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quinta-feira, 8 de março de 2012


M E D I T A Ç Õ E S Q U A R E S M A I S
O SERVO SOFREDOR - A história da paixão de Cristo XVII
Diante de Pilatos

      Depois, levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório. Era cedo de manhã. Eles não entraram no pretório para não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa.  Então, Pilatos saiu para lhes falar e lhes disse: Que acusação trazeis contra este homem?  Responderam-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos (João 18.28-30).

     Era cedo de manhã, quando os fariseus apressadamente levaram Jesus a Pôncio Pilatos, a fim de obterem dele a permissão para matarem Jesus. O assunto tinha pressa, pois queriam evitar a agitação do povo, o qual eles temiam.
     Chegados ao palácio, eles não entram, pois era o dia da preparação para o grande sábado da Páscoa deles. Eles não queriam se contaminar. Se entrassem na casa de um gentio, seriam considerados impuros. Cuidam do exterior, das leis cerimoniais, feitas em grande parte por homens e ignoram a verdadeira lei de Deus. Jesus lhe disse: Coam o mosquito, mas engolem o camelo (Mateus 23.24). Não é esta ainda hoje a prática de muitas religiões? Vemos isso especialmente nesse tempo quaresmal. Quantas leis cerimoniais são observadas, como por exemplo? Não comer carne na Sexta-feira Santa. Ir, pelo menos nesse dia ao culto e comungar. Que adiante tudo isso, se não permitimos que a mensagem da cruz penetre em nosso coração para nos conduzir ao arrependimento e à verdadeira fé, da qual brota o amor a Deus e ao próximo. O que adianta se em nosso coração a ganância, a exploração, a avareza, o amor ao pecado, vícios, inimizades, intrigas familiares permanecem dominando. Pedimos perdão por um costume litúrgico, sem verdadeiro arrependimento no coração, nem fé na graça de Cristo e o sincero propósito de corrigir a vida. Sem suplicar de coração: Cria em mim, ó Deus, um puro coração e renova em mim espírito reto. Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação. – não há arrependimento, nem fé e nem vida.
     Pilatos, ouvindo o barulho, saiu para ver o que era. Os fariseus lhe pediram autorização para matarem Jesus. Pilatos perguntou: Que acusação trazeis contra ele? - Acusação? Na pressa os fariseus não haviam pensado nisso e a acusação pela qual eles o condenaram: Blasfemou! não tinha valor diante do tribunal romano. Apressados responderam: Se ele não fosse malfeitor não o teríamos trazido. Pilatos respondeu: Então julgai-o vós mesmos. As leis romanas eram justas. Não se condena alguém sem ser julgado e constatado um motivo justo. Refazendo-se do susto, os fariseus e principais sacerdotes começaram a acusar a Jesus e agitar o povo que se aglomerou ali. Mudaram então a acusação: Ele agita o povo a não pagar imposto. Ele disse ser rei. - Quanta calúnia e falsas acusações. Tudo o que eles queriam e esperavam de um salvador, mas que Jesus não lhes deu, disso eles o causam agora. Eles esperavam do Salvador bênçãos materiais. Queriam que seu salvador os libertasse do jugo romano, e lhes proporcionasse dias felizes aqui na terra. Agora o acusam daquilo em que suas esperanças foram frustradas. Ainda hoje é assim. O povo em geral quer um salvador que lhes proporcione dias felizes e prósperos aqui na terra.
     Estas acusações continuam contra Jesus até hoje. Quantas vezes, no decorrer da história, cristãos foram acusados de serem perturbadores da paz, agitadores e malfeitores, quando na verdade pregam a paz e fazem o bem. Mas o que incomoda é a pregação da lei para arrependimento, o convite para a fé na graça de Cristo, a vida honesta em santificação.

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