S.
Pedro Poveda Castroverde, presbítero e mártir
1ª
Leitura (2Re 4,42-44): Naqueles dias, veio um homem da povoação de
Baal-Salisa e trouxe a Eliseu, o homem de Deus, pão feito com os primeiros
frutos da colheita. Eram vinte pães de cevada e trigo novo no seu alforge.
Eliseu disse: «Dá-os a comer a essa gente». O servo respondeu: «Como posso com
isto dar de comer a cem pessoas?». Eliseu insistiu: «Dá-os a comer a essa
gente, porque assim fala o Senhor: ‘Comerão e ainda há-de sobrar’». Deu-lhos e
eles comeram, e ainda sobrou, segundo a palavra do Senhor.
Salmo
Responsorial: 144
R. Abris, Senhor, as vossas
mãos e saciais a nossa fome.
Graças Vos deem, Senhor, todas as
criaturas e bendigam-Vos os vossos fiéis. Proclamem a glória do vosso reino e
anunciem os vossos feitos gloriosos.
Todos têm os olhos postos em Vós,
e a seu tempo lhes dais o alimento. Abris as vossas mãos
e todos saciais generosamente.
O Senhor é justo em todos os seus
caminhos e perfeito em todas as suas obras. O Senhor está perto de quantos O
invocam, de quantos O invocam em verdade.
2ª
Leitura (Ef 4,1-6): Irmãos: Eu, prisioneiro pela causa do Senhor,
recomendo-vos que vos comporteis segundo a maneira de viver a que fostes
chamados: procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos uns
aos outros com caridade; empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo
vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, como há uma só esperança na
vida a que fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo. Há um
só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, atua em todos e em todos Se
encontra.
Apareceu entre nós um grande
profeta: Deus visitou o seu povo. Aleluia.
Evangelho
(Jo 6,1-15): Naquele tempo Jesus foi para o outro lado do mar da
Galileia, ou seja, de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia, vendo os sinais
que ele fazia a favor dos doentes. Jesus subiu a montanha e sentou-se lá com os
seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Levantando os
olhos e vendo uma grande multidão que vinha a ele, Jesus disse a Filipe: «Onde
vamos comprar pão para que estes possam comer?». Disse isso para testar Filipe,
pois ele sabia muito bem o que ia fazer. Filipe respondeu: «Nem duzentos
denários de pão bastariam para dar um pouquinho a cada um». Um dos discípulos,
André, irmão de Simão Pedro, disse: «Está aqui um menino com cinco pães de
cevada e dois peixes. Mas, que é isso para tanta gente?». Jesus disse: «Fazei
as pessoas sentarem-se». Naquele lugar havia muita relva, e lá se sentaram os
homens em número de aproximadamente cinco mil. Jesus tomou os pães, deu graças
e distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com
os peixes. Depois que se fartaram, disse aos discípulos: «Juntai os pedaços que
sobraram, para que nada se perca!». Eles juntaram e encheram doze cestos, com
os pedaços que sobraram dos cinco pães de cevada que comeram. À vista do sinal
que Jesus tinha realizado, as pessoas exclamavam: «Este é verdadeiramente o
profeta, aquele que deve vir ao mundo». Quando Jesus percebeu que queriam
levá-lo para proclamá-lo rei, novamente se retirou sozinho para a montanha.
«Uma grande multidão o seguia»
Rev. D. Pere CALMELL i Turet (Barcelona,
Espanha)
Hoje, podemos contemplar como se
forja no nosso interior tanto o amor humano como o amor sobrenatural, já que
temos um mesmo coração para amar a Deus e aos outros.
Geralmente, o amor vai abrindo
passo no coração humano quando se descobre o atrativo do outro: sua simpatia,
sua bondade. É o caso do «rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes» (Jn
6,9). Dá a Jesus tudo o que leva, os pães e os peixes, porque se deixou
conquistar pelo atrativo de Jesus. —Descobri o atrativo do Senhor?
