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terça-feira, 20 de março de 2012


M E D I T A Ç Õ E S    Q U A R E S M A I S
O SERVO SOFREDOR - A história da paixão de Cristo XXIX

Gólgota

     E, chegando a um lugar chamado Gólgota, que significa Lugar da Caveira, deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber.  Depois de o crucificarem, repartiram entre si as suas vestes, tirando a sorte (Mateus 27.33-35).

     Chegaram ao Gólgota, que significa lugar da caveira. Era um lugar que ficava a 230 metros da porta chamada Damasco, onde estava a gruta de Jeremias. É o único lugar na redondeza que ainda hoje tem esse nome. Suas rochas, de 10 metros de altura, têm grande semelhança com uma caveira. A tradição, no entanto, coloca Gólgota no lugar onde hoje se acha o Santo Sepulcro, fora do antigo muro de Jerusalém, mas dentro do muro atual. Afirmam que o lugar se chamava assim por que havia ali muitas caveiras. Isso vai, no entanto, contra o costume judaico que entravam seus mortos. Era lhes proibido deixar um cadáver humano desenterrado. Sabemos que Gólgota ficava fora do muro. E não deve ser esquecido que o terceiro muro provavelmente já tinha sido construído no tempo de Jesus. Bem, o importante não é o lugar, mas contemplar o que aconteceu ali. Para nós, por isso, Gólgota está em todo o lugar onde podemos meditar sobre os sofrimentos de Jesus e abraçá-lo em fé.
     Ali, no Gólgota aconteceu o maior milagre que esta terra já viu. Aconteceu o que é  loucura para a razão, que se escandaliza nesse acontecimento. Ali, a Trindade revelou seu imenso amor à humanidade e especialmente a ti e a mim. Ali o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, deu sua vida por nós. Ali Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo (2 Coríntios 5.19).
   Tendo chegado ao monte Calvário, despiram Jesus. Ofereceram-lhe vinagre com fel, para amainar as horríveis dores da crucificação, mas Jesus o recusou. Era costume dos romanos punirem seus escravos rebeldes, estrangeiros e grandes malfeitores, com a crucificação. O processo da crucificação variava. Na maioria das vezes os infelizes eram pregados na cruz que em seguida a cruz era erguida. Por vezes, cada pé era pregado separado, outras vezes os dois pés eram atravessados por um prego grande. Outros eram só amarrados à cruz. As agonias eram indescritíveis. Expostos ao sol, às nuvens de moscas, os condenados ficavam sofrendo ali dores e sede, por vezes até quatro a seis dias, conforme descrição de historiadores da época.
     Impressionante! O Senhor dos senhores, o Senhor do mundo, o Senhor da glória crucificado por suas criaturas e pelo povo que Deus formou para ser o seu povo. O apóstolo Paulo afirma: Sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória (1 Coríntios 2.8).
     A crucificação de Jesus não foi somente conseqüência e expressão de ódio dos fariseus. Deus o havia planejado desde a eternidade. Ele anunciou a Adão e Eva: Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gênesis 3.15). A haste com a serpente, que Moisés levantou no deserto, por ordem de Deus, era uma figura da cruz de Cristo (João 3.14). No Salmo 22, o rei Davi fala da morte de Cristo: Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte (Salmos 22.15). Jesus fala pelo profeta Isaías e diz: Fui contado com os transgressores (Isaías 53.12). E pelo profeta Zacarias Jesus diz: Olharão para mim, a quem traspassaram (Zacarias 12.10). Tudo se cumpriu perfeitamente.
     Mas, ao contemplarmos os acontecimentos na cruz, precisamos perguntar-nos sempre de novo: Por que tudo isso? E a única resposta é: Por minha causa. O apóstolo Paulo afirma: Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las (Gálatas 3.10). E o apóstolo Pedro afirma: Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes curados (1 Pedro 2.24).
     Moisés afirma: Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR, teu Deus, não cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos que, hoje, te ordeno, então, virão todas estas maldições sobre ti e te alcançarão: Maldito serás tu na cidade e maldito serás no campo.  Maldito o teu cesto e a tua amassadeira.  Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.  Maldito serás ao entrares e maldito, ao saíres (Deuteronômio 28.15-19). Toda essa maldição Jesus tomou sobre si, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Maravilhosa salvação. Pobres e ricos, jovens e velhos, reis e mendigos, ao pé da cruz encontram perdão, vida e eterna salvação.

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