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terça-feira, 7 de maio de 2024

MÊS DE MARIA – Quinta-feira da Ascensão do Senhor

A Ascensão é a última aparição de Cristo Ressuscitado aos seus discípulos e o início da nossa missão. Cumprida sua missão salvífica, Jesus é exaltado como Rei do Universo. Elevado às alturas dos céus, Cristo Senhor proclama sua vitória sobre a morte e o pecado. Sentado à direita do Pai, nosso Salvador continua a interceder por cada um de nós. Ele subiu aos céus, não para se distanciar de nós, mas para abrir os caminhos que nos levam à imortalidade e à plena felicidade. Jesus não nos deixou órfãos, mas enviou, da parte do Pai, o Espírito da verdade para conduzir a sua Igreja. Sentimos sua presença e somos herdeiros da promessa do Emanuel, Deus conosco (Mt 1,23): “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo” (Mt 28,20b).

São Jorge Preca, presbítero e Terceiro Carmelita
 
ORAÇÂO
Senhor, todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo ser e para quem todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu, dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.
 
LECTIO DIVINA
 
1ª Leitura (At 18,1-8): Naqueles dias, Paulo saiu de Atenas e foi para Corinto. Encontrou lá um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado de Itália, com Priscila, sua mulher, porque o imperador Cláudio tinha decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo juntou-se a eles e, como era da mesma profissão, fabricante de tendas, ficou em sua casa para trabalharem juntos. Todos os sábados, Paulo falava na sinagoga, procurando convencer tanto judeus como gregos. Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedónia, Paulo consagrou-se totalmente à pregação, afirmando aos judeus que Jesus era o Messias. Mas perante a oposição e blasfémias deles, sacudiu as vestes e declarou-lhes: «O vosso sangue recaia sobre as vossas cabeças. Eu não sou responsável por isso. A partir de agora, vou dirigir-me aos gentios». Saiu dali e foi para casa de Tício Justo, homem que adorava a Deus e morava junto da sinagoga. Entretanto, Crispo, chefe da sinagoga, acreditou no Senhor, ele e a sua família, e muitos coríntios que ouviam a palavra de Paulo abraçavam também a fé e recebiam o Batismo.
 
Salmo Responsorial: 97
R. O Senhor manifestou a salvação a todos os povos.
 
Cantai ao Senhor um cântico novo pelas maravilhas que Ele operou. A sua mão e o seu santo braço Lhe deram a vitória.
 
O Senhor deu a conhecer a salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça. Recordou-Se da sua bondade e fidelidade em favor da casa de Israel.
 
Os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor, terra inteira, exultai de alegria e cantai.
 
Aleluia. Não vos deixarei órfãos, diz o Senhor; voltarei para junto de vós e exultareis de alegria. Aleluia.
 
Evangelho (Jo 16,16-20): «Um pouco de tempo, e não mais me vereis; e mais um pouco, e me vereis de novo». Alguns dos seus discípulos comentavam: «Que significa isto que ele está dizendo: ‘Um pouco de tempo e não mais me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo’ e ‘Eu vou para junto do Pai’?». Diziam ainda: «O que é esse ‘pouco’? Não entendemos o que ele quer dizer». Jesus entendeu que eles queriam fazer perguntas; então falou: «Estais discutindo porque eu disse: ‘Um pouco de tempo, e não me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo’? Em verdade, em verdade, vos digo: chorareis e lamentareis, mas o mundo se alegrará. Ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria».
 
«Vossa tristeza se transformará em alegria»
 
Rev. D. Joan Pere PULIDO i Gutiérrez (Sant Feliu de Llobregat, Espanha)
 
Hoje contemplamos mais uma vez a palavra de Deus com a ajuda do evangelista João. Nestes últimos dias da Páscoa sentimos uma inquietação especial por viver esta palavra e entendê-la. A mesma inquietação dos primeiros discípulos que se expressa profundamente nas palavras de Jesus —«Um pouco de tempo, e não mais me vereis; e mais um pouco, e me vereis de novo» (Jo 16,16)— concentra a tensão de nossas inquietações de fé, da busca de Deus em nosso dia a dia.
 
