São Dimas, o Bom Ladrão
ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos,
ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa
devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança
aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em
vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja
agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria,
vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus,
concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos
exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
1ª Leitura (Is 49,1-6): Terras
de Além-Mar, escutai-me; povos de longe, prestai atenção. O Senhor chamou-me
desde o ventre materno, disse o meu nome desde o seio de minha mãe. Fez da
minha boca uma espada afiada, abrigou-me à sombra da sua mão. Tornou-me
semelhante a uma seta aguda, guardou-me na sua aljava. E disse-me: «Tu és o meu
servo, Israel, por quem manifestarei a minha glória». E eu dizia: «Cansei-me
inutilmente, em vão e por nada gastei as minhas forças». Mas o meu direito está
no Senhor e a minha recompensa está no meu Deus. E agora o Senhor falou-me, Ele
que me formou desde o seio materno, para fazer de mim o seu servo, a fim de Lhe
restaurar as tribos de Jacob e reconduzir os sobreviventes de Israel. Eu tenho
merecimento diante do Senhor e Deus é a minha força. Ele disse-me então: «Não
basta que sejas meu servo, para restaurares as tribos de Jacob e reconduzires
os sobreviventes de Israel. Farei de ti a luz das nações, para que a minha
salvação chegue até aos confins da terra».
Salmo Responsorial: 70
R. A minha boca proclamará a vossa salvação
Em Vós, Senhor, me refugio, jamais serei confundido. Pela
vossa justiça, defendei-me e salvai-me, prestai ouvidos e libertai-me.
Sede para mim um refúgio seguro, a fortaleza da minha
salvação. Vós sois a minha defesa e o meu refúgio: meu Deus, salvai-me do
pecador.
Sois Vós, Senhor, a minha esperança, a minha confiança desde
a juventude. Desde o nascimento Vós me sustentais, desde o seio materno sois o
meu protetor.
A minha boca proclamará a vossa justiça, dia após dia a
vossa infinita salvação. Desde a juventude Vós me ensinais e até hoje anunciei
sempre os vossos prodígios.
Salve, Senhor, nosso Rei, obediente ao Pai, que fostes
levado como manso cordeiro à morte na cruz.
Evangelho (Jo
13,21-33.36-38): Depois de dizer isso, Jesus ficou interiormente
perturbado e testemunhou: «Em verdade, em verdade, vos digo: um de vós me
entregará». Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não
sabiam de quem estava falando. Bem ao lado de Jesus estava reclinado um dos
seus discípulos, aquele que Jesus mais amava. Simão Pedro acenou para que
perguntasse de quem ele estava falando. O discípulo, então, recostando-se sobre
o peito de Jesus, perguntou: «Senhor, quem é?». Jesus respondeu: «É aquele a quem
eu der um bocado passado no molho». Então, Jesus molhou um bocado e deu a
Judas, filho de Simão Iscariotes. Depois do bocado, Satanás entrou em Judas.
Jesus, então, lhe disse: «O que tens a fazer, faze logo». Mas nenhum dos
presentes entendeu por que ele falou isso. Como Judas guardava a bolsa, alguns
pensavam que Jesus estava dizendo: «Compra o que precisamos para a festa», ou
que desse alguma coisa para os pobres. Então, depois de receber o bocado, Judas
saiu imediatamente. Era noite. Depois que Judas saiu, Jesus disse: «Agora foi
glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi
glorificado nele, Deus também o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo.
Filhinhos, por pouco tempo eu ainda estou convosco. Vós me procurareis, e agora
vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis
ir’. Simão Pedro perguntou: «Senhor, para onde vais?». Jesus respondeu-lhe:
«Para onde eu vou, não podes seguir-me agora; mais tarde me seguirás». Pedro disse:
«Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei minha vida por ti!». Jesus
respondeu: «Darás tua vida por mim? Em verdade, em verdade, te digo: não
cantará o galo antes que me tenhas negado três vezes».
«Era noite»
Abbé Jean GOTTIGNY (Bruxelles, Bélgica)
Hoje, Terça-feira Santa, a liturgia põe o acento sobre o
drama que está a ponto de desencadear-se e que concluirá com a crucifixão da
Sexta-feira Santa. «Então, depois de receber o bocado, Judas saiu
imediatamente. Era noite» (Jo 13,30). Sempre é de noite quando nos distanciamos
do que é «Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro» (Símbolo de
Niceas-Constantinopla).
