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terça-feira, 24 de setembro de 2024

Quinta-feira da 25ª semana do Tempo Comum

Santos Cosme e Damião, mártires
 
1ª Leitura (Co 1,2-11):
Vaidade das vaidades – diz Coelet – vaidade das vaidades, tudo é vaidade. Que aproveita ao homem todo o esforço com que trabalha debaixo do sol? Passa uma geração, vem outra geração e a terra permanece sempre. Nasce o sol e põe-se o sol; depressa volta ao ponto de partida, donde volta a nascer. O vento sopra do sul, depois sopra do norte; num vaivém constante, retoma os seus caminhos. Todos os rios vão ter ao mar e o mar nunca se enche; e embora cheguem ao seu termo, jamais deixam de correr. Todas as coisas se afadigam, mais de quanto se pode explicar; o olhar não se farta de ver, nem o ouvido se cansa de ouvir. O que foi será outra vez e o que se deu voltará a acontecer: nada de novo debaixo do sol. Se de alguma coisa se disser: «Vede que isto é novidade», o certo é que já foi assim nos tempos que nos precederam. Mas nenhuma memória ficou dos tempos antigos, nem haverá lembrança dos acontecimentos futuros entre aqueles que vierem depois.
 
Salmo Responsorial: 89
R. Senhor, tendes sido o nosso refúgio através das gerações.
 
Vós reduzis o homem ao pó da terra e dizeis: «Voltai, filhos de Adão». Mil anos a vossos olhos são como o dia de ontem que passou e como uma vigília da noite.
 
Vós os arrebatais como um sonho, como a erva que de manhã reverdece; de manhã floresce e viceja, de tarde ela murcha e seca.
 
Ensinai-nos a contar os nossos dias, para chegarmos à sabedoria do coração. Voltai, Senhor! Até quando... Tende piedade dos vossos servos.
 
Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade, para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias. Desça sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus. Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos.
 
Aleluia. Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor; ninguém vai ao Pai senão por Mim. Aleluia.
 
Evangelho (Lc 9,7-9): Naquele tempo, o rei Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou confuso, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. Então Herodes disse: «Eu mandei cortar a cabeça de João... Quem será esse homem, sobre quem ouço falar estas coisas?». E procurava ver Jesus.
 
«Procurava ver Jesus»
 
Rev. P. Jorge R. BURGOS Rivera SBD (Cataño, Porto Rico)
 
Hoje o texto do Evangelho nos diz que Herodes queria ver Jesus (cf. Lc 9,9). Esse desejo de ver Jesus vem da curiosidade. Falava-se muito de Jesus pelos milagres que ele ia realizando por onde passava. Muitas pessoas falavam dele. A atuação de Jesus trouxe à memória do povo diversas figuras de profetas: Elias, João Batista, etc. Mas, por ser simples curiosidade, esse desejo não transcende. Tal é o fato que quando Herodes vê não lhe causa maior impressão (cf. Lc 23,8-11). Seu desejo se desvanece ao vê-lo cara a cara, porque Jesus se nega a responder suas perguntas. Esse silêncio de Jesus delata Herodes como corrupto e depravado.
 
Nós, ao igual que Herodes, com certeza sentimos, alguma vez, o desejo de ver Jesus. Mas já não contamos com ele Jesus em carne e osso como nos tempos de Herodes, no entanto contamos com outras presenças de Jesus. Quero ressaltar duas delas.
 
Em primeiro lugar, a tradição da Igreja fez das quintas-feiras um dia por excelência para ver Jesus na Eucaristia. São muitos os lugares onde hoje está exposto Jesus - Eucaristia. «A adoração eucarística é uma forma essencial de estar com o Senhor. Na sagrada custódia está presente o verdadeiro tesouro, sempre esperando por nós: não está ali por Ele, e sim por nós» (Bento XVI). -Aproxime-se para que lhe deslumbre com sua presença.
 
Para o segundo caso podemos fazer referência a uma canção popular, que diz: «Conosco está e não o conhecemos». Jesus está presente em tantos e tantos de nossos irmãos que têm sido marginados, que sofrem e não têm ninguém que os queira ver. Na sua encíclica Deus é Amor, diz o Papa Bento XVI: «O amor ao próximo enraizado no amor a Deus é ante tudo uma tarefa para cada fiel, mas é também para toda a comunidade eclesial». Assim, então, Jesus está lhe esperando, com os braços abertos lhe recebe em ambas as situações. Aproxime-se!
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«O Deus que procuramos não é um Deus que esteja longe de nós. Lhe temos entre nós. Mora em nós como a alma no corpo se somos para Ele, pelo menos, membros saudáveis a quem o pecado não tem matado » (São Columbano, abade)
 
«Herodes não foi capaz de superar as camadas que bloqueavam seu coração. A ambição de poder, o egoísmo e as convicções fracas afogaram essa possibilidade de descobrir a um Jesus que sofria para lhe salvar » (Francisco)
 
«Toda a sociedade refere os seus juízos e a sua conduta a uma visão do homem e do seu destino. Fora das luzes do Evangelho sobre Deus e sobre o homem, as sociedades facilmente resvalam para o totalitarismo» (Catecismo da Igreja Católica, n° 2257)
 
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
 
* O evangelho de hoje traz a reação de Herodes diante da pregação de Jesus.
Herodes não sabe situar Jesus. Ele já tinha matado João Batista e agora quer ver Jesus de perto. Ameaças aparecem no Horizonte.
 
