O
Catecismo da Igreja explica que a Epifania é a manifestação de Jesus como
Messias Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo. “O mundo cristão celebra
como epifania três eventos: a Epifania propriamente dita perante os magos do
oriente (como está relatado em Mateus 2,1-12) e que é celebrada no dia 6 de
Janeiro; a Epifania a João Batista (O Batismo de Jesus) no rio Jordão; e a
Epifania a seus discípulos e início de sua vida pública com o milagre de Caná
quando começa o seu ministério.” ( 528)
Desde que Adão e Eva pecaram, Deus toma a iniciativa e vai ao
encontro da humanidade para se revelar como Deus” que salva”. E no tempo
previsto enviou seu Filho amado Jesus Cristo, nascido do seio da Virgem Maria.
Por amor a cada um de nós, Jesus se entregou à morte de cruz. E, assim nos
tirou das trevas do pecado e nos trouxe para o seu Reino de luz, dando-nos vida
nova pelo seu Espírito. O Papa Bento XVI diz que Jesus, “por amor, fez-se
história na nossa história; por amor veio trazer-nos o germe da vida nova (cf.
Jo 3, 3-6)” E continua dizendo que Deus “se revelou na história como luz do
mundo, para guiar e introduzir finalmente a humanidade na terra prometida, onde
reinarão liberdade, justiça e paz”. Nesse dia a liturgia tem como tema a luz,
por isso o Papa conclui:” se manifesta para nós a luz de um Deus que nos mostra
o seu rosto, que se nos apresenta na manjedoura de Belém, que nos aparece na
Cruz”.
Não há trevas, portanto,
que resista à luz de Cristo:
“Eu sou a luz do mundo; quem Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da
vida” (Jo 8, 12). O Papa Bento XVI
continua a nos ensinar: “Cristo é luz, e a luz não pode obscurecer, mas apenas
iluminar, esclarecer, revelar. Portanto, ninguém tenha receio de Cristo e da
sua mensagem! E se ao longo da história os cristãos, sendo homens limitados e
pecadores, por vezes o traíram com os seus comportamentos, isto faz sobressair
ainda mais que a luz é Cristo e que a Igreja a reflete unicamente permanecendo
unida a Ele.” Precisamos também ser luz para os irmãos; ser testemunho de fé,
esperança e caridade, para que outras pessoas vendo nosso exemplo também
queiram seguir Jesus Cristo.
A luz da estrela de
Belém guiou os Reis
Magos até ao Deus da luz, Jesus Cristo.
Chegando à gruta, os Reis Magos ajoelharam-se diante daquele que é Rei e
Senhor de tudo e O presentearam com ouro, significando a realeza de Jesus; o
incenso, significando a sua divindade; e mirra, significando a sua humanidade (Mt
2, 11).
Pelo ensinamento da
Igreja os Reis Magos
representam todos os povos e nações que adoram e glorificam a Jesus Cristo, o
Messias enviado do Pai. E que Jesus não veio salvar somente um povo, mas homens
e mulheres de todas as culturas e nações. Esses são os nomes dos Reis Magos:
Belchior, Gaspar e Baltazar. Seus restos mortais encontram-se na cidade de
Colônia (Alemanha). Eram dotados de muita sabedoria e tinham conhecimento de
Astronomia: viram a estrela no Oriente e a seguiram até à Gruta de Belém, onde
estava o Menino Jesus, Maria e José.
A festa da Epifania fala do encontro dos Reis Magos com
Jesus Menino, na manjedoura. Esse
encontro só foi possível, porque os Magos buscaram a Verdade com o coração
humilde e desapegado. Infelizmente o mesmo não aconteceu com Herodes.
Ver Jesus, tocar Jesus,
sentir-se amado por Ele,
requer de nós o querer e o despojamento; é entregar totalmente, sem restrições
o nosso coração a Ele. Deixemos que Jesus se manifeste poderosamente em nossa
vida, transformando-a radicalmente.
A Salvação é para todos
Jesus
veio para salvar a todos. A Palavra diz que Deus “não quer que alguém pereça;
ao contrário, quer que todos se arrependam”.(2 Pr 3,9) Os Magos representam a
universalidade da salvação. Vieram do Oriente representado todos os povos e
raças do mundo que creem no Senhor. O Menino Jesus na pequena manjedoura se
manifesta (Epifania) como salvador de toda a humanidade. O Papa Bento XVI
disse: “Epifania quer dizer a manifestação de Jesus a todos os povos,
representados hoje pelos Magos, que chegaram a Belém provenientes do Oriente
para prestar homenagem ao Rei dos Judeus, cujo nascimento eles tinham
reconhecido através do aparecimento de uma estrela nova no céu”.
