A Ascensão
é a última aparição de Cristo Ressuscitado aos seus discípulos e o início da
nossa missão. Cumprida sua missão salvífica, Jesus é exaltado como Rei do
Universo. Elevado às alturas dos céus, Cristo Senhor proclama sua vitória sobre
a morte e o pecado. Sentado à direita do Pai, nosso Salvador continua a
interceder por cada um de nós. Ele subiu aos céus, não para se distanciar de
nós, mas para abrir os caminhos que nos levam à imortalidade e à plena
felicidade. Jesus não nos deixou órfãos, mas enviou, da parte do Pai, o
Espírito da verdade para conduzir a sua Igreja. Sentimos sua presença e somos
herdeiros da promessa do Emanuel, Deus conosco (Mt 1,23): “Eis que eu estarei
convosco todos os dias, até ao fim do mundo” (Mt 28,20b).
São Jorge Preca, presbítero e Terceiro Carmelita
ORAÇÂO
Senhor, todo poderoso e
infinitamente perfeito, de quem procede todo ser e para quem todas as criaturas
devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que
em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em
honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade,
recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para
mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os
benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu, dirigi meus passos,
guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio,
pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.
LECTIO
DIVINA
1ª
Leitura (At 18,1-8): Naqueles dias, Paulo saiu de Atenas e foi para
Corinto. Encontrou lá um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente
chegado de Itália, com Priscila, sua mulher, porque o imperador Cláudio tinha
decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo juntou-se a eles e, como
era da mesma profissão, fabricante de tendas, ficou em sua casa para
trabalharem juntos. Todos os sábados, Paulo falava na sinagoga, procurando
convencer tanto judeus como gregos. Quando Silas e Timóteo chegaram da
Macedónia, Paulo consagrou-se totalmente à pregação, afirmando aos judeus que
Jesus era o Messias. Mas perante a oposição e blasfémias deles, sacudiu as
vestes e declarou-lhes: «O vosso sangue recaia sobre as vossas cabeças. Eu não
sou responsável por isso. A partir de agora, vou dirigir-me aos gentios». Saiu
dali e foi para casa de Tício Justo, homem que adorava a Deus e morava junto da
sinagoga. Entretanto, Crispo, chefe da sinagoga, acreditou no Senhor, ele e a
sua família, e muitos coríntios que ouviam a palavra de Paulo abraçavam também
a fé e recebiam o Batismo.
Salmo
Responsorial: 97
R. O Senhor manifestou a
salvação a todos os povos.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou. A sua mão e o seu santo braço Lhe deram a
vitória.
O Senhor deu a conhecer a
salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça. Recordou-Se da sua
bondade e fidelidade em favor da casa de Israel.
Os confins da terra puderam ver a
salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor, terra inteira, exultai de alegria e
cantai.
Aleluia. Não vos deixarei
órfãos, diz o Senhor; voltarei para junto de vós e exultareis de alegria.
Aleluia.
Evangelho
(Jo 16,16-20): «Um pouco de tempo, e não mais me vereis; e mais um
pouco, e me vereis de novo». Alguns dos seus discípulos comentavam: «Que
significa isto que ele está dizendo: ‘Um pouco de tempo e não mais me vereis, e
mais um pouco, e me vereis de novo’ e ‘Eu vou para junto do Pai’?». Diziam
ainda: «O que é esse ‘pouco’? Não entendemos o que ele quer dizer». Jesus
entendeu que eles queriam fazer perguntas; então falou: «Estais discutindo
porque eu disse: ‘Um pouco de tempo, e não me vereis, e mais um pouco, e me vereis
de novo’? Em verdade, em verdade, vos digo: chorareis e lamentareis, mas o
mundo se alegrará. Ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em
alegria».
«Vossa tristeza se
transformará em alegria»
Rev. D. Joan Pere PULIDO i
Gutiérrez (Sant Feliu de Llobregat, Espanha)
Hoje contemplamos mais uma vez a
palavra de Deus com a ajuda do evangelista João. Nestes últimos dias da Páscoa
sentimos uma inquietação especial por viver esta palavra e entendê-la. A mesma
inquietação dos primeiros discípulos que se expressa profundamente nas palavras
de Jesus —«Um pouco de tempo, e não mais me vereis; e mais um pouco, e me
vereis de novo» (Jo 16,16)— concentra a tensão de nossas inquietações de fé, da
busca de Deus em nosso dia a dia.
