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domingo, 31 de março de 2013

Segunda-feira da oitava da Páscoa


Evangelho (Mt 28,8-15): As mulheres sairam às pressas do túmulo, com sentimentos de temor e de grande alegria, correram para dar a notícia aos discípulos. Nisso, o próprio Jesus veio-lhes ao encontro e disse: «Alegrai-vos!». Elas se aproximaram e abraçaram seus pés, em adoração. Jesus lhes disse: «Não tenhais medo; ide anunciar a meus irmãos que vão para a Galileia. Lá me verão».  Quando foram embora, alguns da guarda entraram na cidade e comunicaram aos sumos sacerdotes o que tinha acontecido. Reunidos com os anciãos, deliberaram dar bastante dinheiro aos soldados; e instruíram-nos: «Contai o seguinte: ‘Durante a noite vieram os discípulos dele e o roubaram, enquanto estávamos dormindo’. E se isso chegar aos ouvidos do governador, nós o tranquilizaremos, para que não vos castigue». Eles aceitaram o dinheiro e fizeram como lhes fora instruído. E essa versão ficou divulgada entre os judeus, até o presente dia.

Comentário: Rev. D. Joan COSTA i Bou (Barcelona, Espanha)

E saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de temor e de grande alegria, correram para dar a notícia aos discípulos

Hoje, a alegria da ressurreição faz das mulheres que foram ao túmulo, mensageiras valentes de Cristo. «Uma grande alegria» sentem em seus corações pelo anuncio do anjo sobre a ressurreição do Mestre. E foram «correndo» do túmulo a anunciar aos Apóstolos. Não podem ficar inativas e seus corações explodiriam se não o comunicavam a todos os discípulos. Ressoam em nossas almas as palavras de Paulo: «O amor de Cristo nos impele» (2Cor 5,14).

Jesus faz se o «encontradiço»: o faz com Maria Madalena e a outra Maria —assim agradece e paga Cristo sua ousadia de buscá-lo muito cedo pela manhã— e também o faz com todos os homens e mulheres do mundo.

As reações das mulheres ante a presença do Senhor expressam as atitudes mais profundas do ser humano diante de Aquele que é o nosso Criador e Redentor: a submissão—«abraçaram seus pés» (Mt 28,9)— e a adoração. Que grande lição para apreender a estar diante de Cristo Eucaristia!

«Não tenhais medo» (Mt 28,10), diz Jesus às santas mulheres. Medo do Senhor? Nunca, se é o Amor dos amores! Temor de perdê-lo? Sim, porque conhecemos a própria debilidade. Por isso abracemo-nos bem forte aos seus pés. Como aos Apóstolos no mar embravecido e os discípulos de Emaús peçamos-lhe: Senhor, não nos deixes!

E o Mestre envia as mulheres a anunciar a boa nova aos discípulos. Essa é também tarefa nossa, e missão divina desde o dia do nosso batismo: anunciar a Cristo por todo o mundo, «para que todo o mundo possa encontrar a Cristo, para que Cristo possa percorrer com cada um o caminho da vida, com a potência da verdade (...) que contem o mistério da Encarnação e da Redenção, com a potência do amor que irradia dela» (João Paulo II).

