PREPARANDO-NOS PARA A FESTA DA NATIVIDADE DA MÃE DE DEUS
Oração: Oh! Maria santíssima! Eleita e destinada ao eterno pela
Santíssima Trindade para Mãe do Unigênito Filho do Pai, anunciada pelos Profetas,
esperada dos Patriarcas, e desejada de todas as gentes; Sacrário e templo vivo
do Espírito Santo, sol sem mancha, porque foi concebida sem pecado original,
Senhora do céu e da terra, Rainha dos anjos; Nós humildemente prostrados aos
vosso pés vos veneramos, e nos alegramos na solene comemoração de vosso
felicíssimo Nascimento; E do mais íntimo de nosso Coração vos suplicamos que
vos digneis, benigna, vir nascer espiritualmente em nossas almas, para que
cativadas por vossa amabilidade e doçura, vivam sempre unidas a vosso dulcíssimo
e amabilíssimo Coração.
Jaculatórias:
Tua natividade, ó Mãe de Deus, anunciou a alegria ao mundo inteiro; Pois de ti nasceu o sol da justiça, o Cristo
nosso Deus, o qual, abolindo a maldição, nos deu a bênção,
e destruindo a morte, deu-nos a vida eterna.
AVE MARIA...
Verdadeiramente é digno que te
bendigamos, ó Bem aventurada Mãe do nosso
Deus. Mais venerável que os querubins e incomparavelmente mais gloriosa que os serafins,
deste à luz o verbo de Deus, conservando intacta a tua
virgindade. Nós te glorificamos, ó Mãe de
Deus.
AVE MARIA...
«O nascimento da
nova Eva»
S.
Bernardo (1091-1153): Louvores da Virgem Maria - homilia 2
Que dizia Adão outrora? “A mulher que me
deste ofereceu-me o fruto da árvore e eu comi.” (Gn 3,12) Eram palavras más,
que agravavam a sua falta em vez de a apagarem. Mas a divina Sabedoria triunfou
sobre tanta malícia; aquela ocasião de perdoar que Deus tinha tentado em vão
fazer nascer, ao interrogar Adão, eis que agora a encontra no tesouro da sua
inesgotável bondade. A primeira mulher é substituída por outra, uma mulher
sábia no lugar da insensata, uma mulher humilde tanto quanto a outra era
orgulhosa.
Em vez do fruto da árvore da morte, ela
apresenta aos homens o pão da vida; substitui aquele alimento amargo e
envenenado pela doçura dum alimento eterno. Muda então, Adão, a tua acusação
injusta em expressão de agradecimento e diz: “Senhor, a mulher que tu me deste
apresentou-me o fruto da árvore da vida. Comi dele e o seu sabor foi para mim
mais delicioso do que o mel (Sl 18,11), porque por este fruto me devolveste a
vida.” Eis porque é que o anjo foi enviado a uma virgem. Ó Virgem admirável,
digna de todas as honras! Ó mulher que temos de venerar infinitamente entre
todas as mulheres, tu reparas a falta dos nossos primeiros pais, tu dás vida a
toda a sua descendência.
Contou-lhes ainda uma parábola: «Ninguém corta um remendo de roupa nova
para costurá-lo em roupa velha. Caso contrário, o novo rasga o velho, e o
remendo de roupa nova não combina com a roupa velha. Ninguém põe vinho novo em
odres velhos, porque o vinho novo arrebenta os odres, e perdem-se o vinho e os
odres. Vinho novo em odres novos». E disse ainda: «Ninguém que tomou vinho
envelhecido, deseja vinho novo, pois diz: O velho é melhor».
Comentário: Rev. D. Frederic RÀFOLS i Vidal (Barcelona, Espanha)
Podeis obrigar os convidados
do casamento a jejuar, enquanto o noivo está com eles?
Hoje, em nossa reflexão sobre o Evangelho, vemos a armadilha que os
fariseus e os mestres da Lei fazem, quando corrompem uma questão importante:
simplesmente, eles contrapõem em jejuar e rezar dos discípulos de João e dos
fariseus ao comer e beber dos discípulos de Jesus.
Jesus Cristo nos diz que na vida há um tempo para jejuar e rezar, e que há
um tempo de comer e beber. Isto é: a mesma pessoa que reza e jejua é a mesma
que come e bebe. Vemos na vida cotidiana: contemplamos a alegria simples de uma
família, talvez de nossa própria família. E vemos que, em outro momento, a
tribulação visita aquela família. Os sujeitos são os mesmos, mas cada coisa ao
seu tempo: «Podeis obrigar os convidados do casamento a jejuar, enquanto o
noivo está com eles? Dias virão...» (Lc 5,34).
Tudo tem seu momento; sob o céu ha um tempo para cada coisa: «Um tempo de
rasgar e um tempo de coser» (Qo 3,7). Estas palavras ditas por um sábio do
Antigo Testamento, não exatamente dos mais otimistas, quase coincidem com a
simples parábola do vestido remendado. E com certeza coincide de alguma maneira
com nossa própria experiência. A equivocação é que no tempo de coser,
rasguemos, e que durante o tempo de rasgar, cosamos. É então quando nada dá
certo.
