Primeira
Leitura (1Re 19, 4-9a.11-14ª): Naqueles dias, Elias entrou no
deserto e andou o dia inteiro. Depois sentou-se debaixo de um junípero e,
desejando a morte, exclamou: “Já basta, Senhor. Tirai-me a vida, porque não sou
melhor que meus pais”. Deitou-se por terra e adormeceu à sombra do junípero.
Nisto, um Anjo do Senhor tocou-lhe e disse: “Levanta-te e come”. Ele olhou e
viu à sua cabeceira um pão cozido sobre pedras quentes e uma bilha de água.
Comeu e bebeu e tornou a deitar-se. O Anjo do Senhor veio segunda vez,
tocou-lhe e disse: “Levanta-te e come, porque ainda tens um longo caminho a
percorrer”. Elias levantou-se, comeu e bebeu. Depois, fortalecido com aquele
alimento, caminhou durante quarenta dias e quarenta noites até ao monte de
Deus, Horeb, e passou a noite numa gruta. O Senhor dirigiu-lhe a palavra,
dizendo: “Sai e permanece no monte à espera do Senhor”. Então, o Senhor passou.
Diante d’Ele, uma forte rajada de vento fendia as montanhas e quebrava os
rochedos; mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento, sentiu-se um terramoto;
mas o Senhor não estava no terramoto. Depois do terramoto, acendeu-se um fogo;
mas o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo, ouviu-se uma ligeira brisa.
Quando a ouviu, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou à entrada da
gruta. Ouviu então uma voz que lhe dizia: “Que fazes tu aqui, Elias?”. Ele
respondeu: “Ardo em zelo por Vós, Senhor, Deus do Universo”.
Salmo
Responsorial - Sl 15 (16), 1-2.5-6.8-9.10-11 (R. 8a)
R. O Senhor está sempre na minha presença.
Defendei-me, Senhor: Vós sois o
meu refúgio. Digo ao Senhor: “Vós sois o meu Deus, sois o meu único bem”. ℟.
Senhor, porção da minha herança e
do meu cálice, está nas vossas mãos o meu destino. Couberam-me em partilha
terras aprazíveis: muito me agrada a minha sorte. ℟.
O Senhor está sempre na minha
presença, com Ele a meu lado não vacilarei. Por isso o meu coração se alegra e
a minha alma exulta, e até o meu corpo descansa tranquilo. ℟.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção. Dar-me-eis
a conhecer os caminhos da vida, alegria plena em vossa presença delícias
eternas na vossa presença. ℟.
Segunda Leitura (1 Pedro 1,
8-12): Caríssimos: Sem terdes visto Jesus Cristo, vós O amais; sem O ver ainda,
acreditais n’Ele. E isto é para vós fonte de uma alegria inefável e gloriosa,
porque conseguis o fim da vossa fé: a salvação das vossas almas. Esta salvação
foi objeto das investigações e meditações dos Profetas que predisseram a graça
a vós destinada. Procuravam descobrir a que tempo e circunstâncias se referia o
Espírito de Cristo que estava neles, quando predizia os sofrimentos de Cristo e
as glórias que se lhes haviam de seguir. Foi-lhes revelado que não era para
eles, mas para vós, que no seu ministério transmitiam essa mensagem. É essa
mensagem que agora vos anunciam aqueles que, movidos pelo Espírito Santo
enviado do Céu, vos pregam o Evangelho, o qual os próprios Anjos desejam
contemplar.
Evangelho
(Lc 9, 28b-36): Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e
subiu ao monte, para orar. Enquanto orava, alterou-se o aspecto do seu rosto e
as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente. Dois homens falavam com Ele:
eram Moisés e Elias, que, tendo aparecido em glória, falavam da morte de Jesus,
que ia consumar-se em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam a cair de
sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam
com Ele. Quando estes se iam afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, como é
bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra
para Elias”. Não sabia o que estava a dizer. Enquanto assim falava, veio uma
nuvem que os cobriu com a sua sombra; e eles ficaram cheios de medo, ao
entrarem na nuvem. Da nuvem saiu uma voz, que dizia: “Este é o meu Filho, o meu
Eleito: escutai-o”. Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho. Os
discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que
tinham visto.
