ser: podemos pensar como Ele, agir como Ele, ver o mundo e as coisas através dos olhos de Jesus» (Francisco)
 
«O exercício de todas as virtudes é animado e inspirado pela caridade. Esta é o «vínculo da perfeição» (Cl 3, 14) é a forma das virtudes: articula-as e ordena-as entre si; é a fonte e o termo da sua prática cristã. A caridade assegura e purifica a nossa capacidade humana de amar e eleva-a à perfeição sobrenatural do amor divino» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.827)
 
Como da árvore se esperam bons frutos para o proprietário e para a humanidade, assim acontece com o cristão. Do seu coração e da sua vida devem brotar bons sentimentos, pensamentos e ações, conforme o exemplo de Jesus.
 
Pe. Jorge Guarda, da Diocese de Leiria-Fátima
 
* O texto compõe-se de quatro pequenas unidades:
o cego que pretende guiar outro cego no caminho, o discípulo que deve manter-se na linha do mestre, a pretensão de quem quer tirar o agueiro do olho alheio e tem uma trave na sua vista, e a árvore e os seus frutos.
 
* Na imagem do cego, o que parece amor – ajuda a um necessitado – revela-se antes presunção e desejo de domínio sobre o outro. Os dois terminarão em desgraça.
 
* No dito sobre o discípulo e o mestre, Jesus alude ao seu exemplo e atitude face aos que o seguem. Jesus não julga os demais, mas os ajuda; não quer tirar proveito deles, mas oferece-lhes os dons que tem. Assim devem comportar-se os seus discípulos.
 
* Na imagem do argueiro e da trave, Jesus alerta para a tentação de juízo sobre os outros, esquecendo os próprios defeitos. Ninguém tem o direito de impor os seus critérios sobre os restantes homens nem de os dominar.
 
* Por fim, vem a imagem da árvore e dos seus frutos, que permite discernir quem é ou não autêntico cristão. O que determina a qualidade de uma pessoa não são as suas aparências mas os frutos, quer dizer, o seu estilo de vida e as obras concretas que realiza em favor dos outros. Que frutos? – podemos perguntar. A resposta deu-a Jesus, antes, no discurso da planície (Lc 6,20-49): amar o inimigo, fazer o bem até ao final sem exigir compensações, não se erigir em guia (ou ditador) dos demais, abrir-se ao reino como um pobre… tais são os frutos a que alude o evangelho. Frutos que devem brotar de um coração bom. (cf Comentarios a la Biblia Liturgica, II, 1280-1283)
 
* «Poderá um cego guiar outro cego?»
Com esta pergunta, Jesus “quer frisar que um guia não pode ser cego, mas deve ver bem, isto é, deve possuir a sabedoria para guiar com sabedoria, caso contrário corre o risco de causar danos às pessoas que a ele se confiam. Assim Jesus chama a atenção de quantos têm responsabilidades educativas ou de chefia: os pastores de almas, as autoridades públicas, os legisladores, os mestres, os pais, exortando-os a estar cientes do próprio papel delicado e a discernir sempre o caminho certo pelo qual conduzir as pessoas.” (Papa Francisco, Angelus, 3.3.2019)
 
* «O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre.» Com esta expressão sapiencial, Jesus faz “um convite a seguir o seu exemplo e o seu ensinamento para ser guia seguro e sábio. E tal ensinamento está inserido sobretudo no sermão da montanha, indicando a atitude da mansidão e da misericórdia para ser pessoa sincera, humilde e justa.” (Papa Francisco, Angelus, 3.3.2019)
 
* «Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua?» “A tentação é sermos indulgentes conosco — benevolente consigo mesmo — e duros com os outros. É útil ajudar o próximo com conselhos sábios, mas quando observamos e corrigimos os defeitos do nosso próximo, devemos estar cientes que também nós temos defeitos. Se penso que não os tenho, não posso condenar nem corrigir os outros. Todos temos defeitos: todos.” (Papa Francisco, Angelus, 3.3.2019)
 
* «Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto». “O fruto são as ações, mas também as palavras. Das palavras conhece-se a qualidade da árvore. De facto, quem é bom extrai do seu coração e da sua boca o bem, quem é mau extrai o mal, praticando o exercício mais deletério entre nós, a murmuração, o mexerico, falar mal dos outros. Isto destrói: destrói a família, a escola, o lugar de trabalho, o bairro. Pela língua começam as guerras.”
 
Meditação e Propósito:
1) Relaciono-me com os outros como irmão entre irmãos, ou tenho a presunção de apontar e corrigir os seus defeitos, sem reparar nos meus?
2) Reconheço Jesus como meu mestre e guia no caminho da vida? Aprendo com ele a relacionar-me e a ser bom guia e educador de outros?
3) Tenho consciência dos meus defeitos e procuro corrigi-los? Ajo com humildade e misericórdia para com os outros, quando me disponho a ajudá-los?
4) “Pensemos um momento neste ensinamento de Jesus e façamo-nos uma pergunta: eu falo mal dos outros? Procuro manchar os outros? Procuremos corrigir-nos pelo menos um pouco: far-nos-á bem a todos.” (Papa Francisco, Angelus, 3.3.2019)
 
- Durante a semana, vou olhar mais para dentro de mim e prestar atenção aos meus defeitos, esforçando-me por corrigir um ou outro. E na relação com os outros, vou mais elogiar e sugerir novas atitudes do que criticar ou censurar.
 
ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
 
LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)

Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
 
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
 
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
 
Santa Maria, rogai por nós.
 
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
 
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.
 
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.
 
ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.
 
LEMBRAI-VOS
Lembrai-vos ó puríssimo Esposo de Maria Virgem, que jamais se ouviu dizer que alguém tivesse invocado a vossa proteção, implorado vosso socorro, não fosse por vós consolado e atendido. Com esta confiança venho à vossa presença e a vós fervorosamente me recomendo. Não desprezeis a minha súplica ó Pai virginal do Redentor, mas dignai-vos acolhê-la piedosamente. Amém.
 

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