ORAÇÃO
PREPARATÓRIA
Senhor,
todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo o ser e para quem
todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os
exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para
vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de
santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada,
minha terna Mãe, volvei para mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me
sentir cada vez mais os benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do
céu dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo
das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção.
Amém.
Evangelho
(Jo 15,26—16,4): «Quando, porém, vier o
Defensor que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que
procede do Pai, ele dará testemunho de mim. E vós, também, dareis testemunho,
porque estais comigo desde o começo. Eu vos disse estas coisas para que vossa
fé não fique abalada. Sereis expulsos das sinagogas, e virá a hora em que todo
aquele que vos matar, julgará estar prestando culto a Deus. Agirão assim por
não terem conhecido nem ao Pai, nem a mim. Eu vos falei assim, para que vos
recordeis do que eu disse, quando chegar a hora. Eu não vos disse isso desde o
começo, porque eu estava convosco».
«Também vocês darão
testemunho»
Rev. P. Higinio Rafael ROSOLEN IVE (Cobourg, Ontario,
Canadá)
Hoje,
no evangelho Jesus anuncia e promete a vinda do Espírito Santo, «Quando venha o
Paráclito (…) que procede do Pai, Ele dará testemunho de mim» (Jn 15,26).
“Paráclito” literalmente significa “aquele que é chamado junto a um”, e
habitualmente é traduzido como “Consolador”. Deste modo, Jesus nos lembra a
bondade de Deus, pois sendo o Espírito Santo o amor de Deus, Ele infunde em
nossos corações a paz, a serenidade nas adversidades e a alegria pelas coisas
de Deus. Ele nos faz ver as coisas de cima e nos unir a Deus.
Além
disso, Jesus diz aos Apóstolos, «Também vocês darão testemunho» (Jn 15,27).
Para dar testemunho é necessário:
1º
Ter comunhão e intimidade com Jesus. Isto nasce do trato cotidiano com ler o
Evangelho, escutar suas palavras, conhecer seus ensinamentos, frequentar seus
sacramentos, estar em comunhão com sua Igreja, imitar seu exemplo, cumprir os
mandamentos, vê-lo nos santos, reconhecê-lo em nossos irmãos, ter seu espírito
e ama-lo. Trata-se de ter uma experiência pessoal e viva de Jesus.
2º
Nosso testemunho é acreditado se aparece em nossas obras. Uma testemunha não é
só uma pessoa que algo é verdade, mas também que está disposta a dizê-lo e
vivê-lo. O que experimentamos e vivemos em nossa alma devemos transmitir ao
exterior. Somos testemunhas de Jesus não só por conhecermos seus ensinamentos,
mas principalmente quando queremos e fazemos que outros o conheçam e o amem.
Como diz o dito: «As palavras movem, os exemplos arrastam».
O
Papa Francisco nos dizia: «Agradeço o maravilhoso exemplo que me dão tantos
cristãos que oferecem sua vida e seu tempo com alegria”. Esse testemunho me faz
muito bem e me sustenta em meu próprio desejo de superar o egoísmo para
entregar-me. E adicionando: «Quero pedir especialmente um testemunho de
comunhão fraterna que se mostre atrativo e resplandecente». Isso é sempre uma
luz que atrai.
«Quando vier o
Defensor (...), o Espírito da Verdade (...), ele dará testemunho de mim»
Rev. D. Jordi POU i Sabater (Sant Jordi Desvalls,
Girona, Espanha)
Hoje,
o Evangelho é quase tão atual como nos anos finais do evangelista São João. Ser
cristão então não estava na moda (mais bem era bastante perigoso), como também
não o está agora. Se alguém quiser ser bem considerado pela nossa sociedade,
melhor que não seja cristão —porque em muitas coisas— tal como os primeiros
cristãos judeus, «Sereis expulsos das sinagogas» (Jo 16,2).
Sabemos
que ser cristão é viver na contracorrente: o tem sido sempre. Inclusive em
épocas onde “todo mundo” era cristão: os que queriam sê-lo de verdade não eram
demasiado bem vistos por alguns. O cristão é, se vive segundo Jesus Cristo, um
testemunho do que Cristo tinha previsto para todos os homens; é uma testemunha
de que é possível imitar Jesus Cristo e viver com toda dignidade como homem.
