Bto.
Isidoro Bakanja, mártir e Patrono do Laicato Carmelita
Bta
Victória Diez y Bustos de Molina, virgem e mártir do Instituto Teresiano
1ª
Leitura (Ez 1,2-5.24—2,1): No dia cinco do mês, no quinto ano do exílio
do rei Jeconias, foi dirigida a palavra do Senhor ao sacerdote Ezequiel, filho
de Buzi, no país dos caldeus, nas margens do rio Quebar. Ali pairou sobre ele a
mão do Senhor. Eu vi aproximar-se um vento impetuoso que vinha do norte e uma
grande nuvem com um clarão à volta e um fogo cintilante; do meio do fogo irradiava
uma espécie de metal refulgente. No centro distinguia-se a imagem de quatro
seres vivos que tinham aspecto humano. Quando caminhavam, eu ouvia o ruído das
suas asas, semelhante ao marulhar das torrentes caudalosas, semelhante à voz do
Omnipotente, como o fragor da tempestade, como o tumulto dum campo de batalha.
Mas quando paravam, recolhiam as asas. Ouvia-se uma voz por cima da abóbada que
havia sobre as suas cabeças. Sobre a abóbada que havia por cima das suas
cabeças, estava uma espécie de pedra de safira em forma de trono e, sobre essa
forma de trono, uma figura semelhante a um ser humano. Vi que irradiava como
metal brilhante, tendo à volta uma espécie de auréola de fogo, desde o que
parecia a cintura para cima. E desde o que parecia a cintura para baixo, vi uma
espécie de fogo, irradiando um clarão a toda a volta. Como o arco-íris, que
aparece nas nuvens em dias de chuva, assim era o esplendor que o cercava. Era a
imagem da glória do Senhor. Quando a vi, caí de rosto por terra.
Salmo
Responsorial: 148
R. O céu e a terra proclamam a
vossa glória.
Louvai o Senhor do alto dos céus,
louvai-O nas alturas, louvai-O, todos os seus Anjos.
Reis e povos do mundo, príncipes
e todos os juízes da terra, jovens e donzelas, velhos e crianças;
Louvem todos o nome do Senhor,
porque o seu nome é sublime, a sua majestade está acima do céu e da terra.
Exaltou a força do seu povo: louvem-no
todos os seus fiéis, os filhos de Israel, seu povo eleito.
Aleluia. Deus chamou-nos por
meio do Evangelho, para tomar parte na glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Aleluia.
Evangelho
(Mt 17,22-27): Quando estava reunido com os discípulos na Galileia,
Jesus lhes disse: «O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens, e eles
o matarão, mas no terceiro dia ressuscitará». E os discípulos ficaram
extremamente tristes. Quando chegaram a Cafarnaum, os que cobravam o imposto do
templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: «O vosso mestre não paga o
imposto do templo?». Pedro respondeu: «Paga, sim!». Ao entrar em casa, Jesus
adiantou-se e perguntou: «Simão, que te parece: os reis da terra cobram
impostos ou tributos de quem, do próprio povo ou dos estranhos?». Ele
respondeu: «Dos estranhos!» — «Logo os filhos estão isentos», retrucou Jesus,
«mas, para não escandalizar essa gente, vai até o lago, lança o anzol e abre a
boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda valendo duas
vezes o imposto; pega-a e entrega a eles por mim e por ti».
«Quando estava reunido com os
discípulos na Galileia»
P. Joaquim PETIT Llimona, L.C. (Barcelona,
Espanha)
Hoje, a liturgia oferece-nos
diferentes possibilidades para nossa consideração. Entre elas, podemos
deter-nos em algo que está presente no texto todo: o trato familiar de Jesus
com os discípulos.
Diz São Mateus que Jesus «estava
reunido com os discípulos na Galileia» (Mt 17,22). Pareceria evidente, mas o
fato de mencionar que estavam juntos demonstra a proximidade de Cristo. Depois,
abre-lhes seu Coração para confiar-lhes o caminho de sua Paixão, Morte e
Ressurreição, ou seja, algo que Ele tem no seu interior e, não quer que aqueles
que ama tanto, ignorem-no. Posteriormente, o texto comenta o episódio do
pagamento dos impostos, e o evangelista também nos amostra o trato de Jesus
que, coloca-se ao mesmo nível do que Pedro, contrapondo aos filhos (Jesus e
Pedro) isentos de pagar os impostos e dos estranhos obrigados a pagá-los.
Cristo, afinal, mostra-lhe como conseguir o dinheiro necessário para pagar não
só por Ele, mas pelos dois e, evitar ser motivo de escândalo.