Os cristãos do século XXI sentimos essa mesma urgência que os cristãos do primeiro século. Queremos ver Jesus, precisamos experimentar a sua presença em meio de nós para reforçar a nossa fé, esperança e caridade. Por isso, sentimos tristeza ao pensar que Ele não esteja entre nós, que não podamos sentir e tocar sua presença, sentir e escutar sua palavra. Mas essa tristeza se transforma em alegria profunda quando experimentamos sua presença segura entre nós.
 
Essa presença, era recordada pelo Papa João Paulo II na sua última Carta encíclica Ecclesia de Eucharistia, concretiza-se —especificamente— na Eucaristia: «A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja». Ela experimenta com alegria, como se realiza constantemente, de muitas maneiras, a promessa do Senhor: `Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo’ (Mt 28,20). (...) A Eucaristia é mistério de fé, e ao mesmo tempo, “mistério de luz”. Quando a Igreja a celebra, os fiéis podem reviver, de algum jeito a experiência dos discípulos de Emaús: «Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram (Lc 24,31)».
 
Peçamos a Deus uma fé profunda, uma inquietação constante que se sacie na Eucaristia, ouvindo e compreendendo a Palavra de Deus; comendo e saciando a nossa fome no Corpo de Cristo. Que o Espírito Santo enche de sua luz a nossa busca de Deus.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Primeiro, ele ofereceu o seu sacrifício aqui na terra, quando sofreu a morte mais amarga. Depois, quando revestido com a nova vestimenta da imortalidade, entrou com seu próprio sangue no santuário, isto é, no céu, apresentou diante do trono do Pai celestial aquele sangue de imenso valor, que ele derramou uma vez para sempre em favor de todos os homens pecadores» (São João Fisher)
 
«Também nós não encontraremos a vida se permanecermos tristes e sem esperança e fechados em nós mesmos. Em vez disso, abramos os nossos túmulos selados ao Senhor para que Jesus possa entrar e enchê-los de vida. Ele quer vir e tomar-nos pela mão para nos tirar da angústia» (Francisco)
 
«Cristo afirmou, antes da sua Ascensão, que ainda não era a hora do estabelecimento glorioso do Reino messiânico esperado por Israel (cf. Atos 1,6-7), que, segundo os profetas, devia de trazer a todos os homens a ordem definitiva da justiça, do amor e da paz. O tempo presente é, segundo o Senhor, o tempo do Espírito e do testemunho» (Catecismo da Igreja Católica, nº 672)
 
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
 
• João 16,16: ausência e presença.
Jesus diz "um pouco" (mikrón), ou seja, um tempo muito curto, como um "momento". Ao longo dos muitos matizes, se quer enfatizar a brevidade de tempo. Se o tempo que Jesus passou junto aos seus como Verbo Encarnado foi muito curto, igualmente será breve o tempo entre sua partida e seu regresso. Não haverá mudança na situação interna dos seus discípulos, porque não muda a relação deles com Jesus: há uma proximidade permanente. Assim, a visão de Jesus não sofrerá interrupção, mas terá como característica a comunhão de vida com Ele (Jo 14,19). É interessante o uso repetido do verbo "ver" no versículo 16: "Um pouco de tempo, e não mais me vereis; e mais um pouco, e me vereis de novo". A expressão "Um pouco de tempo, e não mais me vereis", recorda a maneira pela qual os discípulos veem no Jesus histórico o Filho de Deus; a outra expressão "mais um pouco, e me vereis de novo" se refere à experiência do Cristo ressuscitado. Parece que Jesus quer dizer aos seus discípulos que por brevíssimo tempo permanecerão ainda em condição de vê-lo, reconhecê-lo em sua carne visível, mas depois o contemplarão com uma visão diferente, porque ele se lhes mostrará transformado, transfigurado.
 
