Santo Amaro (Mauro), Abade
Salmo Responsorial: 20
R. O vosso triunfo,
Senhor, é a alegria do rei.
Senhor, o rei alegra-se com o vosso poder e exulta de contente
com o vosso auxílio. Satisfizestes os anseios do seu coração, não rejeitastes o
pedido de seus lábios.
Vós o cumulastes de bênçãos preciosas, cingistes sua fronte
com uma coroa de ouro fino. Pediu-vos a vida e Vós lha concedestes, uma vida
longa para muitos anos.
Graças à vossa proteção, é grande a sua glória, Vós o
revestistes de esplendor e majestade. Para sempre o abençoastes e enchestes de
alegria na vossa presença.
Aleluia. O Senhor enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres, a
proclamar aos cativos a redenção. Aleluia.
Evangelho (Mc 2,13-17): Outra vez, Jesus saiu para
a beira do mar. Toda a multidão ia até ele, e ele os ensinava. Ao passar, viu
Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe:
«Segue-me!» Ele se levantou e seguiu-o. Enquanto estava à mesa na casa de Levi,
muitos publicanos e pecadores puseram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.
Pois eram muitos os que o seguiam. Os escribas, que eram fariseus, vendo que
ele comia com os pecadores e os publicanos, disseram aos discípulos de Jesus:
«Por que ele come com os publicanos e os pecadores?». Tendo ouvido, Jesus
respondeu-lhes: «Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as
doentes. Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores».
«Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores»
Rev. D. Joaquim MONRÓS
i Guitart (Tarragona, Espanha)
Hoje, na cena que nos relata São Marcos, vemos como Jesus ensinava e como todos vinham para O escutar. A fome de doutrina é patente, então e também agora, porque a ignorância é o pior inimigo. Tanto assim é, que se tornou clássica a expressão: «Deixarão de odiar, quando deixarem de ignorar».
Passando por ali, Jesus viu Levi, filho de Alfeu, sentado na
banca de cobrança dos impostos e, ao dizer-lhe «segue-me», deixando tudo, foi
com Ele. Com esta prontidão e generosidade ele fez o grande “negócio”. Não
somente o “negócio do século”, mas também o da eternidade.
Devemos pensar há quanto tempo acabou o negócio de recolha
de impostos para os romanos e, pelo contrário, Mateus — hoje mais conhecido
pelo seu novo nome do que por Levi — não deixa de acumular benefícios com os
seus escritos, ao ser uma das doze colunas da Igreja. É o que acontece quando
se segue o Senhor com prontidão. Ele disse-lhe: «E todo aquele que tiver
deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos, por causa do meu
nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna» (Mt 19,29).
Jesus aceitou o banquete que Mateus lhe ofereceu em sua
casa, junto com os outros cobradores de impostos e pecadores, e com os seus
apóstolos. Os fariseus —como espectadores dos trabalhos dos outros— comentam
aos discípulos que o seu Mestre come com pessoas que eles têm catalogadas como
pecadores. O Senhor ouve-os e sai em defesa do seu modo habitual de agir com as
almas: «Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores» (Mc 2,17). Toda a
Humanidade necessita do Médico divino. Todos somos pecadores e, como dirá S.
Paulo, «todos pecaram e estão privados da glória de Deus» (Rom 3,23).
Respondamos com a mesma prontidão com que Maria sempre
respondeu à sua vocação de corredentora.
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«¡Ai de mim, Senhor! ¡Tem misericórdia de mim! Eu não te
escondo as minhas chagas. Tu és médico, e eu estou doente; tu eres
misericordioso, e eu sou miserável» (Santo Agostinho)
«Quem se encontra aparentemente mais longe da santidade,
pode converter-se mesmo em um modelo de acolhida da misericórdia de Deus e
deixar ver os seus maravilhosos efeitos» (Bento XVI)
«Cristo convidou à fé e à conversão, mas de modo nenhum
constrangeu alguém (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 160)
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Jesus ensinava, e o
povo gostava de escutá-lo. Jesus torna a sair para perto do mar. O povo
chega e ele começa a ensinar. Transmite a Palavra de Deus. No evangelho de
Marcos, o início da atividade de Jesus é marcado por muito ensino e muita
aceitação por parte do povo (Mc 1,14.21.38-39; 2,2.13), apesar dos conflitos
com as autoridades religiosas. O que será que Jesus ensinava? Jesus anunciava a
Boa Nova de Deus (Mc 1,14). Falava sobre Deus, mas falava dele de um jeito
novo, diferente. Falava a partir da experiência que ele mesmo tinha de Deus e
da vida. Jesus vivia em Deus. Ele deve ter tocado o coração do povo que gostava
de ouvi-lo (Mc 1,22.27). Deus, em vez de ser um Juiz severo que de longe
ameaçava com castigo e inferno, tornava-se, de novo, uma presença amiga, uma
Boa Notícia para o povo.
* Jesus chama um
pecador para ser discípulo e o convida para comer em sua casa. Jesus chama
Levi, um publicano, e este, imediatamente, larga tudo e segue Jesus. Começa a
fazer parte do grupo dos discípulos. Em seguida, o texto diz literalmente:
Estando à mesa na sua casa. Alguns entendem a sua casa, como sendo de Levi. Mas
a tradução mais provável é que se trata da casa do próprio Jesus. É Jesus quem
convidou todo mundo para comer na sua casa: pecadores e publicanos, junto com
os discípulos.
* Jesus veio não para
os justos mas para os pecadores. Este gesto de Jesus provocou a raiva das
autoridades religiosas. Era proibido sentar à mesa com publicanos e pecadores,
pois sentar à mesa com alguém era o mesmo que tratá-lo como irmão! Em vez de
falar diretamente com Jesus, os escribas dos fariseus falam com os discípulos:
O quê! Ele come com pecadores e publicanos? Jesus responde: Não são os que têm
saúde que precisam de médico, mas sim os doentes Eu não vim chamar os justos
mas sim os pecadores! Como anteriormente com os discípulos (Mc 1,38), também agora
é a consciência da sua missão que ajuda Jesus a encontrar a resposta e a
indicar o rumo para o anúncio da Boa Nova de Deus.
Para um confronto
pessoal
1) Jesus chama um pecador, um publicano, pessoa
odiada pelo povo, para ser seu discípulo. Que mensagem existe neste gesto de
Jesus para nós da Igreja Católica?
2) Jesus diz que ele veio chamar os pecadores.
Existem leis e costumes na nossa igreja que impedem aos pecadores o acesso a
Jesus. Que podemos fazer para mudar tais leis e costumes?
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