Em todos estes fatos descobrimos
uma visão fundamental da vida cristã: é o afã de Jesus por estar conosco. Diz o
Senhor no livro dos Provérbios: «alegrando-me em estar com os filhos dos
homens» (Prov 8,31). Como muda, a nossa realidade, o nosso enfoque da vida
espiritual na qual às vezes pomos apenas a atenção nas coisas que fazemos como
se fosse o mais importante! A vida interior deve centrar-se em Cristo, em seu
amor por nós, em sua entrega até a morte por mim, na sua persistente busca do
nosso coração. Muito bem o expressava João Paulo II em um dos seus encontros
com os jovens: o Papa exclamou com voz forte: «Olhe Ele!».
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«A Paixão é a nossa ressureição»
(Santo Inácio de Antioquia)
«Surge um novo culto num templo
não construído por homens: o seu Corpo —sacrificado e ressuscitado— que
congrega a todos os povos e os une no sacramento da Eucaristia» (Bento XVI)
«Jesus venerou o templo, subindo
a ele nas festas judaicas de peregrinação e amou com amor zeloso esta morada de
Deus entre os homens. O templo prefigura o seu mistério. Quando anuncia a sua
destruição, fá-lo como revelação da sua própria morte e da entrada numa nova
idade da história da salvação, em que o seu Corpo será o Templo definitivo»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 593)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* Os cinco versículos do evangelho de hoje
falam de dois assuntos bem diferentes um do outro: 1) Trazem o segundo anúncio da paixão, morte e
ressurreição de Jesus (Mt 17,22-23): 2) Informam
sobre a conversa de Jesus com Pedro sobre o pagamento das taxas e impostos ao
templo (Mt 17,24-27).
* Mateus 17,22-23: O anúncio da morte e
ressurreição de Jesus. O primeiro anúncio (Mt 16,21) havia provocado uma
forte reação da parte de Pedro que não quis saber de sofrimento nem de cruz.
Jesus tinha respondido com a mesma força: “Afasta-te de mim, satanás!” (Mt
16,23) Aqui, no segundo anúncio, a reação dos discípulos é mais branda, menos
agressiva. O anúncio provoca tristeza. Parece que eles começam a compreender
que a cruz faz parte do caminho. A proximidade da morte e do sofrimento pesa
neles, gerando desânimo. Por mais que Jesus procurasse ajudá-los, a resistência
de séculos contra a ideia de um messias crucificado era maior.
* Mateus 17,24-25a: A pergunta dos fiscais do
imposto a Pedro. Quando chegaram em Cafarnaum, os fiscais do imposto do
Templo perguntaram a Pedro: "O mestre de vocês não paga o imposto do
Templo?" Pedro responde: “Paga
sim!” Desde os tempos de Neemias, (Séc. V aC), os judeus que tinham voltado do
cativeiro da Babilônia, comprometeram-se solenemente em assembleia a pagar
vários impostos e taxas para poder manter funcionando o culto no Templo e para
cuidar da manutenção tanto do serviço sacerdotal como do prédio do Templo (Ne
10,33-40). Pelo que transparece na resposta de Pedro, Jesus pagava este imposto
como, aliás, todos os judeus faziam.
* Mateus 17,25b-26: A pergunta de Jesus a Pedro
sobre o imposto. É curiosa a conversa entre Jesus e Pedro. Quando eles
chegam em casa, Jesus pergunta: "O que é que você acha, Simão? De quem os
reis da terra recebem taxas ou impostos: dos filhos ou dos estrangeiros?"
Pedro respondeu: "Dos estrangeiros!" Então Jesus disse: "Isso
quer dizer que os filhos não precisam pagar!” Provavelmente, aqui se reflete
uma discussão entre os judeus cristãos anterior à destruição do Templo no ano
70. Eles se perguntavam se deviam ou não continuar a pagar o imposto do Templo,
como faziam antes. Pela resposta de Jesus, eles descobrem que não há obrigação
de pagar esse imposto: “Os filhos não precisam pagar”. Os filhos são os
cristãos. Mas mesmo não havendo obrigação, a recomendação de Jesus é pagar para
não provocar escândalo.
* Mateus 17,27: A conclusão da conversa sobre o
pagamento do imposto. Mais curiosa do que a conversa é a solução que Jesus
dá à questão. Ele diz a Pedro: “Para não provocar escândalo, vá ao mar, e jogue
o anzol. Na boca do primeiro peixe que você pegar, vai encontrar uma moeda de
prata para pagar o imposto. Pegue-a, e pague por mim e por você". Milagre
curioso! Tão curioso como aquele dos 2000 porcos que se precipitaram no mar (Mc
5,13). Qualquer que seja a interpretação deste fato miraculoso, esta maneira de
solucionar o problema sugere que se trata de um assunto que não tem muita
importância para Jesus.
Para um confronto pessoal
1) O sofrimento e a cruz
abateram e entristeceram os discípulos. Isto já aconteceu na sua vida?
2) Como você entende o
episódio da moeda encontrada na boca do peixe?
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