S. Nuno de Santa Maria, viúvo e religioso
de nossa Ordem
Bto. Francisco Garcia, mártir de nossa Ordem
Salmo Responsorial: 144
R. Louvarei para
sempre o vosso nome, Senhor, meu Deus e meu Rei.
Quero bendizer-Vos dia após dia e louvar o vosso nome para
sempre. O Senhor é grande e digno de louvor, insondável é a sua grandeza.
Uma geração anuncia à outra as vossas obras e todas
proclamam o vosso poder. Falam do esplendor da vossa majestade e anunciam as
vossas maravilhas.
Graças Vos deem, Senhor, todas as criaturas e bendigam-Vos
os vossos fiéis. Proclamem a glória do vosso reino e anunciem os vossos feitos
gloriosos.
Aleluia. Jesus Cristo, sendo rico, fez-Se pobre, para nos enriquecer na
sua pobreza. Aleluia.
Evangelho (Lc
16,9-15): Naquele tempo, diz Jesus aos discípulos: «Eu vos digo: usai o
Dinheiro, embora iníquo, para fazer amigos. Quando acabar, eles vos receberão
nas moradas eternas. Quem é fiel nas pequenas coisas será fiel também nas
grandes, e quem é injusto nas pequenas será injusto também nas grandes. Por
isso, se não sois fiéis no uso do Dinheiro iníquo, quem vos confiará o
verdadeiro bem? E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo
que é vosso? Ninguém pode servir a dois senhores. Pois vai odiar a um e amar o
outro, ou se apegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao
Dinheiro». Os fariseus, amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e zombavam de
Jesus. Então, ele lhes disse: «Vós gostais de parecer justos diante dos outros,
mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que as pessoas exaltam é
detestável para Deus».
«Quem é fiel nas pequenas coisas será fiel também nas grandes»
Rev. D. Joaquim FORTUNY i Vizcarro (Cunit, Tarragona, Espanha)
A fidelidade está ao nosso alcance. Em geral nossos dias
transcorrem no que chamamos de normalidade: o mesmo trabalho, as mesmas
pessoas, algumas práticas de piedade, a mesma família. Nessas realidades
ordinárias devemos crescer como pessoas e em santidade. «Quem é fiel nas
pequenas coisas será fiel também nas grandes» (Lc 16,10). É preciso fazer bem
as coisas, com boa intenção, com desejo de agradar a Deus, nosso Pai; fazer as
coisas com amor, tem muito valor e prepara nos para receber o verdadeiro. São
Josemaria expressava: «Viste como ergueram aquele edifício de grandeza
imponente? - Um tijolo, e outro. Milhares. Mas um a um. - E sacos de cimento,
um a um. E blocos de pedra, que pouco representam na mole do conjunto. - E
pedaços de ferro. - E operários que trabalham, dia a dia, as mesmas horas. . .
Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente? ... À força de
pequenas coisas!»
Examinar nossa consciência cada noite, nos ajudará a viver
com retitude de intenção e não esquecer que Deus vê tudo, até os pensamentos
mais ocultos, como temos aprendido no catecismo, e que o importante é agradar
em todo momento a Deus, nosso Pai, a quem servimos com amor, sabendo que
«Ninguém pode servir a dois senhores. Pois vai odiar a um e amar o outro, ou se
apegar a um e desprezar o outro» (Lc 16,13). Nunca o esqueçamos: «Só Deus é
Deus» (Bento XVI).
