Stos Francisco e Jacinta Marto, leigos
Salmo
Responsorial: 102
R. O Senhor é clemente e cheio
de compaixão.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e
todo o meu ser bendiga o seu nome santo. Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não
esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades; salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e
misericórdia.
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade; não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos
castigou segundo as nossas culpas.
Como o Oriente dista do Ocidente,
assim Ele afasta de nós os nossos pecados; como um pai se compadece dos seus
filhos, assim o Senhor Se compadece dos que O temem.
2ª
Leitura (1Cor 15,45-49): Irmãos: O primeiro homem, Adão, foi criado como
um ser vivo; o último Adão tornou-se um espírito que dá vida. O primeiro não
foi o espiritual, mas o natural; depois é que veio o espiritual. O primeiro
homem, tirado da terra, é terreno; o segundo homem veio do Céu. O homem que
veio da terra é o modelo dos homens terrenos; o homem que veio do Céu é o
modelo dos homens celestes. E assim como trouxemos em nós a imagem do homem
terreno, traremos também em nós a imagem do homem celeste.
Aleluia. Dou-vos um mandamento
novo, diz o Senhor: amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei. Aleluia.
Evangelho
(Lc 6,27-38): Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: «A vós,
porém, que me escutais, eu digo: amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que
vos odeiam. Falai bem dos que falam mal de vós e orai por aqueles que vos
caluniam. Se alguém te bater numa face, oferece também a outra. E se alguém
tomar o teu manto, deixa levar também a túnica. Dá a quem te pedir e, se alguém
tirar do que é teu, não peças de volta. Assim como desejais que os outros vos
tratem, tratai-os do mesmo modo. Se amais somente aqueles que vos amam, que
generosidade é essa? Até os pecadores amam aqueles que os amam. E se fazeis o
bem somente aos que vos fazem o bem, que generosidade é essa? Os pecadores
também agem assim. E se prestais ajuda somente àqueles de quem esperais
receber, que generosidade é essa? Até os pecadores prestam ajuda aos pecadores,
para receberem o equivalente. Amai os vossos inimigos, fazei o bem e prestai
ajuda sem esperar coisa alguma em troca. Então, a vossa recompensa será grande.
Sereis filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso também para com os ingratos e
maus. Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não
sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis
perdoados. Dai e vos será dado. Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante
será colocada na dobra da vossa veste, pois a medida que usardes para os
outros, servirá também para vós».
«Sede misericordiosos como
vosso Pai é misericordioso»
Rev. D. Jaume AYMAR i Ragolta (Badalona,
Barcelona, Espanha)
Todas as religiões têm uma máxima
de ouro: «Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti». Jesus é o
único que a fórmula de modo positivo: «Assim como desejais que os outros vos
tratem, tratai-os do mesmo modo» (Lc 6,31). Esta regra de ouro constitui o
fundamento de toda a moral. São João Crisóstomo, comentando este versículo,
ensina-nos: «Ainda há mais, porque Jesus não disse somente: desejai todo o bem
para os outros, mas fazei o bem aos outros»; logo, a máxima de ouro proposta
por Jesus não pode reduzir-se a um mero desejo, mas tem que se traduzir em
obras.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Cristo, ao revelar o
amor-misericórdia de Deus, exigia também aos homens que se deixassem guiar na
sua vida pelo amor e pela misericórdia» (São João Paulo II)
«O inimigo é alguém a quem devo
amar. No coração de Deus não há0 inimigos, Deus tem filhos. Nós levantamos
muros, construímos barreiras e classificamos às pessoas. Deus tem filhos»
(Francisco)
«No sermão da montanha, o Senhor
lembra o preceito: ‘Não matarás’ (Mt 5,21), e acrescenta-lhe a proibição da
ira, do ódio e da vingança. Mais ainda: Cristo exige do seu discípulo que
ofereça a outra face (36), que ame os seus inimigos (37) (…)» (Catecismo da
Igreja Católica, nº 2.262)
Perdoai e sereis perdoados.
Amar o inimigo? É a única
forma...
A vida e a obra de Jesus é a
expressão histórico-concreta do ato de amor totalmente gratuito e universal
(enquanto ainda éramos pecadores, Ele amou-nos primeiro) com que Deus se doa à
humanidade e em que revela o que é. Por isso, o cristão deve amar com um amor
gratuito e universal, «porque» Deus em Cristo nos amou assim.
Amar como Deus nos amou. -
A mesma capacidade de amar nos foi dada pelo facto de primeiro termos sido objeto
de amor. Parece assim claro que o princípio da vida moral do cristão - o amor
gratuito e universal, ou caridade - não se pode compreender fora do Evangelho.
Lucas, no texto evangélico deste domingo, não anuncia este princípio de forma
abstrata, mas de forma concreta, recolhendo uma série de ditos de Jesus.
Todos estes preceitos são
indicações que nos são apresentadas de forma dramática pela referência a
situações de facto, sobre a qualidade e a direção do agir humano com vista à
sua conformidade com o agir divino: «Sede misericordiosos como é misericordioso
o vosso Pai» (Lc 6,36). As expressões de Jesus metem mede pela radicalidade e
exigência...
Sinais do Reino de Deus - O
que Jesus manda de forma categórica nos seus ditos recolhidos neste «discurso»
não é com certeza tudo o que deve guiar toda a vida do cristão, nem pretende
sê-lo. Seja como for, tudo quanto é dito é uma série de «sintomas», de sinais,
de exemplos do que acontece quando o Reino de Deus irrompe neste mundo ainda
dominado pelo pecado e pela morte.
Jesus diz de alguma forma: quero
mostrar-vos, com alguns exemplos, como é a vida nova. E o que Eu assim vos
mostro vós deveis transformá-lo em todos os sectores da vida. Vós mesmos deveis
ser sinais do Reino de Deus que vem, sinais colocados para indicar que algo já
aconteceu. Deve aparecer aos olhos do mundo, pela vossa vida e por todos os
seus aspectos, que o Reino de Deus já teve início (cf. 2ª leitura).
Fazer «stop» à violência.
- Um dos problemas mais graves de hoje é a violência. Há um modo novo «mágico»
de considerar a realidade, de desresponsabilizar a pessoa, dizendo que a causa
de todos os males está fora da pessoa, que está na sociedade, nas estruturas,
na hereditariedade, no inconsciente coletivo.
Isso é verdade, mas não é toda a
verdade. O homem continua a ser, não obstante tudo, livre. O mal entrou e entra
no mundo por um ato de liberdade do homem. Não é verdade que a pessoa seja intrinsecamente
inocente e que o mal venha todo de fora. Mais: se é verdade que não devemos
nunca deixar de nos empenharmos para tornar as condições externas de vida mais
humanizantes e não desumanizantes, é também verdade que nunca devemos deixar de
fazer apelo à consciência da pessoa, à sua liberdade. O homem é, ao mesmo
tempo, vítima e assassino.
Interromper a cadeia - A
violência, como todo o mal, tem uma sua lógica, cria uma cadeia, põe em
movimento uma «proliferação». É preciso que alguém rompa o aro, que interrompa
a proliferação. É preciso que haja alguém que seja o primeiro a amar; que
aceite ser a vítima sem ser assassino; que ame, não obstante tudo, que ame sem
ser amado.
Cristo é a vítima inocente que
interrompeu, ou melhor, que rompeu esta cadeia. O cristão, transformado
intimamente por Cristo, tornado novo, inicia uma nova lógica com um ato de amor
gratuito e universal.
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