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sexta-feira, 25 de março de 2016

Mês de São José – Sábado Santo

ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

LECTIO DIVINA

P. Jacques PHILIPPE (Cores sur Ciel, França)

Soledade de Nossa Senhora
Hoje, não meditamos nenhum evangelho em particular, dado que é um dia que carece de liturgia. Mas, com Maria, a única que permaneceu firme na fé e na esperança depois da trágica morte de seu Filho, preparamo-nos, no silêncio e na oração, para celebrar a festa da nossa libertação em Cristo, que é o cumprimento do Evangelho.

A coincidência temporal dos acontecimentos entre a morte e a ressurreição do Senhor e a festa judaica anual da Páscoa, memorial da libertação da escravidão no Egito, permite compreender o sentido libertador da cruz de Jesus, novo cordeiro pascal, cujo sangue nos preserva da morte.

Outra coincidência no tempo, menos assinalada porém sem dúvida muito rica em significado, é a que existe com a festa judaica semanal do “Sabbat”. Esta começa na tarde de sexta-feira, quando a mãe de família acende as luzes em cada casa judia, terminando no sábado de tarde. Recordando que depois do trabalho da criação, depois de ter feito o mundo do nada, Deus descansou no sétimo dia. Ele quis que também o homem descanse no sétimo dia, em ação de graças pela beleza da obra do Criador, e como sinal da aliança de amor entre Deus e Israel, sendo Deus invocado na liturgia judaica do Sabbat como o esposo de Israel. O Sabbat é o dia em que se convida cada um a acolher a paz de Deus, o seu “Shalom”.

Deste modo, depois do doloroso trabalho da cruz, «em que o homem é forjado de novo» segundo a expressão de Catarina de Sena, Jesus entra no seu descanso no mesmo momento em que se acendem as primeiras luzes do Sabbat: “Tudo está realizado” (Jo 19,30). Agora completou-se a obra da nova criação: o homem, antigo prisioneiro do nada do pecado, converte-se numa nova criatura em Cristo. Uma nova aliança entre Deus e a humanidade, que nada poderá jamais romper, acaba de ser selada, já que doravante toda a infidelidade pode ser lavada no sangue e na água que brotam da cruz.

Diz a Carta aos Hebreus: «Por isso, resta um repouso Sab ático para o povo de Deus» (Heb 4,9). A fé em Cristo a ele nos dá acesso. Que o nosso verdadeiro descanso, a nossa paz profunda, não a de um só dia, mas para toda a vida, seja uma esperança total na infinita misericórdia de Deus, de acordo com o convite do Salmo 16: «A minha carne descansará na esperança, pois tu não entregarás a minha alma ao abismo». Que nos preparemos com um coração novo para celebrar na alegria as bodas do Cordeiro e nos deixemos desposar plenamente pelo amor de Deus manifestado em Cristo.

+ Pe. Joan BUSQUETS i Masana (Sabadell, Barcelona, Espanha)

"Desceu à Mansão dos Mortos."
Hoje, propriamente, não há “evangelho” para meditar ou — melhor — deveríamos meditar todo o Evangelho em maiúscula (a Boa Nova), porque todo ele desemboca no que hoje recordamos: a entrega de Jesus à Morte para ressuscitar e dar-nos uma Vida Nova.

Hoje, a Igreja não se separa do sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e sua Morte. Não celebramos a Eucaristia até que haja terminado o dia, até amanhã, que começará com a Solene Vigília da ressurreição. Hoje é dia de silêncio, de dor, de tristeza, de reflexão e de espera. Hoje não encontramos a Reserva Eucarística no sacrário. Há só a lembrança e o símbolo de seu “amor até o extremo”, a Santa Cruz que adoramos devotamente.