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Lucas 16,9: Usar
bem o dinheiro injusto. "E eu lhes declaro: Usem o dinheiro injusto
para fazer amigos, e assim, quando o dinheiro faltar, os amigos receberão vocês
nas moradas eternas”. Outros traduzem “riqueza iníqua”. Para Lucas, dinheiro
não é neutro, é injusto, iníquo. No Antigo Testamento, a palavra mais antiga
para indicar o pobre (ani) significa empobrecido. Vem do verbo ana, oprimir,
rebaixar. Esta afirmação evoca a parábola do administrador desonesto, cuja
riqueza era iníqua, injusta. Aqui transparece o contexto das comunidades do
tempo de Lucas, isto é, dos anos 80 depois de Cristo. Inicialmente, as
comunidades cristãs surgiram entre os pobres (cf. 1Cor 1,26; Gal 2,10). Aos
poucos, pessoas mais ricas foram entrando. A entrada dos ricos trouxe consigo
problemas que estão registrados nos conselhos dados na carta de Tiago (Tg
2,1-6;5,1-6), na carta de Paulo aos Coríntios (1Cor 11,20-21) e no próprio
evangelho de Lucas (Lc 6,24). Estes problemas foram se agravando no fim do
primeiro século, como atesta o Apocalipse na sua carta à comunidade de Laodicéia
(Ap 3,17-18). As frases de Jesus que Lucas conservou são uma ajuda para clarear
e resolver este problema.
* Lucas 16,10-12: Ser
fiel no pequeno e no grande. “Quem é fiel nas pequenas coisas, também é
fiel nas grandes; e quem é injusto nas pequenas, também é injusto nas grandes.
Por isso, se vocês não são fiéis no uso do dinheiro injusto, quem lhes confiará
o verdadeiro bem? E se não são fiéis no que é dos outros, quem lhes dará aquilo
que é de vocês?” Esta frase clareia a parábola do administrador desonesto. Ele
não foi fiel. Por isso, ele foi tirado da administração. Esta palavra de Jesus
também traz uma sugestão de como realizar o conselho de fazer amigos com o
dinheiro injusto. Hoje acontece algo semelhante. Há pessoas que falam bonito
sobre a libertação, mas em casa oprimem a mulher e os filhos. São infiéis nas
coisas pequenas. A libertação no macro começa é no micro do pequeno mundo da
família, do relacionamento diário entre as pessoas.
* Lucas 16,13: Vocês
não podem servir a Deus e ao dinheiro. Jesus é muito claro na sua
afirmação: “Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará a um e amará
o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus
e ao dinheiro". Cada um, cada uma, terá que fazer uma escolha. Terá que se
perguntar: “Quem eu coloco em primeiro lugar na minha vida: Deus ou o
dinheiro?” No lugar da palavra dinheiro cada um pode colocar uma outra palavra:
carro, emprego, prestígio, bens, casa, imagem, etc. Desta escolha dependerá a
compreensão dos conselhos que seguem sobre a Providência Divina (Mt 6,25-34).
Não se trata de uma escolha feita só com a cabeça, mas de uma escolha bem
concreta de vida que envolve as atitudes.
* Lucas 16,14-15:
Crítica aos fariseus que gostam de dinheiro. “Os fariseus, que são amigos
do dinheiro, ouviam tudo isso, e caçoavam de Jesus. Então Jesus disse para
eles: Vocês gostam de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece os
corações de vocês. De fato, o que é importante para os homens, é detestável
para Deus”. Em outra ocasião Jesus mencionou o amor de alguns fariseus ao
dinheiro: “Vocês exploram as viúvas, e roubam suas casas e, para disfarçar,
fazem longas orações” (Mt 23,14: Lc 20,47; Mc 12,40). Eles se deixavam levar
pela sabedoria do mundo, da qual Paulo diz: “Irmãos, vocês que receberam o
chamado de Deus, vejam bem quem são vocês. Entre vocês não há muitos
intelectuais, nem muitos poderosos, nem muitos de alta sociedade. Mas, Deus
escolheu o que é loucura no mundo, para confundir os sábios; e Deus escolheu o
que é fraqueza no mundo, para confundir o que é forte. E aquilo que o mundo
despreza, acha vil e diz que não tem valor, isso Deus escolheu para destruir o
que o mundo pensa que é importante” (1Cor 1,26-28). Alguns fariseus gostavam de
dinheiro, como hoje alguns sacerdotes gostam de dinheiro. Vale para eles a
advertência de Jesus e de Paulo.
Para um confronto
pessoal
1) Você e o
dinheiro? Qual a escolha?
2) Fiel no
pequeno? Como você fala sobre o evangelho e como vive o evangelho?
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