São Manuel (da Paciência), mártir
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo,
unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo
rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o
mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu
vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do
Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as
minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas
obras e palavras. Amém.
LECTIO
DIVINA
1ª
Leitura (1Re 21,1-16): Naquele
tempo, Nabot de Jezrael possuía uma vinha ao lado do palácio de Acab, rei da
Samaria. Acab falou a Nabot, dizendo: «Cede-me a tua vinha, para eu fazer dela
uma horta, porque está junto da minha casa. Dar-te-ei em troca uma vinha
melhor, ou, se preferes, pagarei o seu valor em dinheiro». Nabot respondeu a
Acab: «O Senhor me livre de te ceder a herança de meus pais». Acab voltou para
casa triste e irritado, por Nabot de Jezrael lhe ter respondido: «Não te
cederei a herança de meus pais». Deitou-se na cama com o rosto voltado para a
parede e não quis comer nada. Jezabel, sua mulher, foi ter com ele e
perguntou-lhe: «Porque estás tão perturbado que nem queres comer?». Ele
respondeu: «Falei com Nabot de Jezrael e disse-lhe: ‘Cede-me a tua vinha pelo
seu valor em dinheiro, ou então, se preferes, dar-te-ei outra em seu lugar’.
Mas ele respondeu-me: ‘Não te cederei a minha vinha’». Jezabel, sua mulher,
disse-lhe: «Não és tu o rei de Israel? Levanta-te, come e anima-te, que eu te
darei a vinha de Nabot de Jezrael». Jezabel escreveu uma carta em nome de Acab,
selou-a com o selo real e enviou-a aos anciãos e aos nobres da cidade que
habitavam com Nabot. Eis o que ela escreveu na carta: «Proclamai um jejum e
fazei comparecer Nabot diante do povo. Colocai em frente dele dois homens sem
escrúpulos, que o acusem desta maneira: ‘Tu amaldiçoaste Deus e o rei’. Depois
levai-o para fora da cidade e apedrejai-o até morrer». Os homens da cidade de
Nabot, os anciãos e os seus concidadãos mais nobres, fizeram o que Jezabel lhes
tinha mandado dizer na carta. Proclamaram um jejum e fizeram comparecer Nabot
diante do povo. Os dois homens sem escrúpulos vieram colocar-se em frente de
Nabot e acusaram-no diante do povo, dizendo: «Nabot amaldiçoou Deus e o rei».
Levaram-no então para fora da cidade, apedrejaram-no e ele morreu. Depois
mandaram dizer a Jezabel: «Nabot foi apedrejado e morreu». Ao saber que Nabot
tinha sido apedrejado e morto, Jezabel foi dizer a Acab: «Levanta-te e vai
tomar posse da vinha que Nabot de Jezrael não te quis ceder por dinheiro. Ele
já não está vivo; morreu». Quando ouviu dizer que Nabot tinha morrido, Acab
levantou-se e desceu à vinha de Nabot de Jezrael para tomar posse dela.
Salmo
Responsorial: 5
R. Escutai, Senhor, a
voz da minha súplica.
Senhor, ouvi as minhas
palavras, reparai no meu lamento. Atendei a voz do meu clamor, ó meu Rei e meu
Deus.
Vós não sois um Deus que
se agrade do mal, o perverso não tem aceitação junto de Vós, nem os ímpios
suportam o vosso olhar.
Vós detestais todos os
malfeitores e exterminais os que dizem mentiras: o Senhor abomina os
sanguinários e fraudulentos.
Aleluia. A vossa
palavra, Senhor, é farol para os meus passos e luz para os meus caminhos.
Aleluia.
Evangelho
(Mt 5,38-42):
«Ouvistes que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’. Ora, eu vos digo:
não ofereçais resistência ao malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na
face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo
para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a
acompanhá-lo por um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir, e não
vires as costas a quem te pede emprestado».
«Não ofereçais
resistência ao malvado»
Rev. D. Joaquim MESEGUER
García (Rubí, Barcelona, Espanha)
Hoje, Jesus nos ensina
que o ódio se supera no perdão. A lei de talião era um progresso, pois limitava
o direito de vingança a uma justa proporção: só podes fazer ao próximo o que
ele te tem feito a ti, caso contrário, cometerias uma injustiça; isto é o que
significa o ditado de «olho por olho, dente por dente». Mesmo assim, era um
progresso limitado, já que Jesus Cristo no Evangelho afirma a necessidade de
superar a vingança com o amor; assim Ele o expressou mesmo quando, na cruz,
intercedeu por seus carrascos: Jesus dizia: «Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o
que fazem!» (Lc 23,34).
