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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Quarta-feira da 21ª semana do Tempo Comum

Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja
 
1ª Leitura (2Tes 3,6-10.16-18):
Nós vos ordenamos, irmãos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que vos afasteis de todos os irmãos que vivem na ociosidade e não conforme os ensinamentos que de nós recebestes. Sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos no meio de vós na ociosidade, nem comemos de graça o pão de ninguém. Trabalhámos dia e noite, com esforço e fadiga, para não sermos pesados a nenhum de vós. Não é que não tivéssemos esse direito, mas quisemos ser para vós um exemplo a imitar. Quando estávamos convosco, já vos dávamos esta ordem: quem não quer trabalhar, também não deve comer. O Senhor da paz vos conceda a paz em todo o tempo e por todas as formas. O Senhor esteja com todos vós. A saudação é do meu punho e letra: Paulo. Assino deste modo em todas as minhas cartas. A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós.
 
Salmo Responsorial: 127
R. Felizes os que esperam no Senhor.
 
Feliz de ti, que temes o Senhor e andas nos seus caminhos. Comerás do trabalho das tuas mãos, serás feliz e tudo te correrá bem.
 
Assim será abençoado o homem que teme o Senhor. De Sião te abençoe o Senhor; e vejas a prosperidade de Jerusalém todos os dias da tua vida.
 
Aleluia. Quem observa a palavra de Cristo, nesse o amor de Deus é perfeito. Aleluia.
 
Evangelho (Mt 23,27-32): Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de cadáveres e de toda podridão! Assim também vós: por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Construís sepulcros para os profetas e enfeitais os túmulos dos justos, e dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas’. Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas. Vós, pois, completai a medida de vossos pais!
 
«Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!»
 
Rev. D. Lluís ROQUÉ i Roqué (Manresa, Barcelona, Espanha)
 
Hoje, assim como nos dias anteriores e nos que seguiram, contemplamos Jesus fora de si, condenando atitudes incompatíveis com um viver digno, não somente cristão, mas também humano: «Por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça» (Mt 23,28). Vem confirmar que a sinceridade, a honestidade, a lealdade, a nobreza..., são virtudes amadas por Deus, e também, muito valorizadas pelo homem.
 
Para evitar, portanto, a hipocrisia, devo ser muito sincera. Em primeiro lugar com Deus, porque me quer limpo de coração, e que eu deteste toda mentira por ser Ele totalmente puro, a Verdade absoluta. Em segundo lugar, comigo mesmo, para não ser eu o primeiro a ser enganado, expondo-me a cometer um pecado contra o Espírito Santo por não reconhecer meus próprios pecados nem os deixar de manifestar claramente no sacramento da Penitência, ou por não confiar suficientemente em Deus, que nunca condena quem faz como o filho pródigo, nem perde ninguém por ser um pecador, mas por não se reconhecer como tal. Em terceiro lugar, com os outros, já que também —como a Jesus — a todos coloca fora de si, a mentira, o engano, a falta de sinceridade, de honradez, de lealdade, de nobreza..., e, por isso mesmo, havemos de nos aplicar o princípio: «O que não quer para você, não o deseje para ninguém».
 
Essas três atitudes —que são do senso comum — as temos que tornar nossas para evitar cair na hipocrisia, e devemos tomar consciência da necessidade da graça santificante, por causa do pecado original provocada pelo “pai da mentira”: o diabo. Por isso levaremos em conta o conselho de São Josemaria: «Na hora da prova, ide prevenido contra o demônio mudo»; teremos também presente a Orígenes, que diz: «Uma falsa santidade jaz morta, porque não trabalha movida por Deus», e nós nos regeremos sempre, pelo princípio elementar e simples proposto por Jesus: «Seja o vosso ‘sim, sim ’; e o vosso ‘não, não’» (Mt 5,37).
 
Maria não se esvai em palavras, mas o seu sim ao bem, à graça, foi único e verdadeiro; seu não ao mal, ao pecado, foi rotundo e sincero.: Quem desesperará de si mesmo quando este alcança a graça?» (Santo Ambrósio).
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Os homens não poderiam viver juntos se não tivessem confiança recíproca, é dizer, se não se manifestassem a verdade» (São Tomás de Aquino)
 
« Uma podridão envernizada: esta é a vida do corrupto. Peçamos hoje a graça ao Espírito Santo que nos afaste de todo engano, peçamos a graça de nós reconhecer pecadores: somos pecadores. Pecadores sim. Corruptos, não» (Francisco)
 
«Os discípulos de Cristo “revestiram-se do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade verdadeiras” (Ef 4, 24). “Libertos da mentira” (Ef 4, 25), devem rejeitar “toda a malicia, falsidade, hipocrisia, invejas e toda a espécie de maledicência” (1 Pe 2, 1)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 2475)
 
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
 
*
Estes dois últimos Ais, que Jesus pronunciou contra os doutores da lei e os fariseus do seu tempo, retomam e reforçam o mesmo tema dos dois Ais do evangelho de ontem. Jesus critica a falta de coerência entre a palavra e a prática, entre o interior e o exterior.
 
* Mateus 23,27-28: O sétimo Ai contra os que se parecem sepulcros caiados. “Vocês: por fora, parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e injustiça”. A imagem de “sepulcros caiados” fala por si e não precisa de comentário. Jesus condena os que mantêm uma aparência fictícia de pessoa correta, mas cujo interior é a negação total daquilo que querem fazer aparecer para fora.
 
* Mateus 23,29-32: O oitavo Ai contra os que enfeitam os sepulcros dos profetas, mas não os imitam. Os doutores e fariseus diziam: “Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices na morte dos profetas”. E Jesus conclui: pessoas que falam assim “confessam que são filhos daqueles que mataram os profetas”, pois eles dizem “nossos pais”. E Jesus termina dizendo: “Pois bem: acabem de encher a medida dos pais de vocês!” De fato, naquela altura dos acontecimentos, eles já tinham decidido matar Jesus. Assim acabavam de encher a medida dos pais.
 
Para um confronto pessoal
1) São mais dois Ais, mais dois motivos para receber uma crítica severa da parte de Jesus. Qual das dois cabe em mim?
2) Qual a imagem de mim mesmo que eu procuro apresentar aos outros? Ela corresponde ao que sou de fato diante de Deus?

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