S. Bernardo, abade e doutor da Igreja
Georg Häfner Presbítero, Mártir e Terceiro
Carmelita
Salmo Responsorial: 145
R. Ó minha alma, louva o Senhor.
Feliz o que tem por auxílio o
Deus de Jacob, o que põe a sua confiança no Senhor, seu Deus, que fez o céu e a
terra, o mar e quanto neles existe.
O Senhor faz justiça aos
oprimidos, dá pão aos que têm fome e a liberdade aos cativos.
O Senhor ilumina os olhos dos
cegos, o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama os justos.
O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva e entrava o caminho aos pecadores.
O Senhor reina eternamente; o teu
Deus, ó Sião, é rei por todas as gerações.
Aleluia. Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, guiai-me na vossa
verdade. Aleluia.
Evangelho (Mt 22,34-40): Naquele
tempo, os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então
se reuniram, e um deles, um doutor da Lei, perguntou-lhe, para experimentá-lo:
«Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». Ele respondeu: «Amarás o Senhor,
teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu
entendimento! Esse é o maior e o primeiro mandamento. Ora, o segundo lhe é
semelhante: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Toda a Lei e os Profetas
dependem desses dois mandamentos».
«Amarás o Senhor, teu Deus (...)Amarás teu próximo»
Rev. D. Pere CALMELL i Turet (Barcelona, Espanha)
Eis aqui a razão de ser do
comentário clássico sobre as duas madeiras da Cruz do Senhor: a que está
fincada na terra é a verticalidade, que olha na direção do Céu, a Deus. O transverso
representa a horizontalidade, a relação com nossos iguais. Também nesta imagem
há um primeiro e um segundo. A horizontalidade estaria em nível da terra, se
antes não possuíssemos uma haste na vertical e, quando mais queremos elevar o
nível dos nossos serviços aos nossos semelhantes —a horizontalidade— mais
elevado deve ser nosso amor a Deus. Do contrário, virá facilmente o desânimo, a
inconstância, a exigência de compensações quaisquer que elas sejam. Disse S.
João da Cruz: «Quanto mais ama uma alma, mais perfeita é naquilo que ama; daqui
que essa alma, que já é perfeita, toda ela é amor e, todas suas ações são
amor».
De fato, nos santos que
conhecemos vemos como o amor a Deus, que sabem manifestar-lhe de muitas
maneiras, lhes outorga uma grande iniciativa no momento de ajudar o próximo.
Peçamos hoje à Virgem Santíssima que nos encha de desejo de surpreender ao
Nosso Senhor com obras e palavras de afeto. Assim nosso coração será capaz de
descobrir como surpreender com algum detalhe simpático aos que vivem e
trabalham ao nosso lado e, não somente fazer isso nos dias assinalados, que
isso todos sabem como agir. Surpreender!: Forma prática de pensar menos em nós
mesmos.
Reflexão
b. O maior mandamento. Na esteira dos saduceus que os precederam,
novamente, os fariseus propõem a Jesus uma questão entre as mais evidentes: o
maior mandamento. Dado que os rabinos sempre evidenciavam a multiplicidade das
prescrições (248 mandamentos), foi feita a pergunta a Jesus sobre qual é o
preceito fundamental. No entanto, os próprios rabinos tinham criado uma
verdadeira casuística para reduzi-los tanto quanto possível: David elenca onze
(Sl 15,2-5), Isaías, seis (Is 33,15), Miquéias, três (Mi 6,8), Amós, dois (Am
5,4) e Habacuc, apenas um (Hab 2,4). Mas na intenção dos fariseus a questão vai
além da pura casuística, trata-se da própria essência das prescrições. Jesus
respondendo une o amor a Deus e o amor ao próximo, ao ponto de fundi-los em um
só, mesmo sem renunciar a dar prioridade ao primeiro, ao qual subordina de modo
estreito o segundo. Na verdade todas as prescrições da lei chegavam a 613, são
postos em relação com este único mandamento: a lei inteira encontra significado
e fundamento naquele amor. Jesus faz um processo de simplificação de todos os
preceitos da lei: aquele que põe em prática o mandamento do amor não só está de
acordo com a lei, mas também com os profetas (v. 40). No entanto, a novidade da
resposta não está tanto no conteúdo material como na sua realização: em Jesus,
o amor a Deus e ao próximo encontram o seu contexto próprio, sua última
solidez. Isso quer dizer que o amor a Deus e ao próximo, mostrado e realizado
de alguma forma em sua pessoa, direciona o homem a colocar-se diante de Deus e
dos outros mediante o amor. O único mandamento em dois, o amor a Deus e ao
próximo, se tornam os pilares principais, não só das Escrituras, mas também da
vida do cristão.
Para um confronto pessoal
1. O amor a Deus e ao próximo é para você apenas um vago
sentimento, uma emoção, um estímulo passageiro ou uma realidade que envolve
toda a sua pessoa: coração, vontade, inteligência e traço humano?
2. Você foi criado para amar. Você está ciente de que a sua
realização acontece no amar a Deus com todo o coração, com toda a alma, com
toda a mente? Tal amor exige uma constatação de caridade para com os irmãos e
as suas situações de vida. Você vive isto na prática diária?
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