7 de Agosto
S.
ALBERTO DE TRÁPANI, PRESBÍTERO
Pai da nossa Ordem.
Pai da nossa Ordem.
Festa na
OCarm
LAUDES
Celebremos
Santo Alberto,
que
a lei teve por guia,
a
alma deu a Maria
Estrela
e Caminho certo.
Não
importa a pouca idade:
eis
que avança alegremente,
casto,
pobre e obediente,
na
senda da santidade.
No
ardor da pregação
sua
alma se consome
por
tantos que têm fome
do
anúncio da Salvação.
Sê
amparo, Alberto santo,
dos
que, abraçados à cruz,
procuram
seguir Jesus,
sorrindo
por entre o pranto.
Glória
ao Pai Onipotente,
glória
a Cristo Redentor,
que
com o Espírito de Amor
vive
e reina eternamente.
Ant.1 – Quem tem mãos
inocentes e puro coração, esse subirá a montanha do Senhor.
Salmos
do Domingo da I Semana
Ant.2 – Cristo o
glorificou com bondade admirável por causa da pureza do seu coração.
Ant3 - Por ter abandonado
este mundo, Cristo lhe concedeu a vida suspirada.
Cântico Evangélico
Ant. Santo Alberto,
servo de Cristo, guie os nossos passos e nos ensine o cainho da paz.
Oração:
Senhor,
que fizestes de Santo Alberto um
modelo de pureza e oração e um servidor fiel de Maria, concedei
que, revestidos das mesmas virtudes, sejamos
dignos do eterno banquete na vossa glória. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que
é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
VÉSPERAS:
Tu,
Alberto, foste luz,
que
iluminou Messina,
tal
como outrora Jesus,
nas
terras da Palestina.
Como
ele tu passaste
fazendo
o bem e curando
a
todos os que encontraste
duras
penas suportando.
Quantos
foram socorridos
por
tua mão benfazeja!...
E
aqueles que, convertidos,
encontraram
Cristo na Igreja!...
Pois
que semeaste em paz
a
Palavra da Verdade,
como
estrela brilharás
por
toda a eternidade.
Glória
ao Pai Onipotente,
glória
a Cristo Redentor,
que
com o Espírito de Amor
vive
e reina eternamente.
Ant 1 – Quem vive sem
mancha e pratica a justiça descansará na montanha do Senhor.
Salmo
dos comum dos pastores
Ant 2 – Como sol
refulgente brilhou no templo do Senhor.
Ant 3 – Os santos
cantavam um cântico novo diante do trono de Deus e do Cordeiro, e suas vozes
enchiam a terra.
Cântico evangélico
Ant. Ó Santo Alberto,
pai ilustre, que eternamente gozais da alegria da glória, atendei a todos os
que na terra vos louvam, e ao Senhor apresentai as nossas orações.
Oração:
Senhor,
que fizestes de Santo Alberto um
modelo de pureza e oração e um servidor fiel de Maria, concedei
que, revestidos das mesmas virtudes, sejamos
dignos do eterno banquete na vossa glória. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que
é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Festa de SANTO ALBERTO
DE TRÁPANI, Presbítero e Pai da nossa Ordem.
Nasceu em Trápani (Sicília) no séc.
XIII. Distinguiu-se no seu tempo pelo seu amor à pregação mendicante e pela
fama dos seus milagres.
Nos
anos 1280 e 1289 estava em Trápani, Depois ordenação Alberto foi enviado para
Messina.
No
ano 1296 governava a província carmelitana da Sicília como Provincial. Não há
registro de participação de St. Alberto nos eventos cruciais da história da
Ordem naqueles tempos, nem de como ele pode ter contribuído para a consolidação
e crescimento da Ordem, mas não há dúvida de que, como um frade que teve uma
profunda experiência de Deus e uma real capacidade de reconhecer as
necessidades das pessoas, seu trabalho na pregação e na caridade contribuiu
muito para a crescente valorização da Ordem na Sicília.