Nós sabemos que como Jesus Cristo, pela sua paixão
e morte, chegaremos à gloria da Ressurreição, e que não todo outro caminho é o
caminho de Deus. Exatamente, Simão Pedro é admoestado quando quer distanciar o
Senhor do único caminho: «Vai para trás de mim, satanás! Tu estás sendo para
mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as
dos homens!» (Mt 16,23). Se puder gozar de uns momentos de paz e de alegria,
devemos aproveitá-los. Com certeza já nos virão momentos difíceis de jejum. A
única diferença é que, felizmente, sempre teremos ao noivo conosco. E isso os
fariseus não sabiam e, talvez por isso, no Evangelho quase sempre se apresentam
como pessoas mal humoradas. Admirando a suave ironia do Senhor que se reflete
no Evangelho de hoje, sobretudo, procuremos não ser pessoas mal humoradas.
REFLEXÕES DE FREI CARLOS MESTERS, O.CARM
Deus do universo, fonte de todo
bem,
derramai em nossos corações o
vosso amor
e estreitai os laços que nos unem
convosco
para alimentar em nós o que é bom
e guardar com solicitude o que
nos destes.
Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
No evangelho de hoje vamos ver de perto mais um conflito entre Jesus e
as autoridades religiosas de época, escribas e fariseus (Lc 5,3). Desta vez, o
conflito é em torno da prática do jejum. Lucas relata vários conflitos em torno
das práticas religiosas da época: o perdão dos pecados (Lc 5,21-25), comer com
pecadores (Lc 5,29-32), o jejum (Lc 5,33-36), e mais dois conflitos em torno da
observância do sábado (Lc 6,1-5 e Lc 6,6-11).
* Lucas 5,33: Jesus não insiste
na prática do jejum
Aqui, o conflito é em torno da prática do
jejum. O jejum é um costume muito antigo, praticado por quase todas as
religiões. O próprio Jesus o praticou durante quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele
não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa a eles a liberdade.
Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a
jejuar, querem saber por que motivo Jesus não insiste no jejum.
* Lucas 5,34-35: Enquanto o
noivo está com eles não precisam jejuar
Jesus responde com uma comparação.
Enquanto o noivo está com os amigos do noivo, isto é, durante a festa do
casamento, estes não precisam jejuar. Jesus se considera o noivo. Durante o
tempo em que ele, Jesus, estiver com os discípulos, é festa de casamento. Um
dia, porém, o noivo vai ser tirado. Aí, se quiserem, podem jejuar. Jesus alude
à sua morte. Ele sabe e sente que, se ele continuar neste caminho de liberdade,
as autoridades vão querer matá-lo.
No Antigo Testamento, várias vezes, o próprio Deus se apresenta como
sendo o noivo do povo (Is 49,15; 54,5.8; 62,4-5; Os 2,16-25). No Novo
Testamento, Jesus é visto como o noivo do seu povo (Ef 5,25). O Apocalipse faz
o convite para a celebração das núpcias do Cordeiro com sua esposa a Jerusalém
celeste (Ap 19,7-8; 21,2.9).
* Lucas 5,36-39: Vinho novo em
odre novo!
Estas palavras meio soltas sobre o remendo
novo em pano velho e sobre o vinho novo em odre novo devem ser entendidas como
uma luz que joga sua claridade sobre os vários conflitos, relatados por Lucas,
antes e depois da discussão em torno do jejum. Elas esclarecem a atitude de
Jesus com relação a todos os conflitos com as autoridades religiosas. Colocados
em termos de hoje seriam conflitos como estes: casamento de pessoas
divorciadas, amizade com prostitutas e homossexuais, comungar sem estar casado
na igreja, faltar à missa no domingo, não fazer jejum na sexta feira santa,
etc.
Não se coloca remendo de pano novo em
roupa velha. Na hora de lavar, o remendo novo repuxa o vestido velho e o
estraga mais ainda. Ninguém coloca vinho novo em odre velho, porque o vinho
novo pela fermentação faz estourar o odre velho. Vinho novo em odre novo! A
religião defendida pelas autoridades religiosas era como roupa velha, como odre
velho. Não se deve querer combinar o novo que Jesus trouxe com os costumes
antigos. Ou um, ou outro! O vinho novo que Jesus trouxe faz estourar o odre
velho. Tem que saber separar as coisas. Muito provavelmente, Lucas traz estas
palavras de Jesus para orientar as comunidades dos anos 80. Havia um grupo de
judeu-cristãos que queriam reduzir a novidade de Jesus ao tamanho do judaísmo
de antes. Jesus não é contra o que é “velho”. O que ele não quer é que o velho
se imponha ao novo e, assim, o impeça de manifestar-se. Seria o mesmo que, na
igreja católica, reduzir a mensagem do Concílio Vaticano II ao tamanho da
igreja de antes do concílio, como hoje muita gente parece estar querendo.
Para um confronto pessoal
1. Quais os conflitos em torno de
práticas religiosas que, hoje, trazem sofrimento para as pessoas e são motivo
de muita discussão e polêmica? Qual a imagem de Deus que está por trás de todos
estes preconceitos, normas e proibições?
2. Como entender hoje a frase de
Jesus: “Não colocar remendo de pano novo em roupa velha”? Qual a mensagem que você tira de tudo isto
para a sua vida e a vida da sua comunidade?
Confia ao Senhor a tua sorte,
espera nele, e ele agirá.
Como a luz, fará brilhar a tua
justiça;
e como o sol do meio-dia, o teu
direito (Sl 36, 2)
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