* Este é o meu Filho
eleito. Escutai-o! E esta foi a proclamação da filiação divina de Jesus, diante
dos discípulos, os testemunhas da verdade revelada no meio da nuvem, pela voz
que ouviram, naquele momento solene da transfiguração de Jesus.
* Hoje vivemos num mundo
desfigurado pela corrupção, pelo ódio, pela ganância, pela falsidade, pela
mentira espalhada nos meios de comunicações, e por todas as injustiças que
temos de ver e conviver.
* Outros têm os seus
rostos desfigurados pelo ódio, pelos sentimentos de vingança, pela
maldade, pela revolta, pela crueldade, pelo desamor, etc. Muitos desses
e dessas buscam disfarçar a sua desfiguração facial com sorrisos falsos, com belas maquiagens, e com posturas e gestos
elegantes e charmosos. Mas isso de nada
adianta pois eles não conseguem enganar a todos por todo o tempo. Um dia a casa
cai. E assim, saberemos quem verdadeiramente eles e elas são.
* Existem também muitos
outros rostos desfigurados e enrugados
pelo desânimo, pelos radicais livres, pela má alimentação, desprovida de
silício, magnésio, pelo complexo B, e outros nutrientes ou vitaminas
indispensáveis a saúde do corpo, pois muitas vezes o que conseguem comer é somente um pouco de feijão com arroz, ou
simplesmente um pedaço de pão, o que não é o melhor dos alimentos.
* Rezemos por esses nossos
irmãos que não têm o necessário para a sua sobrevivência. Roguemos ao Pai para
não permita que aconteça em nós, a mesma
desfiguração em que vivem muitos neste vale de lágrimas!
* O papel do cristão é
promover a transfiguração desta realidade deplorável em que estamos vivendo nos
dias de hoje. Primeiro temos de nos transfigurar, para em seguida poder mudar a
triste realidade na qual estamos inseridos. E podemos, sim, fazer isso, pois
aquele que se transfigurou diante dos discípulos, está no meio de nós, está
conosco, conforme Ele mesmo o prometeu.
Não devemos desanimar, pois para Deus tudo é possível! O desânimo significa
fraqueza na fé. A coragem é uma prova da nossa consistente e persistente
confiança nas palavras daquele que nos escolheu para dar continuidade a sua
missão. Rezemos diariamente para que sejamos cada vez mais firmes nos propósito
de fazer a vontade do Pai, para que sejamos firmes na fé, aconteça o que
acontecer diante de nós.
* Felizmente podemos ver
os rostinhos transfigurados de nascença das nossas crianças, aquelas que ainda
não experimentaram nenhum tipo de maldade! Que lindo que é um sorriso de uma
criança, com seu rostinho inocente, transfigurado, o que nos revela o amor de
Deus, aquele que já nos coloca neste mundo transfigurados. Porém, a vida que
levamos pode nos tornar desfigurados!
* Podemos também
observar um outro tipo de
transfiguração, que é aquela que vemos no rosto de uma mãe, ou seja, de uma
mulher grávida, uma mulher feliz pela sua gravidez, a qual foi fruto do amor
abençoado um dia no altar. Esta transfiguração
é também muito bonita, e nos revela o amor de Deus presente no fruto que
aquela criatura carrega em seu corpo.
* Todos também podemos e
devemos nos transfigurar, por meio dos
sacramentos principalmente pela absolvição, pela Eucaristia, assim como
pela caridade, pela oração, e por viver uma vida na presença de Deus!
R. O Senhor está sempre na minha presença.
Aleluia, Este é o meu Filho, o
meu Eleito: escutai-O. Aleluia.
“O seu rosto mudou de
aparência”
José Salviano.
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