Célebre
pelo seu apaixonado amor à pureza e à oração, morreu em Messina, provavelmente
em 1307. A tradição registra o episódio de uma discussão entre o clero e os
leigos no momento de seu funeral. O carinho e devoção levaram o povo quer
comemorar Alberto como um santo, mas o clero preferia um Missa comum de
Réquiem. A lenda narra que, no meio da
discussão, alguns anjos apareceram e entoaram a Missa "O Justis" (o
Introito da Missa de um Confessor), confirmando, assim, o sentimento popular e
reputação da santidade de Alberto.
Foi
o primeiro santo canonizado da Ordem e, portanto, foi considerado seu padroeiro
e protetor ou "Pai da Ordem," (Pater Ordinis), título dividido com
outro santo do seu tempo, Ângelo de Sicília. No séc. XVI foi estabelecido que
cada igreja carmelitana tivesse um altar a ele dedicado. Muito devotas dele
foram também S. Tereza de Jesus e S. Maria Madalena de Pazzi.
O
QUE ENSINA SANTO ALBERTO A NÓS, CARMELITAS DO SÉCULO XXI?
SANTO
ALBERTO OUVINTE DA PALAVRA DE DEUS
A
“Legenda Áurea” relata que Sto. Alberto recitava o Saltério inteiro todos os
dias, além da Liturgia das Horas. Essa história nos dá um vislumbre da
personalidade espiritual do santo e da maneira de rezar característica de seu
tempo. O costume de recitar o saltério inteiro não era uma excentricidade, mas
uma prática comum entre os eremitas medievais. Os primeiros eremitas do Monte
Carmelo também utilizaram este tipo de oração, como uma resposta ao mandamento
do Senhor de orar sem cessar. Na solidão de sua cela de eremita, a oração
marcou o tempo e acompanhou o seu trabalho manual com a recitação dos Salmos,
que ele sabia de cor.
A recitação
do Saltério é reminiscente do amor pela
Palavra de Deus recomendado de várias maneiras pela Regra Carmelita. Na
verdade, a Regra é uma tapeçaria de referências diretas e indiretas a
Escritura, uma espécie de “lectio divina”. A Regra Carmelita faz várias
referências explícitas à Palavra: a leitura da escritura durante as refeições
(Regra 7); lectio divina, meditando dia e noite na Lei do Senhor (10); a
Liturgia das Horas, (11); a Eucaristia diária (14); "a espada do Espírito
- tudo ser feito na Palavra do Senhor "(19). Nada disto é estranho, pois
todo o primeiro milênio cristão a Palavra de Deus constituía o núcleo da oração
comum e privada.
Após
intensa reflexão sobre a Palavra, a pessoa se sente impelida pelo Espírito para
orar, para responder em oração a Deus que lhe falou através de sua Palavra. A
familiaridade com as Escrituras e sua meditação abre a mente e o coração para a
contemplação, que é o reconhecimento alegre e agradecido da ação de Deus em
nossa própria história e na história de todos.
Todo
esse esforço serviu para permitir ao nosso Santo, que a Palavra penetrasse no
seu coração, pouco a pouco transformado e progressivamente identificado com
Jesus. No caso de Sto. Alberto a identificação é muito clara: ele age como “homem
evangélico”, como discípulo do Senhor, como autêntica testemunha da
Ressurreição (cf. Mc 16:9-20). Ele cura os enfermos, liberta os possessos,
purifica as águas envenenadas de poços... Só quem tem encontrou o Senhor de um
modo profundo e decisivo, só aquele que descobriu em Jesus de Nazaré, o
Messias, o Filho de Deus (cf. Mc 1:01, 3:11; 5:7; 15:39), pode executar estes
milagres.
SANTO
ALBERTO ANUNCIADOR DA PALAVRA DE DEUS
Sto. Alberto tem sido muitas vezes
representado com um livro aberto na mão, ou com o Menino Jesus em seus braços.
Isso não é por acaso, pois estes são os dois atributos iconográficos que
indicam um pregador do Evangelho, precisamente o que Alberto era.