No entanto, o perdão
deve acompanhar-se com a verdade. Não perdoamos somente porque nos vemos
impotentes ou complexados. Com frequência se tem confundido com a expressão
“pôr o outro lado do rosto” com a ideia da renúncia a nossos direitos
legítimos. Não é isso. Pôr o outro lado do rosto quer dizer denunciar e
interpelar a quem o tem feito com um gesto pacífico, mas decidido, a injustiça
que se cometeu; é como dizer-lhe: «Batestes num lado meu rosto, queres, bater
também no outro? Você esta de acordo com essa maneira de proceder?» Jesus
respondeu com serenidade ao criado insolente do sumo sacerdote: «Jesus
replicou-lhe: “Se falei mal, mostra em que falei mal; e se falei certo, por que
me bates?» (Jo 18,23).
Vemos, pois, qual deve
ser a conduta do cristão: não procurar revanche, mas manter-se firme; estar
aberto ao perdão e dizer as coisas claramente. Certamente não é uma arte fácil,
mas é a única maneira de frear a violência e manifestar a graça divina a um
mundo frequentemente carente de graça. São Basílio nos aconselha: «Obedecei e
esquecei as injurias e as ofensas que venham do próximo. Podemos ver os
diversos nomes que teremos um e outro; a ele o chamarão colérico e violento, e
a vocês mansos e pacíficos. Ele se arrependerá um dia de sua violência, e vocês
não se arrependerão nunca de sua mansidão.
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«Entendam os cristãos
que neste tipo de injurias que procuram ser reparadas pelo castigo, os cristãos
devem observar tal moderação que, uma vez recebida a injuria, o ódio não nasça»
(Santo Agostinho)
«No Evangelho, Jesus
também nos fala sobre santidade e explica-nos a nova lei, a Sua própria lei.
Não só, não devemos devolver ao outro o mal que nos fez, como devemos
esforçar-nos por fazer generosamente o bem» (Francisco)
«O respeito pela pessoa
humana passa pelo respeito pelo princípio: Que cada um considere o seu próximo,
sem qualquer excepção, como outro ele mesmo´, e zele, antes de mais, pela sua
existência e pelos meios que lhe são necessários para viver dignamente´
(Concílio Vaticano II) (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1931)
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* O evangelho de hoje faz parte de uma pequena
unidade literária que vai desde Mt 5,17 até Mt 5,48, na qual se descreve como
passar da antiga justiça dos fariseus (Mt 5,20) para a nova justiça do Reino de
Deus (Mt 5,48).
Descreve como subir a Montanha das Bem-aventuranças, de onde Jesus anunciou a
nova Lei do Amor. O grande desejo dos fariseus era alcançar a justiça, ser
justo diante de Deus. Este é também o desejo de todos nós. Justo é aquele ou
aquela que consegue viver no lugar onde Deus o quer. Os fariseus se esforçavam
para alcançar a justiça através da observância estrita da Lei. Pensavam que era
pelo próprio esforço que poderiam chegar até o lugar onde Deus os queria, Jesus
toma posição diante desta prática e anuncia a nova justiça que deve ultrapassar
a justiça dos fariseus (Mt 5,20). No evangelho de hoje estamos quase chegando
no topo da montanha. Falta pouco. O topo é descrito com a frase: “Sede perfeito
como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48), que meditaremos no evangelho de
amanhã. Vejamos de perto este último degrau que nos falta para chegar ao topo
da Montanha, da qual São João da Cruz diz: “Aqui reinam o silêncio e o amor”.
* Mateus 5,38: Olho por olho, dente por dente. Jesus cita um texto da Lei antiga
dizendo: "Vocês ouviram o que foi dito: Olho por olho e dente por dente!”.
Ele abreviou o texto. O texto inteiro dizia: ”Vida por vida, olho por olho,
dente por dente, pé por pé, queimadura
por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe” (Ex 21,23-25). Como nos
casos anteriores, também aqui Jesus faz uma releitura inteiramente nova. O
princípio “olho por olho, dente por dente” estava na raiz da interpretação que
os escribas faziam da lei. Este princípio deve ser subvertido, pois ele
perverte e estraga o relacionamento entre as pessoas e com Deus.
* Mateus 5,39ª: Não retribuir o mal com o mal. Jesus afirma exatamente o contrário:
“Eu, porém, lhes digo: não se vinguem de quem fez o mal a vocês”. Diante de uma
violência recebida, nossa reação natural é pagar o outro com a mesma moeda. A
vingança pede “olho por olho, dente por dente”. Jesus pede para retribuir o mal
não com o mal, mas com o bem. Pois, se não soubermos superar a violência
recebida, a espiral da violência tomará conta de tudo e já não haverá mais
saída. Lameque dizia: “Por uma ferida recebida, eu matarei um homem, e por uma
cicatriz matarei um jovem. Se a vingança de Caim valia por sete, a de Lamec
valerá por setenta e sete” (Gn 4,24). Foi por causa desta vingança extremada
que tudo terminou na confusão da Torre de Babel (Gn 11,1-9). Fiel ao
ensinamento de Jesus, Paulo escreve na carta aos Romanos: “Não paguem a ninguém
o mal com o mal; a preocupação de vocês seja fazer o bem a todos os homens. Não
se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem”. (Rm 12,17.21). Para poder
ter esta atitude é necessário ter muita fé na possibilidade da recuperação do
ser humano. Como fazer isto na prática. Jesus oferece 4 exemplos concretos.
