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terça-feira, 23 de janeiro de 2024

25 de janeiro: Conversão de São Paulo, apóstolo

Festa da Conversão de São Paulo, Apóstolo, ao qual, quando ia para Damasco, o próprio Jesus glorioso Se apresentou no caminho e o escolheu, para que, cheio do Espírito Santo, anunciasse o Evangelho da salvação aos gentios, padecendo muitas tribulações pelo nome de Cristo.

1ª Leitura (At 22,3-16): Naqueles dias, Paulo disse ao povo: «Eu sou judeu e nasci em Tarso da Cilícia. Fui, porém, educado nesta cidade de Jerusalém e recebi na escola de Gamaliel uma formação estritamente fiel à Lei dos nossos pais. Era tão zeloso no serviço de Deus, como vós todos sois hoje. Persegui até à morte esta nova religião, algemando e metendo na prisão homens e mulheres, como podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todo o Senado. Recebi até, da parte deles, cartas para os irmãos de Damasco e para lá me dirigi, com a missão de trazer algemados os que lá estivessem, a fim de serem castigados em Jerusalém. Sucedeu, porém, que, no caminho, ao aproximar-me de Damasco, por volta do meio-dia, de repente brilhou ao redor de mim uma intensa luz vinda do Céu. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, porque Me persegues?’. Eu perguntei: ‘Quem és Tu, Senhor?’. E Ele respondeu-me: ‘Eu sou Jesus Nazareno, a quem tu persegues’. Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava. Então perguntei: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’. E o Senhor disse-me: ‘Levanta-te e vai a Damasco; lá te dirão tudo o que deves fazer’. Como eu deixei de ver, por causa do esplendor daquela luz, cheguei a Damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros. Entretanto, veio procurar-me certo Ananias, homem piedoso segundo a Lei e de boa fama entre todos os judeus que ali viviam. Ele veio ao meu encontro e, ao chegar junto de mim, disse-me: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista’. E, no mesmo instante, pude vê-lo. Ele acrescentou: ‘O Deus dos nossos pais destinou-te para conheceres a sua vontade, para veres o Justo e ouvires a voz da sua boca. Tu serás sua testemunha diante de todos os homens, acerca do que viste e ouviste. Agora, por que esperas? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome’». Em vez da leitura anterior, pode utilizar-se a seguinte (At 9, 1-22 ): Naqueles dias, Saulo, respirando ainda ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, foi ter com o sumo sacerdote e pediu-lhe cartas de recomendação para as sinagogas de Damasco, a fim de trazer algemados para Jerusalém quantos seguissem a nova doutrina, tanto homens como mulheres. Na viagem, quando estava já próximo de Damasco, viu-se de repente envolvido numa luz intensa vinda do Céu. Caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: «Saulo, Saulo, porque Me persegues?». Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?». O Senhor respondeu: «Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Mas levanta-te, entra na cidade e aí te dirão o que deves fazer». Os companheiros de viagem de Saulo tinham parado emudecidos; ouviam a voz, mas não viam ninguém. Saulo levantou-se do chão, mas, embora tivesse os olhos abertos, nada via. Por isso levaram-no pela mão e introduziram-no em Damasco. Ficou três dias sem vista e sem comer nem beber. Vivia em Damasco um discípulo chamado Ananias e o Senhor chamou-o numa visão: «Ananias». Ele respondeu: «Eis-me aqui, Senhor». O Senhor disse-lhe: «Levanta-te e vai à rua chamada Direita procurar, em casa de Judas, um homem de Tarso, chamado Saulo, que está a orar». – Entretanto, Saulo teve uma visão, em que um homem chamado Ananias entrava e impunha-lhe as mãos, para que recuperasse a vista – . Ananias respondeu: «Senhor, tenho ouvido contar a muitas pessoas todo o mal que esse homem fez aos teus fiéis em Jerusalém; e agora está aqui com plenos poderes dos príncipes dos sacerdotes para prender todos os que invocam o teu nome». O Senhor disse-lhe: «Vai, porque esse homem é o instrumento escolhido por Mim, para levar o meu nome ao conhecimento dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel. Eu mesmo lhe mostrarei quanto ele tem de sofrer pelo meu nome». Então Ananias partiu, entrou na casa, impôs as mãos a Saulo e disse-lhe: «Saulo, meu irmão, quem me envia é o Senhor, – esse Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas – a fim de recuperares a vista e ficares cheio do Espírito Santo». Imediatamente lhe caíram dos olhos uma espécie de escamas e recuperou a vista. Então levantou-se, recebeu o baptismo e, tendo tomado alimento, readquiriu as forças. Saulo passou alguns dias com os discípulos de Damasco e começou logo a proclamar nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus. Todos os que o ouviam ficavam admirados e diziam: Não é ele que em Jerusalém perseguia os que invocam este nome? E não veio aqui para os levar algemados à presença dos príncipes dos sacerdotes?». as Saulo, cada vez mais fortalecido, confundia os judeus que habitavam em Damasco, demonstrando que Jesus era o Messias.

Salmo Responsorial: 116

R. Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho.

Louvai o Senhor, todas as nações, aclamai-O, todos os povos. É firme a sua misericórdia para conosco, a fidelidade do Senhor permanece para sempre.

Aleluia. Eu vos escolhi do mundo, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça, diz o Senhor. Aleluia.

Evangelho (Mc 16,15-18): Naquele tempo, Jesus apareceu-se às onze e disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. Eis os sinais que acompanharão aqueles que crerem: expulsarão demônios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes e beberem veneno mortal, não lhes fará mal algum; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados».

«Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova»

Rev. D. Josep GASSÓ i Lécera (Ripollet, Barcelona, Espanha)

Hoje, a Igreja celebra a festa da Conversão de São Paulo, apóstolo. O breve fragmento do Evangelho segundo São Marcos resume uma parte do discurso sobre a missão que confere o Senhor ressuscitado. Com a exortação de predicar por todo o mundo vai unida a tese de que a fé e o batismo são requisitos necessários para a salvação: «Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado» (Mc 16,16). Além disso, Cristo garante que aos predicadores lhes será dada a faculdade de fazer prodígios ou milagres que irão apoiar e confirmar sua predicação missionária (cf. Mc 16,17-18). A missão é grande —«Ide por todo o mundo»—, mas não faltará o acompanhamento do Senhor: «Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo» (Mt 28,20).

A oração coleta de hoje, própria da festa, nos diz: «Oh Deus, que com a predicação do Apóstolo São Paulo levaste a todos os povos ao conhecimento da verdade, concede-nos, ao celebrar hoje sua conversão, que, seguindo seu exemplo, caminhemos a Ti como testemunha de tua verdade». Uma verdade que Deus nos tem concedido conhecer e que tantas e tantas almas desejariam possuir: temos a responsabilidade de transmitir até onde possamos este maravilhoso patrimônio.

A Conversão de São Paulo é um grande acontecimento: ele passa de perseguidor a convertido, isto é, a servidor e defensor da causa de Cristo. Muitas vezes talvez, também nós mesmos nos fazemos de “perseguidores”: como São Paulo, devemos nos converter de “perseguidores” a servidores e defensores de Jesus Cristo.

Com Santa Maria, reconhecemos que o Altíssimo também tem prestado atenção em nós e nos tem escolhido para participar na missão sacerdotal e redentora de seu Filho divino: Regina apostolorum, Rainha dos apóstolos, rogai por nós! fazei-nos valentes para dar testemunho de nossa fé cristã no mundo que devemos viver.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

Saulo foi conduzido a Ananias: o lobo devastador é conduzido às ovelhas. Mas o Pastor, que tudo conduz do alto do céu, garante-lhe: "Não temas." Que maravilha! O lobo cativo é conduzido às ovelhas. O Cordeiro, que morre pelas ovelhas, lhe ensina a não temer (Santo Agostinho)

«A conversão de São Paulo aconteceu no encontro com Cristo ressuscitado; foi este encontro que mudou radicalmente a sua existência. É nisso que consiste a conversão deles e a nossa: crer em Jesus, morto e ressuscitado ”(Bento XVI)

«Nosso Senhor ligou o perdão dos pecados à fé e ao Batismo: 'Ide por todo o mundo e proclamai a Boa Nova a toda a criação. Quem crer e for batizado será salvo ”(Mc 16,15-16). O Batismo é o primeiro e principal sacramento da remissão dos pecados porque nos une a Cristo, que morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação, para que «também nós possamos viver uma nova vida» (Rm 6,4) »(Catecismo do a Igreja Católica, nº 977)

“O que hei de fazer Senhor?” (At 22,5-10).

Pe Paulo Ricardo

Tem a conversão de S. Paulo Apóstolo, cuja festa celebra hoje a Igreja Católica, uma semelhança e duas diferenças em relação às conversões ordinárias: a primeira se refere à natureza, e as últimas ao modo da conversão. A semelhança consiste em que tanto em uma como nas outras é Deus quem nos converte, ao levar a ato a graça suficiente com que já vinha chamando a si nossa alma pecadora.

Denomina-se suficiente, com efeito, a graça a que podemos consentir e em virtude da qual, antes mesmo de respondermos, já nos falava Deus ao coração; chama-se eficaz, por outro lado, a graça a que de fato consentimos e pela qual Deus finalmente nos conquista o coração. Era suficiente, pois, a graça com que Deus chamava a si o perseguidor dos cristãos: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9, 4), e eficaz a graça que o fez render-se a Cristo: “Senhor, que queres que eu faça?” (At 9, 6).

É suficiente a graça com que Deus nos estende as mãos, sendo nós inimigos seus: “Estendia constantemente as mãos a uma nação indócil e rebelde” (Is 65, 2), e eficaz a graça com que finalmente nos puxa pelos braço, tornando-nos amigos seus: “Sua mão está estendida, quem o fará retirá-la?” (Is 14, 27).

As diferenças estão em que, apesar de serem sobrenaturais todas as conversões, a de Paulo foi milagrosa, ao passo que a nossa se dá no curso ordinário da Providência; a de Paulo, ademais, foi instantânea, enquanto a nossa é quase sempre gradual.

Foi milagrosa a conversão de Paulo, com efeito, porque se deu sem nenhuma ocasião humana, mas por intervenção direta e extraordinária de Deus: “Cercou-o uma luz resplandecente vinda do céu e, caindo por terra, ouviu uma voz” (At 9, 3-4); a nossa, ao contrário, Deus a realiza muita vez por intermédio de causas segundas, como a pregação da Igreja, o exemplo dos santos, a harmonia e beleza da doutrina cristã, as provações pessoais etc. Foi instantânea, enfim, a conversão de Paulo, porque num átimo Deus o converteu de ferrenho perseguidor a zeloso pregador do Evangelho: “No mesmo instante, caíram dos olhos de Saulo umas como que escamas […], e imediatamente começou a proclamar pelas sinagogas que Jesus é o Filho de Deus” (At 9, 18.20); a nossa, por sua vez, se vai aperfeiçoando e aprofundando com o tempo, até que, tendo-nos despojado por completo do homem velho, nos revistamos plenamente de Jesus Cristo, conformados pela santidade à imagem daquele que é imagem substancial do Pai.

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