ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos,
ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa
devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança
aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em
vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja
agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria,
vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus,
concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos
exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
LECTIO DIVINA
1ª Leitura (Is 50,4-9a): O
Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma
palavra de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus
ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os
ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que
me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos
que me insultavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio, e por isso
não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não
ficarei desiludido. O meu advogado está perto de mim. Pretende alguém
instaurar-me um processo? Compareçamos juntos. Quem é o meu adversário? Que se
apresente! O Senhor Deus vem em meu auxílio. Quem ousará condenar-me?
Salmo Responsorial: 68
R. Pela vossa grande misericórdia, no tempo da graça,
atendei-me, Senhor.
Por Vós tenho suportado afrontas, cobrindo-se meu rosto de
confusão. Tornei-me um estranho para os meus irmãos, um desconhecido para a
minha família. Devorou-me o zelo da vossa casa e recaíram sobre mim os insultos
contra Vós.
O insulto despedaçou-me o coração e eu desfaleço. Esperei
por compaixão e não apareceu, nem encontrei quem me consolasse. Misturaram-me
fel na comida e deram-me vinagre a beber.
Louvarei com cânticos o nome de Deus e em ação de graças O
glorificarei. Vós, humildes, olhai e alegrai-vos, buscai o Senhor e o vosso
coração se reanimará. O Senhor ouve os pobres e não despreza os cativos.
Salve, Senhor, nosso Rei; só Vós tivestes piedade dos
nossos erros.
Evangelho (Mt 26,14-25): Um
dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes e disse:
«Que me dareis se eu vos entregar Jesus?». Combinaram trinta moedas de prata. E
daí em diante, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo. No primeiro dia
dos Pães sem fermento, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram:
«Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa?». Jesus
respondeu: «Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda
dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a ceia pascal em tua casa, junto
com meus discípulos’». Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a
ceia pascal. Ao anoitecer, Jesus se pôs à mesa com os Doze. Enquanto comiam,
ele disse: «Em verdade vos digo, um de vós me vai entregar». Eles ficaram muito
tristes e, um por um, começaram a perguntar-lhe: «Acaso sou eu, Senhor?». Ele
respondeu: «Aquele que se serviu comigo do prato é que vai me entregar. O Filho
do Homem se vai, conforme está escrito a seu respeito. Ai, porém, daquele por
quem o Filho do Homem é entregue! Melhor seria que tal homem nunca tivesse
nascido!». Então Judas, o traidor, perguntou: «Mestre, serei eu?». Jesus lhe
respondeu: «Tu o dizes».
«Acaso sou eu?»
Rev. P. Higinio Rafael ROSOLEN IVE (Coburgo, Ontario, Canadá)
Hoje, o Evangelho nos apresenta três cenas: a traição de
Judas, os preparativos para celebrar a Páscoa e a Ceia com os Doze.
A palavra “entregar” (“paradidōmi” em grego) é repetida seis
vezes e serve de elo entre esses três momentos: (I)
quando Judas entrega Jesus; (II) Páscoa,
que é uma figura do sacrifício da cruz, onde Jesus dá a vida; e (III) a Última Ceia, na qual se manifesta a
entrega de Jesus, que se cumprirá na Cruz.
Queremos parar aqui na Ceia Pascal, onde Jesus Cristo
manifesta que seu corpo será dado e seu sangue derramado. As suas palavras:
«Garanto-vos que um de vós me entregará» (Mt 26,20), convida cada um dos Doze,
sobretudo Judas, a um exame de consciência. Estas palavras estendem-se a todos
nós, também chamados por Jesus. São um convite a refletir sobre nossas ações,
sejam elas boas ou más; nossa dignidade; nos perguntamos o que estamos fazendo
neste momento com nossas vidas; para onde vamos e como respondemos ao chamado
de Jesus. Devemos responder uns aos outros com sinceridade, humildade e
franqueza.