Isso não gostará a muitos, como Jesus mesmo não gostou a muitos e foi levado à
morte. Os motivos da rejeição serão variados, mas devemos ter presente que em
ocasiões o nosso testemunho será tomado como uma acusação.
Não
se pode dizer que São João, pelos seus escritos, fosse pessimista: nos faz uma
descrição vitoriosa da Igreja e do triunfo de Cristo. Também não se pode dizer
que Ele não tivesse tido que sofrer as mesmas coisas que descreve. Não esconde
a realidade das coisas nem a substância da vida cristã: a luta.
Uma
luta que é para todos, porque não temos que vencer com as nossas forças. O
Espírito Santo luta com nós. É Ele quem nos dá as forças. É Ele, o Protetor,
quem nos libera dos perigos. Com Ele ao lado nada temos que temer.
João
confiou plenamente em Jesus, lhe fez a entrega de sua vida. Assim não lhe
custou depois confiar em Aquele que foi enviado por Ele: O Espírito Santo.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
A
primeira coisa que o Espírito faz é dar testemunho de Jesus: “Ele dará
testemunho de mim”. O Espírito não é um ser espiritual sem definição. Não! Ele
é o Espírito da verdade que vem do Pai, será enviado pelo próprio Jesus e nos
introduzirá na verdade plena (Jo 16,13). A verdade plena é o próprio Jesus: “Eu
sou o caminho, a Verdade e a Vida!” (Jo 14,6). No fim do primeiro século, havia
alguns cristãos de tal modo fascinados pela ação do Espírito que já não olhavam
para Jesus. Afirmavam que agora, depois da ressurreição, já não era preciso
fixar-se em Jesus de Nazaré, aquele “que veio na carne”. Dispensavam Jesus e
ficavam só com o Espírito. Diziam: “Anátema seja Jesus!” (1Cor 12,3). O
Evangelho de João toma posição e não permite separar a ação do Espírito da
memória de Jesus de Nazaré. O Espírito Santo não pode ser isolado como uma
grandeza independente, separada do mistério da encarnação. O Espírito Santo
está inseparavelmente unido ao Pai e a Jesus. É o Espírito de Jesus que o Pai
nos envia, aquele mesmo Espírito que Jesus nos conquistou pela sua morte e
ressurreição. E nós, recebendo este Espírito no batismo, devemos ser o
prolongamento de Jesus: “E vós também dareis testemunho!” Não podemos esquecer
nunca que foi precisamente na véspera da sua morte que Jesus nos prometeu o
Espírito. Foi no momento em que ele se entregava pelos irmãos. Hoje em dia, o
movimento carismático insiste na ação do Espírito, e faz muito bem. Deve
insistir cada vez mais. Mas deveria ter a mesma insistência para afirmar que se
trata do Espírito de Jesus de Nazaré que, por amor aos pobres e marginalizados,
foi perseguido, preso e condenado à morte e que, por isso mesmo, nos prometeu o
seu Espírito, para que nós, depois da sua morte, continuássemos a sua ação e
fôssemos para a humanidade a mesma revelação do amor preferencial do Pai pelos
pobres e oprimidos.
* João 16,1-2: Não ter
medo
O
evangelho adverte que ser fiel a este Jesus vai trazer dificuldades. Os
discípulos vão ser expulsos da sinagoga. Vão ser condenados à morte. Com eles
vai acontecer o mesmo que aconteceu com Jesus. Por isso mesmo, no fim do
primeiro século, havia pessoas que, para evitar a perseguição, diluíam a
mensagem de Jesus transformando-a numa mensagem gnóstica, vaga, sem definição,
que não contrastava com a ideologia do império. A estes se aplica o que Paulo
dizia: “Eles têm medo da cruz de Cristo” (Gl 6,12). E o próprio João, na sua
carta, dirá a respeito deles: “Há muitos impostores espalhados pelo mundo, que
não querem reconhecer que Jesus Cristo veio na carne (se fez homem). Quem assim
procede é impostor e Anticristo” (2Jo 1,7). A mesma preocupação transparece na
exigência de Tomé: "Se eu não vir a marca dos pregos nas mãos de Jesus, se
eu não colocar o meu dedo na marca dos pregos, e se eu não colocar a minha mão
no lado dele, eu não acreditarei." (Jo 20,25) O Cristo ressuscitado que
nos prometeu o dom do Espírito é Jesus de Nazaré que continua até hoje com os
sinais da tortura e da cruz no seu corpo ressuscitado.
