Sto.
Alberto, Patriarca de Jerusalém, Legislador da nossa Ordem
São Roberto Belarmino, bispo e Doutor
Sta Hildegarda de Bingen, Virgem e Doutora
Impressão
das Chagas de São Francisco de Assis
1ª
Leitura (1Cor 15,35-37.42-49): Irmãos: Alguém poderia perguntar: «Como
ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo voltam eles?». Insensato! O que
tu semeias não volta à vida sem morrer. E o que semeias não é a planta que há de
nascer, mas um simples grão, de trigo, por exemplo, ou de qualquer outra
espécie. Assim é também a ressurreição dos mortos: semeado corruptível, o corpo
ressuscita incorruptível; semeado desprezível, ressuscita glorioso; semeado na
fraqueza, ressuscita cheio de força; semeado como corpo natural, ressuscita como
corpo espiritual. Se há um corpo natural, também há um corpo espiritual. Assim
está escrito: O primeiro homem, Adão, foi criado como um ser vivo; o último
Adão tornou-se um espírito que dá vida. O primeiro não foi o espiritual, mas o
natural; depois é que veio o espiritual. O primeiro homem, tirado da terra, é
terreno; o segundo homem veio do Céu. O homem que veio da terra é o modelo dos
homens terrenos; o homem que veio do Céu é o modelo dos homens celestes. E
assim como trouxemos em nós a imagem do homem terreno, traremos também em nós a
imagem do homem celeste.
Salmo Responsorial: 55
R. Caminharei na presença do Senhor.
Vós contastes os passos da minha vida errante e recolhestes as minhas lágrimas. Hão de recuar os meus inimigos, quando eu Vos invocar. Eu sei que Deus está por mim.
Enalteço a palavra do Senhor, enalteço a promessa do Senhor. Em Deus confio e nada temo: que poderão fazer-me os homens?
Oferecer-Vos-ei sacrifícios de ação de graças, porque salvastes a minha vida da morte; preservastes os meus pés da queda, para andar na vossa presença, à luz da vida.
Aleluia. Felizes os que
recebem a palavra de Deus de coração sincero e generoso e produzem fruto pela
perseverança. Aleluia.
Evangelho (Lc 8,4-15): Naquele tempo, ajuntou-se uma grande multidão, e de todas as cidades iam até Jesus. Ele, então, contou uma parábola: «O semeador saiu a semear. Ao semear, uma parte da semente caiu à beira do caminho e foi pisada; e os pássaros do céu a comeram. Outra parte caiu sobre as pedras; brotou, mas secou, por falta de umidade. Outra parte caiu entre os espinhos e, crescendo ao mesmo tempo, os espinhos a sufocaram. Ainda outra parte caiu em terra boa; brotou e deu frutos, até cem por um». Depois de dizer isso, ele exclamou: «Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!». Seus discípulos faziam perguntas sobre o sentido da parábola. Jesus, então, lhes disse: «A vós foi dado conhecer os mistérios do de Deus. Aos outros, porém, só por meio de parábolas, de modo que, olhando, não enxergam e ouvindo, não entendem. A parábola quer dizer o seguinte: a semente é a Palavra de Deus. Os que caem à beira do caminho são os que escutam, mas logo vem o Diabo e arranca a palavra do seu coração, para que não acreditem e não se salvem. Os que ficam sobre as pedras são os que ouvem e acolhem a palavra com alegria, mas não têm raízes. Por um momento, acreditam, mas quando chega a tentação, desistem. Aquilo que caiu entre os espinhos são os que escutam, mas vivendo em meio às preocupações, as riquezas e os prazeres da vida, são sufocados e não chegam a amadurecer. O que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso, conservam a Palavra e dão fruto pela perseverança».
«O que caiu em terra boa são
aqueles que, (...) dão fruto pela perseverança»
Rev. D. Lluís RAVENTÓS i Artés (Tarragona,
Espanha)
Hoje, Jesus nos fala de um
semeador que «saiu a semear» (Lc 8,5) e aquela semente era precisamente «a
Palavra de Deus». Mas «crescendo ao mesmo tempo, os espinhos a sufocaram» (Lc
8,7).
Há uma grande variedade de
espinhos. «Aquilo que caiu entre os espinhos são os que escutam, mas vivendo em
meio as preocupações, as riquezas e os prazeres da vida, são sufocados e não
chegam a amadurecer» (Lc 8,14).
-Senhor, por acaso sou culpável
de ter preocupações? Já quisera não tê-las, mas vêm por todas as partes! Não
entendo por que hão de privar-me da sua Palavra, se não são pecado, nem vicio,
nem defeito.
-Porque esquece que Eu sou o seu
Pai e deixa-se escravizar por uma manhã que não sabe se chegará!