O pecador é o que dá as costas ao Senhor para gravitar ao
redor das coisas criadas, sem referi-las a seu Criador. Santo Agostinho
descreve o pecado como «um amor a si mesmo até o desprezo de Deus». Uma
traição. Uma prevaricação fruto da «arrogância com a que queremos emancipar-nos
de Deus e não ser nada mais que nós mesmos; a arrogância pela que cremos não
ter necessidade do amor eterno, e sim que desejamos dominar nossa vida por nós
mesmos» (Bento XVI). Podemos entender que Jesus, aquela noite, tenha-se sentido
«turbado em seu interior» (Jo 13,21).
Afortunadamente, o pecado não é a última palavra. Esta é a
misericórdia de Deus. Mas ela supõe uma “mudança” de nossa parte. Uma mudança
da situação que consiste em despegar-se das criaturas para vincular-se a Deus e
reencontrar assim a autêntica liberdade. No entanto, não vamos esperar estar
aborrecidos das falsas liberdades que tomamos, para mudar a Deus. Segundo
denunciou o padre jesuíta Bourdaloue, «quiséramos converter-nos quando
estivéssemos cansados do mundo ou, mais bem dito, quando o mundo estivesse
cansado de nós». Sejamos mais espertos. Decidamo-nos agora. A Semana Santa é a
ocasião propícia. Na Cruz, Cristo abre seus braços a todos. Ninguém está
excluído Todo ladrão arrependido tem seu lugar no paraíso. Isso sim, a condição
de mudar de vida e de reparar, como o do Evangelho: «Para nós, é justo
sofrermos, pois estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal»
(Lc 23,41).
«Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi
glorificado nele»
Rev. D. Lluís ROQUÉ i Roqué (Manresa, Barcelona, Espanha)
Hoje contemplamos Jesus na escuridão dos dias da Paixão,
escuridão que concluirá quando exclame: «Está consumado» (Jo 19,30); a partir
desse momento se acenderá a luz da Páscoa. Na noite luminosa da Páscoa —em
contraposição com a noite escura da véspera de sua morte— as palavras de Jesus
vão se fazer realidade: «Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi
glorificado nele» (Jo 13,31). Pode se dizer que cada passo de Jesus é um passo
da morte à Vida e tem um caráter pascoal, manifestado numa atitude de
obediência total ao Pai: «Eis que eu vim para fazer a tua vontade» (Heb 10,9),
atitude que fica corroborada com palavras, gestos e obras que abrem o caminho
da sua glorificação como Filho de Deus.
Contemplamos também a figura de Judas, o apóstolo traidor.
Judas tenta dissimular a má intenção que guarda no seu coração; assim mesmo,
procura encobrir com hipocrisia a avareza que lhe domina e lhe cega, apesar de
ter tão perto ao que é a Luz do mundo. Mesmo assim de estar rodeado de Luz e de
desprendimento exemplar, para Judas «Era noite» (Jo 13,30): trinta moedas de
prata, “o excremento do diabo” —como qualifica Papini o dinheiro— o
deslumbraram e amordaçaram. Preso da avareza, Judas atraiçoou e vendeu a Jesus,
o mais prezado dos homens, o único que pode nos enriquecer. Mas Judas
experimentou, também a desesperação, já que o dinheiro não é tudo e pode chegar
a escravizar.
Finalmente, consideramos Pedro atenta e devotamente. Tudo
nele é boa vontade, amor, generosidade, naturalidade, nobreza... é o
contraponto de Judas. É certo que negou a Jesus, mas não o fez com má intenção,
senão por covardia e debilidade humana. «Negou-o pela terceira vez, e olhando-o
Jesus Cristo, logo depois chorou, e chorou amarguradamente» (Santo Ambrósio).
Pedro se arrependeu sinceramente e manifestou a sua dor cheio de amor. Por
isso, Jesus o reafirmou na vocação e na missão que lhe tinha preparado.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Esta é a única salvação para nossa carne e nossa alma:
caridade para com eles [doentes, necessitados]» (São Gregório Nazianzeno)
«O essencial nestas palavras é o "novo fundamento"
do ser que nos foi dado. A novidade só pode vir do dom da comunhão com Cristo,
do viver Nele» (Bento XVI)
«É vontade do nosso Pai ‘que todos os homens se salvem e
cheguem ao conhecimento da verdade’ (1 Tm 2, 3-4). Ele ‘usa de paciência [...],
não querendo que ninguém se perca’ (2 Pe 3, 9) (85). O seu mandamento, que
resume todos os outros e nos diz toda a sua vontade, é que nos amemos uns aos
outros como Ele nos amou (86)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.822)
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Estamos na terça-feira da Semana Santa. Os textos
do evangelho destes dias nos confrontam com os fatos terríveis que levaram à
prisão e à condenação de Jesus. Os textos não trazem só as decisões das
autoridades religiosas e civis contra Jesus, mas também relatam as traições e
negações dos próprios discípulos que possibilitaram a prisão de Jesus pelas
autoridades e contribuíram enormemente para aumentar o sofrimento de
Jesus.
