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sábado, 6 de fevereiro de 2016

V Domingo do Tempo Comum

Textos: Is 6, 1-2a. 3-8; 1 Co 15, 1-11; Lc 5, 1-11

Evangelho (Lc 5,1-11): Certo dia, Jesus estava à beira do lago de Genesaré, e a multidão se comprimia a seu redor para ouvir a Palavra de Deus. Ele viu dois barcos à beira do lago; os pescadores tinham descido e lavavam as redes. Subiu num dos barcos, o de Simão, e pediu que se afastasse um pouco da terra. Sentado, desde o barco, ensinava as multidões. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Avança mais para o fundo, e ali lançai vossas redes para a pesca». Simão respondeu:«Mestre, trabalhamos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, pela tua palavra, lançarei as redes». Agindo assim, pegaram tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. Fizeram sinal aos companheiros do outro barco, para que viessem ajudá-los. Eles vieram e encheram os dois barcos a ponto de quase afundarem.  Vendo isso, Simão Pedro caiu de joelhos diante de Jesus, dizendo: «Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!». Ele e todos os que estavam com ele ficaram espantados com a quantidade de peixes que tinham pescado. O mesmo ocorreu a Tiago e João, filhos de Zebedeu e sócios de Simão. Jesus disse a Simão: «Não tenhas medo! De agora em diante serás pescador de homens!». Eles levaram os barcos para a margem, deixaram tudo e seguiram Jesus.

«Mestre pela tua palavra, lançarei as redes»

Rev. D. Blas RUIZ i López (Ascó, Tarragona, Espanha).

Hoje, o Evangelho nos oferece o diálogo, simples e profundo ao mesmo tempo, entre Jesus e Simão Pedro, diálogo que poderíamos fazê-lo nosso: no meio das águas tempestuosas deste mundo, nos esforçamos por nadar contra a corrente, buscando a boa pesca de um anuncio do Evangelho que obtenha uma resposta frutuosa...

E é então quando nos cai em cima, indiscutivelmente, a dura realidade; nossas forças não são suficientes. Necessitamos alguma coisa mais: a confiança na Palavra daquele que nos prometeu que nunca nos deixará só. «Simão respondeu-lhe: Mestre! Trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede.» (Lc 5,5). Esta resposta de Pedro pode-se entender em relação com as palavras de Maria nas bodas de Canaã: «Fazei o que Ele vós diga» (Jo 2,5). E é no cumprimento confiado da vontade do Senhor quando nosso trabalho resulta proveitoso.

E tudo, a pesar de nossa limitação de pecadores: «Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador» (Lc 5,8). São Irineu de Lyon descobre um aspecto pedagógico no pecado: quem é consciente de sua natureza pecadora é capaz de reconhecer sua condição de criatura, e este reconhecimento nos põe ante a evidência de um Criador que nos supera.

Somente quem, como Pedro, soube aceitar sua limitação, está em condições de aceitar que os frutos de seu trabalho apostólico não são seus, e sim Daquele de quem se serviu como um instrumento. O Senhor chama aos Apóstolos a serem pescadores de homens, mas o verdadeiro pescador é Ele: o bom discípulo não é mais que a rede que recolhe a pesca, e esta rede somente é efetiva se atua como fizeram os Apóstolos: E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram (cf. Lc 5,11).

A vocação, ou seja, o chamado de Jesus para segui-lo.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

7 de fevereiro
Festa das Santas Chagas de Jesus
Continuamos com o ministério de Jesus em Galileia. Agora, com a vocação dos seus primeiros discípulos, junto do lago de Tiberíades e a pronta resposta da dupla de irmãos. Como preparação desta cena lemos na primeira leitura a vocação profética de Isaias. Hoje somos convidados a refletir no sentido da vocação na vida de todo cristão.

