São Tomás de Aquino, Presbítero e Doutor da Igreja
Salmo Responsorial: 50
R. Pecámos, Senhor:
tende compaixão de nós.
Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia apagai os meus pecados. Lavai-me de toda a iniquidade e purificai-me de todas as faltas.
Porque eu reconheço os meus pecados e tenho sempre diante de
mim as minhas culpas. Pequei, Senhor, contra Vós, e fiz o mal diante dos vossos
olhos.
Assim é justa a vossa sentença e recato o vosso julgamento.
Porque eu nasci na culpa e minha mãe concebeu-me em pecado.
Fazei-me ouvir uma palavra de júbilo e de alegria e exultem
meus ossos que triturastes. Desviai o vosso rosto das minhas faltas e
purificai-me de todos os meus pecados.
Aleluia. Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque
revelastes aos pequeninos os mistérios do reino. Aleluia.
Evangelho (Mc 4,26-34): Jesus dizia-lhes: «O Reino
de Deus é como quando alguém lança a semente na terra. Quer ele esteja dormindo
ou acordado, de dia ou de noite, a semente germina e cresce, sem que ele saiba
como. A terra produz o fruto por si mesma: primeiro aparecem as folhas, depois
a espiga e, finalmente, os grãos que enchem a espiga. Ora, logo que o fruto
está maduro, mete-se a foice, pois o tempo da colheita chegou». Jesus
dizia-lhes: «Com que ainda podemos comparar o Reino de Deus? Com que parábola
podemos apresentá-lo? É como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra,
é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce e se torna maior
que todas as outras hortaliças, com ramos grandes a tal ponto que os pássaros
do céu podem fazer seus ninhos em sua sombra». Jesus lhes anunciava a palavra
usando muitas parábolas como estas, de acordo com o que podiam compreender.
Nada lhes falava sem usar parábolas. Mas, quando estava a sós com os discípulos,
lhes explicava tudo.
«O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra e a
terra produz o fruto por si mesma»
Rev. D. Jordi PASCUAL i
Bancells (Salt, Girona, Espanha)
Pelo Batismo, Jesus semeou, na alma de cada cristão, a
graça, a santidade, a Verdade… Temos de fazer crescer esta semente para que
frutifique em abundância de boas obras: de serviço e caridade, de amabilidade e
generosidade, de sacrifício para cumprir bem o nosso dever de cada dia e para
fazer felizes aqueles que nos rodeiam, de oração constante, de perdão e
compreensão, de esforço para crescer em virtudes, de alegria…
Assim, este Reino de Deus – que começa dentro de cada um –
se estenderá a nossa família, a nossa cidade, a nossa sociedade, ao nosso
mundo. Porque quem vive assim, «que faz senão preparar o caminho do Senhor (…),
a fim de que nele penetre a força da graça, que o ilumine a luz da verdade, que
faça retos os caminhos que conduzem a Deus?» (São Gregório Magno).
A semente começa pequena, como «um grão de mostarda que, ao
ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada,
cresce e se torna maior que todas as outras hortaliças» (Mc 4,31-32). Porém, a
força de Deus difunde-se e cresce com um vigor surpreendente. Como nos
primeiros tempos do Cristianismo, Jesus pede-nos hoje que difundamos o seu
Reino por todo o mundo.
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«Semeia tu também na tua horta a Cristo, na qual faça
florescer a beleza das tuas obras e se respire o multiforme olor das diversas
virtudes» (Santo Ambrósio de Milão)
«A debilidade é a força da semente, ao morrer chega à sua
máxima potência. Assim é o reino de Deus: uma realidade humanamente pequena,
composta pelos pobres de coração, pelos que não confiam só na sua própria
força, senão na do amor de Deus» (Bento XVI)
«A vocação própria dos leigos consiste precisamente em
procurar o Reino de Deus ocupando-se das realidades temporais e ordenando-as
segundo Deus [...]. Pertence-lhes, de modo particular, iluminar e orientar
todas as realidades temporais a que estão estreitamente ligados, de tal modo
que elas sejam realizadas e prosperem constantemente segundo Cristo, para
glória do Criador e Redentor» (438) (Catecismo da Igreja Católica, nº 898).
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
* A história da
semente que cresce sozinha. O agricultor que planta conhece o processo:
semente, fiozinho verde, folha, espiga, grão. Ele não mete a foice antes do
tempo. Sabe esperar. Mas não sabe como a terra, a chuva, o sol e a semente têm
esta força de fazer crescer uma planta do nada até a fruta. Assim é o Reino de
Deus. Tem processo, tem etapas e prazos, tem crescimento. Vai acontecendo.
Produz fruto no tempo marcado. Mas ninguém sabe explicar a sua força
misteriosa. Ninguém é dono. Só Deus!
* A história da
pequena semente de mostarda que cresce e se torna grande. A semente de
mostarda é pequena, mas ela cresce e, no fim, os passarinhos vêm para fazer seu
ninho nos ramos. Assim é o Reino. Começa bem pequeno, cresce e estende seus
ramos para os passarinhos fazerem seus ninhos. Começou com Jesus e uns poucos
discípulos e discípulas. Foi perseguido e caluniado, preso e crucificado. Mas
cresceu e foi estendendo seus ramos. A parábola deixa uma pergunta no ar que
vai ter resposta mais adiante no evangelho: Quem são os passarinhos? O texto
sugere que se trata dos pagãos que vão poder entrar na comunidade e ter parte
no Reino.
* O motivo que levava
Jesus a ensinar por meio de parábolas. Jesus contava muitas parábolas. Tudo
tirado da vida do povo! Assim ele ajudava as pessoas a descobrir as coisas de
Deus no quotidiano. Tornava o quotidiano transparente. Pois o extraordinário de
Deus se esconde nas coisas ordinárias e comuns da vida de cada dia. O povo
entendia da vida. Nas parábolas recebia a chave para abri-la e encontrar dentro
dela os sinais de Deus.
Para um confronto
pessoal
1) Jesus não
explica as parábolas. Ele conta as histórias e provoca em nós a imaginação e a
reflexão da descoberta. O que você descobriu nestas duas parábolas?
2) Tornar a vida
transparente é o objetivo das parábolas. Ao longo dos anos, sua vida ficou mais
transparente ou aconteceu o contrário?
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