Salmo Responsorial: Dan 3
R. Louvai o Senhor,
exaltai-O para sempre.
Montes e colinas, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O
para sempre.
Plantas que germinam na terra, bendizei o Senhor, louvai-O e
exaltai-O para sempre.
Mares e rios, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O para
sempre.
Fontes, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O para sempre.
Monstros e animais marinhos, bendizei o Senhor, louvai-O e
exaltai-O para sempre.
Aves do céu, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O para
sempre.
Animais e rebanhos, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O
para sempre.
Aleluia. Erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está
próxima. Aleluia.
Evangelho (Lc 21,29-33): E Jesus contou-lhes uma
parábola: «Olhai a figueira e todas as árvores. Quando começam a brotar, basta olhá-las
para saber que o verão está perto. Vós, do mesmo modo, quando virdes acontecer
essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. Em verdade vos
digo: esta geração não passará antes que tudo aconteça. O céu e a terra
passarão, mas as minhas palavras não passarão».
«Quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de
Deus está perto»
Diácono D. Evaldo PINA
FILHO (Brasília, Brasil)
Segundo o Papa Bento XVI, «a Palavra de Deus impele-nos a
mudar o nosso conceito de realismo». Efetivamente, «realista é quem conhece o
fundamento de tudo no Verbo de Deus». Essa Palavra viva que nos indica o verão
como sinal de proximidade e de exuberância da luminosidade é a própria Luz:
«quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está
perto» (Lc 21,31). Neste sentido, «a Palavra já não é apenas audível, não
possui apenas uma voz, agora a Palavra tem um rosto (...) que podemos ver:
Jesus de Nazaré” (Bento XVI).
A comunicação de Jesus com o Pai foi perfeita; e tudo o que
Ele recebeu do Pai, Ele deu-nos a nós, comunicando-se da mesma forma perfeita
conosco. Assim, a proximidade do Reino de Deus, que expressa a livre iniciativa
de Deus que vem ao nosso encontro, deve mover-nos a reconhecer a proximidade do
Reino, para que também nós nos comuniquemos de forma perfeita com o Pai por
meio da Palavra do Senhor – Verbum Domini -, reconhecendo os sinais do Reino de
Deus que está perto como realização das promessas do Pai em Cristo Jesus.
«O Reino de Deus está perto»
+ Rev. D. Albert TAULÉ
i Viñas (Barcelona, Espanha)
O discurso escatológico que lemos nestes dias, segue um
estilo profético que distorce deliberadamente a cronologia, de maneira que põe
no mesmo plano acontecimentos que hão de acontecer em momentos diversos. O fato
de que no fragmento escolhido para a leitura de hoje tenhamos um âmbito muito
reduzido, dá-nos pé para pensar que teríamos que entender o que se nos diz como
algo dirigido a nós, aqui e agora: «esta geração não passará antes que tudo
aconteça» (Lc 21,32). De fato, Orígenes comenta: «Tudo isto pode suceder em
cada um de nós; em nós pode ficar destruída a morte, definitiva inimiga nossa».
Eu queria falar hoje como os profetas: estamos a ponto de
contemplar um grande broto na Igreja. Vede os sinais dos tempos (cf Mt 16,3).
Rapidamente ocorrerão coisas muito importantes. Não tenhais medo. Permanecei no
vosso lugar. Semeai com entusiasmo. Depois podereis recolher formosas colheitas
(cf. Sal 126,6). É verdade que o homem inimigo continuará a semear a discórdia.
O mal não ficará separado até ao fim dos tempos (cf. Mt 13,30). Mas o Reino de
Deus já está aqui entre nós. E abre caminho, ainda que com muito esforço (cf.
Mt 11,12).
O Papa João Paulo II dizia-nos no início do terceiro
milênio: «Duc in altum» (cf. Lc 5,4). Às vezes temos a sensação de não fazer
nada proveitoso, ou inclusive de retroceder. Mas estas impressões pessimistas
procedem de cálculos excessivamente humanos, ou da má imagem que malevolamente
difundem de nós alguns meios de comunicação. A realidade escondida, que não faz
ruído, é o trabalho constante realizado por todos com a força que nos dá o
Espírito Santo.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Lucas 21,29-31:
Olhem a figueira e todas as árvores
Jesus manda olhar a natureza: "Olhem a figueira e todas
as árvores. Vendo que elas estão dando brotos, vocês logo sabem que o verão
está perto. Vocês também, quando virem acontecer essas coisas, fiquem sabendo
que o Reino de Deus está perto”. Jesus
pede para a gente contemplar os fenômenos da natureza para aprender deles como
ler e interpretar as coisas que estão acontecendo no mundo. O aparecimento de brotos
na figueira é um sinal evidente de que o verão está chegando. Assim, o
aparecimento daqueles sete sinais é uma prova de “que o Reino de Deus está
perto!” Fazer este discernimento não é fácil. Uma pessoa sozinha não dá conta
do recado. É refletindo juntos em comunidade que a luz aparece. E a luz é esta:
experimentar em tudo que acontece um apelo para a gente nunca se fechar no
momento presente, mas manter o horizonte aberto e perceber em tudo que acontece
uma seta que aponta para além dela mesma em direção ao futuro. Mas a hora exata
da chegada do Reino, porém, ninguém sabe. No evangelho de Marcos, Jesus chega a
dizer: "Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos,
nem o Filho, mas somente o Pai!" (Mc 13,32).