Em primeiro lugar, Deus chama alguns para a vida consagrada ou sacerdotal. Quem chama? Deus nosso Senhor e Pai. Através de que ou de quem chama? Através de causas segundas: um sacerdote, um amigo, uma leitura, um acidente, um retiro, uma decepção. E quem chama? Homens e mulheres normais, com virtudes e defeitos, mas que sentem no seu coração um chamado especial a dar a vida e energias a Deus mediante uma especial consagração. Para que chama? Para se consagrar a Cristo no corpo e na alma, já seja como sacerdote, ou freira, ou religioso ou consagrado laico. Por que chama? Porque Deus é livre e chama quem Ele quer por amor e liberdade; não se viu obrigado a nos escolher por ser bons; nem sequer os nossos pecados impediram que Ele nos elegesse. Para que chama? Para esta com Ele, estabelecer uma intimidade com Ele, conhecer os segredos do seu coração, e depois para ir e pregar e levar o seu nome e a sua mensagem de salvação a todas as partes do mundo. Onde chama? Uns chama na paróquia, outros no colégio ou na universidade, outros num hospital, e quem sabe se também através de sonhos ou depois de ter caído no posso escuro e lôbrego do pecado. Como chama? Com um grande respeito da nossa liberdade, mas com muito amor e confiança; às vezes com insistência, outras, suavemente. O que pede? Deixar tudo e segui-lo, confiantes em Cristo que nos chama. O que oferece? Aqui na terra, a sua amizade e companhia, a sua graça e consolo; e depois, a vida eterna. Qual deveria ser a resposta desse homem e dessa mulher? A mesma dos profetas, apóstolos e tantos homens e mulheres de todos os séculos. “Eis-me aqui. O que queres de mim? Manda-me”. Por que alguns e algumas dão negativas a Deus? Por causa do mistério da liberdade, porque para eles é custoso deixar tudo, como aconteceu com esse jovem rico, portanto, por apego a este mundo e as suas vaidades.

 Em segundo lugar, Deus chama outros para a vida matrimonial. Já escutamos tantas reflexões que os bispos pronunciaram durante o Sínodo da família. O matrimônio é um dom e um presente que Deus concede a uns homens e mulheres para ser sacramento do amor de Cristo com a sua Igreja, para ser sinais do amor esponsal de Cristo com a Igreja, para prolongar o amor fecundo de Deus em outros seres queridos, os filhos, trazidos ao banquete da vida por amor e no amor. Nesse matrimônio não pode faltar nunca o vinho do amor, como aconteceu em Caná; e quando as talhas sejam ameaçadas de ficar vazias, imploremos a Maria que interceda diante do seu Filho por esses matrimônios tentados, em crise, desajustados e em dificuldades normais, provocados por algum dos cônjuges e permitidos por Deus para amadurecerem na sua entrega. Na vocação matrimonial também esposa e esposa e filhos estão chamados à santidade de vida, vivendo na fidelidade e na educação humana e cristã dos filhos, os quais Deus lhes presenteou. Por isso, urge reconquistar as práticas de piedade em família, como foi falado no Sínodo: missa dominical, oração antes das refeições, a reza do terço. O mundo quer ver hoje essas “igrejas domestica” onde reina a união, a harmonia, a estima mútua. São já antessalas do céu. E os filhos aprenderão o valor da família. E como diz o padre Zezinho: “…e que o homem carregue nos ombros a graça de um pai. Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor, e que os filhos conheçam a força que brota do amor. Abençoa, Senhor, as famílias. Amém”.

 Finalmente, também tem um terceiro grupo que Deus chama para uma vida de solteiros dedicados a uma causa nobre e digna, não por covardia nem por medo a uma vida matrimonial ou consagrada. É um fato que Deus não quer “solteirões”- basta reler o livro do Gênese-, mas pode pedir para alguns a vida de solteiro para se dedicar a uma missão específica que pede também a entrega de todo o ser e todas as energias. Aqui não estamos falando de quem tem alguma incapacidade permitida por Deus; já é bastante a cruz que leva em cima. Estamos falando dos que estão no seu são juízo e com boa saúde. É lindo ver um filho ou uma filha cuidando do seu pai ou da sua mãe doentes. Edificante contemplar essa pessoa dedicada 24 horas a esses próximos que estão no hospital. Ou aquele professor ou professora felizes, direcionados completamente ao ensino dos meninos e das meninas nas escolas do interior ou nos colégios da cidade. Muito mérito tem também quem se consagra aos anciãos nos asilos ou geriátricos. Todas estas são causas nobres e dignas que exigem a totalidade da vida e das forças. Detrás destas vocações se esconde a força do amor, pois “se não tiver amor, não sou nada” (2ª leitura).

Para refletir: Já descobri a vocação de Deus na minha vida? O que estou esperando para dar-lhe uma resposta com prontidão e amor? O que vou perder se deixar tudo e segui-lo? O que vou ganhar? Meditemos estas palavras de Santo Tomás: “Os que Deus escolhe para uma missão, dispõe-los e prepara de maneira que resultem idôneos para desempenhar a missão para a qual foram escolhidos” (Suma Teológica, 3, q.27, a. 4c).

Para rezar: Entoemos a famosa canção de Cesáreo Garabain:
Senhor, Tu me olhaste nos olhos,
A sorrir pronunciaste meu nome.
Lá na praia eu larguei o meu barco:
Junto a Ti buscarei outro mar.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org



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