Para
ser um proclamador autêntico, é necessário ter encontrado Jesus, e isto só é
possível através da escuta da Palavra. Era a sua familiaridade com as
Escrituras, cultivada na lectio divina, aliada à pureza de coração e à abertura
para a ação transformadora do Espírito Santo, que fez Sto. Alberto capaz de
anunciar o Evangelho. As pessoas poderiam dizer dele a mesma coisa que pensavam
a respeito de Jesus: "Eles ficaram admirados com seu ensinamento, porque
ele ensinava como quem tem com autoridade e não como os escribas "(Mc
1:22. cf Mt 7:28 - 29; Lc 4:32).
Sto.
Alberto é lembrado por uma capacidade extraordinária de falar com as pessoas
com convicção. Não sabemos se ele estudou em alguma universidade, ou se, como
talvez é mais provável, sua formação era de um tipo mais monástica. Em qualquer
caso, teria sido baseada na a Palavra de Deus. Formado pelos textos bíblicos,
Alberto assimilou seu espírito e foi capaz de traduzi-lo em uma forma atraente
e compreensível, para que a Escritura pudesse ser para o povo luz e inspiração,
movendo seus ouvintes para praticar a Palavra.
Pregação
popular era justamente uma característica das novas famílias religiosas
fundadas a partir de no final dos a partir do século XII. O ministério da
pregação, que até então havia sido uma prerrogativa dos bispos e seus delegados
oficiais, foi assumida também pelos frades simples e até mesmo por leigos. Os
Carmelitas, também, no seu início e, especialmente, após o Segundo Concílio de
Lyon (1274), dedicaram-se a esta atividade, considerando-a uma vocação
verdadeira e própria a serviço do povo de Deus. Portanto, os dois primeiros
santos da Ordem, Sto. Alberto e Sto. Ângelo foram pregadores excelentes. Na
verdade, São Ângelo foi morto justamente por acusações feitas contra um nobre
corrupto no curso de um sermão.
Sto.
Alberto apareceu como um verdadeiro discípulo do Senhor, um autêntico
testemunho de sua Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição. Ele passou a maior
parte de seu tempo e gastou suas energias como um pregador. Sua pregação foi
confirmada pelas maravilhas que realizou: ele não só proclamou o Evangelho, mas
curou os doentes, deu vista aos cegos, e expulsou demônios de acordo com a
missão que Jesus deu aos discípulos (Mc 16:9-20). A Palavra que ele pregou foi
materializada em gestos de atenção para aqueles que estavam em necessidade real
de cura física e espiritual. Sua vida simples e coerente, falou de Cristo e seu
dom de salvação e graça.
Sua
atenção para as necessidades básicas das pessoas que conheceu é um poderoso
indicador de sua capacidade de falar com aqueles que tinham mais necessidade de
ouvir o anúncio do Evangelho. Alberto não distraia seus ouvintes com formas
elegantes de pregação, mas valorizava o conteúdo vital da mensagem. O carmelita
desce ao básico: ele se apressa para atender homens e mulheres que necessitam
de uma palavra de salvação, de vida e esperança, Portanto, sua palavra é eficaz
e poderosa, capaz de produzir efeitos extraordinários de cura interior e
exterior.
SANTO
ALBERTO, HOMEM DE PUREZA.
Outro atributo iconográfico de Sto.
Alberto é o lírio branco, símbolo de pureza. Isto significa que sua vida brilha
como um exemplo de virtude, reconhecida pelo povo de Deus como um dom para
todos. A castidade de Sto. Alberto tornou-se radiante expressão de uma escolha
radical, definitiva e completa de Deus.
Dois
outros elementos da história de São Alberto convergem de diferentes maneiras,
para este valor de pureza. Dizem-nos que sua mãe, Giovanna, grata a Deus por
lhe ter dado depois de longa espera, desejou que seu filho levasse uma vida de
consagração total a o Senhor. Seu pai, por outro lado, teria preferido vê-lo
casado com a filha de algum nobre poderoso ou de um rico comerciante, para
elevar o nível social e a condição econômica da família, e garantir para o
filho um futuro confortável. Porém o
filho, confrontado com esta escolha, preferiu o caminho indicado por sua mãe à
perspectiva mundana de seu pai.
