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sexta-feira, 14 de julho de 2017

Sábado XIV do Tempo Comum

S. Boaventura, OFM - Bispo e Doutor
Evangelho (Mt 10,24-33): O discípulo não é mais que o mestre, o servidor não é mais que o patrão. Basta ao discípulo ser tratado como seu mestre, e ao servidor como seu patrão. Se chamaram de Belzebu ao pai de família, quanto mais o farão às pessoas de sua casa! Não os temais, pois; porque nada há de escondido que não venha à luz, nada de secreto que não se venha a saber. O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos é dito ao ouvido, publicai-o de cima dos telhados. Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena. Não se vendem dois passarinhos por um asse? No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade de vosso Pai. Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós. Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus.

A dignidade única de cada pessoa

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos do Papa Francisco)

Hoje, na Idade Moderna, procurou-se construir a fraternidade universal entre os homens, baseando-se na sua igualdade; mas, pouco a pouco, fomos compreendendo que esta fraternidade, privada do referimento a um Pai comum como seu fundamento último, não consegue subsistir; por isso, é necessário voltar à verdadeira raiz da fraternidade.

À medida que a história da salvação avança, o homem descobre que Deus quer fazer a todos participar como irmãos da única bênção. A fé ensina-nos a ver que, em cada homem, há uma bênção para mim, que a luz do rosto de Deus me ilumina através do rosto do irmão. Graças à fé, compreendemos a dignidade única de cada pessoa, que não era tão evidente no mundo antigo.

—No centro da fé bíblica, há o amor de Deus, o seu cuidado concreto por cada pessoa, o seu desejo de salvação que abraça toda a humanidade e a criação inteira e que atinge o clímax na encarnação, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

A única esperança “confiável”

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)

Hoje, Jesus exorta-nos a manter uma esperança “fiável”, uma meta tão grande que nos permita enfrentar o cansativo presente. A verdadeira, a grande esperança que persiste apesar de todas as desilusões só pode ser Deus, que nos ama até ao extremo. Quem não conhece Deus, embora tenha múltiplas esperanças, no fundo não tem esperança.

A história assim o demonstrou: não é a ciência, nem a ação político-econômica, que reconstrói o homem, mas o amor. Se existe um amor absoluto, com a sua certeza absoluta, então —só então— o homem é redimido. Graças a Jesus Cristo estamos seguros de Deus (que não é uma longínqua “causa primeira”), porque o seu Filho unigénito se fez homem e se entregou totalmente por nós.

—Jesus, o teu amor dá-me a possibilidade de perseverar —dia a dia— no meio da imperfeição natural deste mundo. O teu reino não é um mais além imaginário, mas está presente onde tu és amado.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* O evangelho de hoje traz várias instruções de Jesus a respeito do comportamento que os discípulos devem adotar durante o exercício da sua missão. O que mais chama a atenção nestas instruções são duas advertências: (1) a frequência com que Jesus alude às perseguições e aos sofrimentos que eles vão ter; (2) a insistência três vezes repetida para o discípulo não ter medo.

* Mateus 10,24-25: Perseguições e sofrimentos marcam a vida dos discípulos
Estes dois versículos são a parte final de uma advertência de Jesus aos discípulos a respeito das perseguições. Os discípulos devem saber que, pelo fato de serem discípulos de Jesus, vão ser perseguidos (Mt 10,17-23). Eles não poderão reclamar nem ficar preocupados com isso, pois um discípulo deve imitar a vida do mestre e participar com ele nas provações. Isto faz parte do discipulado. “O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor. Para o discípulo basta ser como o seu mestre, e para o servo ser como o seu senhor”. Se chamaram a Jesus de Belzebu, quanto mais vão insultar os discípulos dele. Com outras palavras, o discípulo de Jesus só deverá ficar preocupado seriamente no caso em que não aparecer nenhuma perseguição em sua vida.

* Mateus 10,26-27: Não ter medo de dizer a verdade
Os discípulos não devem ter medo dos perseguidores. Estes conseguem perverter o sentido dos fatos e espalham calúnias a ponto de a verdade aparecer como mentira, e a mentira como a verdade. Mas por maior que seja a mentira, a verdade acabará vencendo e derrubará a mentira. Por isso, não devem ter medo de proclamar a verdade, as coisas que Jesus ensinou. Hoje em dia, os meios de comunicação conseguem perverter o sentido dos fatos e fazem aparecer como criminosos as pessoas que proclamam a verdade; fazem aparecer como justo o sistema neoliberal que perverte o sentido da vida humana.

* Mateus 10,28: Não ter medo dos que podem matar o corpo
Os discípulos não devem ter medo daqueles que matam o corpo, que torturam, machucam e fazem sofrer. Os torturadores podem até matar o corpo, mas não conseguem matar neles a liberdade e o espírito. Devem ter medo, isto sim, de que o medo do sofrimento os leve a esconder ou a negar a verdade e, assim, os faça ofender a Deus. Pois quem se afasta de Deus se perde para sempre.

* Mateus 10,29-31: Não ter medo, mas ter confiança na Providência Divina
Os discípulos não devem ter medo de nada, pois eles estão na mão de Deus. Jesus manda olhar os passarinhos. Dois pardais se vendem por poucos centavos e no entanto nenhum pardal cai no chão sem o consentimento do Pai. Até os cabelos na cabeça estão contados. Lucas diz que nenhum cabelo cai sem a licença do Pai (Lc 21,18). E caem tantos cabelos! Por isso, “não tenham medo. Vocês valem muito mais que muitos pardais”. É a lição que Jesus tirou da contemplação da natureza.

* Mateus 10,32-33: Não ter vergonha de dar testemunho de Jesus
No fim, Jesus resume tudo nesta frase: “Portanto, todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante do meu Pai que está no céu. Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, eu também o renegarei diante do meu Pai que está no céu”. Sabendo que estamos na mão de Deus e que Deus está conosco a cada momento, teremos a coragem e a paz necessárias para dar testemunho de sermos discípulos e discípulas de Jesus.

Para um confronto pessoal
1) Você tem medo? Medo de que? Por que?
2) Você já sofreu ou já foi perseguido ou perseguida por causa do seu compromisso com o anúncio da Boa Nova de Deus que Jesus nos trouxe?

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