M E D I T A Ç Õ E S
Q U A R E S M A I S
O SERVO SOFREDOR - A história da paixão de Cristo XXIX
Gólgota
E,
chegando a um lugar chamado Gólgota, que significa Lugar da Caveira, deram-lhe
a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber. Depois de o crucificarem, repartiram entre si
as suas vestes, tirando a sorte (Mateus 27.33-35).
Chegaram ao Gólgota, que significa lugar da caveira. Era um lugar que
ficava a 230 metros da porta chamada Damasco, onde estava a gruta de Jeremias.
É o único lugar na redondeza que ainda hoje tem esse nome. Suas rochas, de 10
metros de altura, têm grande semelhança com uma caveira. A tradição, no
entanto, coloca Gólgota no lugar onde hoje se acha o Santo Sepulcro, fora do
antigo muro de Jerusalém, mas dentro do muro atual. Afirmam que o lugar se
chamava assim por que havia ali muitas caveiras. Isso vai, no entanto, contra o
costume judaico que entravam seus mortos. Era lhes proibido deixar um cadáver
humano desenterrado. Sabemos que Gólgota ficava fora do muro. E não deve ser
esquecido que o terceiro muro provavelmente já tinha sido construído no tempo
de Jesus. Bem, o importante não é o lugar, mas contemplar o que aconteceu ali.
Para nós, por isso, Gólgota está em todo o lugar onde podemos meditar sobre os
sofrimentos de Jesus e abraçá-lo em fé.
Ali, no Gólgota aconteceu o maior milagre que esta terra já viu.
Aconteceu o que é loucura para a razão,
que se escandaliza nesse acontecimento. Ali, a Trindade revelou seu imenso amor
à humanidade e especialmente a ti e a mim. Ali o próprio Filho de Deus, Jesus
Cristo, deu sua vida por nós. Ali Deus estava em Cristo, reconciliando
consigo o mundo (2 Coríntios 5.19).
Tendo chegado ao monte Calvário, despiram Jesus. Ofereceram-lhe vinagre
com fel, para amainar as horríveis dores da crucificação, mas Jesus o recusou.
Era costume dos romanos punirem seus escravos rebeldes, estrangeiros e grandes
malfeitores, com a crucificação. O processo da crucificação variava. Na maioria
das vezes os infelizes eram pregados na cruz que em seguida a cruz era erguida.
Por vezes, cada pé era pregado separado, outras vezes os dois pés eram
atravessados por um prego grande. Outros eram só amarrados à cruz. As agonias
eram indescritíveis. Expostos ao sol, às nuvens de moscas, os condenados
ficavam sofrendo ali dores e sede, por vezes até quatro a seis dias, conforme
descrição de historiadores da época.
Impressionante! O Senhor dos senhores, o Senhor do mundo, o Senhor da
glória crucificado por suas criaturas e pelo povo que Deus formou para ser o
seu povo. O apóstolo Paulo afirma: Sabedoria essa que nenhum dos poderosos
deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam
crucificado o Senhor da glória (1 Coríntios 2.8).
A crucificação de Jesus não foi somente conseqüência e expressão de ódio
dos fariseus. Deus o havia planejado desde a eternidade. Ele anunciou a Adão e
Eva: Este
te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gênesis 3.15). A
haste com a serpente, que Moisés levantou no deserto, por ordem de Deus, era
uma figura da cruz de Cristo (João 3.14). No Salmo 22, o rei Davi fala da morte
de Cristo: Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao
céu da boca; assim, me deitas no pó da morte (Salmos 22.15). Jesus fala
pelo profeta Isaías e diz: Fui contado com os transgressores (Isaías
53.12). E pelo profeta Zacarias Jesus diz: Olharão para mim, a quem
traspassaram (Zacarias 12.10). Tudo se cumpriu perfeitamente.
Mas, ao contemplarmos os acontecimentos na cruz, precisamos
perguntar-nos sempre de novo: Por que tudo isso? E a única resposta é: Por
minha causa. O apóstolo Paulo afirma: Todos quantos, pois, são das obras da lei
estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não
permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las
(Gálatas 3.10). E o apóstolo
Pedro afirma: Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados,
para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas,
fostes curados (1 Pedro 2.24).
Moisés afirma: Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz
do SENHOR, teu Deus, não cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os
seus estatutos que, hoje, te ordeno, então, virão todas estas maldições sobre
ti e te alcançarão: Maldito serás tu na cidade e maldito serás no campo. Maldito o teu cesto e a tua amassadeira. Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da
tua terra, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas. Maldito serás ao entrares e maldito, ao saíres
(Deuteronômio 28.15-19). Toda essa maldição Jesus tomou sobre si, para
que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Maravilhosa
salvação. Pobres e ricos, jovens e velhos, reis e mendigos, ao pé da cruz
encontram perdão, vida e eterna salvação.
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