* João 16,3-4: Não
sabem o que fazem
Tudo
isso acontece “porque não reconhecem o Pai nem a mim”. Estas pessoas não têm a
imagem correta de Deus. Têm uma imagem vaga de Deus na cabeça e no coração. O
Deus deles já não é o Pai de Jesus Cristo que congrega todos na unidade e na
fraternidade. No fundo, é o mesmo motivo que levou Jesus a dizer: “Pai, perdoa,
eles não sabem o que estão fazendo’ (Lc 23,34). Jesus foi condenado pelas
autoridades religiosas porque, de acordo com o pensamento deles, ele teria uma falsa
imagem de Deus. Nas palavras de Jesus não transparece ódio nem vingança, mas
compaixão: são irmãos ignorantes que não sabem nada do nosso Pai.
Para confronto pessoal
1) O mistério da Trindade está
presente nas afirmações de Jesus, não como uma verdade teórica, mas como
expressão do compromisso do cristão com a missão de Jesus. Como vivo em minha
vida este mistério central da nossa fé?
2) Como vivo a ação do Espírito na
minha vida?
ORAÇÃO
COMPOSTA POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO
Ó
Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os
meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no
templo! Mas é já passado esse período de minha vida!
Todavia,
antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje,
oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me
de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de
vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da
felicidade eterna dos eleitos. Amém.
LADAINHA
DE NOSSA SENHORA
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo ouvi-nos.
Jesus
Cristo atendei-nos.
Deus
Pai dos céus tende piedade de nós.
Deus
Filho, Redentor do mundo,
Deus
Espírito Santo,
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus,
Santa
Maria rogai por nós.
Santa
Mãe de Deus,
Santa
Virgem das virgens,
Mãe
de Jesus Cristo,
Mãe
da divina graça,
Mãe
puríssima,
Mãe
castíssima,
Mãe
imaculada,
Mãe
intacta,
Mãe
amável,
Mãe
admirável,
Mãe
do bom conselho,
Mãe
do Criador,
Mãe
do Salvador,
Mãe
da Igreja,
Virgem
prudentíssima,
Virgem
venerável,
Virgem
louvável,
Virgem
poderosa,
Virgem
benigna,
Virgem
fiel,
Espelho
de justiça,
Sede
da sabedoria,
Causa
da nossa alegria,
Vaso
espiritual,
Vaso
honorífico,
Vaso
insigne de devoção,
Rosa
mística,
Torre
de Davi,
Torre
de marfim,
Casa
de ouro,
Arca
da aliança,
Porta
do Céu,
Estrela
da manhã,
Saúde
dos enfermos,
Refúgio
dos pecadores,
Consoladora
dos aflitos,
Auxílio
dos cristãos,
Esperança
dos carmelitas,
Rainha
dos anjos,
Rainha
dos patriarcas,
Rainha
dos profetas,
Rainha
dos apóstolos,
Rainha
dos mártires,
Rainha
dos confessores,
Rainha
das virgens,
Rainha
de todos os santos,
Rainha
concebida sem pecado original,
Rainha
assunta ao céu,
Rainha
do sacratíssimo Rosário,
Rainha
das famílias,
Rainha
e esplendor do Carmelo,
Rainha
da paz,
Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende
misericórdia de nós.
V.
– Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. – Para que sejamos
dignos das promessas de Cristo.
OREMOS - Infundi, Senhor, como vos pedimos,
vossa graça em nossas almas, para que nós que pela anunciação do Anjo viemos ao
conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e
morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Pelo mesmo Jesus
Cristo, nosso Senhor. Amém.
O
“LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos,
ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a
vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro,
tenha sido por vós abandonado. Animado de tal confiança, eu corro e venho a vós
e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem
das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas
ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.
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