Como
se isso não fosse suficiente para mostrar a escolha radical de Alberto por
Deus, a Legenda Áurea conta a tentação a que ele foi submetido quando ainda era
noviço. O diabo se disfarçou como uma jovem e bonita mulher a fim de atrair as
atenções do jovem e fazê-lo abandonar a decisão que tinha tomado de seguir a
Deus. Mas, como dizem, “o diabo faz potes,
mas não tampas”, e Alberto descobriu a verdadeira identidade do tentador que
não conseguiu esconder seus cascos fendidos sob as saias “da menina”. O noviço, imediatamente, afasta o tentador,
invocando a ajuda divina. Há pinturas que retratam Sto Alberto, vencendo o
diabo com traços femininos, mas com pés de cabra. A história, claro, precisa
ser entendida em termos simbólicos: mesmo as realidades mais belas podem ser
transformadas em tentação se nos impedem de cumprir da vontade de Deus e seguir
a própria vocação.
A
pureza praticada por Alberto não é simplesmente um fato físico, mas
principalmente uma realidade espiritual. Não é certamente uma castidade vivida
como simples renúncia do amor humano e da fecundidade natural. Em vez disso,
serve para traduzir em termos concretos, uma escolha fundamental e radical de
Deus e do seu plano de salvação, que exige total disponibilidade e total
dedicação. Santo Alberto se permitiu ser seduzido por Deus: ele colocou-se
totalmente a serviço de Deus; a Deus deu a sua vida e capacidades, e reconheceu
o chamado de Deus como um dom e um compromisso para a vida.
SANTO
ALBERTO, O HOMEM DA POBREZA.
Não
há dúvida de que Sto. Alberto professou e viveu uma vida de pobreza. Isto é
demonstrado por sua decisão de entrar na comunidade de frades carmelitas,
movimento mendicante, de religiosos que não basearam a sua subsistência em
rendas ou acúmulo de bens, mas na simplicidade da vida de ”mendicância
incerta", como pregadores itinerantes, que iriam comer o que o povo lhes
oferecesse, de acordo com suas possibilidades e generosidade. Eles tinham tudo em comum e compartilhavam
todos os seus bens, considerando-se irmãos e, portanto, membros da única
família, para a qual o Pai de todos poderia fornecer o necessário para a
sobrevivência.
Sto.
Alberto tinha tomado a decisão de levar uma vida de pobreza concreta. A origem
de sua família bem-sucedida e de alguma posição social, não foi um obstáculo
para ele abraçar a pobreza de Cristo e seus discípulos. Ele poderia ter feito
uma escolha diferente e se juntar ao clero da cidade, ou alguma abadia ou
canonicato.
Em
vez disso ele escolheu se colocar ao lado dos menores, das pessoas menos importantes
do seu tempo, compartilhando o estilo e as condições de suas vidas. Isso não
significa que não era capaz de apreciar sua experiência familiar e relações
sociais. Ele, de fato, fez uso delas algumas vezes, para ajudar os outros. Por
exemplo, durante o bloqueio de Messina, algumas conexões influentes lhe
permitiram organizar o abastecimento alimentar para a cidade. Por outro lado, é
claro que sua motivação para a ação naquela ocasião era o a fome do povo e o
seu sentido de responsabilidade para com aqueles que realmente precisavam de
ajuda naquele momento. O mandamento do Evangelho de dar de comer aos famintos
era a sua motivação.
A
pobreza evangélica implica uma luta pela vida, justiça, verdade e paz. Pobre,
foi capaz de reconhecer as verdadeiras necessidades do povo, e aprendeu como
intervir com generosidade evangélica em diversas circunstâncias.
A
consequência da pobreza é a penitência e austeridade da vida, própria da Ordem
do Carmelo, na época ainda bastante perto de suas origens no Monte Carmelo. A
tradição registra pelo menos dois fatos ligados a esta dimensão
prático-espiritual da vida de Alberto: o frasco de absinto conservado em
Corleone, e a rocha da Petralia Soprana, onde dormia e tinha como travesseiro.
Esta última oferece-nos um vislumbre da forma como o santo vivia, muitas vezes
em movimento ao longo das estradas da Sicília, para pregar, curar, aconselhar e
acalmar os espíritos. O santo carmelita poderia ter encontrado melhores
acomodações: ele tinha amigos e relações familiares que lhe teriam garantido
acomodações mais confortáveis. No entanto, ele escolheu viajar como um homem
pobre. Pobre entre os pobres, ele procurou alojamento ao acaso, durante suas
viagens: ele não era nenhum estranho para celeiros, cavernas e abrigos
naturais.