* João 13,21: O anúncio da traição. Depois de ter lavado os pés dos discípulos
(Jo 13,2-11) e de ter falado da obrigação que temos de lavar os pés uns dos
outros (Jo 13,12-16), Jesus se comoveu profundamente. E não era para menos.
Enquanto ele estava fazendo aquele gesto de serviço e de total entrega de si
mesmo, ao lado dele um discípulo estava tramando a maneira de como traí-lo
naquela mesma noite. Jesus expressa a sua comoção e diz: “Em verdade lhes digo:
um de vocês vai me trair!” Não diz: “Judas vai me trair”, mas “um de vocês”. É
alguém do círculo da amizade dele que vai ser o traidor”.
* João 13,22-25: A reação dos discípulos. Os discípulos levam susto. Não esperavam por
esta declaração tão séria de que um deles seria o traidor. Pedro faz um sinal a
João para ele perguntar a Jesus qual dos doze iria cometer a traição. Sinal de
que eles nem sequer desconfiavam quem pudesse ser o traidor. Ou seja, sinal de
que a amizade entre eles ainda não tinha chegado à mesma transparência de Jesus
para com eles (cf. Jo 15,15). João se inclinou para perto de Jesus e perguntou:
“Quem é?”
* João 13,26-30:
Jesus indica Judas. Jesus disse: é
aquele a quem vou dar um pedaço de pão umedecido no molho. Ele pegou um pedaço
de pão, molhou e deu a Judas. Era um gesto comum e normal que os participantes
de uma ceia costumavam fazer entre si. E Jesus disse a Judas: “O que você tem
que fazer, faça logo!” Judas tinha a bolsa comum. Era o encarregado de comprar
as coisas e de dar esmolas para os pobres. Por isso, ninguém percebeu nada de
especial no gesto e na palavra de Jesus. Nesta descrição do anúncio da traição
está uma evocação do salmo em que o salmista se queixa do amigo que o traiu:
“Até o meu amigo, em quem eu confiava e que comia do meu pão, é o primeiro a me
trair” (Sl 41,10; cf. Sl 55,13-15). Judas percebeu que Jesus estava sabendo de
tudo (Cf. Jo 13,18). Mesmo assim, não voltou atrás, e manteve a decisão de
trair Jesus. É neste momento que se opera a separação entre Judas e Jesus. João
diz que o satanás entrou nele. Judas se levantou e saiu. Ele entrou para o lado
do adversário (satanás). João comenta: “Era noite”. Era a escuridão.
* João 13,31-33: Começa a glorificação de Jesus. É como se a história tivesse esperado por
este momento da separação entre a luz e as trevas. Satanás (o adversário) e as
trevas entraram em Judas quando ele decidiu de executar o que estava tramando.
Neste mesmo momento se fez luz em Jesus que declara: “Agora o Filho do Homem
foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. Deus o glorificará em si
mesmo e o glorificará logo!” O que vai
acontecer daqui para frente é contagem regressiva. As grandes decisões foram
tomadas, tanto da parte de Jesus (Jo 12,27-28) e agora também da parte de
Judas. Os fatos se precipitam. E Jesus já dá o aviso: “Filhinhos, é só mais um
pouco que vou ficar com vocês”. Falta pouco para que se realize a passagem, a
Páscoa.
* João 13,34-35: O novo mandamento. O evangelho de hoje omite estes dois
versículos sobre o novo mandamento do amor e passa a falar do anúncio da
negação de Pedro.
* João 13,36-38: Anúncio da negação de Pedro. Junto
com a traição de Judas, o evangelho traz também a negação de Pedro. São os dos
dois fatos que mais contribuíram para o sofrimento de Jesus. Pedro diz que está
disposto a dar a vida por Jesus. Jesus o chama à realidade: “Você dar a vida
por mim? O galo não cantará sem que me renegues três vezes”. Marcos tinha
escrito: “O galo não cantará duas vezes e você já me terá negado três vezes”
(Mc 14,30). Todo mundo sabe que o canto do galo é rápido. Quando de manhã cedo
o primeiro galo começa a cantar, quase ao mesmo tempo todos os galos estão
cantando. Pedro é mais rápido na negação do que o galo no canto.
Para um confronto pessoal
1) Judas, amigo, torna-se traidor. Pedro, amigo,
torna-se negador. E eu?
2) Colocando-me na situação de Jesus: como enfrenta
negação e traição, o desprezo e a exclusão?
ORAÇÃO - Ó
glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste
mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem
as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons
preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos
criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer
que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem
ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem
santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de
Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende
piedade nós.
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.
ORAÇÃO: Deus,
que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São
José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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