O
Papa Bento XVI disse: “Aquelas personagens provenientes do Oriente não são as
últimas, mas as primeiras da grande procissão daqueles que, através de todas as
épocas da história, sabem reconhecer a mensagem da estrela, sabem caminhar
pelas veredas indicadas pela Sagrada Escritura e, assim, sabem encontrar Aquele
que é aparentemente fraco e frágil, mas que, ao contrário, tem o poder de
conferir a maior e mais profunda alegria ao coração do homem”.
“Tendo,
pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos
vieram do oriente a Jerusalém.
Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos
a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”.
A
boa notícia do nascimento do Salvador não ficou restrita a Belém, mas chega
através da indicação da estrela até aos reis Magos, no Oriente. O Papa Bento
XVI disse assim: “Com efeito, antes da chegada dos Magos, o conhecimento deste
acontecimento tinha ido um pouco além do círculo familiar: depois de Maria e
José, e provavelmente de outros parentes, conheciam-no os pastores de Belém os
quais, ao ouvir a jubilosa notícia, se apressaram a ir ver o menino, que se
encontrava ainda na manjedoura”. A boa nova da salvação deve alcançar a todos
os povos para que creiam em Jesus, arrependam-se de seus pecados e se salvem.
“A esta
notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele”.
O
rei Herodes ficou temeroso quando ouviu falar da realeza de Jesus. Jesus é Rei,
mas um Rei diferente do que Herodes representava para o povo. O Livro do
profeta Isaías se refere assim ao Rei Jesus, nascido no presépio de Belém: “Um
menino nasceu para nós, um filho nos foi dado; tem a soberania sobre os seus
ombros, e este é o seu nome: Conselheiro Admirável, Deus Poderoso, Pai Eterno,
Príncipe da Paz” (9, 5). O Papa Bento
XVI disse assim: “Herodes alarmou-se porque viu naquele que os Magos procuravam
um concorrente para si mesmo e para os seus filhos. Os chefes e os habitantes
de Jerusalém, ao contrário, ficaram admirados, como se despertassem de um certo
torpor e precisassem de refletir”.
“Convocou
os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de
nascer o Cristo. Disseram-lhe: Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito
pelo profeta: “E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre
as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo
(Miq 5,2)”.
São
João Paulo II disse: “Belém, nestes dias, torna-se o lugar para onde se voltam
os olhos de todos os crentes. A representação do presépio, que a tradição
popular espalhou em todas as partes da terra, ajuda-nos a refletir melhor sobre
a mensagem que de Belém continua a irradiar para a humanidade inteira. Nesta
pobre gruta contemplamos um Deus que, por amor, se faz menino”.
A
Palavra de Deus é a luz que nos leva a Jesus. Também devemos levar a luz da
Palavra de Deus a todos que se encontram na escuridão. O Papa Bento XVI disse: “Caros
irmãos e irmãs, deixemo-nos guiar pela estrela, que é a Palavra de Deus;
sigamo-la na nossa vida, caminhando com a Igreja, onde a Palavra armou a sua
tenda. A nossa senda será sempre iluminada por uma luz que sinal algum nos pode
oferecer. E também nós poderemos tornar-nos estrelas para os outros, reflexo
daquela luz que Cristo fez resplandecer sobre nós”.
“Herodes,
então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que
o astro lhes tinha aparecido. E,
enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando
o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo”.
O
rei Herodes tinha medo que Jesus “o rei dos judeus” pudesse tirar seu poder e
sua coroa. Por isso quis saber onde Jesus se encontrava para ir até lá. Mas
Herodes não queria adorar Jesus, mas matá-lo.
O Papa Bento XVI disse: “Certamente, ele estava interessado no menino de
que os Magos falavam; no entanto, não com a finalidade de o adorar, como quer
fazer entender, mentindo, mas sim para o suprimir. Herodes é um homem de poder,
que no próximo só consegue ver um rival para combater”.
Podemos
ver nos versículos seguintes desse Evangelho, que o rei Herodes era muito
cruel. Por causas das más intenções dele
sobre Jesus, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e mandou-o fugir para o
Egito com o menino Jesus e, Maria sua mãe.
