MEDITAÇÕES PASCAIS - 14ª Meditação
Cristo ressuscitado, companheiro
consolador
“Ora, enquanto conversavam e
discutiam entre si, o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles”
(Lc 24, 15).
Vejam que os discípulos de Emaús
caminham em direção ao seu povoado, e durante a viagem eles conversam e
discutem: sobre qual assunto? Sobre a vaidade do mundo? Não. Sobre os prazeres
passageiros da terra? Não. Falam sobre o
que aconteceu com o Amado Jesus.
Eles confiaram em Jesus e agora
estão tristes porque o Senhor morrera crucificado.
Também nós caminhamos, não para
um povoado, e sim, para a Pátria Eterna; e durante essa caminhada, que pode
durar anos, devemos usar bem o tempo, isto é, nos entreter com as coisas do
alto, principalmente quando “nuvens negras” nos ameaçarem.
Eles estavam tristes, mas não
revoltados; estavam cercados por uma “nuvem negra”, mas eis que a Luz Eterna se
coloca entre os mesmos para dissipar tal nuvem... e eles aceitaram a presença
da Luz.
Às vezes, durante essa caminhada
rumo à eternidade, sentimo-nos sozinhos, confusos, corremos o risco de perder o
verdadeiro sentido e de entrarmos por desvios perigosos. Diante dessas
dificuldades, abramos o nosso coração para a Luz Eterna... o nosso caminho será
iluminado e não teremos mais dúvida.
Felizes dos discípulos de Emaús
que aceitaram a presença de Jesus Cristo; tudo estava “escuro” e logo a
“escuridão” desapareceu e surgiu a claridade.
Aceite você também a doce
presença de Cristo em sua vida. Como é agradável e seguro caminhar com Ele;
caminhamos em plena claridade mesmo quando a escuridão nos ameaça.
Eles discutiam pelo caminho e a
discussão cessou quando a Verdade chegou e se pôs a caminhar com eles.
Caminhemos também sempre unidos a
Cristo Jesus... abramos o nosso coração somente para Ele e não vacilaremos pelo
caminho.
Se aceitarmos a Sua doce presença
seremos atacados pelos inimigos, mas Ele nos sustentará e não deixará que a
“nuvem negra” das provações nos sufoquem.
Dialoguemos com Cristo Jesus,
sejamos dóceis aos seus sábios conselhos, abramos os ouvidos e o coração para
Nosso Senhor e caminharemos seguros e sem dúvida.
Vem Senhor, aproxime-se de nós,
caminhe conosco, somos pobres cegos e sem a vossa doce presença cairemos em
perigosos abismos.
Jesus Querido, amigo fiel, não
nos abandone nessa caminhada rumo à Eternidade Feliz. Ó Senhor, como é suave a
vossa presença, como é doce a vossa amizade, somente em Ti encontramos a
verdadeira segurança.
Vendo o bom Jesus a necessidade, buscou um meio admirável por onde nos mostrou o máximo de amor que nos tem, e em Seu nome e no de Seus irmãos fez esta petição: «O pão nosso de cada dia nos dai hoje» (Mt 6,11). [...] Era mister vermos o Seu [amor] para despertarmos, e isto não uma vez, mas cada dia; por isso Se deve ter determinado a ficar conosco. [...]
Tenho reparado que só nesta petição duplica as palavras, porque diz primeiro e pede que Lhe deis este pão de cada dia, e torna a dizer: «dai-no-lo hoje, Senhor». Põe-Se diante de Seu Pai, como a dizer-Lhe: já que uma vez no-Lo deu para que morresse por nós, já que é «nosso», não no-Lo torne a tirar, mas O deixe servir cada dia, até se acabar o mundo. [...] O Ele ser nosso cada dia é porque O possuímos aqui na terra e O possuiremos também no céu, se nos aproveitarmos bem da Sua companhia. [...]
Comentário ao Evangelho do dia (Jo 6,44-51) feito por Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita, Doutora da Igreja - Caminho de Perfeição, cap. 33-34
«Este é o pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá»
Vendo o bom Jesus a necessidade, buscou um meio admirável por onde nos mostrou o máximo de amor que nos tem, e em Seu nome e no de Seus irmãos fez esta petição: «O pão nosso de cada dia nos dai hoje» (Mt 6,11). [...] Era mister vermos o Seu [amor] para despertarmos, e isto não uma vez, mas cada dia; por isso Se deve ter determinado a ficar conosco. [...]
Tenho reparado que só nesta petição duplica as palavras, porque diz primeiro e pede que Lhe deis este pão de cada dia, e torna a dizer: «dai-no-lo hoje, Senhor». Põe-Se diante de Seu Pai, como a dizer-Lhe: já que uma vez no-Lo deu para que morresse por nós, já que é «nosso», não no-Lo torne a tirar, mas O deixe servir cada dia, até se acabar o mundo. [...] O Ele ser nosso cada dia é porque O possuímos aqui na terra e O possuiremos também no céu, se nos aproveitarmos bem da Sua companhia. [...]
O dizer «hoje» me parece que é para um dia, isto é, enquanto durar o mundo, e não mais. E é bem verdade que é um só dia! [...] E assim Lhe diz Seu Filho que, pois não é mais que um dia, Lho deixe passar em servidão; e que Sua Majestade já no-Lo deu e enviou ao mundo só por Sua vontade, que Ele quer agora por Sua própria vontade não nos desamparar, mas ficar-Se aqui connosco para maior glória de Seus amigos e pena de Seus inimigos. Que agora novamente não pede mais que «hoje» ao dar-nos este Pão sacratíssimo; Sua Majestade no-Lo deu para sempre, como já disse, este mantimento e maná da humanidade, que O achamos como queremos; e, a não ser por nossa culpa, não morreremos de fome, pois de todos os modos e maneiras que a alma quiser comer, achará no Santíssimo Sacramento sabor e consolação.
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