• João 16,17-19: A incompreensão dos discípulos. Enquanto isso, alguns discípulos não conseguem entender o que significa esta ausência de Jesus, ou seja, sua ida ao Pai. Experimentam desconforto diante das palavras de Jesus, e o expressam com quatro interrogações, unidas na mesma expressão: "O que é que isso nos diz?". O leitor já ouviu isso outras vezes nas perguntas de Pedro, de Filipe, de Tomé, de Judas – não o Iscariotes, e agora as dos discípulos que pedem explicações. Os discípulos não compreendem realmente o que Ele está falando. Eles não entendem como Jesus, se ele vai ao Pai, pode ser visto de novo por eles (vv.16-19). Mas a questão parece centrar-se sobre aquele "pouco", que para o leitor parece ser um tempo muito longo que não termina nunca, especialmente quando se está na angústia e tristeza. De fato, não passa o tempo da tristeza. Espera-se uma resposta por parte de Jesus, mas o evangelista retoma outra vez a pergunta: Estais discutindo porque eu disse: ‘Um pouco de tempo, e não me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo’? "(v.19)
 
• João 16,20: A resposta de Jesus. Na verdade, Jesus não responde à pergunta que lhe fazem: "O que é esse ‘pouco’?" Mas os convida à confiança. É verdade que os discípulos serão provados, vão sofrer muito, eles se sentirão sós diante de uma situação hostil, abandonados a um mundo que se alegra com a morte de Jesus, mas Jesus assegura que sua tristeza se tornará em alegria. À tristeza se contrapõe um tempo, no qual tudo será invertido. A expressão adversativa "mas a vossa tristeza se transformará em alegria", ressalta esta mudança de perspectiva. Para o leitor, é claro que a expressão "um pouco", "dentro de um curto espaço de tempo" corresponde ao momento ou época em que a situação será alterada, mas até então, tudo será tristeza e prova.
 
* Em resumo, os discípulos recebem de Jesus uma promessa de felicidade e alegria; em virtude daquele momento em que será invertida aquela situação difícil a que "os seus" e a comunidade eclesial estão submetidos, eles entrarão na realidade de um mundo iluminado pela ressurreição.
 
Para confronto pessoal
1. Tenho certeza de que vai passar o tempo de teste e Ele vai estar comigo?
2. "Ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria." Qual é o impacto dessas palavras de Jesus sobre os acontecimentos de sua vida? Como você vive as situações de tristeza e angústia?
 
ORAÇÃO
Ó Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.
 
LADAINHA DE NOSSA SENHORA

 
Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós
 
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
 
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
 
Santa Maria,  rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,...
Santa Virgem das virgens,...
Mãe de Jesus Cristo, ...
Mãe da Igreja, ...
Mãe da Misericórdia, ...
Mãe da Divina Graça, ...
Mãe da Esperança,...
Mãe puríssima, ...
Mãe castíssima, ...
Mãe imaculada,...
Mãe sempre virgem,...
Mãe amável,...
Mãe admirável,...
Mãe do bom conselho,...
Mãe do Criador,...
Mãe do Salvador,...
Virgem prudentíssima,...
Virgem digna de honra,...
Virgem digna de louvor,...
Virgem poderosa,...
Virgem clemente,...
Virgem fiel,...
Espelho de justiça,...
Sede da sabedoria,...
Causa da nossa alegria,...
Templo do Espírito Santo,...
Tabernáculo da eterna glória,...
Moradia consagrada a Deus,...
Rosa mística,...
Torre de Davi,...
Fortaleza inexpugnável,...
Santuário da divina presença,...
Arca da Aliança,...
Porta do Céu,...
Estrela da Manhã,...
Saúde dos enfermos,...
Refúgio dos pecadores,...
Conforto dos migrantes,...
Consoladora dos aflitos,...
Auxílio dos cristãos,...
Rainha dos anjos,...
Rainha dos patriarcas,...
Rainha dos profetas,...
Rainha dos apóstolos,...
Rainha dos mártires,...
Rainha dos confessores da fé,...
Rainha das virgens,...
Rainha de todos os santos,...
Rainha concebida sem pecado,...
Rainha assunta ao céu,...
Rainha do sacratíssimo Rosário,...
Rainha das famílias,...
Rainha da paz,...
 
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
 
V. Rogai por nós, santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
 
“LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.

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