Hoje é o dia para acompanhar Maria, a mãe. Devemos acompanhá-la para poder entender um pouco o significado deste sepulcro o qual velamos. Ela, que com ternura e amor guardava em seu coração de mãe os mistérios que não acabava de entender daquele Filho que era o Salvador dos homens, está triste e sofrendo: «Ela veio para a sua casa, mas os seus não a receberam» (Jo 1,11). É também a tristeza da outra mãe, a Santa Igreja, que sofre pela rejeição de tantos homens e mulheres que não acolheram Aquele que para eles era a Luz e a Vida.

Hoje, rezando com estas duas mães, o seguidor de Cristo reflete e vai repetindo a antífona da pregaria das Laudes: «Cristo humilhou-se a si mesmo tornando-se obediente até a morte e morte de cruz! «Por isso o exaltou grandemente e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome» (cf. Flp 2,8-9).

Hoje, o fiel cristão escuta a Homilia Antiga sobre o Sábado Santo que a Igreja lê na liturgia do Oficio de Leitura: «Hoje há um grande silêncio na terra. Um grande silêncio e solidão. Um grande silêncio porque o Rei dorme. A terra se estremeceu e se ficou imóvel porque Deus está dormindo em carne e ressuscitou aos que dormiam há séculos. “Deus morreu na carne e despertou os do abismo».

Preparemo-nos com Nossa Senhora da Soledade para viver a explosão da Ressurreição e para celebrar e proclamar — quando se acabe este dia triste — com a outra mãe, a Santa Igreja: Jesus ressuscitou tal como o havia anunciado! (cf. Mt 28,6).

VIGILIA PASCAL

Textos: Gn 1, 1- 2, 2; Gn 22, 1-18; Ex 14, 15 – 15, 1; Is 54, 5-14; Is 55, 1-11; Ba 3, 9-15. 32 – 4, 4; Ez 36, 16-28; Rm 6, 3-11; Mc 16, 1-7

Pe. Antonio Rivero, L.C

Rainha do Céu, alegrai-vos! Aleluia!
Repassemos as partes desta Solene Vigília Pascal, desentranhando o significado profundo sacramental e espiritual.

Depois de um dia transcorrido na oração e no silêncio, no Sábado, ao redor do sepulcro do Senhor, a comunidade cristã se reúne nesta noite para a celebração principal de todo a ano; a passagem da morte e do sepulcro à vida nova. Esta Vigília é o ponto de partida para os cinquenta dias da Páscoa, sete semanas de prolongação festiva que nos levarão à solenidade conclusiva, Pentecoste.

Em primeiro lugar, tudo começa desde fora da igreja, com o fogo novo, abençoado pelo sacerdotes, aspergindo-o com água benta. Iniciamos uma procissão seguindo o Círio Pascal, símbolo de Cristo Luz do mundo, e progressivamente com círios acesos nas mãos dos fiéis. É a figura do amor de Cristo que deseja arder como uma tocha acesa em cada alma. É como uma chama divina que deseja abrasar todas as almas para acendê-las no desejo das coisas eternas. Mas é também um fogo que deve queimar as nossas misérias, um fogo abrasador que nos purifique do nosso amor próprio, que nos vazie de nós mesmos para encher-nos de Deus. Depois escutamos o pregão inicial – “Exsultet” -, da festa pascal. Hino belíssimo que se remonta aos primeiros séculos do Cristianismo; cântico impregnado de júbilo pela ressurreição de Cristo, sobre o telão de fundo do pecado do homem e da misericórdia de Deus. Júbilo do céu, da terra e da Igreja. É o rito de entrada, hoje mais solene. Poderíamos chamar festa da luz ou “lucernário”.

Em segundo lugar, a proclamação da Palavra tem hoje mais leituras, sobretudo do Antigo Testamento, que vão nos conduzindo desde a criação até a nova criação ou ressurreição de Jesus. Aqui se cumpre o que Jesus disse aos de Emaús: “tudo o que está escrito na lei de Moisés e nos profetas e salmos sobre mim, tinha que se cumprir”. Estas leituras resumem as maravilhas de Deus a favor dos homens, culminando com a do evangelho da ressurreição que nos relata São Lucas. Palavras sagradas as que devemos recorrer com frequência para alimentar a alma, para saciar a sede de eternidade. Palavras que brotam do Senhor como da sua fonte para esclarecer a nossa inteligência e acender em nós o entusiasmo pelas coisas celestiais. É a festa da Palavra.

