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sábado, 8 de fevereiro de 2014

O cristão seguidor de Cristo deve ser sal e luz.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

Sta Apolônia, virgem e mártir
Jesus segue fazendo a imagem e a fisionomia de seus discípulos e seguidores no famoso Sermão da Montanha (Matheus, capítulos 5-7). Além das bem-aventuranças, que nos marcavam o caminho da autêntica felicidade (domingo passado), hoje Jesus usa duas imagens expressivas: quem leve o nome de cristão deve ser sal e luz neste mundo (Evangelho).

Em primeiro lugar, Jesus nos diz que somos e temos que ser sal, não açúcar. O que o sal faz? Dá sabor às comidas, é curativo. Impede a corrupção dos alimentos; é conservante por ser ácido. Nos lugares onde tem neve, o sal derrete o gelo das rodovias para evitar acidentes. O sal do bicarbonato é um antiácido para o estômago. O sal também retira a ferrugem acumulada nas chaminés, evitando possíveis incêndios perigosos. As cores podem ser restauradas com um pano umedecido em água e sal. O sal afasta a traça dos tapetes de lã novos. O segredo é limpar o chão com uma mistura concentrada de sal e água quente antes de colocar o tapete. Tudo isso é um símbolo do que deve ser o cristão. Assim foi Jesus: com o sal de sua palavra ia dando sabor a todas as situações humanas: alegres e dolorosa. Ia preservando os valores humanos e morais com sua mensagem divina, para que não se corrompessem. E a segunda imagem: também o cristão tem que ser luz, porque levamos na alma e na consciência o fulgor de Cristo Ressuscitado. Somos cristãos de Páscoa. Cristo, com sua Páscoa, dissipou as trevas do demônio, que parecia ter triunfado nessa Sexta-feira Santa.  Em nossas pupilas brilha a luz do Círio Pascal. Em nossos lábios ressoa o “Lumen Christi”. Nossas mãos seguram a vela que se alimenta desse Círio Pascal que é Cristo. Desafiamos Nietzsche, porque nós sim temos rostos de ressuscitados.

Em segundo lugar, que Deus nos livre de ser cristãos inertes e apagados. Com o sal, daremos sabor a nossa vida cristã e também curaremos as feridas de nossos irmãos (primeira leitura), não com palavras vãs, mas com a palavra e o bálsamo do crucificado (segunda leitura) e preservaremos nosso mundo da opressão e injustiça (primeira leitura) e do mundanismo. Com o sal – disse o Crisóstomo – podemos voltar a seu sabor àqueles que se tornaram insípidos, mas com o sal em sua medida. Muito sal estraga a comida. Com a luz da fé em Cristo iluminamos nosso interior e iluminamos nosso ambiente, em qualquer parte onde estejamos. Fé que nos ilumina desde dentro, como trata de expressar a iconografia oriental. Com ela vivemos nesse mundo para não tropeçar, sim, mas com os olhos postos na eternidade. Pela luz da fé vemos com claridade qual é o caminho que nos conduz ao Céu. Já não somos “um povo que anda nas trevas”, mas que tem “a luz da vida”.

Finalmente, cuidemos para não estragar o sal colocando outras substâncias colorantes, como podem ser nossos gostos pessoais e os temperos picantes desse mundo.  Cuidemos nossa luz, que é a participação na luz de Cristo, para que não iluminemos com a minúscula luz de nossas tolas vaidades ou nossos saberes enciclopédicos e culturais mundanos (segunda leitura).

Para refletir: Sou sal ou açúcar; insosso ou salgado? Sou luz ou sombra com meu mau exemplo?

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