A Palavra diz: “Um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse:
Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te
avise, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”.
Quando
Herodes soube que a sagrada família havia fugido, mandou matar todas as
crianças de dois anos para baixo, que tinham a idade de Jesus na ocasião. ” O
massacre dos inocentes do tempo de Jesus, estando ele pacificamente protegido
pelos Reis Magos, foi a consequência da decisão sangrenta de Herodes. A partir
de então, quantos mártires – homens e mulheres –, na história do Cristianismo,
não pagaram com a sua vida essa resistência iniciada com a fidelidade ao
Evangelho e à pessoa de Cristo?” (Vaticano)
“Tendo
eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto
no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e
ali parou. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. Entrando
na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o
adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro,
incenso e mirra”.
Os
Magos após se despedirem do rei Herodes partiram e puderam ver novamente a
estrela. Os Magos Seguiram a estrela e por isso “acharam o menino com Maria,
sua mãe”. (V.11) Hoje a Igreja é a estrela que nos guia até Jesus. Nela
encontramos a luz da Palavra, dos sacramentos, da fé. O Papa Bento XVI disse: “Os Magos viram de
novo a estrela, que os guiou até ao lugar onde estava Jesus. Entraram,
prostraram-se e adoraram-no, oferecendo os dons simbólicos: ouro, incenso e
mirra. Eis a epifania, a manifestação: a
vinda e a adoração dos Magos são o primeiro sinal da identidade singular do Filho
de Deus, que é também o filho da Virgem Maria”.
“Avisados
em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro
caminho”.
O
Papa Bento XVI explica assim esse versículo: “Teria sido natural voltar a
Jerusalém, ao palácio de Herodes e ao Templo, para dar realce à sua descoberta.
Ao contrário, os Magos, que escolheram como seu soberano o Menino,
guardaram-na, segundo o estilo de Maria, ou melhor, do próprio Deus e, assim
como tinham surgido, desapareceram no silêncio, satisfeitos, mas também
transformados pelo encontro com a Verdade”.
Eis
os significados dos presentes dados pelos Magos a Jesus: ouro, incenso e mirra.
O ouro significa realeza – Jesus é Rei. O incenso (a fumaça) significa a oração
dos fiéis que chega a Deus (representa a natureza divina de Jesus). A mirra foi
utilizada por ocasião do embalsamento do corpo de Jesus, após a sua morte na
cruz (representa a natureza humana de Jesus).
Santo
Agostinho disse: “Também nós, reconhecendo Cristo, nosso rei e sacerdote morto
por nós, O honramos como se tivéssemos oferecido ouro, incenso e mirra; só nos
falta dar testemunho dele, percorrendo um caminho diferente daquele pelo qual
viemos”.
Os
Magos podem ter sidos reis, sacerdotes ou astrônomos. Tinham os nomes de
Belchior, Baltasar e Gaspar. O importante é o significado desse momento da
história cristã, onde esses amigos e adoradores de Deus nos mostram que aonde
está a luz, ali se encontra o salvador Jesus.
O
Papa Bento XVI ensinou-nos: “Os Magos não só se puseram a caminho, mas a partir
daquele seu gesto teve início algo de novo, foi traçado um novo caminho, desceu
sobre o mundo uma nova luz que não se apagou. Realiza-se a visão do profeta:
aquela luz não pode mais ser ignorada no mundo: os homens caminharão rumo
àquele Menino e serão iluminados pela alegria que só Ele sabe doar. A luz de
Belém continua a resplandecer no mundo inteiro”.
Concluímos
essa reflexão com as palavras do profeta Isaías que confirmam a passagem evangélica
narrada por São Mateus. Palavras essas que referem ao nosso Senhor Jesus,
aquele que nos conduz através dos caminhos da vida orientando-nos com a sua
divina Luz: “Levanta-te, sê radiosa, eis
a tua luz! A glória do Senhor se levanta sobre ti. Vê, a noite cobre a terra e a escuridão, os
povos, mas sobre ti levanta-se o Senhor, e sua glória te ilumina. As nações se encaminharão à tua luz, e os
reis, ao brilho de tua aurora”. (Is 60, 1-3)
Oração do
Dia: Ó Deus, que hoje revelastes o vosso
Filho às nações, guiando-as pela estrela, concedei aos vossos servos e servas,
que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
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