Em terceiro lugar, a parte sacramental desta noite é mais rica: antes de tudo celebramos o Batismo, junto com a renovação das promessas batismais por parte dos que estão já batizados. Pelo batismo fomos enxertados em Cristo. Foi a nossa ressurreição espiritual, pois graças a Ele passamos da morte a vida. Nesta parte invocamos a Deus para que com o seu poder santifique a água com que serão batizados, os catecúmenos. Recorremos para isso à Igreja triunfante, à Igreja do céu, através das ladainhas, rogando aos anhos e aos santos que intercedam diante do trono de Deus por nós e pelos que serão batizados. Ao abençoar a água, o sacerdote introduz nela o círio pascal, imagem de Cristo, com cujo contato adquire a sua virtude santificadora. É a festa da água.

Em quarto lugar, passamos agora aa Eucaristia, a principal de todo ano, na que participamos do Corpo e do Sangue do Ressuscitado. É Cristo como alimento para o caminho e para a luta pela santidade. É a festa do Pão e do Vinho, convertidos em comida celestial para a nossa salvação. A Eucaristia é um banquete. Venham e comam! Não fiquem com fome! É um banquete no qual Deus Pai nos serve o Corpo e o Sangue, a alma e a divindade do seu próprio Filho, feito Pão celestial. Pão singelo, pão terno, pão sem fermento… Mas já não é pão, mas o Corpo de Cristo. Venham e comam! Só se necessita o traje de gala da graça e da amizade com Deus, senão, não podemos nos aproximar da comunhão, pois “quem comer o Corpo de Cristo indignamente, come a sua própria condenação”, diz-nos São Paulo (1 Cor 11,27). Este pão da Eucaristia nos liberta desta morte e nos dá a vida imortal. Todo alimento nutre de acordo as suas propriedades. O alimento da terra alimenta para o tempo. O alimento celestial, Cristo Eucaristia, alimenta para a vida eterna.

Finalmente, especial esta noite é também a conclusão da Eucaristia, com os “aleluias” da despedida, a saudação cantada à Virgem e a prolongação, se for possível, de um pequeno ágape dos participantes no salão principal da paróquia. É a festa da vida pascal, feita convívio e caridade fraterna.       

Para refletir: Do Pregão Pascal da Vigília Pascal, meditemos:

Esta é a noite em que,
Quebradas as correntes da morte,
Cristo ascende vitorioso do abismo.
De que serviria termos nascido
Se não fossemos sido resgatados?
Que assombroso benefício do vosso amor por nós!

Que incomparável ternura e caridade!
Para resgatar o escravo, entregaste o Filho!
Necessário foi o pecado de Adão,
Que foi apagado pela morte de Cristo.
Feliz culpa que mereceu tão grande Redentor!

Para rezar: Louvamos-te, Senhor, pela vossa ressurreição maravilhosa! Obrigado por morrer como o grão de trigo para nos gerar como os muitos grãos cheios com a vossa vida divina! Obrigado por morrer como o Unigênito de Deus e ressuscitar como o Primogênito, conosco como os muitos irmãos! Agora somos filhos e irmãos de Cristo! Obrigado por fazer-nos a semente corporativa, vossa continuação e vossa produção! Senhor, só queremos colaborar convosco o melhor possível hoje, permitindo-Vos viver em nós para nós poder viver-vos! Somos a vossa expressão e a vossa continuação, somos os vossos “longos dias”!

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.

LADAINHA DE SÃO JOSÉ
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre Filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da mãe de Deus,
Guarda da puríssima Virgem,
Sustentador do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Jesus Cristo,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos operários,
Honra da vida de família,
Guarda das virgens,
Amparo das famílias,
Alívio dos sofredores,
Esperança dos doentes,
Consolador dos aflitos,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.

V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.

ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

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