Santa Faustina Kowalska, religiosa
São Benedito de Palermo, o Mouro, religioso
Salmo Responsorial: 129
R. Se olhais para os
nossos pecados, Senhor, quem poderá salvar-se?
Do profundo abismo chamo por Vós, Senhor, Senhor, escutai a
minha voz. Estejam os vossos ouvidos atentos à voz da minha súplica.
Se tiverdes em conta as nossas faltas, Senhor, quem poderá
salvar-se? Mas em Vós está o perdão, para Vos servirmos com reverência.
No Senhor está a misericórdia e com Ele abundante redenção.
Ele há de libertar Israel de todas as suas faltas.
Aleluia. Felizes os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática.
Aleluia.
Evangelho (Lc 10,38-42): Naquele tempo, Jesus
entrou num povoado, e uma mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. Ela
tinha uma irmã, Maria, a qual se sentou aos pés do Senhor e escutava a sua
palavra. Marta, porém, estava ocupada com os muitos afazeres da casa. Ela
aproximou-se e disse: «Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha
com todo o serviço? Manda pois que ela venha me ajudar!». O Senhor, porém, lhe
respondeu: «Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No
entanto, uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será
tirada».
«Marta, Marta! Preocupas-te e andas agitada com muitas coisas. No
entanto, uma só é necessária»
Rev. D. Josep RIBOT i
Margarit (Tarragona, Espanha)
Marta ou Maria? Mas..., por quê confrontar aqueles que tanto
se queriam, e que tanto queriam a Deus? Jesus amava Marta e Maria, e o seu
irmão Lázaro, e ama-nos a cada um de nós.
No caminho da santidade não há duas almas iguais. Todos
procuramos amar a Deus, mas com um estilo e personalidade próprios, sem imitar
ninguém. O nosso modelo está em Cristo e na Virgem. Incomoda-nos a maneira como
os outros se relacionam com Deus? Tentemos aprender da sua piedade pessoal.
«Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha no
serviço? Manda, pois, que ela me venha ajudar!» (Lc 10,40). Servir os outros,
por amor a Deus, é uma honra, não uma carga. Servimos com alegria, como a
Virgem a sua prima Santa Isabel ou nas bodas de Caná, ou como Jesus, no
lava-pés na Última Ceia?
«Marta, Marta, preocupas-te e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária» (Lc 10,41-42). Não percamos a paz, nem o bom humor. E para isso, cuidemos a presença de Deus. «Ficai a saber: escondido nas situações mais comuns há um quê de santo, de divino, que toca a cada um de vós descobrir (…); ou sabemos encontrar Nosso Senhor na nossa vida corrente ou nunca O encontraremos» (São Josemaria).
«Maria escolheu a melhor parte, e essa não lhe será tirada»
(Lc 10,42). Deus quer-nos felizes. Que a nossa Mãe do Céu nos ajude a
experimentar a alegria da entrega.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Lucas 10,38: A casa
amiga em Betânia. “Enquanto
caminhavam, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, o recebeu
em sua casa”. Jesus está a caminho para
Jerusalém, onde será preso e morto. Ele chega na casa de Marta que o recebe.
Lucas não diz que a casa de Marta ficava em Betânia. É João que nos faz saber
que a casa de Marta ficava em Betânia, perto de Jerusalém. A palavra Betânia
significa Casa da Pobreza. Era um povoado pobre no alto do Monte das Oliveiras,
perto de Jerusalém. Quando ia a Jerusalém Jesus costumava passar na casa de
Marta, Maria e Lázaro (Jo 12,2)
* É
impressionante verificar como Jesus entrava e vivia nas casas do povo: na casa
de Pedro (Mt 8,14), de Mateus (Mt 9,10), de Jairo (Mt 9,23), de Simão o fariseu
(Lc 7,36), de Simão o leproso (Mc 14,3), de Zaqueu (Lc 19,5). O oficial
reconhece: “Não sou digno de que entres em minha casa” (Mt 8,8). O povo
procurava Jesus na casa dele (Mt 9,28; Mc 1,33; 2,1; 3,20). Os quatro amigos do
paralítico tiram o telhado para fazer baixar o doente dentro da casa onde Jesus
estava ensinando o povo (Mc 2,4). Quando ia a Jerusalém, Jesus parava em
Betânia na casa de Marta, Maria e Lázaro (12,2). No envio dos discípulos e
discípulas a missão deles é entrar nas casas do povo e levar a paz (Mt 10,12-14;
Mc 6,10; Lc 10,1-9).
* Lucas 10,39-40: A
atitude das duas irmãs. “Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e ficou
escutando a sua palavra. Marta estava ocupada com muitos afazeres”. Duas
atitudes importantes, sempre presentes na vida dos cristãos: estar atenta à
Palavra de Deus e estar atenta às necessidades das pessoas. Cada uma destas
duas atitudes exige atenção total. Por isso, as duas vivem em tensão contínua
que se expressa na reação de Marta: "Senhor, não te importas que minha
irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha ajudar-me!".
Expressa-se também na reação dos apóstolos diante do problema que surgiu na
comunidade de Jerusalém. O serviço à mesa das viúvas estava tomando todo o
tempo deles e já não podiam dedicar-se inteiramente ao anúncio da Palavra. Por
isso, eles reuniram a comunidade e disseram: “Não é correto que deixemos a
pregação da palavra de Deus para servir às mesas” (At 6,2).
* Lucas 10,41-42: A
resposta de Jesus. "Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com
muitas coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte,
e esta não lhe será tirada." Marta
queria que Maria sacrificasse sua atenção à palavra para ajudá-la no serviço da
mesa. Mas não se pode sacrificar uma atitude em favor da outra. O que é preciso
é alcançar o equilíbrio. Não se trata de escolher entre vida contemplativa e
vida ativa, como se aquela fosse melhor que esta. Trata-se de encontrar a justa
distribuição das tarefas apostólicas e dos ministérios dentro da comunidade.
Baseando-se nesta palavra de Jesus, os apóstolos pediram à comunidade que
escolhesse sete diáconos (servidores). O serviço das mesas foi entregue aos
diáconos e assim os apóstolos podiam continuar a sua atividade pastoral:
“dedicar-se inteiramente à oração e ao serviço da Palavra” (At 6,4). Não se
trata de encontrar nesta palavra de Jesus um argumento para dizer que a vida
contemplativa nos mosteiros é superior à vida ativa dos que labutam na
pastoral. As duas atividades tem a ver com o anúncio da Palavra de Deus. Marta
não pode exigir que Maria sacrifique a atenção à palavra. Bonita é a interpretação do místico medieval,
o frade dominicano Mestre Eckart que dizia: Marta já sabia trabalhar e servir
às mesas sem prejudicar em nada sua atenção à presença e à palavra de Deus.
Maria, assim ele diz, ainda estava aprendendo junto de Jesus. Por isso, ela não
podia ser interrompida. Maria escolheu o que para ela era a melhor parte. A
descrição da atitude de Maria diante de Jesus evoca a outra Maria, da qual
Jesus dizia: “Felizes os que ouvem a Palavra e a colocam em prática” (Lc
11,27).
Para um confronto
pessoal
1) Como você
equilibra na sua vida o desejo de Maria e a preocupação de Marta?
2) À luz da
resposta de Jesus para Marta, os apóstolos souberam encontrar uma solução para
o problema da comunidade de Jerusalém. A meditação das palavras e gestos de
Jesus me ajuda a iluminar os problemas da minha vida?
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