Os cristãos do século XXI
sentimos essa mesma urgência que os cristãos do primeiro século. Queremos ver
Jesus, precisamos experimentar a sua presença em meio de nós para reforçar a
nossa fé, esperança e caridade. Por isso, sentimos tristeza ao pensar que Ele
não esteja entre nós, que não podamos sentir e tocar sua presença, sentir e
escutar sua palavra. Mas essa tristeza se transforma em alegria profunda quando
experimentamos sua presença segura entre nós.
Essa presença, era recordada pelo
Papa João Paulo II na sua última Carta encíclica Ecclesia de Eucharistia,
concretiza-se —especificamente— na Eucaristia: «A Igreja vive da Eucaristia.
Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em
síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja». Ela experimenta com alegria,
como se realiza constantemente, de muitas maneiras, a promessa do Senhor: `Eis
que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo’ (Mt 28,20). (...) A
Eucaristia é mistério de fé, e ao mesmo tempo, “mistério de luz”. Quando a
Igreja a celebra, os fiéis podem reviver, de algum jeito a experiência dos
discípulos de Emaús: «Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram (Lc
24,31)».
Peçamos a Deus uma fé profunda,
uma inquietação constante que se sacie na Eucaristia, ouvindo e compreendendo a
Palavra de Deus; comendo e saciando a nossa fome no Corpo de Cristo. Que o Espírito
Santo enche de sua luz a nossa busca de Deus.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Primeiro, ele ofereceu o seu
sacrifício aqui na terra, quando sofreu a morte mais amarga. Depois, quando
revestido com a nova vestimenta da imortalidade, entrou com seu próprio sangue
no santuário, isto é, no céu, apresentou diante do trono do Pai celestial
aquele sangue de imenso valor, que ele derramou uma vez para sempre em favor de
todos os homens pecadores» (São João Fisher)
«Também nós não encontraremos a
vida se permanecermos tristes e sem esperança e fechados em nós mesmos. Em vez
disso, abramos os nossos túmulos selados ao Senhor para que Jesus possa entrar
e enchê-los de vida. Ele quer vir e tomar-nos pela mão para nos tirar da angústia»
(Francisco)
«Cristo afirmou, antes da sua
Ascensão, que ainda não era a hora do estabelecimento glorioso do Reino
messiânico esperado por Israel (cf. Atos 1,6-7), que, segundo os profetas,
devia de trazer a todos os homens a ordem definitiva da justiça, do amor e da
paz. O tempo presente é, segundo o Senhor, o tempo do Espírito e do testemunho»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 672)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
• João 16,16: ausência e
presença. Jesus diz "um pouco" (mikrón), ou seja, um tempo muito
curto, como um "momento". Ao longo dos muitos matizes, se quer
enfatizar a brevidade de tempo. Se o tempo que Jesus passou junto aos seus como
Verbo Encarnado foi muito curto, igualmente será breve o tempo entre sua
partida e seu regresso. Não haverá mudança na situação interna dos seus
discípulos, porque não muda a relação deles com Jesus: há uma proximidade
permanente. Assim, a visão de Jesus não sofrerá interrupção, mas terá como
característica a comunhão de vida com Ele (Jo 14,19). É interessante o uso
repetido do verbo "ver" no versículo 16: "Um pouco de tempo, e
não mais me vereis; e mais um pouco, e me vereis de novo". A expressão
"Um pouco de tempo, e não mais me vereis", recorda a maneira pela
qual os discípulos veem no Jesus histórico o Filho de Deus; a outra expressão
"mais um pouco, e me vereis de novo" se refere à experiência do
Cristo ressuscitado. Parece que Jesus quer dizer aos seus discípulos que por
brevíssimo tempo permanecerão ainda em condição de vê-lo, reconhecê-lo em sua
carne visível, mas depois o contemplarão com uma visão diferente, porque ele se
lhes mostrará transformado, transfigurado.
