São Bruno, presbítero
Beato Bartolomeu Longo, leigo
Salmo Responsorial: 85
R. Senhor, sois um
Deus paciente e cheio de misericórdia.
Tende piedade de mim, Senhor, que a Vós clamo todo o dia.
Alegrai a alma do vosso servo, porque a Vós, Senhor, elevo a minha alma.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente, cheio de misericórdia
para com todos os que Vos invocam. Ouvi, Senhor, a minha oração, atendei a voz
da minha súplica.
Todos os povos que criastes virão adorar-Vos, Senhor, e
glorificar o vosso nome, porque Vós sois grande e operais maravilhas, Vós sois
o único Deus.
Aleluia. Recebestes o espírito de adopção filial; nele clamamos: «Abba,
ó Pai». Aleluia.
Evangelho (Lc 11,1-4): Um dia, Jesus estava orando
num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: «Senhor,
ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos». Ele respondeu:
«Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja teu nome; venha o teu Reino;
dá-nos, a cada dia, o pão cotidiano, e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós
também perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos introduzas em tentação».
«Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos»
Fr. Austin Chukwuemeka IHEKWEME (Ikenanzizi, Nigéria)
Vemos em seguida que a oração, segundo Jesus, é um trato do
tipo pai-filho. Isto é, um assunto familiar baseado em uma relação de
familiaridade e amor. A imagem de Deus como pai nos fala de uma relação baseada
no afeto e na intimidade, e não no de poder e autoridade.
Rezar como cristãos supõe em uma situação onde vemos a Deus
como pai e lhe falamos, como seus filhos: «Orar é falar com Deus. Mas, de que?
-De que? Dele, de você: alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições
nobres, preocupações diárias, fraquezas e ações de graças e petições: e Amor e
desagravo. Em duas palavras: conhecer-lhe e conhecer você: tratar-se!» (São
Josemaria).
Quando os filhos falam com seus pais prestam atenção em uma
coisa: transmitir em palavras e linguagem corporal o que sentem no coração.
Chegamos a ser melhores mulheres e homens de oração quando nosso trato com Deus
se faz mais íntimo, como o de um pai com seu filho. Disso nos deixou como
exemplo o próprio Jesus. Ele é o caminho.
E, se acode à Virgem, mestra de oração, que fácil lhe será!
De fato, «a contemplação de Cristo tem em Maria seu modelo insuperável. O rosto
do Filho lhe pertence de um modo especial (...). Ninguém se dedicou com a
assiduidade de Maria à contemplação do rosto de Cristo» (S. João Paulo II).
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Lucas 11,1: Jesus,
exemplo de oração. “Um dia, Jesus estava rezando em certo lugar. Quando
terminou, um dos discípulos pediu: "Senhor, ensina-nos a rezar, como
também João ensinou os discípulos dele."
É estranha a pergunta do discípulo, pois naquele tempo, o povo aprendia
a rezar desde pequeno. Todos e todas rezavam três vezes ao dia, de manhã, meio
dia e à noite. Rezavam muito os salmos. Tinham as suas práticas devocionais,
tinham os salmos, tinham as reuniões semanais na sinagoga e os encontros
diários em casa. Mas parece que não bastava. O discípulo queria mais:
“Ensina-nos a rezar!” Na atitude de Jesus ele descobriu que poderia dar mais um
passo e que, para isso necessitaria uma iniciação. O desejo de rezar está em
todos, mas a maneira de rezar pede uma ajuda. A maneira de rezar vai mudando ao
longo dos anos da vida e mudou ao longo dos séculos. Jesus foi um bom mestre.
Ensinou a rezar por palavras e pelo testemunho.
* Lucas 11,2-4: A
oração do Pai Nosso. “Jesus respondeu: "Quando vocês rezarem, digam:
Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Dá-nos a cada dia o pão de
amanhã, e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos
aqueles que nos devem; e não nos deixes cair em tentação”. No evangelho de
Mateus, de maneira muito didática, Jesus resumiu todo o seu ensinamento em sete
pedidos dirigidos ao Pai. Aqui no evangelho de Lucas são cinco pedidos. Nestes
sete ou cinco pedidos, Jesus retoma as grandes promessas do Antigo Testamento e
pede que o Pai nos ajude a realizá-las. Os primeiros três (ou dois) dizem
respeito ao relacionamento nosso com Deus. Os outros quatro (ou três) dizem
respeito ao relacionamento entre nós.