O
absinto se tornou um condimento para o alimento habitual em dias penitenciais.
Sto. Alberto usou-o para misturar com alimentos e bebidas, tornando-os menos
agradável ao paladar. Era outra maneira de mortificar os sentidos. Hoje temos
uma ideia diferente sobre o alimento e um conceito diferente de penitência, mas
devemos respeitar os modos de agir de gerações anteriores. Há ainda a validade
de uma vida pobre e austera, que se concentra no essencial, sem se perder em
coisas inúteis, que está empenhada em construir autênticas relações com os
outros e com a realidade que nos cerca.
Sto. Alberto sabia que não podia contar com nada, exceto com Deus e com
sua graça, ele aceitava como um dom o que recebia de seus irmãos e irmãs, sem
presumir qualquer coisa, e lhes era grato por tudo. A pobreza evangélica nos
faz capazes de ver as necessidades dos outros e responder com generosidade.
SANTO
ALBERTO, HOMEM DA CARIDADE.
A santidade é manifestada
principalmente como a vida cristã vivida em sua plenitude, especialmente no
nível de caridade. Na “Novo Milênio Ineunte”, João Paulo II considerou a
santidade como o “padrão da vida cristã ordinária "(n. 31). Isto é verdade
para Sto. Alberto: ele é um santo lembrado e venerado por uma vida radical,
intensa, comprometida em todas as suas dimensões, especialmente em sua generosa
atenção às necessidades do povo de seu tempo.
Sto.
Alberto, o frade carmelita, foi um verdadeiro irmão para muitas irmãs e irmãos
que se voltaram para dele, porque o reconheciam como um homem de Deus, como alguém
capaz de revelar a grandeza do amor de Deus em situações delicadas ou difíceis.
Alberto era um homem de caridade concreta e generosa, atenta às necessidades de
todos, especialmente dos mais pobres.
A
caridade de Sto. Alberto pode ser considerada em três grandes categorias. Um
primeiro grupo de ações está preocupado com a comunidade e os problemas
sociais, a segunda com a doença física, e em terceiro lugar com os problemas
psicológicos ou espirituais.
A
primeira categoria diz respeito à esfera social comunitária. A tradição relata
pelo menos duas intervenções miraculosas que aconteceram nas cidades de Messina
e Agrigento com o propósito de aliviar as populações em dificuldades.
A
mais famosa foi a quebra do bloqueio de Messina por Roberto de Calábria (mais
tarde rei de Nápoles) em 1301. Através da intervenção de Alberto alguns navios
conseguiram romper o bloqueio naval e levaram suprimentos para os cidadãos
famintos. Além do evidente alívio para a população exausta, a intervenção de
Sto. Alberto foi uma abertura clara para a paz.
Em
Agrigento ainda está preservada a memória de o santo purificar a água de um
poço. Neste caso, há uma clara referência bíblica ao episódio do poço de Jericó
purificada pelo profeta Eliseu (2 Reis 2:19-22). Alberto, purificando poço e
fazendo a sua água potável deu ao povo a possibilidade obter água sem
dificuldade.
A
caridade Sto. Alberto também tem uma dimensão bem pessoal. Muitas vezes o
encontramos pronto para curar os doentes de corpo e de alma, com aquela
compaixão que é característica de pessoas genuinamente espirituais. A cura de
males físicos, a direção espiritual, e a prática do exorcismo são três aspectos
complementares da vida de Alberto. Sua ação é baseada no Evangelho, revelado na
cura interior e exterior e liberação de qualquer tipo de escravidão, que
bloqueia uma vida plenamente humana e espiritual.
Ele
não estava preocupado apenas com o físico. Sto. Alberto estava sempre em guarda
contra o diabo. Alberto também foi um exorcista. Alguém é realmente livre somente quando todas
as dimensões da sua vida, corpo, alma e espírito são completamente orientados
para Deus e sua vontade. O homem de Deus é capaz de restaurar nas almas
atormentadas a integridade, autocontrole e de abertura o projeto para o qual
que Deus nos criou.
A
historicidade desses eventos à parte, o que importa é o seu significado: eles
significam para nós que Alberto é um santo, um profeta, um homem de Deus, que
ainda brilha para nós hoje como uma pessoa renovada pelo Evangelho, tão unido
com o Senhor e permeado por sua Palavra, que toda a sua ação torna-se uma
continuação prática e eloquente da cura e da ação libertadora de Cristo.
SANTO
ALBERTO E OS JUDEUS
Hoje
há uma compreensão bastante ampla da relação entre cristãos e pessoas de outras
religiões que é muito diferente daquela do passado, mesmo muito recentemente.
Até hoje, nossas tentativas de entendimento e cooperação com pessoas de outras
religiões nem sempre são retribuídas e reconhecidas.
Além disso, hoje a sociedade
secularizada do Ocidente está infectada com o relativismo que nega haver uma
única verdade invariável. Princípios morais são expressos em dúvida e
submetidos à avaliação exclusiva e soberana da consciência pessoal, de modo que
muitas pessoas pensam que todas as formas de expressão religiosa são
indiferentes ou equivalentes.
O
problema do relativismo é sério, e não pode ser resolvido pela propaganda,
slogans ou cruzadas. Por outro lado, o encontro com os irmãos de outras
religiões não é apenas uma questão de diálogo, de conhecimento mútuo, de
acolhida e apreço, mas também de anúncio do Evangelho através de um testemunho
autêntico. Damos esse testemunho, colocando-nos com humildade e paciência, não
nos sentindo superiores aos de outras religiões, mas ao lado deles, respeitando
a sua dignidade, apreciando seu ponto de vista e sua cultura, adaptando-se há
seus tempos e ritmos. Acima de tudo, é necessário testemunhar a nossa
experiência da ressurreição de Cristo e da nossa união com Ele na Igreja e, ao
mesmo tempo, reconhecendo que o Espírito Santo não espera para que o Evangelho
seja anunciado antes de ser ativo cada vida humana. Nesta questão de mostrar
respeito a outras religiões, devemos ter em mente que a religião judaica é um
caso mais especial. O Papa João Paulo II
se dirigiu aos judeus como “nossos irmãos mais velhos”, - este é um longo
caminho desde os dias em que” os cristãos “se referiam a eles como “Pérfidos”,
ou marcava-os como “assassinos de Cristo.” Qual foi a atitude Sto. Alberto?
Em
pelo menos duas ocasiões Alberto teve relações com os judeus. Uma vez, o santo
salvou três judeus de afogamento próximo Agrigento, e em outra ocasião, ele
curou um menino judeu de epilepsia em Sciacca. Em ambos os casos as lendas
falam de confissões explícitas de fé e subsequente batismo. Então, são essas
histórias devem ser entendidas como exemplos de evangelização, o diálogo, ou
proselitismo? Uma resposta deve ser desenvolvida sem preconceitos e à luz do
contexto histórico e da mentalidade dos tempos.
Houve
várias ocasiões ao longo da história, nas quais carmelitas e judeus vieram em
contato. O convento em Toulouse foi estabelecido em um terreno doado por um
judeu grato a Maria, cuja intercessão levou à sua cura. Outras lendas, além
daquelas relacionado com Sto. Alberto, falam de relações mais ou menos
amigáveis entre carmelitas e judeus. Na Idade Média, alguns conventos estavam
perto de bairros judeus e tornaram-se centros para a pregação visando a sua
conversão. No entanto, existem alguns fatos que demonstravam respeito para com
os membros do povo judeu, do qual Jesus e Maria eram parte. Na França, na
Reforma de Touraine dos séculos XVII - XVIII os formadores incitaram os noviços
a cumprimentar com deferência os judeus que encontravam. O Venerável Alberto
Leoni (falecido em 1642) repreendeu alguns noviços seus que insultaram alguns
judeus na rua.
Talvez
a memória de Elias tivesse alguma influência. Santo Alberto e os carmelitas
consideravam um ponto de honra proclamar a fé para os membros do povo eleito, à
imitação de o Profeta (1 Reis 18:20-40).
