Textos: Ezequiel 18, 25-28; Filipenses 2,
1-11; Mateus 21, 28-32
Sta Teresa do Menino Jesus Virgem de nossa Ordem e Doutora |
«Qual dos dois fez a
vontade do pai?»
Dr. Josef ARQUER (Berlin, Alemanha)
Hoje,
contemplamos o pai dono de uma vinha pedindo aos seus dois filhos: «Filho, vai
trabalhar hoje na vinha!» (Mt 21,29). Um diz que “sim” e não vai. O outro diz
que “não” e vai. Nenhum dos dois mantém a palavra dada.
Seguramente,
o que diz “sim” e fica em casa não pretende enganar o seu pai. Será apenas
preguiça, não apenas “preguiça para fazer”, mas também para refletir. O seu
lema é: “O que me importa o que disse ontem?”.
O do “não”,
sim que se importa com o que disse ontem. Tem remorsos pelo desaire com seu
pai. Da dor arranca a valentia de retificar. Corrige a palavra falsa com o fato
certo. “Errare, humanum est?”. Sim, mas ainda mais humano —e mais de acordo com
a verdade interior gravada em nós— retificar. Mesmo que custe, porque significa
humilhar-se, arrasar a soberba e a vaidade. Alguma que outra vez vivemos
momentos assim: corrigir uma decisão precipitada, um juízo temerário, uma
valorização injusta… Depois um suspiro de alivio: —Obrigado, Senhor!
«Em verdade
vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus» (Mt
21,31). S. João Crisóstomo realça a maestria psicológica do Senhor perante os
“sumos sacerdotes”: «Não lhes atira à cara diretamente: Porque não acreditastes
em João? Mas pelo contrário confronta-os —o que resulta muito mais pujante— com
os publicanos e as prostitutas. Assim os recrimina com a força patente dos
fatos, a malícia de um comportamento marcado pelos respeitos humanos e pela
vanglória».
Inseridos na
cena, provavelmente sentiremos a falta de um terceiro filho, dado às meias
tintas, em cujo comportamento nos seria mais fácil reconhecer e pedir desculpa,
envergonhados. Inventamo-lo com autorização de Senhor e ouvimo-lo responder ao
pai, com voz apagada: `Pode ser que sim pode ser que não…” E há quem diga ter
ouvido no final “o mais provável é que, talvez, quem sabe…”.
Não bastam as palavras,
o que conta são os fatos.
Pe. Antonio Rivero L.C
Mês do SSmo Rosário |
Cristo, falando aos dirigentes dos judeus, que acreditavam que
pertencer ao povo eleito de Deus já estava tudo conseguido, fala-nos também
para nós. Esta parábola será complementada com as próximas dos seguintes
domingos: a vinha que o dono tem que arrendar para outros, e o banquete festivo
ao que tem de convidar outros, diante da rejeição dos primeiros convidados. O
povo eleito não soube ver o dia da graça, não soube acolher o Enviado de Deus.
Em primeiro
lugar, fatos, não palavras. O primeiro filho disse: “sim, mas não foi”. Jesus
critica a hipocrisia dos fariseus, e a nossa, que cuidavam a fachada com mil
palavras vazias e altissonantes, mas não os conteúdos da sua fé. Não poderia
acontecer a mesma coisa conosco? É fácil quando estamos na igreja, cantar
cantos ao Senhor, ou responder “amém” a orações e propósitos. Porém, depois
essa fé se traduz em obras? Quantos de nós estamos batizados, fizemos a
primeira comunhão, somos casados pela Igreja, vamos à missa aos domingos,
levamos uma medalha no pescoço, fazemos peregrinações a santuários, rezamos o
terço…e depois, na vida, o nosso estilo de atuação não se parece em nada ao que
dizem acreditar. Pronunciamos o “sim” superficialmente, sem personalidade, por
costume ou por medo.
Em segundo
lugar, fatos, não palavras. O segundo filho, quem é? “Disse não, mas depois
foi”. Quantos estamos refletidos nesse segundo filho! Temos momentos de
rebeldia: rebeldia contra a autoridade paterna ou contra os superiores ou
contra a Igreja ou contra Deus mesmo. Momentos de desânimo ou de birras. Momentos
de inconstância e de cansaço. Momentos de irreflexão ou de egoísmo. Causas
dessa mudança de humor? Influências externas que são autenticas rajadas
ideológicas e éticas; talvez este filho do “não, mas sim” não recebeu a semente
da fé na família ou na escola. Certamente não seria o modelo para seguir este
filho; Jesus não nos convida a imitar este filho ou as prostitutas ou os
publicanos, mas imitar a capacidade que tiveram de se converter e mudar. Se
essas pessoas estão adiante no Reino, não é pelo que tinham sido, mas pela
mudança que deram, como o bom ladrão, na última hora, na cruz.
Finalmente, fatos,
não palavras. O ideal é dizer “sim” com convicção e logo ser consequente e
perseverar no bem. Jesus já disse em outros momentos: “Não entrará no Reino dos
Céus aquele que diz Senhor, Senhor, mas o que cumpre a vontade do meu Pai do
céu…o que cumpre a vontade do meu Pai do céu, esse é o meu irmão, a minha irmã
e a minha mãe…o que edifica sobre rocha é o que ouve estas palavras e as coloca
em prática…que o nosso sim seja sim, e o nosso não, não”. As declarações, as
promessas e as manifestações duram pouco. O que custa é agir com coerência.
Dizer “sim” é simples. Mas agir conforme a esse “sim”, é outra história.
Portanto: Sim, à vontade de Deus. Sim, à verdade, à castidade, à obediência, ao
respeito, à caridade. Sim, para ajudar o pobre, o emigrante, o doente. Sim, à
oração e ao sacrifício. Sim, aos momentos de luz e de escuridão; de alegria e
de tristeza, de êxito e de fracasso. E por consequência: Não, ao pecado, e às
manifestações do mesmo.
Para refletir: ao qual dos três filhos nos parecemos:
“Sim, mas não…Não, mas sim…Sim e é sim? Com qual queremos parecer de hoje em
adiante? Pensemos nisto: quantos santos e santas veneramos que foram do “Não,
mas depois foram”: santo Agostinho, santa Maria Madalena, santo Inácio de
Loyola…! E também temos santos do “Sim e foram”: santa Teresa do Menino Jesus,
Teresa de Jesus, são João XXIII e são João Paulo II…Porém não temos santos do
“Sim, mas não foi”.
Para rezar: Senhor, desejo aprender de Vós a dizer
“Sim”, como a vossa Mãe Santíssima. Senhor, fácil é dizer de boca “Sim”, mas
difícil praticá-lo. Dai-me coerência de vida entre a minha palavra e os meus
fatos.
Qualquer sugestão ou
dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
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