Alessandro
Lima
Este
fato pode-se constatar na própria Bíblia: "O
Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma virgem desposada... e o nome da Virgem
era Maria" (Lc 1,26). Nossa Senhora ainda dá testemunho de sua
virgindade ao responder ao Anjo: "Como se fará isso, pois eu não conheço
varão?"
Maria Santíssima permaneceu Virgem
durante o Parto
O
que é concebido por milagre deve nascer por milagre. O nascimento é uma consequência
da concepção; sem o milagre do nascimento virginal, o milagre de se manter a
virgindade da Mãe de Cristo estaria incompleto. Deus então teria operado um
milagre incompleto.
E
isto está conforme à profecia "uma
virgem conceberá e dará à luz". E a própria Bíblia confirma a
profecia: "Ora, tudo aconteceu para
que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor, por meio do profeta." (Mt
1,22); ou seja, conceber e dar à luz, virginalmente.
Nossa Senhora permaneceu Virgem
durante sua vida terrena
Segundo
a Tradição, Santa Maria havia feito um voto de castidade perpétua e assim o
manteve, mesmo vivendo com S. José, como fica clara pela própria afirmação dela:
"Eu não conheço varão",
quando já estava desposada de S. José.
São
Marcos, na mesma linha, chama Jesus "O
filho de Maria" - "uiós Marias" (Mc 6,3), e não um dos
filhos de Maria, querendo mostrar que ele era o seu filho único.
Os
protestantes se utilizam da expressão "antes
de coabitarem" para demonstrar que Santa Maria teve relações sexuais
com São José. Vamos ao trecho em questão: "Maria,
sua Mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, ela concebeu por
virtude do Espírito Santo" (Mt 1,18). Ora "antes de
coabitarem" significa apenas "antes de morarem juntos na mesma
casa". Isso aconteceu quando "José
fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua
esposa." (Mt 1,24).
Nossos
irmãos separados cometem outro engano acerca da expressão "filho primogênito", para continuar negando a Virgindade
perpétua de Nossa Santa Mãe. Esta expressão é usada por São Lucas: "Maria deu à Luz o seu filho
primogênito" (Lc 2,7). "Filho primogênito" significa somente
"primeiro filho", podendo ele ser filho único ou não.
A
Lei de Moisés exige que todo primogênito seja consagrado a Deus, quer seja
filho único ou não. É como observamos em: "Consagrar-me-ás
todo o primogênito entre os israelitas, tanto homem como animal: ele é
meu" (Ex. 13,2). Ainda no livro do Êxodo observamos: "Todo o primogênito na terra do Egito
morrerá" (Ex. 11,5). E assim aconteceu: "Não havia casa em que não houvesse um morto" (Ex.
11,30). Como em todos os países, deveria haver casais de um só filho; como por
exemplo, todos os que haviam se casado nos últimos anos.
Em
outro trecho da Bíblia, o Senhor ordena: "contar
todos os primogênitos masculinos dos filhos de israel, da idade de um mês para
cima" (Num 3,40). Se há primogênito de um mês de idade, como é que se
pode exigir que, para haver primeiro, haja um segundo?
O
segundo texto bíblico preferido dos protestantes é este: "José não conheceu Maria [não teve relações com ela] até que ela
desse à luz um filho." (Mt 1,25). Estaríamos certos em pensar que José
"conheceu" Maria após ela "ter dado à luz um filho."; se o
sentido bíblico da palavra "até" não fizesse referência apenas ao
passado. Isto quer dize que é errado pensar que depois daquele "até",
José deveria "conhecer" Maria.
Observe
os exemplos: "Micol, filha de Saul,
não teve filhos até ao dia de sua morte" (II Sam 6,23). Será que após
a sua morte Micol gerou filhos? Falando Deus a Jacó do alto da escada que este
vira em sonhos, disse-lhe: "Não te
abandonarei, enquanto[até] não se cumprir tudo o que disse." (Gen
28,15). Será que Deus está dizendo a Jacó que o abandonaria depois? E ainda
Nosso Senhor depois de haver ressuscitado parece a seus discípulos e diz: "Eis que estou convosco todos os dias,
até a consumação dos séculos." (Mt 28,20).
Estes
exemplos deixam claro que a palavra "até" no texto de Mt 1,25 é um
reforço do milagre operado, a saber, a encarnação do Verbo por obra do Espírito
Santo, e não por obra de homem [São José].