Nestes
nossos dias a discussão evoluiu para um nível de diálogo e de reconhecimento
dos fundamentos que temos em comum, da necessidade de trabalhar juntamente com
a proclamação da fé. Mas o exemplo de Santo Alberto nos lembra de que o
testemunho básico é a caridade autêntica, delicada e cortês. Somente alguém que
se torna "tudo para todos" (1 Coríntios 9:22) é capaz de ajudar os
outros a experimentar a salvação de Deus e favorecer um encontro pessoal com
Cristo.
SANTO
ALBERTO, DEVOTO DE MARIA.
A profunda devoção de Sto. Alberto para
com a Mãe do Senhor é atestada por mais de uma das lendas antigas. Seria
estranho imaginar um carmelita das primeiras gerações que não amasse Maria.
Mesmo se não pudermos atribuir a Alberto todas as características da piedade
mariana desenvolvidas no Carmelo, em séculos posteriores, podemos indicar
aquelas que eram comuns no tempo que ele viveu e que são encontradas em textos
a partir do mesmo período.
Maria foi originalmente venerada pelos
carmelitas como a Senhora do Carmelo (lugar onde foi construído o primeiro
eremitério) e da Terra Santa, porque ela era a Mãe de Cristo, “Senhor feudal”
daquele território adquirido à custa do seu sangue. Os carmelitas dedicaram o
oratório construído no meio de suas celas à “Senhora do Lugar", modelo
para todos os que estavam tentando seguir a Cristo em uma vida evangélica. Ao
dedicar a sua capela a Maria, comprometeram-se ao serviço da Virgem.
Em
Maria, os carmelitas viram a mulher nova, obediente à Palavra de Deus,
completamente abandonada à sua vontade, numa vida de pureza e humildade. Neste
contexto, foi natural contemplar a virgindade de Maria e compreendê-la não
apenas como algo físico, mas como virtude interior, pureza de coração, uma
orientação psicológica e espiritual dedicada exclusivamente a Deus. Este foi,
de fato, um dos pontos centrais da espiritualidade de Sto. Alberto. A
obediência à Palavra de Deus, que encontra expressão na obediência à vontade do
prior e numa vida de caridade para os outros, desenvolvida plenamente em um
coração puro, transparente à luz de Deus, capaz de contemplar a beleza de sua
vontade e traduzi-la livremente no cotidiano.
Como
consequência, a Mãe do Senhor é entendida como a "mais bela", a que
melhor assimila a novidade de vida trazida por seu Filho. Ela é a mulher nova
do Evangelho, o protótipo de cada cristão, a "nova Eva", verdadeira
Mãe de todos os vivos e de todos os crentes. Não é estranho então que, de
acordo com a interpretação dos Padres da Igreja e escritores medievais, os
carmelitas também reconhecessem na pequena nuvem que se eleva do mar à oração
de Elias (1Reis 18:44) uma imagem de Imaculada assunta ao céu.
Uma
antiga tradição liga Sto. Alberto com a imagem da Senhora de Trapani. Ela foi
esculpida e trazida para Trapani enquanto o santo era provincial da Sicília. A
beleza luminosa da imagem de mármore pintado, a torção do corpo da Virgem que
lhe permite olhar para o rosto de seu Filho, o sorriso ao mesmo tempo doce e
triste, talvez nos deem uma ideia da sensibilidade com que Alberto teria
contemplado a Mãe e Irmã dos carmelitas. No movimento carinhoso da Criança para
sua Mãe, Alberto teria reconhecido um reflexo da sua própria devoção, de um
amor terno e intimista, não sentimental, mas exigente: quem ama e venera Maria
sabe que isso significa comprometer-se a segui-la em dedicação total ao plano
de salvação que o Pai tem para a humanidade.
Oração a Santo
Alberto
Ó Santo Alberto, norma de modéstia, pureza
e continência, rogo à Mãe de misericórdia que entre as angústias das nossas
lutas nos livre do demônio, nosso velho adversário; e nós, livres do mortal
invólucro, felizes gozemos no júbilo da divina glória.
SA
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