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* No evangelho de hoje,
vamos meditar sobre a parábola da semente. Jesus tinha um jeito bem popular de
ensinar por meio de parábolas. Uma parábola é uma comparação que usa as coisas
conhecidas e visíveis da vida para explicar as coisas invisíveis e desconhecidas
do Reino de Deus. Jesus tinha uma capacidade muito grande de encontrar imagens
bem simples para comparar as coisas de Deus com as coisas da vida que o povo
conhecia e experimentava na sua luta diária pela sobrevivência. Isto supõe duas
coisas: estar por dentro das coisas da vida, e estar por dentro das coisas de
Deus, do Reino de Deus. Por exemplo, o povo da Galileia entendia de semente, de
terreno, chuva, sol, sal, flores, colheita, pescaria, etc. Ora, são exatamente
estas coisas conhecidas do povo que Jesus usa nas parábolas para explicar o
mistério do Reino. O agricultor que escutou, diz: “Semente no terreno, eu sei o
que é! Jesus diz que isso tem a ver com o Reino de Deus. O que seria?” E aí
você pode imaginar as longas conversas do povo! A parábola mexe com o povo e
leva a escutar a natureza e a pensar na vida.
* Quando terminava de contar uma parábola, Jesus não a explicava, mas costumava dizer: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça!” O que significava: “É isso! Vocês ouviram. Agora, tratem de entender!” De vez em quando, ele explicava para os discípulos. O povo gostava desse jeito de ensinar, porque Jesus acreditava na capacidade do pessoal de descobrir o sentido das parábolas. A experiência que o povo tinha da vida era para ele um meio para descobrir a presença do mistério de Deus em suas vidas e criar coragem para não desanimar na caminhada.
* Lucas 8,4: A multidão atrás
de Jesus. Lucas diz: Ajuntou-se uma grande multidão, e de todas as cidades
as pessoas iam até Jesus. Então ele contou esta parábola. Marcos descreve como
Jesus contou a parábola. Havia tanta gente que ele, para não ser atropelado,
entrou num barco e sentado no barco ensinava o povo que estava na praia (Mc
4,1).
* Lucas 8,5-8a: A parábola da
semente retrata a vida do camponês. Naquele
tempo, não era fácil viver da agricultura. O terreno tinha muita pedra. Muito
mato. Pouca chuva, muito sol. Além disso, muitas vezes, o povo encurtava
estrada e, passando no meio do campo, pisava nas plantas (Mc 2,23). Mesmo
assim, apesar de tudo isso, todo ano, o agricultor semeava e plantava,
confiando na força da semente, na generosidade da natureza.
* Lucas 8,8b: Quem tem ouvidos
para ouvir, ouça! No fim, Jesus termina dizendo: “Quem tem ouvidos para
ouvir, ouça!” O caminho para chegar ao entendimento da parábola é a busca:
“Tratem de entender!” A parábola não entrega tudo pronto, mas leva a pessoa a
pensar. Faz com que ela descubra a mensagem a partir da experiência que ela
mesma tem da semente. Provoca a criatividade e a participação. Não é uma
doutrina que já vem pronta para ser ensinada e decorada. A Parábola não dá água
engarrafada, mas entrega a fonte.
* Lucas 8,9-10: Jesus explica
a parábola aos discípulos. Em casa, a sós com Jesus, os discípulos querem
saber o significado da parábola. Jesus respondeu por meio de uma frase difícil
e misteriosa. Ele diz aos discípulos: "A vocês foi dado conhecer os
mistérios do Reino de Deus. Mas, aos outros ele vem por meio de parábolas, para
que olhando não vejam, e ouvindo não compreendam". Esta frase faz a gente
se perguntar: Afinal, a parábola serve para que? Para esclarecer ou para
esconder? Será que Jesus usava parábolas, para que o povo continuasse na ignorância
e não chegasse a se converter? Certamente que não! Pois em outro lugar se diz
que Jesus usava parábolas “conforme a capacidade dos ouvintes” (Mc 4,33).
Parábola revela e esconde ao mesmo tempo! Revela para “os de dentro”, que
aceitam Jesus como Messias Servidor. Esconde para os que insistem em ver nele o
Messias como Rei grandioso. Estes entendem as imagens da parábola, mas não
chegam a entender o seu significado.
* Lucas 8,11-15: A explicação
da parábola, parte por parte. Uma por uma, Jesus explica as partes da
parábola, desde a semente e o terreno até à colheita. Alguns estudiosos acham
que esta explicação foi acrescentada depois. Não seria de Jesus, mas de alguma
comunidade. É bem possível. Tanto faz! Pois dentro do botão da parábola está a
flor da explicação. Botão e flor, ambos têm a mesma origem que é Jesus. Por
isso, nós também podemos continuar a reflexão e descobrir outras coisas bonitas
dentro da parábola. Certa vez, alguém perguntou numa comunidade: “Jesus falou
que devemos ser sal. Para que serve o sal?” As pessoas foram dando sua opinião
a partir da experiência que cada um tinha do sal. Discutiram e, no fim,
encontraram mais de dez finalidades diferentes para o sal! Aí foram aplicar
tudo isto à vida da comunidade e descobriram que ser sal é difícil e exigente.
A parábola funcionou! O mesmo vale para a semente. Todo mundo tem alguma
experiência de semente.
Para um confronto pessoal
1. A semente cai em quatro lugares diferentes: caminho, pedra, espinhos e terra boa. O que significa cada um destes quatro terrenos? Que terreno sou eu? Às vezes, a gente é pedra. Outras vezes, é espinho. Outras vezes, é caminho. Outras vezes, é terra boa. Na nossa comunidade, o que somos normalmente?
2. Quais os frutos que a Palavra de Deus está produzindo na nossa vida e na nossa comunidade?
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