Comentário do Pe. Antonio Rivero, L.C.
Textos:
Zac 9, 9-10; Rom 8, 9.11-13; Mt 11, 25-30
Todos, alguns mais
outros menos, experimentamos o cansaço nas nossas vidas, com as suas diversas
formas.
Onde
está a fonte do nosso descanso e da nossa paz? Deus nos responde hoje com as
leituras. Caminho para o descanso interior da alma é recorrer a Cristo com
humildade (primeira leitura e evangelho). Caminho que nos destrói a paz é a
desordem egoísta (segunda leitura).
Em
primeiro lugar, vejamos os diferentes cansaços que sofremos todos. Está o
cansaço físico, que é próprio do nosso desgaste por causa do trabalho manual,
profissional e ministerial: o operário se cansa, a dona de casa se cansa
fazendo a faxina doméstica, o professor se cansa dando as suas aulas, o médico
e o enfermeiro no hospital se cansam, o empresário e o sacerdote, o comunicador
e o esportista a mesma coisa. Existe também o cansaço psicológico e afetivo,
provocado pelas pessoas que vivem ao nosso redor, talvez na nossa própria casa,
e que não estão de acordo conosco, que não compartilham a mesma fé e amor, que
são hostis e indiferentes conosco; este cansaço nos enfraquece e gasta as
nossas energias. Está também o cansaço espiritual, permitido por Deus para
provar a nossa fé, esperança e caridade; quantas vezes sentimos o cansaço na fé
e na esperança. Existe, finalmente, o cansaço moral de quem leva nas costas a
sua consciência pesada e não consegue esquecer as suas culpas e pecados.
Em
segundo lugar, o que fazemos com os nossos cansaços? Deus nos dirá que
recorramos ao seu Filho Jesus que hoje lhe disse: “Vinde a mim todos os que
estais cansados e fatigados pela carga e eu lhes darei descanso”. Espera-o na
Eucaristia para fortalecer as suas forças espirituais. Espera na confissão para
repor as suas forças quebradas. Espera na leitura dos santos evangelhos para
animá-lo e consolá-lo. São Paulo lhe dirá hoje na segunda leitura: “Não vivais
conforme a desordem egoísta, porém conforme o Espirito”, isto é, vivamos uma
vida honesta e honrada seguindo os dez mandamentos. O profeta Zacarias também
tem um conselho para a nossa paz e descanso interior: “Vive na humildade”, pois
não existe vício que possa destruir mais a paz que a soberba. Se fôssemos um
pouco mais simples, não amantes de grandezas, se tivéssemos “olhos de criança”
e um coração mais humilde, então teríamos maior harmonia interior, uma paz mais
serena nas nossas relações com os demais, uma sabedoria mais profunda e uma fé
mais estimulante e ativa. Seriamos mais felizes e encontraríamos paz e descanso
em Jesus Cristo.
Finalmente,
Deus hoje também nos compromete a ajudar os nossos irmãos, a ser cireneus,
porque muitos deles sofrem cansaços mais duros do que os nossos. Dê tempo e
diálogo a esses que estão esquecidos e desamparados no cansaço da alma e do
coração. Aproxime-se deles para ajudá-los a levar esse fardo pesado, como faz
Cristo conosco. E, sobretudo, não ponhas nas costas dos outros os seus sacos de
desgostos e reclamações, as suas rebeldias e raivas. Pelo contrário, coloque as
suas costas para que os outros coloquem sobre elas as suas penas e as suas
dores.
Para refletir:
1. Quais são os meus cansaços? O que
faço diante dos meus cansaços? Ajudo os meus irmãos a aliviar aos seus cansaços
ou os afundo mais ainda?
2. Medite esta frase de são Gregório
Magno sobre o evangelho de hoje: “É um jugo áspero e uma dura escravidão estar
submetido às coisas temporais, ambicionar as coisas terrenais, reter as que
morrem; querer estar sempre naquilo que é instável, desejar o que é passageiro,
e não querer passar com o que passa. Porque uma vez que elas desaparecem,
apesar dos nossos desejos todas estas coisas que pela ansiedade de possui-las
afligiam a nossa alma, atormentam-nos depois pelo medo de perdê-las”.
Leia, abaixo, a meditação II do 14º Domingo do tempo comum.
Leia, abaixo, a meditação II do 14º Domingo do tempo comum.
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