* Mateus 5,39b-42: Os quatro exemplos para
superar a espiral da violência. Jesus
diz: “Pelo contrário: (1) se alguém lhe dá um tapa na face direita,
ofereça também a esquerda! (2) Se alguém faz um processo para tomar de
você a túnica, deixe também o manto! (3) Se alguém obriga você a andar um
quilômetro, caminhe dois quilômetros com ele.
(4) Dê a quem lhe pedir, e não
vire as costas a quem lhe pedir emprestado.” (Mt 5,40-42). Como entender estas
quatro afirmações? Jesus mesmo nos ofereceu uma ajuda de como devemos
entendê-las. Quando o soldado lhe deu uma bofetada numa face, ele não ofereceu
a outra. Pelo contrário, ele reagiu energicamente: "Se falei mal, mostre o
que há de mal. Mas se falei bem, por que você bate em mim?" (Jo 18,23)
Jesus não ensina passividade. São Paulo acredita que, retribuindo o mal com o
bem, “você fará o outro corar de vergonha” (Rm 12,20). Esta fé na possibilidade
da recuperação do ser humano só é possível a partir de uma raiz que nasce da
total gratuidade do amor criador que Deus mostrou para conosco na vida e nas
atitudes de Jesus.
Para um confronto
pessoal
1) Você já sentiu alguma vez uma raiva
tão grande de querer aplicar a vingança “olho por olho, dente por dente”? Como
fez para superá-la?
2) Será que a convivência comunitária
hoje na igreja favorece a ter em nós o amor criador que Jesus sugere no
evangelho de hoje?
LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO
Senhor, tende piedade de
nós.
Jesus Cristo, tende
piedade de nós.
Senhor, tende piedade de
nós.
Jesus Cristo,
ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos Céu, tende
piedade de nós.
Deus Filho, Redentor
do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo,
tende piedade de nós.
Santíssima Trindade,
que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, Filho
do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus,
formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, ...
Coração de Jesus, unido
substancialmente ao Verbo de Deus, ...
Coração de Jesus,
de majestade infinita, ...
Coração de Jesus, templo
santo de Deus, ...
Coração de Jesus,
tabernáculo do Altíssimo,...
Coração de Jesus, casa
de Deus e porta do céu, ...
Coração de Jesus,
fornalha ardente de caridade, ...
Coração de Jesus,
receptáculo de justiça e amor, ...
Coração de Jesus,
abismo de todas as virtudes, ...
Coração de Jesus,
digníssimo de todo o louvor, ...
Coração de Jesus,
rei e centro de todos os corações, ...
Coração de Jesus, no
qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, ...
Coração de Jesus,
no qual habita toda a plenitude da divindade, ...
Coração de Jesus, no
qual o Pai celeste põe as suas complacências, ...
Coração de Jesus,
de cuja plenitude nós todos participamos, ...
Coração de Jesus, desejo
das colinas eternas,...
Coração de Jesus,
paciente e misericordioso, ...
Coração de Jesus, rico
para todos os que vos invocam,...
Coração de Jesus,
fonte de vida e santidade, ...
Coração de Jesus,
propiciação para os nossos pecados, ...
Coração de Jesus,
saturado de opróbios, ...
Coração de Jesus,
atribulado por causa de nossos crimes,...
Coração de Jesus,
feito obediente até a morte, ...
Coração de Jesus,
atravessado pela lança,...
Coração de Jesus,
fonte de toda a consolação,...
Coração de Jesus, nossa
vida e ressurreição, ...
Coração de Jesus,
nossa paz e reconciliação, ...
Coração de Jesus, vítima
dos pecadores, ...
Coração de Jesus,
salvação dos que em vós esperam, ...
Coração de Jesus,
esperança dos que em vós expiram, ...
Coração de Jesus,
delícia de todos os Santos,...
Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
V. — Jesus, manso e
humilde de coração,
R. — Fazei o nosso
coração semelhante ao vosso.
ORAÇÃO
Onipotente e eterno
Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e
satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam
vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo,
vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por
todos os séculos dos séculos. Amém.
CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)
Eu...(Nome), dou e
consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha
vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de
meu ser, senão para o honrar, amar e glorificar É esta a minha vontade
irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando
completamente ao que não for do seu agrado.
Eu vos tomo, pois, ó
Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida,
segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância,
reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte.
Sede, ó Coração de
bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os
castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança,
pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade.
Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro
amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me
esquecer nem me separar de Vós.
Suplico-vos, também, por
vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer
consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na
qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.
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