*  Lucas 9,7-8: Quem é Jesus? O texto começa com um balanço das opiniões do povo e de Herodes sobre Jesus. Alguns associavam Jesus com João Batista e Elias. Outro o identificavam como um Profeta, isto é, como alguém que fala em nome de Deus, que tem a coragem de denunciar as injustiças dos poderosos e que sabe animar a esperança dos pequenos. É o profeta anunciado no Antigo Testamento como um novo Moisés (Dt 18,15). São as mesmas opiniões que o próprio Jesus vai colher dos discípulos quando perguntou: "Quem dizem as multidões que eu sou?" (Lc 9,18). As pessoas procuravam compreender Jesus a partir das coisas que elas mesmas conheciam, acreditavam e esperavam. Tentavam enquadrá-lo dentro dos critérios familiares do Antigo Testamento com suas profecias e esperanças, e da Tradição dos Antigos com suas leis. Mas eram critérios insuficientes. Jesus não cabia lá dentro. Ele era maior!
 
* Lucas 9,9: Herodes quer ver Jesus. “Então Herodes disse: "Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?" E queria ver Jesus”. Herodes, homem supersticioso e sem escrúpulo, reconhece ser ele o assassino de João Batista. Agora ele quer ver Jesus. Lucas sugere assim que ameaças começam a aparecer no horizonte da pregação de Jesus. Herodes não teve medo de matar João. Também não terá medo de matar Jesus. Por outro lado, Jesus, também não tem medo de Herodes. Quando lhe disseram que Herodes procurava vê-lo, mandou dizer: “Vão dizer a essa raposa: eu expulso demônios, e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho” (Lc 13,32). Herodes não tem poder sobre Jesus. Quando na hora da paixão, Pilatos manda Jesus para ser investigado por Herodes, Jesus lhe dá nenhuma resposta (Lc 23,9). Herodes não merecia resposta.
 
* De pai para filho. Às vezes se confundem os três Herodes que viveram naquela época, pois os três aparecem no Novo Testamento com o mesmo nome: 1) Herodes, chamado o Grande, governou sobre toda a Palestina de 37 a 4 antes de Cristo. Ele aparece no nascimento de Jesus (Mt 2,1). Matou as crianças de Belém (Mt 2,16). 2) Herodes, chamado Antipas, governou sobre a Galileia de 4 antes a 39 depois de Cristo. Ele aparece na morte de Jesus (Lc 23,7). Matou João Batista (Mc 6,14-29). 3) Herodes, chamado Agripa, governou sobre toda a Palestina de 41 a 44 depois de Cristo. Aparece nos Atos dos Apóstolos (At 12,1.20). Matou o apóstolo Tiago (At 12,2).
 
* Quando Jesus tinha mais ou menos quatro anos, morreu o rei Herodes. Aquele que matou as crianças de Belém (Mt 2,16). O território dele foi dividido entre os filhos. Arquelau, um dos seus filhos, recebeu o governo sobre a Judéia. Ele era menos inteligente que o pai, mas mais violento. Só na tomada de posse dele, foram massacradas em torno de 3000 pessoas na praça do Templo! O evangelho de Mateus informa que Maria e José, quando souberam que este Arquelau tinha assumido o governo da Judéia, tiveram medo de voltar para lá e foram morar em Nazaré, na Galileia (Mt 2,22), governada por um outro filho de Herodes, chamado Herodes Antipas (Lc 3,1). Este Antipas ficou mais de 40 anos. Durante todos os trinta e três anos que Jesus viveu nunca houve mudança de governo na Galileia.
 
* Herodes o Grande, o pai de Herodes Antipas, tinha construído a cidade de Cesaréia Marítima, inaugurada no ano 15 antes de Cristo. Era o novo porto de escoamento dos produtos da região. Devia competir com o grande porto de Tiro no Norte e, assim, ajudar a desenvolver o comércio na Samaria e na Galileia. Por isso, já desde os tempos de Herodes o Grande, a produção agrícola na Galileia começava a orientar-se não mais a partir das necessidades das famílias como era antes, mas sim a partir das exigências do mercado. Este processo de mudança na economia continuou durante todo o governo de Herodes Antipas, mais de quarenta anos, e encontrou nele um organizador eficiente. Todos estes governantes eram subservientes. Quem mandava mesmo na Palestina, desde 63 antes de Cristo, era Roma, o Império.
 
Para um confronto pessoal
1) É perguntar sempre: quem é Jesus para mim? 
2) Herodes quer ver Jesus. Era curiosidade mórbida e supersticiosa. Outros querem ver Jesus porque querem encontrar um sentido para a vida. E eu qual a motivação que me empurra para ver e encontrar Jesus?

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