Outra
forma dos protestantes negarem a virgindade perpétua de Nossa Mãe,é alegando
que a Bíblia mostra que ela teve outros filhos, além de Jesus. Em diversos
lugares, o Evangelho fala desses "irmãos" de Jesus: "estando
Jesus a falar, disse-lhe alguém: eis que estão lá fora tua mãe e teus irmãos
querem ver-te" (Mt 12, 46-47; Mc 3,31-32; Lc 8,19-20).
O
argumento protestante somente mostra um ignorância sem tamanho da própria Bíblia
que eles dizem conhecer. As línguas hebraica e aramaica não possuem palavras
que traduzem o nosso "primo" ou "prima", e serve-se da
palavra "irmão" ou "irmã". A palavra hebraica
"ha", e a aramaica "aha", são empregadas para designar
irmãos e irmã do mesmo pai, e não da mesma mãe (Gn 37, 16; 42,15; 43,5;
12,8-14; 39-15), sobrinhos, primos irmãos (1 Par 23,21), primos segundos (Lv
10,4) e até parentes em geral (Jó 19,13-14; 42,11). Portanto a palavra
"irmão" era um expressão genérica.
Exitem
muitos outros exemplos na Sagrada Escritura. Observamos no Gênesis que "Taré gerou Abraão, Naor e Harã; e
Harã gerou a Ló" (Gn 11,27). E Ló então era sobrinho de Abraão.
Contudo no mesmo Gênesis, mais adiante Abraão chama a Ló de irmão (Gn 13,8). E
mais adiante ainda em Gn 14,12, o Evangelho nos relata a prisão de Ló; e no
versículo 14 observamos "Ouvindo,
pois Abraão que seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascido em sua
casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã"
Jacó
se declara irmão de Labão, quando na verdade era filho de Rebeca, irmã de Labão
(Gn 29,12-15).
No
Novo Testamento, fica claríssimo que os "irmãos
de Jesus" não eram filhos de Nossa Senhora. Estes supostos
"irmãos" são indicados por São Marcos: "Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de
José, e de Judas e de Simão e não estã aqui conosco suas irmãs?"
Tiago
e Judas, conforme afirma São Lucas eram filhos de Alfeu e Cleófas: "Chamou Tiago, filho de Alfeu... e
Judas, irmão de Tiago" (Lc 6,15-16). E ainda: "Chamou Judas, irmão de Tiago" (Lc 6,16).
São
Mateus diz que José é irmão de Tiago: "Entre
os quais estava...Maria, mãe de Tiago e de José" (Mt 27,56).
Em
São Mateus se lê: "Estavam ali [no Calvário], a observar de longe..., Maria Mágdala, Maria, mãe de Tiago e de
José, e a mãe dos filhos de Zebedeu". Esta Maria, mãe de Tiago e José,
não é a esposa de São José, mas de Cleofas, conforme São João (19,25). Era
também irmã de Nossa Senhora, como se lê em São João (19,25): "Estavam junto à cruz de Jesus sua
mãe, a irmã de sua mãe, Maria [esposa] de Cleofas, e Maria de Mágdala".
Simão,
irmão dos outros três, "Tiago, José
e Judas". Portanto estes quatro são verdadeiramente irmãos entre si,
filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Alfeu ou Cleofas é o pai deles.
E
ainda se Maria Santíssima tivesse outros filhos ela não teria ficado aos
cuidados de São João, que não era da família, mas com seu filho mais velho,
segundo ordenava a Lei de Moisés.
Agora
uma pequena pergunta aos protestantes: Por que nunca os evangelhos chamam os
"irmãos de Jesus" de "filhos de Maria" ou "de
José", como fazem em relação a Nosso Senhor? E como durante toda a vida da
Sagrada Família, os números de seus membros são três? A fuga pra o Egito, a perda
e o reencontro no templo, etc.
Vejamos
agora se os primeiros cristão compartilham dos pensamentos levantados pelos
protestantes.
São
Tiago Menor que realizou o esquema da liturgia da Santa Missa escreveu: "Prestemos homenagem, principalmente,
à Nossa Senhora, à Santíssima Imaculada, abençoada acima de todas as criaturas,
a gloriosíssima Mãe de Deus, sempre Virgem Maria..." (S. jacob in
Liturgia sua).
São
Marcos na liturgia que deixou às igrejas do Egito serve-se de expressões
semelhantes: "Lembremo-nos, sobre
tudo, da Santíssima, intemerata e bendita Senhora Nossa, a Mãe de Deus e
sempre Virgem Maria".
E
os testemunhos primitivos acerca da virgindade perpétua de Nossa Santa mãe não
param por ai...
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