• João 16,17-19: A
incompreensão dos discípulos. Enquanto isso, alguns discípulos não
conseguem entender o que significa esta ausência de Jesus, ou seja, sua ida ao
Pai. Experimentam desconforto diante das palavras de Jesus, e o expressam com
quatro interrogações, unidas na mesma expressão: "O que é que isso nos
diz?". O leitor já ouviu isso outras vezes nas perguntas de Pedro, de
Filipe, de Tomé, de Judas – não o Iscariotes, e agora as dos discípulos que
pedem explicações. Os discípulos não compreendem realmente o que Ele está
falando. Eles não entendem como Jesus, se ele vai ao Pai, pode ser visto de
novo por eles (vv.16-19). Mas a questão parece centrar-se sobre aquele
"pouco", que para o leitor parece ser um tempo muito longo que não
termina nunca, especialmente quando se está na angústia e tristeza. De fato,
não passa o tempo da tristeza. Espera-se uma resposta por parte de Jesus, mas o
evangelista retoma outra vez a pergunta: Estais discutindo porque eu disse: ‘Um
pouco de tempo, e não me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo’? "(v.19)
• João 16,20: A resposta de
Jesus. Na verdade, Jesus não responde à pergunta que lhe fazem: "O que
é esse ‘pouco’?" Mas os convida à confiança. É verdade que os discípulos
serão provados, vão sofrer muito, eles se sentirão sós diante de uma situação
hostil, abandonados a um mundo que se alegra com a morte de Jesus, mas Jesus
assegura que sua tristeza se tornará em alegria. À tristeza se contrapõe um
tempo, no qual tudo será invertido. A expressão adversativa "mas a vossa
tristeza se transformará em alegria", ressalta esta mudança de
perspectiva. Para o leitor, é claro que a expressão "um pouco",
"dentro de um curto espaço de tempo" corresponde ao momento ou época
em que a situação será alterada, mas até então, tudo será tristeza e prova.
* Em resumo, os discípulos
recebem de Jesus uma promessa de felicidade e alegria; em virtude daquele
momento em que será invertida aquela situação difícil a que "os seus"
e a comunidade eclesial estão submetidos, eles entrarão na realidade de um
mundo iluminado pela ressurreição.
Para confronto pessoal
1. Tenho certeza de que
vai passar o tempo de teste e Ele vai estar comigo?
2. "Ficareis tristes,
mas a vossa tristeza se transformará em alegria." Qual é o impacto dessas
palavras de Jesus sobre os acontecimentos de sua vida? Como você vive as
situações de tristeza e angústia?
ORAÇÃO
Ó Maria, filha predileta do
Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como
vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse
período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser
sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha
fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel
e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o
coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.
LADAINHA
DE NOSSA SENHORA
Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de
nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
...
Deus Espírito Santo Paráclito,
...
Santíssima Trindade, que sois
um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,...
Santa Virgem das virgens,...
Mãe de Jesus Cristo, ...
Mãe da Igreja, ...
Mãe da Misericórdia, ...
Mãe da Divina Graça, ...
Mãe da Esperança,...
Mãe puríssima, ...
Mãe castíssima, ...
Mãe imaculada,...
Mãe sempre virgem,...
Mãe amável,...
Mãe admirável,...
Mãe do bom conselho,...
Mãe do Criador,...
Mãe do Salvador,...
Virgem prudentíssima,...
Virgem digna de honra,...
Virgem digna de louvor,...
Virgem poderosa,...
Virgem clemente,...
Virgem fiel,...
Espelho de justiça,...
Sede da sabedoria,...
Causa da nossa alegria,...
Templo do Espírito Santo,...
Tabernáculo da eterna
glória,...
Moradia consagrada a Deus,...
Rosa mística,...
Torre de Davi,...
Fortaleza inexpugnável,...
Santuário da divina presença,...
Arca da Aliança,...
Porta do Céu,...
Estrela da Manhã,...
Saúde dos enfermos,...
Refúgio dos pecadores,...
Conforto dos migrantes,...
Consoladora dos aflitos,...
Auxílio dos cristãos,...
Rainha dos anjos,...
Rainha dos patriarcas,...
Rainha dos profetas,...
Rainha dos apóstolos,...
Rainha dos mártires,...
Rainha dos confessores da fé,...
Rainha das virgens,...
Rainha de todos os santos,...
Rainha concebida sem
pecado,...
Rainha assunta ao céu,...
Rainha do sacratíssimo
Rosário,...
Rainha das famílias,...
Rainha da paz,...
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os
pecados do mundo, tende piedade de nós.
V. Rogai por nós, santa Mãe de
Deus.
R. Para que sejamos dignos
das promessas de Cristo.
“LEMBRAI-VOS”
DE SÃO BERNARDO
Lembrai-vos, ó piedosíssima
Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm
recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido
por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo
debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das
virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas
ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.
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