A continuação, o enamoramento,
fruto de sentir-se correspondido. Disse que «muita gente o seguia porque viam
os sinais que ele realizava nos enfermos» (Jn 6,2). Jesus os escutava, os
obedecia, porque sabia o que eles necessitavam.
Jesus Cristo sente um poderoso
atrativo por mim e quer minha realização humana y sobrenatural. Ama-me tal como
sou, com minhas misérias, porque peço perdão e, com sua ajuda, continuo
esforçando-me.
«Jesus percebendo que tentavam
vir tomá-lo pela força para proclamá-lo rei, fugiu novamente ao monte Ele só»
(Jn 6,15). E lhes dirá no dia seguinte: «Em verdade, em verdade vos digo: vós
me buscais, não porque hás visto sinais, e sim porque hás comido dos pães e vos
hás saciado» (Jn 6,26). Santo Agostinho escreve: «Quantos há que procuram
Jesus, guiados somente por interesses temporais! (...) apenas se procura a
Jesus por Jesus».
A plenitude do amor é o amor de
doação; quando se quer o bem do ser amado, sem esperar nada em troca, mesmo que
seja ao preço do sacrifício pessoal.
Hoje, eu posso lhe dizer:
«Senhor, que nos fazes participar do milagre da Eucaristia: pedimos que não te
escondas, que vivas conosco, que te vejamos, que te toquemos, que te sintamos,
que queiramos estar sempre ao teu lado, que sejas o Rei de nossas vidas e de
nossos trabalhos» (São Josemaria).
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Senhor, satisfeitos com a tua
Eucaristia, desenvolve em nós o desejo e a vontade de te seguir para que
sejamos dignos de receber de ti a sabedoria e a experiência do teu alimento
espiritual» (Santo Alberto Magno)
«Certamente temos algum talento,
alguma habilidade... Quem de nós não tem os seus 'cinco pães e dois peixes'?
Deus é capaz de multiplicar os nossos pequenos gestos de solidariedade e de nos
tornar participantes do seu dom» (Francisco)
«Numerosos judeus, e mesmo alguns
pagãos (…) reconheceram em Jesus os traços fundamentais do messiânico ‘filho de
David’ prometido por Deus a Israel (36). Jesus aceitou o título de Messias (…),
mas não sem reservas, uma vez que esse título era compreendido, por numerosos
dos seus contemporâneos, segundo um conceito demasiado humano (38),
essencialmente político (39)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 439)
“Então, Jesus tomou os pães e,
tendo dado graças, distribuiu-os pelos que estavam sentados.”
Do site da Ordem do Carmo em
Portugal.
* O “livro dos sinais” do
quarto evangelho: esta passagem encontra-se na parte do evangelho chamada
“livro dos sinais” (desde 1, 19 até 12, 50) no qual são descritos e comentados
os sete grandes “sinais” de autorrevelação (semeion, milagre ou ação simbólica)
realizados por Jesus neste evangelho. Os discursos e os sinais estão
estreitamente relacionados: os “sinais” são explicados com discursos teológicos
e nos “sinais” apresenta-se plasticamente os conteúdos do discurso, num
progressivo aprofundamento da revelação divina e na consequente crescente
hostilidade para com Jesus.
* O capítulo 6 de João:
alguns, para procurar esclarecer as particularidades geográficas e cronológicas
do capítulo 6, propõem a inversão com o capítulo 5, mas isto não resolve todos
os problemas. É melhor manter e respeitar o que a tradição nos transmitiu,
mesmo tendo presente os problemas de tipo histórico-redacional, para não
“acentuar indevidamente algo que parece não ter tido muita importância para o
evangelista” (R. Brown).
* Jesus foi à outra margem do
mar da Galileia, isto é, de Tiberíades: o lago é identificado com uma dupla
denominação: a primeira é tradicional, a segunda é adoptada somente por João no
Novo Testamento (também em 2, 1), talvez porque tenha aparecido recentemente na
vida de Jesus e, portanto, tornou-se comum este nome no período posterior à sua
morte, sobretudo no mundo helenístico.