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm

Reflexão 
* Páscoa!  O evangelho de hoje descreve a experiência de ressurreição das discípulas de Jesus.  No início do seu evangelho, ao apresentar Jesus, Mateus tinha dito que Jesus é Emanuel, Deus Conosco (MT 1,23).  Agora, no fim, ele comunica e amplia a mesma certeza da fé, pois proclama que Jesus ressuscitou (MT 28,6) e que ele estará conosco sempre, até o fim dos tempos! (MT 28,20). Nas contradições da vida, esta verdade muitas vezes é contestada.  Não faltam as oposições. Os inimigos, os chefes dos judeus, se defendem contra a Boa Notícia da ressurreição e mandaram dizer que o corpo foi roubado pelos discípulos (Mt 28,11-13). Tudo isto acontece hoje. De um lado, o esforço de tanta gente boa para viver e testemunhar a ressurreição.  De outro lado, tanta gente maldosa que combate a ressurreição e a vida.  * No evangelho de Mateus, a verdade da ressurreição de Jesus é contada através de uma linguagem simbólica, que revela o sentido escondido dos acontecimentos. Mateus fala de tremor de terra, de relâmpagos e anjos que anunciam a vitória de Jesus sobre a morte (Mt 28,2-4).  É a linguagem apocalíptica, muito comum naquela época, para anunciar que, finalmente, o mundo foi transformado pelo poder de Deus!  Realizou-se a esperança dos pobres que reafirmam sua fé: “Ele está vivo, no meio de nós!”   

* Mateus 28,8: A alegria da Ressurreição vence o medo.   
Na madrugada do domingo, o primeiro dia da semana, duas mulheres foram ao sepulcro, Maria Madalena e Maria de Tiago, chamada a outra Maria. De repente, a terra tremeu e um anjo apareceu como um relâmpago. Os guardas que estavam vigiando o túmulo desmaiaram. As mulheres ficaram com medo, mas o anjo as reanimou, anunciando a vitória de Jesus sobre a morte e enviando-as a reunir os discípulos de Jesus na Galileia.  É na Galileia que eles poderão vê-lo de novo.  Lá,  onde  tudo  começou, acontecerá a grande revelação do Ressuscitado. A alegria da ressurreição começa a vencer o medo. Inicia-se o anúncio da vida e da ressurreição. 

* Mateus 28,9-10: A aparição de Jesus às mulheres.  
As mulheres saem correndo.  Dentro delas, há um misto de medo e de alegria. Sentimentos próprios de quem fazem uma profunda experiência do Mistério de Deus. De repente, o próprio Jesus vai ao encontro delas e diz: “Alegrem-se!”.  Elas se prostram e o adoram.  É a postura de quem acredita e acolhe a presença de Deus, mesmo que ela surpreenda e ultrapasse a capacidade humana de compreensão. Agora é o próprio Jesus que dá a ordem de reunir os irmãos na Galileia: "Não tenham medo. Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão". 

* Mateus 28,11-15: A astúcia dos inimigos da Boa Nova.   
A mesma oposição que Jesus encontrou em vida, aparece agora depois da sua ressurreição.  Os chefes dos sacerdotes se reúnem e dão dinheiro aos guardas.  Eles devem espalhar o boato de que os discípulos roubaram o corpo de Jesus e inventaram essa conversa de ressurreição. Os chefes recusam e combatem a Boa Notícia da Ressurreição. Preferem acreditar que tudo não passou de uma invenção dos discípulos e das discípulas de Jesus. 

O significado do testemunho das mulheres. 
A presença das mulheres na morte, no enterro e na ressurreição de Jesus é significativa.  Elas testemunharam a morte de Jesus (Mt 27,54-56).  No momento do enterro, elas ficaram sentadas diante do sepulcro e, portanto, podiam dar testemunho do lugar onde fora colocado o corpo de Jesus (Mt 27,61).  Agora, na madrugada do domingo, elas estão lá de novo.  Sabem que aquele sepulcro vazio é realmente o de Jesus!  A profunda experiência de morte e ressurreição que elas fizeram transformou suas vidas.  Elas mesmas ressuscitaram e se tornaram testemunhas qualificadas da ressurreição nas Comunidades cristãs.  Por isso, recebem a ordem de anunciar: "Jesus está vivo! Ele ressuscitou!"   

Para um confronto pessoal 
1) Qual é a experiência de ressurreição na minha vida? Existe em mim alguma força que procura combater a experiência de ressurreição? Como reajo? 
2) Qual é hoje a missão da nossa comunidade como discípulos e discípulas de Jesus? De onde podemos tirar força e coragem para cumprir nossa missão?

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