Vamos lembrar que podemos esconder nossos pecados de outras
pessoas, mas não podemos escondê-los de Deus, que os vê em segredo. Jesus,
verdadeiro Deus e homem, tudo vê e sabe. Ele sabe o que está em nossos corações
e do que somos capazes. Nada está escondido de seus olhos. Evitemos enganar a
nós mesmos e só depois de sermos sinceros conosco é que devemos olhar para
Cristo e perguntar-lhe: " Acaso sou eu?" (Mt 26,22). Tenhamos
presente o que diz o Papa Francisco: «Jesus, amando-nos, convida-nos a
permitir-nos a reconciliação com Deus e a regressar a Ele para nos
redescobrir».
Olhemos para Jesus, ouçamos suas palavras e peçamos a graça
de doarmos, unindo-nos ao seu sacrifício na Cruz.
«Em verdade vos digo, um de vós me vai entregar»
P. Raimondo M. SORGIA Mana OP (San Domenico de Fiésole,
Florença, Itália)
Hoje, o Evangelho nos propõe —pelo menos— três
considerações. A primeira é que, quando o amor ao Senhor se esfria, então a
vontade cede a outros reclamos, onde a voluptuosidade parece oferecer-nos os
pratos mais saborosos, mas, na realidade, condimentados por degradantes e
inquietantes venenos. Dada a nossa nativa fragilidade, não devemos permitir que
o fogo do fervor diminua, que, se não sensível, pelo menos mental, nos une a
Aquele que nos tem amado ao ponto de oferecer sua vida por nós.
A segunda consideração refere-se à misteriosa escolha do
lugar donde Jesus quer consumir sua ceia Pascal. «Jesus respondeu: “Ide à
cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo
está próximo, vou celebrar a ceia Pascal em tua casa, junto com meus
discípulos’» (Mt 26,18). O dono da casa, talvez, não fosse um dos amigos
declarados do Senhor; mas devia ter o ouvido atento para escutar o chamado
“interior”. O Senhor lhe teria falado intimamente —como frequentemente nos
fala—, a través de mil incentivos para que lhe abrisse a porta. Sua fantasia e
sua onipotência, suportes do amor infinito com o qual nos ama, não conhecem
fronteiras e se expressam de modo sempre apto a cada situação pessoal. Quando
escutemos o chamado devemos “render-nos”, deixando à parte as sutilezas e
aceitando com alegria esse “mensageiro libertador”. É como se alguém estivesse
se apresentado à porta do cárcere e nos convida a segui-lo, como fez o Anjo com
Pedro dizendo-lhe: « Levanta-te depressa! As correntes caíram-lhe das mãos» (At
12,7).
O terceiro motivo de meditação nos oferece o traidor que
tenta esconder seu crime ante a presença examinadora do Onisciente. O próprio
Adão já tinha tentado, depois, seu filho fratricida Caim, embora, inutilmente.
Antes de ser nosso perfeito Juiz, Deus se apresenta como pai e mãe, que não se
rende ante a ideia de perder a um filho. A Jesus lhe dói o coração não tanto
por ter sido traído, mas por ver a um filho distanciar-se irremediavelmente
Dele.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Bendito sejas, meu Senhor Jesus Cristo, que anunciaste
antecipadamente a tua morte e, na última ceia, consagraste o pão material,
transformando-o no teu corpo glorioso, e pelo teu amor o deste aos apóstolos
como memorial da tua digna paixão e lavaste os seus pés com tuas preciosas mãos
sagradas, mostrando assim humildemente tua maior humildade» (Santa Brígida)
«Nos próximos dias comemoraremos o confronto supremo entre a
Luz e as Trevas. Também nós devemos situar-nos neste contexto, conscientes da
nossa 'noite', das nossas faltas e responsabilidades, se queremos reviver o
mistério pascal com proveito espiritual.» (Bento XVI)
«Jesus escolheu a altura da Páscoa para cumprir o que tinha
anunciado em Cafarnaum: dar aos seus discípulos o seu corpo e o seu sangue»
(Catecismo da Igreja Católica, n.º 1.339)
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Ontem o evangelho falou da traição de Judas e da
negação de Pedro. Hoje, fala novamente da traição de Judas. Na descrição da
paixão de Jesus do evangelhos de Mateus acentua-se fortemente o fracasso dos
discípulos. Apesar da convivência de três anos, nenhum deles ficou para tomar a
defesa de Jesus. Judas traiu, Pedro negou, todos fugiram. Mateus conta isto,
não para criticar ou condenar, nem para provocar desânimo nos leitores, mas
para ressaltar que o acolhimento e o amor de Jesus superam a derrota e o
fracasso dos discípulos! Esta maneira de descrever a atitude de Jesus era uma
ajuda para as Comunidades na época de Mateus. Por causa das frequentes
perseguições, muitos tinham desanimado e abandonado a comunidade e se
perguntavam: "Será que é possível voltar? Será que Deus nos acolhe e
perdoa?" Mateus responde sugerindo que nós podemos romper com Jesus, mas
Jesus nunca rompe conosco. O seu amor é maior do que a nossa infidelidade. Esta
é uma mensagem muito importante que colhemos do evangelho durante a Semana
Santa.