* Lucas 21,32-33:
“Eu garanto a vocês: tudo isso vai acontecer, antes que
passe esta geração. O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras não
desaparecerão. Esta palavra de Jesus evoca a profecia de Isaías que dizia:
"Todo ser humano é erva e toda a sua beleza é como a flor do campo: a erva
seca, a flor murcha, quando sobre elas sopra o vento de Javé; a erva seca, a
flor murcha, mas a palavra do nosso Deus se realiza sempre” (Is 40,7-8). A
palavra de Jesus é fonte da nossa esperança. O que ele disse vai acontecer!
* A vinda do Messias
e o fim do mundo
Hoje, muita gente vive preocupado com o fim do mundo.
Alguns, baseando-se numa leitura errada e fundamentalista do Apocalipse de
João, chegam a calcular a data exata do fim do mundo. No passado, a partir dos
“mil anos”, mencionados no Apocalipse (Ap 20,7), se costumava repetir: “De 1000
passou, mas de 2000 não passará!” Por isso, na medida em que o ano 2000 chegava
mais perto, muitos ficavam preocupados. Teve até gente que, angustiada com a
chegada do fim do mundo, chegou a cometer suicídio. Mas o ano 2000 passou e
nada aconteceu. O fim não chegou! A mesma problemática havia nas comunidades
cristãs dos primeiros séculos. Elas viviam na expectativa da vinda iminente de
Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para encerrar a história injusta do
mundo cá de baixo e inaugurar a nova fase da história, a fase definitiva do
Novo Céu e da Nova Terra. Achavam que isto aconteceria dentro de uma ou duas
gerações. Muita gente ainda estaria viva quando Jesus fosse aparecer glorioso
no céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). Havia até pessoas que já nem trabalhavam mais,
porque achavam que a vinda fosse coisa de poucos dias ou semanas (2Tes 2,1-3;
3,11). Assim pensavam. Mas até hoje, a vinda de Jesus ainda não aconteceu! Como
entender esta demora? Nas ruas das cidades, a gente vê pintado nas paredes
Jesus voltará! Vem ou não vem? E como
será a vinda? Muitas vezes, a afirmação “Jesus voltará” é usada para meter medo
nas pessoas e obrigá-las a frequentar uma determinada igreja!
No Novo Testamento a volta de Jesus sempre é motivo de
alegria e de paz! Para os explorados e oprimidos, a vinda de Jesus é uma Boa
Notícia! Quando vai acontecer esta
vinda? Entre os judeus, as opiniões eram variadas. Os saduceus e os herodianos
diziam: “Os tempos messiânicos já chegaram!” Achavam que o bem-estar deles durante
o governo de Herodes fosse expressão do Reino de Deus. Por isso, não queriam
mudança e combatiam a pregação de Jesus que convocava o povo a mudar e a
converter-se. Os fariseus diziam: “A chegada do Reino vai depender do nosso
esforço na observância da lei!” Os essênios diziam: “O Reino prometido só
chegará quando tivermos purificado o país de todas as impurezas”. Entre os
cristãos havia a mesma variedade de opiniões. Alguns da comunidade de
Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus vai
voltar logo!” (1 Tes 4,13-18; 2 Tes 2,2). Paulo responde que não era tão
simples como eles imaginavam. E aos que já não trabalhavam avisa: “Quem não
quiser trabalhar não tem direito de comer!” (2Tes 3,10). Provavelmente, eram
uns preguiçosos que, na hora do almoço, iam mendigar a comida na casa do
vizinho. Outros cristãos eram de opinião que Jesus só voltaria depois que o
evangelho fosse anunciado no mundo inteiro (At 1,6-11). E achavam que, quanto
maior o esforço de evangelizar, mais rápido viria o fim do mundo. Outros,
cansados de esperar, diziam: “Ele não vai voltar nunca! (2 Pd 3,4). Outros,
baseando-se em palavras do próprio Jesus, diziam acertadamente: “Ele já está no
meio de nós!” (Mt 25,40).
Hoje acontece o
mesmo. Tem gente que diz: “Do jeito que está, está bem, tanto na Igreja
como na sociedade”. Eles não querem mudança. Outros esperam pela volta imediata
de Jesus. Outros acham que Jesus só voltará através do nosso trabalho e
anúncio. Para nós, Jesus já está no nosso meio (Mt 28,20). Ele já está do nosso
lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. Mas a plenitude ainda não
chegou. Por isso, aguardamos com firme esperança a libertação plena da
humanidade e da natureza (Rm 8,22-25).
Para um confronto
pessoal
1) Jesus pede
para olhar a figueira, para contemplar os fenômenos da natureza. Na minha vida
já aprendi alguma coisa contemplando a natureza?
2) Jesus disse:
“O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras não desaparecerão”. Como
encarno estas palavras de Jesus em minha vida?
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