* A multidão seguia-o porque
via os sinais que realizava nos enfermos: anteriormente (2, 23-25)
encontramos uma situação semelhante na qual muitos acreditaram em Jesus porque
tinham visto os “sinais” que realizava. Nas duas ocasiões Jesus desaprova tais
motivações (2, 24-25; 6, 5.26). Os “sinais” nos enfermos, isto é, os milagres,
que Jesus realizou na Galileia não são narrados por João, com excepção da cura
do filho do funcionário real (4, 46-54). O mesmo evangelista, contudo, deixa
entender com estas palavras que não narrou todos os acontecimentos e que fez
uma seleção de entre as muitas coisas que poderia ter narrado aos leitores (21,
25).
* Jesus subiu ao monte
sentou-se em companhia dos seus discípulos: não é possível situar este
monte. Jesus, como Moisés, senta-se rodeado pelos seus discípulos, é um tema
que aparece também nos outros evangelhos (cf. Mc 4, 1; Mt 5, 1; Lc 4, 20). O
gesto de sentar-se para ensinar era próprio dos rabinos mas João, ao contrário
de Marcos 6, 34, não assinala que Jesus tenha ensinado nesta circunstância.
* Estava próxima a Páscoa, a
festa dos judeus: no quarto evangelho faz-se referência a três celebrações
da Páscoa de Jesus durante a sua vida pública. Esta seria a segunda (a
primeira: 2, 13; a terceira: 11, 55) e faz compreender o ambiente religioso e
teológico de tudo o que acontece no capítulo 6: o “pão dado” por Deus, como o
maná, a subida de Jesus ao monte, como Moisés, a passagem do mar, como
aconteceu no Êxodo (no episódio seguinte: 6, 16-21), o sermão centrado no pão
que vem de Deus. A propósito da relação do maná dado no deserto e a multiplicação
dos pães, encontramos vários paralelos que fazem referência ao livro dos
Números 11 (vv 1.7-9.13.22). Alguns gestos de Jesus (por exemplo partir e
distribuir o pão) como outros temas teológicos que serão tocados no discurso
seguinte, são referências concretas ao seder pascal e às leituras litúrgicas da
sinagoga na referida festa. A Páscoa é uma festa da Primavera e, de facto, João
refere que havia muita erva naquele lugar (6, 10; cf. Mt 14, 19; Mc 6, 39).
* Jesus viu que uma grande
multidão viera ter com ele: no princípio da narração parece que a multidão o
seguia já de antemão, enquanto João diz que a multidão vinha até ele. Talvez
aqui haja um dos temas teológicos preferidos por João e muito realçado neste
capítulo: o vir até Jesus, expressão correspondente à adesão total da fé (3,
21; 5, 40; 6, 35.37.45; 7, 37 e outros).
* Disse a Filipe... André,
irmão de Simão Pedro: são dois, de entre os doze, que neste evangelho jogam
um papel importante (1, 44; 12, 21-22) enquanto nos outros evangelhos ficam na
sombra. Parece que eram venerados de modo especial na Ásia Menor, lugar onde
teve origem o evangelho de João.
* “Onde havemos de comprar pão
para esta gente comer?”: a pergunta de Filipe justifica-se talvez porque
fosse daquela zona geográfica. Se interpretarmos esta pergunta à luz de outras
semelhantes no evangelho (1, 48; 2, 9; 4, 11; 7, 27-28; 8, 14; 9, 29-30; 19,
9), descobrimos o valor cristológico: perguntar de onde provém o dom é
perguntar quem é o dador que, neste caso, é Jesus; portanto, a pergunta
dirige-se à origem divina de Jesus.