* Mateus 26,14-16: A Decisão de Judas de trair Jesus.
Judas tomou a decisão, depois que Jesus não aceitou a crítica dos discípulos a
respeito da mulher que gastou um perfume caríssima só para ungir Jesus (Mt
26,6-13). Ele foi até os sacerdotes e perguntou: “Quanto vocês me pagam se eu o
entregar?” Combinaram trinta moedas de prata. Mateus evoca as palavras do
profeta Zacarias para descrever o preço combinado (Zc 11,12). Ao mesmo tempo, a
traição de Jesus por trinta moedas evoca a venda de José pelos seus próprios
irmãos, avaliado pelos compradores em vinte moedas (Gn 37,28). Evoca ainda o
preço de trinta moedas a ser pago pelo ferimento a um escravo (Ex 21,32).
* Mateus 26,17-19: A Preparação da Páscoa. Jesus era da Galileia. Não tinha casa em
Jerusalém. Ele passava as noites no Horto das Oliveiras (cf. Jo 8,1). Nos dias
da festa de páscoa a população de Jerusalém triplicava por causa da quantidade
enorme de peregrinos que vinham de toda a parte. Não era fácil para Jesus encontrar
uma sala ampla para poder celebrar a páscoa junto com os peregrinos que tinham
vindo com ele desde a Galileia. Ele manda os discípulos encontrarem uma pessoa
em cuja casa decidiu celebrar a Páscoa. O evangelho não oferece ulteriores
informações e deixa que a imaginação complete o que falta nas informações. Era
um conhecido de Jesus? Um parente? Um discípulo? Ao longo dos séculos, a
imaginação dos apócrifos soube completar a falta de informação, mas com pouca
credibilidade.
* Mateus 26,20-25:
Anúncio da traição de Judas. Jesus sabe que vai ser traído. Apesar de Judas
fazer as coisas em segredo, Jesus está sabendo. Mesmo assim, ele faz questão de
se confraternizar com o círculo dos amigos, do qual Judas faz parte. Estando
todos reunidos pela última vez, Jesus anuncia quem é o traidor. É "aquele
que põe a mão no prato comigo". Esta maneira de anunciar a traição acentua
o contraste. Para os judeus a comunhão de mesa, colocar juntos a mão no mesmo
prato, era a expressão máxima da amizade, da intimidade e da confiança. Mateus
sugere assim que, apesar da traição ser feita por alguém muito amigo, o amor de
Jesus é maior que a traição!
* O que chama a atenção é a maneira de Mateus descrever
estes fatos. Entre a traição e a negação ele colocou a instituição da
Eucaristia (Mt 26,26-29): a traição de Judas, antes (Mt 25,20-25); a negação de
Pedro e a fuga dos discípulos, depois (Mt 25,30-35). Deste modo, ele destaca
para todos nós a inacreditável gratuidade do amor de Jesus, que supera a
traição, a negação e a fuga dos amigos. O seu amor não depende do que os outros
fazem por ele.
Para um confronto pessoal
1) Será que eu seria capaz de ser como Judas e de
negar e trair a Deus, a Jesus, aos amigos e amigas?
2) Na semana santa é importante eu reservar algum
momento para compenetrar-me da inacreditável gratuidade do amor de Deus por
mim.
ORAÇÃO - Ó
glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste
mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem
as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons
preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos
criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer
que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem
ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem
santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de
Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende
piedade nós.
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.
ORAÇÃO: Deus,
que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São
José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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