EM MATEUS Introdução: Pai Nosso que estás no céu! 1º pedido: Santificação do Nome 2º pedido: Vinda do Reino 3º pedido: Realização da Vontade 4º pedido: Pão de cada dia 5º pedido: Perdão das dívidas 6º pedido: Não cair nas Tentações 7º pedido: Libertação do Maligno |
EM LUCAS Introdução: Pai 1º pedido: Santificação do Nome 2º pedido: Vinda do Reino 3º pedido: Pão de cada dia 4º pedido: Perdão dos pecados 5º pedido: Não cair nas Tentações |
* Pai (Nosso): O
título exprime o novo relacionamento com Deus (Pai). É o fundamento da
fraternidade
1. Santificar o Nome:
O nome é JAVÉ. Significa Estou com você! Deus conosco. Neste NOME Deus se deu a
conhecer (Ex 3,11-15). O Nome de Deus é santificado quando é usado com fé e não
com magia; quando é usado conforme o seu verdadeiro objetivo, isto é, não para
a opressão, mas sim para a libertação do povo e para a construção do Reino.
2. Vinda do Reino:
O único Dono e Rei da vida humana é Deus (Is 45,21; 46,9). A vinda do Reino é a
realização de todas as esperanças e promessas. É a vida plena, a superação das
frustrações sofridas com os reis e os governos humanos. Este Reino acontecerá,
quando a vontade de Deus for plenamente realizada.
3. Pão de cada dia:
No êxodo, cada dia, o povo recebia o maná no deserto (Ex 16,35). A Providência
Divina passava pela organização fraterna, pela partilha. Jesus nos convida para
realizar um novo êxodo, uma nova maneira de convivência fraterna que garante o
pão para todos (Mt 6,34-44; Jo 6,48-51).
4. Perdão das
dívidas: Cada 50 anos, o Ano Jubilar obrigava todos a perdoar as dívidas.
Era um novo começo (Lv 25,8-55). Jesus anuncia um novo Ano Jubilar, "um
ano da graça da parte do Senhor" (Lc 4,19). O Evangelho quer recomeçar
tudo de novo! Hoje, a dívida externa não é perdoada! Lucas mudou “dívidas” para
“pecados”
5. Não cair na tentação:
No êxodo, o povo foi tentado e caiu (Dt 9,6-12). Murmurou e quis voltar atrás
(Ex 16,3; 17,3). No novo êxodo, a tentação será superada pela força que o povo
recebe de Deus (1Cor 10,12-13).
* O testemunho de
oração de Jesus no Evangelho de Lucas:
* Aos doze anos de idade, ele vai no Templo, na Casa do Pai
(Lc 2,46-50).
* Na hora de ser batizado e de assumir a missão, ele reza
(Lc 3,21).
* Na hora de iniciar a missão, passa quarenta dias no
deserto (Lc 4,1-2).
* Na hora da tentação, ele enfrenta o diabo com textos da
Escritura (Lc 4,3-12).
* Jesus tem o costume de participar das celebrações nas
sinagogas aos sábados (Lc 4,16)
* Procura a solidão do deserto para rezar (Lc 5,16; 9,18).
* Na véspera de escolher os doze Apóstolos, passa a noite em
oração (Lc 6,12).
* Reza antes das refeições (Lc 9,16; 24,30).
* Na hora de fazer levantamento da realidade e de falar da
sua paixão, ele reza (Lc 9,18).
* Na crise, sobe o Monte para rezar e é transfigurado
enquanto reza (Lc 9,28).
* Diante da revelação do Evangelho aos pequenos, ele diz:
“Pai eu te agradeço!” (Lc 10,21)
* Rezando, desperta nos apóstolos vontade de rezar (Lc
11,1).
* Rezou por Pedro para ele não desfalecer na fé (Lc 22,32).
* Celebra a Ceia Pascal com seus discípulos (Lc 22,7-14).
* No Horto das Oliveiras, ele reza, mesmo suando sangue (Lc
22,41-42).
* Na angústia da agonia pede aos amigos para rezar com ele
(Lc 22, 40.46).
* Na hora de ser pregado na cruz, pede perdão pelos
carrascos (Lc 23,34).
* Na hora da morte, ele diz: "Em tuas mãos entrego meu
espírito!" (Lc 23,46; Sl 31,6)
* Jesus morre soltando o grito do pobre (Lc 23,46).
Para um confronto
pessoal
1) Rezo? Como
rezo? O que significa a oração para mim?
2) Pai Nosso:
passe em revista os cinco pedidos e verifique como estão sendo vividos em sua
vida?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO