Salmo Responsorial:
143
R. Bendito seja o Senhor, rochedo do
meu refúgio.
Bendito
seja o Senhor, o rochedo do meu refúgio, que adestra as minhas mãos para a luta
e os meus dedos para o combate.
O Senhor é
meu amparo e minha cidadela, meu baluarte e meu libertador. Ele é meu escudo e
meu abrigo e submete os povos ao meu poder.
Hei de
cantar-Vos, meu Deus, um cântico novo, hei de celebrar-Vos ao som da harpa, a
Vós que dais aos reis a vitória e salvastes David, vosso servo.
Aleluia. Bendito o que
vem em nome do Senhor: Paz no céu e glória nas alturas. Aleluia.
Evangelho (Lc
13,31-35): Naquela hora, alguns fariseus
aproximaram-se e disseram a Jesus: Sai daqui, porque Herodes quer te matar. Ele
disse: Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã;
e no terceiro dia chegarei ao termo. Entretanto, preciso caminhar hoje, amanhã
e depois de amanhã, pois não convém que um profeta morra fora de Jerusalém. Jerusalém,
Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas
vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintainhos debaixo
das asas, mas não quiseste! Vede, vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo:
não mais me vereis, até que chegue o tempo em que digais: Bendito aquele que
vem em nome do Senhor.
«Jerusalém, Jerusalém!
Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, mas não quiseste!»
Rev. D. Àngel Eugeni PÉREZ i Sánchez (Barcelona,
Espanha)
Na nossa
época, com frequência, nos chegam notícias de persecuções religiosas,
violências tribais ou revoltas étnicas em países do Terceiro Mundo. As
embaixadas ocidentais aconselham aos seus concidadãos que abandonem a região e
repatriem o seu pessoal. Os únicos que permanecem são os missioneiros e as
organizações de voluntários, porque para eles pareceria uma traição abandonar
os seus em momentos difíceis.
Jerusalém,
Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas
vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintainhos debaixo
das asas, mas não quiseste! (Lc 13,34-35). Esse lamento do Senhor produz em
nós, os cristãos do século XXI, uma tristeza especial, devido ao sangrento
conflito entre judeus e palestinos. Para nós, essa região do Próximo Oriente é
a Terra Santa, a terra de Jesus e de Maria. E o clamor pela paz em todos os
países deve ser mais intenso e sentido pela paz em Israel e Palestina.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* Lucas 13,31: O aviso dos fariseus
a Jesus
“Nesse
momento, alguns fariseus se aproximaram, e disseram a Jesus: "Deves ir
embora daqui, porque Herodes quer te matar". É importante notar que Jesus
recebeu o aviso da parte dos fariseus. Algumas vezes, os fariseus estão juntos
com o grupo de Herodes querendo matar Jesus (Mc 3,6; 12,13). Mas aqui, eles são
solidários com Jesus e querem evitar a morte dele. Naquele tempo, o poder do
rei era absoluto. Ele não prestava conta a ninguém da sua maneira de governar.
Herodes já tinha matado a João Batista e agora está querendo acabar também com
Jesus.
* Lucas 13,32-33: A resposta de
Jesus
“Jesus
disse: "Vão dizer a essa raposa: eu expulso demônios, e faço curas hoje e
amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho”. A resposta de Jesus é
muito clara e corajosa. Ele chama Herodes de raposa. Para anunciar o Reino
Jesus não depende da licença das autoridades políticas. Ele até manda um recado
informando que vai continuar seu trabalho hoje e amanhã e que só vai embora
depois de amanhã, isto é, no terceiro dia. Nesta resposta transparece a
liberdade de Jesus frente ao poder que queria impedi-lo da realizar a missão
recebida do Pai. Pois quem determina os prazos e a hora é Deus e não Herodes!
Ao mesmo tempo, na resposta transparece um certo simbolismo relacionado com a
morte e a ressurreição ao terceiro dia em Jerusalém. E para dizer que não vai
ser morto na Galileia, mas sim em Jerusalém, capital do seu povo, e que vai
ressuscitar no terceiro dia.
* Lucas 13,34-35: Lamento de Jesus
sobre Jerusalém
"Jerusalém,
Jerusalém, você que mata os profetas e apedreja os que lhe foram enviados!
Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os pintinhos
debaixo das asas, mas você não quis!”
Este lamento de Jesus sobre a capital do seu povo evoca a longa e triste
história da resistência das autoridades aos apelos de Deus que chegavam a elas
através de tantos profetas e sábios. Em outro lugar Jesus fala dos profetas
perseguidos e mortos desde Abel até Zacarias (Lc 11,51). Chegando em Jerusalém
pouco antes da sua morte, olhando a cidade do alto do Monte das Oliveiras,
Jesus chora sobre ela, porque ela não reconheceu o tempo em que Deus veio para
visitá-la." (Lc 19,44).
Para um confronto pessoal
1) Jesus qualifica
o poder político como raposa. O poder político do seu país merece esta
qualificação?
2) Jesus tentou muitas vezes converter o povo de
Jerusalém, mas as autoridades religiosas resistiram. E eu, quanto vezes
resisti?
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