* Dizia isto para o pôr à
prova, pois ele bem sabia o que ia fazer: O “pôr à prova” a reação do
discípulo é expressa com o verbo (peirazein) que tem normalmente um significado
negativo, de tentação, verificação ou engano. Esta frase é colocada para fazer
realçar a dúvida que a pergunta precedente de Jesus tinha suscitado, como uma
expressão de ignorância.
* “Duzentos denários de pão
não chegam para cada um comer um bocadinho”: o número corresponde ao
salário de duzentos dias de trabalho de um operário (cf. Mt 20, 13; 22, 2).
Marcos (6, 37) expressa-se de maneira que faz pensar que essa quantidade é
suficiente para cobrir a necessidade, mas o que João pretende sublinhar é a grandiosidade
da obra divina e a desproporção dos recursos humanos. A isto responde a
pergunta imediata de André: “Mas que é isso para tanta gente?”.
* “Há aqui um rapazinho que
tem cinco pães de cevada e dois peixes”: o rapaz, a julgar pelas palavra,
duplamente diminutivas usadas no texto grego (paidarion) é justamente um
“rapazinho”: uma pessoa sem nenhuma importância social. O mesmo termo é usado
em 2Re 4, 12.14.25; 5, 20 para Giezi, servo de Eliseu. O pão de cevada, ao
contrário do de trigo, era um alimento barato usado pelos pobres. Parece (Lc
11, 5) que o alimento normal para uma pessoa eram três pães. O peixe seco era o
alimento que se consumia normalmente com o pão.
* “Fazei sentar as pessoas”…
Os homens sentaram-se, pois, em número de uns cinco mil: na realidade, segundo
o costume da época, Jesus fá-los “recostar” ou “tombar-se”: a comida devia ser
tomada comodamente, da mesma forma que no ritual da Páscoa e como era obrigação
nos banquetes. Todas as narrações evangélicas assinalam o número de homens.
* Então, Jesus tomou os pães
e, tendo dado graças, distribuiu-os pelos que estavam sentados, tal como os
peixes: estas palavras de Jesus estão muito próximas do rito eucarístico,
ainda que não se possa dizer que um provenha do outro. “Deu graças” traduz-se
aqui por eucharistein que se usava de modo distinto de eulogein, bendizer, que
é o verbo utilizado pelos evangelhos sinópticos nesta passagem; o primeiro era
comum no ambiente grego e o segundo provém do ambiente hebraico. Se
considerarmos a linguagem usada na época em que foram escritos os evangelhos,
podemos dizer que entre as duas expressões não há muita diferença de conteúdo,
apesar da expressão de João ser, para aqueles que estão habituados à linguagem
litúrgica cristã, uma evocação mais direta do sacramento da Eucaristia. Tanto é
assim que o quarto evangelista usa o mesmo verbo em 11, 41, onde não
encontramos nenhuma referência ao sacramento. Do mesmo modo que o presidente da
mesa da Páscoa, o próprio Jesus parte o pão e distribui-o diretamente pela
multidão. Fará o mesmo na Última Ceia. Provavelmente, contudo, os factos
aconteceram como são narrados pelos evangelhos sinópticos. Jesus deu o pão já
partido para que os apóstolos o distribuíssem visto que a multidão era muito
grande para que só ele o pudesse fazer. João quer chamar a atenção dos seus
leitores para a pessoa de Jesus, único e verdadeiro dador do “pão do céu”.
Observemos como os factos se deram: a multiplicação acontece depois da divisão
do pão e a divisão ocorre depois que um “pequeno” coloca à disposição de todos
os seus irrisórios recursos. Aqueles pobres e pequenos pães multiplicam-se à
medida que são divididos! Jesus multiplica o que nós aceitamos, um pouco
cegamente, para compartilhar com ele e com os outros.
* E eles comeram quanto
quiseram: é a abundância prometidas pelos profetas no tempo do shalom e
para o alegre banquete escatológico (Is 25, 6; 30, 23; 49, 9: 56, 7-9; Os 11,
4; Sl 37, 19; 81, 17; 132, 15). A multidão não se equivoca quando diz que Jesus
“é o verdadeiro profeta que tinha que vir a este mundo”: profeta que realiza a
promessa divina de enviar um profeta “igual a Moisés” (Dt 18, 15-18) e que
inaugura os tempos messiânicos com um banquete abundante como tinham prometido
os profetas antigos.
* “Recolhei os pedaços que
sobraram, para que nada se perca”: os apóstolos entram em cena para
recolher os pedaços deste pão precioso. Este pão, contudo, é um “pão que
perece” e não se pode comparar com o verdadeiro “pão do céu” (6, 24). O mandato
de recolher (synagein) o que sobra é uma referência ao que estava prescrito
sobre o maná (Ex 16, 15ss).
* “Recolheram-nos, então, e
encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada que sobejaram”:
não se pode estabelecer com certeza se o número de cestos faz referência ao
número dos discípulos. A frase quer salientar a grande abundância que resulta
dos pães abençoados por Jesus. João parece que não dá importância aos dois
peixes que tinham sido dados com os pães talvez porque o discurso que se segue
está todo centrado no pão.
* Aquela gente, ao ver o sinal
milagroso: o motivo que João dá para o milagre que tinha acabado de
acontecer não é a compaixão pela multidão; isto teria sido bem entendido pelos
discípulos presentes, que, contudo, de acordo com Marcos (6, 52 e 8, 14-21),
não compreenderam o significado do que tinha acabado de acontecer. O quarto
evangelho põe em relevo o significado do “sinal” do milagre.
* “Jesus, sabendo que viriam
arrebatá-lo para o fazerem rei, retirou-se de novo, sozinho, para o monte”:
contrariamente aos outros evangelhos, João narra o rápido desaparecimento de
Jesus depois do milagre; queria evitar que o seu papel como Messias fosse
“manipulado” por manifestações políticas por parte da multidão. Jesus confirma
de novo a sua eleição (Mc 4, 1-10), a que realizará até ao fim, diante de
Pilatos (19, 33-37).
Algumas perguntas para
orientar a reflexão e a actualização
1 - O pão é multiplicado
porque alguém “muito pequeno” renuncia a conservar para si as suas próprias
seguranças (mesmo quando são pequeniníssimas, como as “cebolas do Egipto”)
arriscando fazer-se passar por ridículo e fracassar. O “rapazinho” da narração
evangélica fia-se em Jesus, mesmo quando ele nada tinha prometido. E nós,
faríamos o mesmo?
2 - O rapazinho é uma
pessoa insignificante, os pães são poucos e os peixes ainda menos. Passando
pelas mãos de Jesus tudo se converte em grande e belo. Há uma desproporção
entre o que somos e o que Deus nos faz chegar a ser, se nos pusermos nas suas
mãos. “Nada é impossível para Deus”: nem converter os corações mais
endurecidos, nem mudar o mal em instrumento de bem... Deus preenche toda a
desproporção entre ele e nós. Creio, mesmo quando tudo parece que está contra?
3 - O pão material que nos
é dado por Deus recorda-nos que devemos compartilhar com tantos homens e
mulheres que na terra estão com falta de recursos e que lutam desesperadamente
por um pouco de pão. Quando rezamos “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”, dirigimos
o pensamento para aqueles a quem lhes falta este pão e procuramos ir ao seu
encontro?
4 - A fome física e o pão
material recordam-nos também a “fome de Deus” e o banquete escatológico. São
realidades que muito frequentemente afastamos do nosso pensamento e que
consideramos como distantes de nós. No entanto, tê-las presentes, ajudar-nos-ia
a relativizar tantos problemas que nos parecem maiores do que nós e a viver
mais serenamente, preocupando-nos unicamente por aquilo que é o essencial.
Quando durante a celebração eucarística aclamamos “Vem, Senhor Jesus!”, estamos
realmente à espera da vinda gloriosa daquele que nos ama e que até hoje cuida
de nós?
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